Fanfic: Aprendendo a Viver | Tema: Chaverroni
– Maite. – Um sorriso irônico começou a aparecer em seus lábios. Maris era uma senhora já devia ter seus mais de 40 anos, mas mesmo assim continuava a mesma de antes, pensou Maite. A mulher usava um vestido social azul escuro, um casaco curto e um par de sapatos de salto não muito altos, preto. Tinha os cabelos negros e lisos cortados acima dos ombros, sua face já tinha pequenos sinais de que a idade havia chego para ela. – Pensei que nunca mais a veria aqui. Mas como dizem "O bom filho a casa torna".
– Vim aqui apenas porque quero acesso a informações sobre os meus pais.
– O que a faz pensar que eu vou lhe contar algo a respeito disso? – A mulher ergueu a sobrancelha e riu sem expressão alguma.
– Por favor, Diretora Maris. Minha irmã está muito doente, se eu os encontrar, quem sabe tenham melhores condições que eu para dar um tratamento melhor a ela.
– O que a Anna Julie tem? – Seu sorriso sumiu aos poucos. Mesmo que fosse dura com todos, não gostava de ver ninguém sofrer. – É assim que ela se chama não é?
– Sim. – Encarou a mesma e abaixou o olhar. – Ela tem leucemia, em estágio avançado.
– Sinto muito. Mas não há muito que eu possa dizer sobre seus pais. Eles não deixaram nenhuma informação quando largaram as duas aqui.
– Tem certeza? Qualquer detalhe pode ser importante, Maris. Não sei quanto tempo a Anna ainda vai estar aqui.
–Bom Maite, o que eu sei não deveria contar agora, mas vou ser obrigada por conta de seu desespero... Eu serei rápida. – A mulher a olha com pena, sentindo um grande remorso dentro de si por não ter feito nada para encontrá-la e dizer o que sabia. – Uns três anos depois que você fugiu do orfanato, seus pais vieram atrás de você e da sua irmã.
– Eles vieram,atrás de nós? – Maite se apoiou na parede mais próxima para se manter de pé. Sua face corada deu espaço a uma Maite pálida e gelada. – Depois de terem largado a gente como lixo?
-Eles tiveram seus motivos May. – Respirou fundo antes de continuar.– Não sei quais mas tiveram.
-Agora minha irmã está quase morrendo. Morrendo! – Maite etava mais irritada do que pensou ficar ao falar sobre seus pais. – Eu queria eles aqui quando era pequena, quando minha irmã foi diagnosticada. Precisamos deles naquele momento, agora não importa mais. Só estou voltando ao passado por causa da Anna, quem sabe ainda tenha chances dela se curar se fizer um tratamento fora do país, com os melhores médicos e especialistas.
– Tenta entender, eles me procuraram recentemente. Eu disse que não sabia de nada, o que não deixa de ser verdade, nunca mais tivemos notícias suas. Eles querem conhece-lá May. Lhes permita uma chance de conhecer as filhas. – A olhou com esperança, precisava que ela aceitasse para conseguir a colaboração que tanto queria para o orfanto. – Seu irmão também tem vontade de te conhecer.
– Irmão? – Maite não acreditava em tudo que estava ouvindo.
– Sim, eles tem um filho de 21 anos.
– E ficaram com ele enquanto eu e a Julie estávamos abandonadas em algum lugar?
– Na verdade. Quando você chegou aqui tinha apenas sete anos e sua irmã era um bebê. O carro em que vocês estavam com seus pais tinha batido, isso fez com que perde-se a memória. Como eles já estavam trazendo as duas pra cá, pediram para outras pessoas deixarem voce e sua irmã aqui, porque assim evitaria que vissem o rosto deles e lembrassem.
– Por que nos largaram aqui? – Tenta esconder a voz embargada e a vontade de chorar que tinha naquele momento.
– Eles não tinham condições de criá-las. Quando melhoraram de vida, voltaram aqui e vocês já não estavam mais. Quanto ao seu irmão, não é exatamente irmão. – Levantou de sua cadeira e ficou próxima a janela, de costas para Maite. – Seus pais tinham um casal de amigos que eram muito próximos, eles morreram em um incêncio e o filho deles teve a guarda concedida ao seus pais. Ele era muito pequeno, mas sempre soube que seus pais de sangue haviam falecido, só que ele considera o casal que o criou até hoje como pais, e os trata como tais. Ou seja, mesmo sendo apenas nos papéis, ele é seu irmão.
– Obrigada por tudo diretora. Agora eu sei que mexer no passado só vai piorar tudo para mim. – Olhou para a mulher com desprezo.
– Pense bem, Maite. Essa é a chance que o destino te deu para tentar salvar sua irmã. – Abre uma pequena gaveta e retira de lá um envelope grande, lacrado. Ficou frente a frente com Maite e lhe estendeu a mão. – O que quiser saber da sua família está nesse envelope, agora a decisão é sua de abrir ou não.
– Realmente, obrigada. Passar bem. – Saiu batendo a porta atrás de si. Não sabia o que viria pela frente, apenas sabia que tinha que decidir se abriria ou não o maldito envelope e o mais importante, precisava esconde-lo bem para que Anna nem sonhasse com sua existência.
