Fanfic: ♥ Después de Ti! ♥ | Tema: Anahi e Alfonso

Manoela se aproximou da janela ao ouvir o barulho da carruagem e correu até os empregados.

- Eles chegaram, fiquem em fila.

A carruagem parou e o Duque desceu primeiro. Com um sorriso presunçoso no rosto ele ajudou Anahí a descer.

- Esta é sua nova casa, minha bela esposa. Tens sorte de que estou feliz demais para demonstrar meu aborrecimento pelo vestido que escolheste.

Anahí não respondeu e segurando a saia entrou acompanhada do Duque.

Quando as duas portas de madeira se abriram ela se surpreendeu com a quantidade de criados.

- Conheçam a nova senhora desta casa! A Duquesa Carter! - Willian sorriu orgulhoso.

Anahí sentiu vontade de gritar e fechou os olhos com força. Quando os abriu viu que as mulheres lhe faziam uma reverência.

- Bem-vinda senhora!

- Manoela leve minha esposa até o quarto dela.

- Sim senhor! - Manoela assentiu. - Por aqui senhora.

- Irei resolver umas coisas e mais tarde irei procura-la esposa. - o Duque sorriu.

Escondendo o pânico que a dominou Anahí subiu as escadas atrás de Manoela.

Ao entrar no quarto ela sentiu-se aliviada ao ver que teria um quarto só para ela.

- O quarto do Duque é logo ao lado, aqui sempre prezamos que a esposa deveria ter seu espaço pessoal.

- Obrigada! - Anahí conseguiu responder com os olhos marejados.

- Com licença minha senhora, devo deixa-la agora. - Manoela lhe fez uma reverência e se afastou.

Anahí encarou o quarto e uma dor insuportável tomou conta dela. Os soluços e as lágrimas vieram de forma incontrolável e ela se jogou na cama deixando o corpo sacudir com suas lágrimas.

Fechou os olhos lembrando de Alfonso, do perfume dele, dos beijos e abraçou o travesseiro tentando conter um grito de dor. Preferia estar morta a ter que encarar o que a estava esperando.

Abrindo o armário ela encontrou suas roupas organizadas juntas a muitas outras que ela desconhecia, de certo o Duque havia comprado para ela, mas Anahí jurou nunca usar qualquer uma delas. Não queria nada dele ou que viesse do dinheiro dele.

Trancando a porta do quarto ela virou-se para o baú onde estava guardado seu enxoval. Vasculhou as peças à procura do casaco e do bilhete de Alfonso que escondera entre as peças. O baú do enxoval, ela sabia, seriam as únicas coisas que os empregados não tocariam. Segundo a tradição o enxoval da noiva deveria ser usado e preparado para a noite de núpcias. Ou seja naquela noite.

Retirando o casado ela o apertou de encontro ao peito ainda conseguindo sentir o perfume de Alfonso.

- Não sabes quanto sinto sua falta. Por que não vens me buscar e levar-me pra perto de ti. - ela sussurrou fechando os olhos, as lágrimas escorriam de seu rosto e pingavam no casaco.

Aos soluços ela deitou na cama e abraçou o casaco com força. Fechou os olhos e permitiu-se fingir que estava casada com Alfonso, que era com ele que dormiria todas as noites.

- Alfonso! - o nome dele saiu de forma sussurrada de seus lábios como se ela fizesse uma prece.

Dulce andou pelo quarto angustiada sem conseguir parar quieta no lugar.

- Meu amor, acalme-se, por favor.

- Como podes pedir-me calma? Tens ideia do pesadelo que minha irmã está enfrentando.

- Eu queria ser capaz de fazer algo para ajudá-la. Talvez quando chegarmos à corte possa falar com meu tio.

- Até chegarmos a corte serás tarde. - suspirou.

- Venha cá, não fique assim. - a puxou pela mão e a fez sentar-se na cama.

Com um suspiro derrotado Dulce sentou-se ao lado do marido, à beira das lágrimas.

- Hei, meu amor, não chores.

- Queria poder ver minha amada irmã feliz. Me sinto uma criatura egoísta desfrutando de tanta felicidade ao seu lado, enquanto ela se sacrifica.

- Antes de Alfonso morrer, prometi a ele que cuidaria de Anahí. Juro-lhe por ele e pelo amor que tenho a ti que farei o possível para ajudar sua irmã.

- Obrigada meu marido. Não sei como poderei agradecê-lo.

- Confie em mim e não chores mais. - ele sorriu enxugando seu rosto.

Uma batida soo na porta e Anahí assustou-se temendo ser o Duque.

- Senhora Duquesa sou eu Manoela.

Às pressas Anahí terminou de tirar os tacos de madeira e escondeu o casaco de Alfonso no buraco que conseguiu fazer. Colocou os tacos por cima e arrastou a cama de volta ao seu lugar. Por enquanto aquele seria o esconderijo do casaco. Tentando se recompor, ela foi até a porta e a abriu.

- Vim trazer-lhe algo para comer e prepara-la para...

- Não tenho ganas de comer. - Anahí respondeu cabisbaixa.

Manoela deixou a bandeja em cima do criado mudo e abriu o baú. Encostada ao guarda-roupa Anahí sentiu-se aliviada por ter conseguido esconder o casaco a tempo.

Quando Manoela terminou de arrumar a cama, ela virou-se e encarou Anahí.

- Deseja banhar-se?

Anahí negou com a cabeça e abaixou os olhos encarando a barra do vestido. Manoela se aproximou e ergueu o rosto de Anahí olhando-a nos olhos.

- Não fiques assim, Deus irá recompensá-la por todo seu sofrimento.

- Creio que Deus esqueceu-se de mim.

- Não digas isso. - Manoela sorriu. - Agora vire-se senhora, devo livrá-la deste vestido.

Anahí obedeceu e deixou Manoela abrir os botões do vestido preto e trocar a roupa intima por uma nova.

- Devo deixa-la agora. - Manoela respondeu indo até a porta e tirou a chave.

- Por favor, deixe a chave. - implorou.

- Não posso, não esta noite. - Manoela a encarou e saiu fechando a porta.

Anahí sentiu seus olhos marejados outra vez sentindo o pânico tomar conta dela.

- Por favor meu Deus, que ele não me toque, por favor.