Fanfic: Dangerous Mistakes | Tema: Magcon, Barbara Palvin e Kristina Pimenova

Hoje se completava sete anos que a minha mãe tinha falecido.  Morreu durante o parto de Agnes, mas não a culpava por isso, diferente de meu pai. Ele dizia que foi um erro ela ter nascido, que era uma aberração. Sempre a defendi de todas aquelas palavras que a ousavam á machucar. John não parava em casa, vivia saindo e voltando só de madrugada bêbado e muitas vezes drogado.

Nash morava conosco, iria começar a freqüentar á faculdade e era famoso por causa da Magcon. Ele sempre me deu tudo que precisa, não só para mim, como para nossa irmã, sou totalmente grata á isso. Sempre que defendia ela, apanhava depois como um “castigo” e às vezes apanhava sem motivos. Antes eu, do que ela.

- Beatrice? – Uma voz chamou do outro lado da porta, despertei-me rapidamente dos meus pensamentos. Arrumei meu cabelo, me sentei no meio da cama com as pernas cruzadas.

- Entra. – Falei alto, Nash entrou no quarto e fechou a porta atrás de si.  Deu um sorriso sem mostrar os dentes e se sentou na beirada da minha cama.

- Então... – Quando vinha com esse “então”, sentia que lá vinha bomba. – Eu te matriculei na faculdade. – Disse suspirando e ficando cabisbaixa, pois, já sabia que iria falar um monte no seu ouvido.

- Você sabe muito bem que eu não posso, Nash!! – Falei me alterando, o olhando, ergueu a cabeça e me encarou.

- Precisa estudar! – Levantou-se da cama e se virou para mim. Sua expressão de raiva. – Contratei uma amiga minha para cuidar da Agnes. – Ah, que coisa boa! Agora uma desconhecida irá cuidar da nossa irmã.

- Eu não vou. – Neguei com a cabeça e respirei bem fundo.

- Você vai e terá que me obedecer, até porque sou seu irmão mais velho. – Disse dando uma risada baixinha irônica. Ele estava nervoso. Abaixei a cabeça encarando minhas pernas cruzadas. Senti se sentar ao meu lado e envolvendo um de seus braços em volta do meu pescoço, apoiei minha cabeça em seu ombro. – Eu só quero o seu bem e não aceito não como resposta. – Desta vez, estava calmo, dizia as palavras baixinho e com suavidade.

- Ok, você venceu. – Dei por vencida, pensei que ele iria pular de alegria, mas sua reação foi outra, o que me fez estranhar. Depositou um beijo no topo de minha cabeça e foi até a porta lentamente. Girou a maçaneta e a puxou, a abrindo. Virou para mim e deu um sorriso de lado fraco, logo sumiu de minha visão.

[...]

Lia um livro chamado “O reino das vozes que se calam” de uma escritora brasileira chamada Sophia Abrahão. Lia cada palavra com atenção, quando ouço minha porta sendo aberta, ergo minha cabeça e vejo Agnes com o cabelo desgrenhado, rosto amassado, bocejava e coçava os olhinhos.

Ponho o livro na mesinha ao lado e vou até ela, me abaixando á sua frente ficando em sua altura.

- Está com fome? – Perguntei colocando uma mexa de cabelo louro atrás de sua orelha. Assentiu com a cabeça, peguei em sua mão e desci. Ao descer vejo vários meninos sentados no sofá, jogando vídeo game.

Notei que tinha uma garota ruiva observando eles jogarem com cara de tédio. Até que ela nota minha presença e de Agnes, deu um sorriso, retribui. Todos a olham e depois viram suas cabeças passando a nos olhar. Dei uma leve corada, até que Nash se levanta vindo em nossa direção.

Ficou em pé ao meu lado e chamou uma tal de Mahogany. A ruiva se levantou vindo em nossa direção:

- Essa vai ser a menina que contratei para ficar com Agnes. – Deu um sorriso simpático, estendi minha mão em forma de comprimento.

- Prazer, Beatrice. – Me apresentei formalmente.

- Mahogany. – Disse com um sorriso gentil no rosto.

- Então, eu vou preparar algo para ela comer. – Insinuei á Agnes. Eles me deram espaço para ir para cozinha, assim fiz.

A pus sentada no balcão de mármore, peguei biscoito oreo dentro do armário, coloquei dentro do liquidificador e o bati. Fui até a geladeira, a abrindo e peguei um musse de chocolate que tinha feito, joguei por cima o oreo batido.

Misturei e peguei uma colher. Parei em sua frente, fiz aviãozinho a fazendo rir e logo começar a mastigar. Fez uma careta de como estivesse ruim:

- O que foi? Estão tão ruim assim? – Perguntei rindo.

- Um plouquinho. – Ela costumava falar tudo errado, mas os médicos dizem que é normal. O seu olhar ficou por cima de meu ombro, encarava algo. Virei-me dando de cara com um garoto loiro com olhos castanhos claro, encostado na porta.

Coçou a nuca sem graça e começou:

- É... Nash pediu para mim vir pegar a pipoca. – Aparentava estar com vergonha, dei um sorriso tentando o confortar.

- Ah, sim... – Fui até o microondas, peguei o saco de pipoca. O olhei por cima do ombro. – Tem como pegar a vasilha para mim? Está no armário á direita. – Pedi educadamente, segundos depois, voltei com a mesma em mãos.

Despejei toda a pipoca salgada dentro da enorme vasilha transparente de vidro e o dei.

Deu meia volta para sair, até que se virou novamente:

- Qual é o seu nome? – Perguntou parecendo curioso e dando um sorriso lindo, mostrando os seus dentes bem cuidados e brancos. Aqueles lábios...

Afastei aqueles pensamentos da mente.

- Beatrice... – Respondi dando um sorriso. – E o seu?

- Matthew. – Respondeu dando uma piscadela e saindo da cozinha. Que homem é esse...

- Huuuum... Senti o clima. – Tinha esquecido que Agnes estava ali. A olhei com os olhos arregalados, ela comia o musse e riu da minha cara.