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Anna foi acompanhada por Christian durante a quimio, os olhos da garota ganhavam um brilho triste sempre que estava naaquela sala, cada vez mais seus cabelos negros e compridos caiam, Anna já esperava que em pouco tempo ficaria totalmente sem eles, isso a deixava sem vontade para nada e cada vez mais triste. Depois do termino da sessão, como de costume, ela pediu licença e foi ao banheiro por conta dos enjoos que o tratamento causa.
– Está melhor, Anna? – Pergunta Christian ao vê-la voltar do banheiro.
– Sim, já estou acostumada a ter isso depois da quimio. – Disse e sorriu triste sentando em uma poltrona.
– Sinto muito que esteja perdendo seus cabelos tão rápido querida. – Dulce sorriu solidária sentando ao seu lado.
– Tudo bem doutora Saviñón. – A encara, seu olhar estava sem o brilho que sempre carregava. Sua expressão não era das mais felizes.
– Já está na hora de ir Anna? – Pergunta Christian tentando desviar daquele assunto triste.
– Não, tenho que esperar minha irmã vir me buscar. – Olha o celular. – Já mandei mensagem, ela deve chegar logo.
–Enquanto espera, te pago um sorvete. – A olha e vê um sorriso se abrir aos poucos em seus lábios pouco rosados.
– Mesmo? – Ele assentiu e ela se levantou rapidamente. – Vamos então?
– Claro. – Abriu a porta para ela e saiu logo atrás. Seguiram conversando até a cafeteria do hospital.
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Maite desceu do ônibus com dificuldade, essa era a pior coisa na cidade, quase não se conseguia respirar nos coletivos, todos eram sempre muito lotados. Caminhou apressadamente para dentro do hospital, a cabeça estava longe, mais precisamente naquele envelope grande e branco que estava guardado em sua bolsa. Em nenhuma circunstância podia deixar que o conteúdo daqueles papéis chegasse as mãos de Anna, precisaria esconder bem. O que tinha sido contado pela diretora já era suficiente para que fosse deduzido que as informações contidas ali não trariam benefício ou felicidade alguma para a vida de ambas. Afastou aquilo tudo de sua cabeça, já tinha muitos problemas e não queria mais um, agora.
– Boa tarde. – Disse Maite se apoiando no balcão da recepção. – Vim buscar minha irmã, Anna Julie.
– Ah claro. – A recepcionista sorriu simpática. – Doutora Saviñón. – Chama pela ruiva que passava naquele momento.
– O que houve Laura? – Se aproxima do balcão. – Algum problema por aqui?
– Não senhora, é que essa moça veio buscar a sua paciente, a Anna.
– Obrigada, eu resolvo agora Laura. – Sorriu agradecida e a mulher voltou ao seu trabalho. Dulce se virou encarando seriamente a mulher de cabelos negros a sua frente mas logo abriu um sorriso simpático. – Olá, eu sou Dulce Maria Saviñón. Sou responsável pelo caso da Anna.
– Ah sim, ficou responsável depois que o doutor Marcelo saiu não é? – Aperta sua mão que estava estendida. – Muito prazer doutora Saviñón.
– Maite não é mesmo? – A morena assentiu. – Eu já havia comentado com a Anna que gostaria de conhece-lá. Desde que assumi o caso da sua irmã nunca cheguei a conversar com a senhorita.
– Me chama de você. – Segue ela pelos corredores. Pararam em frente a uma porta, Dulce abriu a mesma e se dirigiu a sua mesa. Pediu que ela senta-se pois tinham muito a falar sobre Anna. – E minha irmã onde está?
– Um dos médicos que acompanhou a quimio hoje achou ela muito triste e a levou para tomar um sorvete e se distrair na cafeteria. – Senta em sua cadeira e a olha. – Anna é uma menina muito especial, mas isso não é nada fácil para ela. Sabemos que ela se faz de forte mas está quase entregando o jogo. Chora escondida para que ninguém veja, mas as vezes e impossível esconder.
– E como está indo o tratamento? Algum progresso?
– Não vou mentir. Teremos que intensificar a quimio, o tumor teve um aumento significativo. – Dulce respirou fundo antes de proseguir, queria ajudar ao máximo Anna, havia pego um carinho e um amor muito grande pela menina.
Agora estava ali. Prestes a abalar ainda mais uma família.
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 3
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chaverronis2forever Postado em 27/01/2016 - 15:21:21
Continua leitora nova mas uma ficou Chaverroni que bom
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Algun_Dia_AyA Postado em 25/01/2016 - 23:27:56
Que cozinha da Anna :( ela tem que melhorar!!! Continua <33
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Algun_Dia_AyA Postado em 23/01/2016 - 23:44:51
Leitora Nova! o/ EU ESTAVA PERDENDO AS ESPERANÇAS DE ENCONTRAR UM FIC QUE O TRAUMA PRINCIPAL MESMO ERA CHAVERRONI!! *--------* Continua <3 Fiquei com Peninha da Anna :( coitada!!