Fanfic: ♥ Después de Ti! ♥ | Tema: Anahi e Alfonso

Anahí sentou-se e com a vista embaçada pelas lágrimas viu Alfonso jogar Willian contra uma árvore e socar-lhe o estomago. O Duque tentava se defender, mas os reflexos e a agilidade de Alfonso eram rápidos demais pra ele. Assustada Anahí se encolheu contra a árvore e percebeu que Alfonso sabia muito bem como prosseguir numa briga.

- Como ousa tocar em uma senhorita sem seu consentimento? - Alfonso vociferou segurando Willian pelo casaco. - E ainda pior, uma senhorita comprometida.

Sem dar-lhe tempo para responder Alfonso voltou a lhe dar um soco no rosto e Willian desabou no chão. O Duque se arrastou até seu cavalo, mas Alfonso o puxou pelo casaco.

- O senhor não passa de um velho nojento. - gritou furioso e começou a chutar-lhe o estômago.

Willian tossiu e horrorizada Anahí viu quando o filete de sangue manchou a areia.

- Pare, eu lhe imploro! - o Duque pediu erguendo a mão tentando em vão defender-se.

Sem piedade alguma Alfonso partiu pra cima dele e esmurrou-lhe o rosto. O Duque não teve tempo de defender-se e logo começou a perder a consciência.

- Eu deveria matá-lo pelo que tentou fazer. - o segurou pelo casaco e o soltou como se tivesse nojo. - Isto é para que aprendas a nunca mais tocar na senhorita Anahí, menos ainda lhe dirigir a palavra ou sequer olhá-la. Se eu descobrir que o senhor atreveu-se a respirar o mesmo ar que ela voltou para acabar com o que comecei e acredite Duque, eu sempre cumpro com o que digo. Ouviste? - gritou chutando-o.

- Sim! - o Duque limitou-se a responder, a voz rouca, o rosto ensangüentado quase perdendo a consciência.

Alfonso o olhou com ódio e voltou-se para Anahí, a mesma o encarou assustada, ainda mais encolhida contra a árvore.

- Estas bem? Diga-me que cheguei a tempo de impedir uma desgraça. - ajoelhou-se na sua frente.

Anahí assentiu e num impulso o abraçou com força. O perfume dele a invadiu conseguindo acalmá-la.

- Obrigada pelo que acabas de fazer. Não salvaste apenas a minha honra.

Alfonso a abraçou com força e Anahí permitiu que as lágrimas viessem à tona. Levou cerca de um minuto para que ela se acalmasse e conseguisse soltá-lo.

- O que fazias outra vez sozinha por essas bandas? - perguntou afastando uma mexa do cabelo dela do rosto.

- Estava indo visitar a Condessa Junqueira a pedido de minha mãe, o Duque escondeu-se aqui e esperou-me. - enquanto falava o medo e as lágrimas voltaram.

- Vou acompanhá-la até sua casa. - ficou de pé e a ajudou a se levantar.

- Não, por favor, minha mãe não pode me ver chegar assim, se ela souber do que houve pode me culpar ou então meu pai pode fazer algo pior do que o que tu fizeste. - o olhou assustada. - Devo esquecer o que houve e levar o bilhete à Condessa. - respirou fundo e enxugou o rosto.

- Não estou de acordo, mas se desejas ir à casa da Condessa Junqueira eu a acompanho. Não permitirei que voltes a andar sozinha por estas bandas. - se afastou dela e buscou seu cavalo, Meia-Noite. - Venha! – estendeu a mão pra ela.

- Quer que monte nele? - encarou o cavalo e Alfonso assustada.

- Não permitirei que caia, confie em mim. - a encarou nos olhos profundamente.

Anahí estendeu a mão e deixou que Alfonso a ajudasse a subir no cavalo. O toque quente e macio da mão dele em sua cintura reverberou por todo seu corpo, provocando-lhe arrepios. Alfonso ajudou Anahí a sentar-se de lado e ela segurou na cela do cavalo com força quando ele montou.

Os braços dele a envolveram com firmeza quando ele segurou as rédeas e ela foi invadida mais uma vez pelo perfume dele o que a acalmou ao mesmo tempo que acelerou seu coração.

- Podemos? - ele perguntou, a voz próxima do seu ouvido arrepiando-a.

Incapaz de falar qualquer coisa ela apenas assentiu. Alfonso deu dois toques nas costelas do cavalo e o mesmo se pôs a andar.

- Estas com medo?

- Não! - Anahí sussurrou negando com a cabeça.

Ambos não disseram mais nada e nenhum dos dois conseguiu prestar atenção no caminho ou calcular quanto tempo à cavalgada durou.

Anahí distraiu-se com o perfume de Alfonso, o toque suave do peito dele contra suas costas. Chegou até a contar a respiração lenta e profunda dele enquanto agarrava a cela. Uma tentativa de se conter para não tocar nos braços dele e sentir toda sua musculatura. Fechando os olhos sem Alfonso perceber, ela mordeu o lábio ao lembrar de como as costas dele estavam duras quando o abraçou. Discretamente ela encarou as mãos dele segurando as rédeas com firmeza e desejou que ele a tocasse. Seu coração disparou ao lembrar-se da fúria que viu nos olhos dele. Fúria provocada pelo Duque Carter ao tentar desonrá-la. E a forma como ele dissera tão intensamente que ela era uma senhorita comprometida ecoava em sua cabeça. Pela primeira vez em seus 21 anos, ela sentia-se feliz por ser uma “senhorita comprometida”.

Alfonso por sua vez tentava, em vão, não distrair-se com o perfume que vinha dos cabelos de Anahí. Várias vezes pegou-se inclinando o corpo para frente na intenção de sentir mais de perto aquele aroma. Para manter o controle segurava as rédeas do cavalo com força para controlar a vontade de tocar Anahí outra vez. Queria sentir a maciez do corpo e dos cabelos dela e principalmente queria desesperadamente sentir o sabor de seus lábios. Era a primeira vez em seus 23 anos que sentia uma atração tão forte por uma moça. Era como se Anahí o puxasse para ela e por mais que tentasse não conseguia evitar a aproximação.

Assim que avistou a casa Alfonso puxou as rédeas do cavalo.

- É melhor que dessas aqui, é melhor que a Condessa não me veja.

Anahí assentiu e Alfonso desceu primeiro. Estendeu os braços e finalmente Anahí pode tocá-lo na desculpa de se apoiar nele para poder descer.

Alfonso a segurou pela cintura e cuidadosamente a tirou de cima do cavalo. Quando os olhares dos dois se encontraram ele sentiu uma vontade dolorosa de beijá-la e foi incapaz de soltá-la.

Anahí sentiu o coração disparar ainda mais, as pernas pareciam não serem mais capazes de mantê-la de pé, tanta coisa estava acontecendo ao mesmo tempo que era difícil de acompanhar. Com desespero ela desejou que Alfonso a beijasse e colocasse um fim naquela tortura.

- Eu... Volto logo. - ela deu um passo pra trás fugindo dele.

Alfonso foi obrigado a soltá-la quando Anahí correu e com uma sensação de vazio escondeu-se.

Com o coração prestes a sair pela boca Anahí subiu os primeiros degraus da casa e bateu na porta. A Condessa Junqueira logo apareceu e a brindou com um belo sorriso.

- Oh senhorita Portillo, que surpresa, o que fazes aqui?

- Vim entregar-lhe um recado de minha mãe. - Anahí sorriu e com a mão tremendo estendeu o bilhete.