Fanfic: O Cavaleiro do Amor *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

— Por um herói. Meu cavaleiro de armadura prateada, salvador de donzelas e domador de dragões.

— Sou apenas um homem, meu amor, não um herói.

— Para mim, é, e será também de toda a Inglaterra quando salvar o rei.

— Se não fosse por Sua Majestade, eu trocaria a honra por algum tempo nos seus braços.

— Eu sei. — Anahí tentava controlar-se para não chorar. — O que fará quando voltar? Quero dizer, que tipo de vida vai levar? Será sempre um guerreiro?

— Minha vida será a mesma, já que é a única que conheço.

— Logo as guerras terminarão e você não precisará mais lutar. Você... pretende se casar?

— No passado, pensei que casamento fosse por terras e herança.

— E agora?

— Agora acredito que deve haver sentimento entre um homem e uma mulher, não apenas um contrato. Como poderia me contentar com menos, depois de ter conhecido a alegria desse vínculo, esse amor que eu pensava ser impossível?

Anahí não conseguiu conter as lágrimas.

— Não chore, amor, eu imploro.

— Não consigo evitar. — Anahí pegou um lenço. — Estou bem, não se preocupe.

— Você é corajosa.

— Não, apenas realista. Precisamos terminar nosso trabalho. — afirmou, controlando-se.

Trabalharam por duas horas até registrarem todos os detalhes de que se lembravam. Se seguissem o roteiro com exatidão e recitassem as palavras certas, Alfonso seria transportado para o século XV dentro de mais ou menos dezesseis horas.

"Nosso tempo é tão exíguo...", pensou Anahí, enquanto Alfonso lia as páginas impressas pelo computador.

Anahí tinha a sensação de estar aguardando uma sentença de morte. Era insuportável pensar em viver os próximos anos sem Alfonso.

Não importava a que século Alfonso pertencesse, pois, sem dúvida, ele era o homem de sua vida. Como poderia viver sem sua presença?

De súbito, Anahí tomou uma decisão. Já que não poderia viver sem Alfonso, a única solução era viver com ele, não importando onde ou quando.

Anahí decidiu voltar com Alfonso.

A solução era tão simples que Anahí surpreendeu-se por não ter pensado nisso antes. Não estaria abandonando o melhor emprego do mundo, nem uma família muito unida. Com certeza, sentiria saudade dos pais, mas eles tinham um ao outro.

Enquanto estivessem juntos, estariam bem.

Pela primeira vez em sua vida, Anahí compreendeu a intimidade que seus pais compartilhavam. Enquanto criança, nunca entendeu aquele tipo de amor tão especial, onde mal havia lugar para os filhos. Agora compreendia.

Sim, sentiria falta de seu pai, de sua mãe, mas eles estariam bem sem Anahí. E quanto ao seu irmão, Mark, sentiria muita saudade, mas talvez algum dia ele conhecesse alguém e compreendesse sua decisão.

Anahí não se iludia em ser uma princesa voltando ao conto de fadas. Estaria desistindo de tudo o que conhecia, incluindo medicina moderna e conforto. Mas não se importava.

Seria horrível viver sem Alfonso. Anahí sabia que ele não concordaria, porém estava decidida.

— Acho que estamos prontos. — comentou Alfonso.

— Sim.

Os dois subiram para o quarto e se deitaram.

— Alfonso, quero lhe dizer uma coisa. Preciso que saiba que nunca fui tão feliz em toda minha vida.

— Eu também.

— Não, Alfonso, eu falo sério. Minha infância não foi grande coisa, e você bem sabe que não tive vida amorosa. Quando estou a seu lado, sinto-me mais viva do que nunca. Não quero abrir mão disso e não vou. — Respirou fundo e foi direto ao assunto: — Eu quero ir com você.

Alfonso beijou-a, com carinho.

— Agradeço, meu amor, mas não posso concordar. Não permitirei.

— Eu te amo.

— Também te amo, mas não é justo que troque sua vida aqui por outra repleta de dificuldades e incertezas.

Quando Alfonso pensava em seu futuro, a não ser pela responsabilidade de salvar o rei, enxergava apenas um grande vazio. Havia inclusive a possibilidade de não sobreviver à tentativa de assassinato.

Como poderia deixar Anahí sozinha em um mundo que não conhecia, e em um tempo ao qual não pertencia?

— Alfonso, quero ir com você. Preciso ficar ao seu lado.

— É impossível. Não permitirei.