Fanfic: Último Desejo...Vondy

Voltando ao tempo por um momento, Dulce sentiu o corpo ficar tenso. Uma vez, Haddock can­tara versinhos infantis para a irmãzinha dela na hora de dormir. A memória do rostinho alegre de Molly por sob os cabelos escuros e cacheados deixaram Dulce angustiada. Embora ela tivesse apenas oito anos de idade quando Molly nascera, cuidara da irmã porque a mãe delas, Cathy, não estava em condições de arcar com essa tarefa. Mas, agora já fazia oito anos desde a última vez que Dulce vira a irmã.

- Quieto, Haddock - repreendeu Anny, le­vando as mãos aos ouvidos para abafar o barulho.

Ofendido, o papagaio virou-se de costas para a mulher loira.

- Haddock é um papagaio muito esperto - Dulce acalmou a ave em um tom macio de voz.

- Os Uckermann estão propondo dinheiro para a reforma do hall comunitário - informou Anny. - Aposto que isto fará com que eles fiquem mais populares do que nunca.

- Uckermann malcriado... porco inútil! - Haddock berrou e os olhinhos brilhantes ficaram exaltados assim que ele ouviu aquele nome. - Nunca haverá um Uckermann em Madrigal Court!

Um gemido angustiado escapou dos lábios de Dulce.

- Desculpe, eu me esqueci e acabei deixando o papagaio atiçado.

- Crápula sujo e imundo! Arranja uma mulher e foge com outra! Você não pode confiar em um Uckermann!

- Não é culpa de Haddock. As pessoas dizem coisas impróprias na frente dele - queixou-se Dulce.

- Eu sei... eu ensinei palavras novas a ele, porque o vocabulário de Haddock estava ficando antiquado.

- Uckermann bastardo!

- Haddock! - censurou Dulce, ofegante.

O papagaio baixou a cabeça simulando um em­baraço e arrastou as patas sobre o poleiro. Dulce não ficou surpresa porque, como todos os pa­pagaios, Haddock suplicava por atenção e adorava entreter a audiência dele.

- Bem, eu não ensinei essa última a ele - Anny se defendeu.

Embora Dulce soubesse quem havia ensinado, resolveu manter-se em silêncio.

A forma que ela encontrava para enfrentar um pre­sente difícil era continuar focada no futuro. Dulce havia se alegrado por ter completado o curso de hor­ticultura em uma Universidade, mas suas responsa­bilidades em casa a impediram de prosseguir com uma carreira independente. Agora, ela estava com 25 anos de idade. As plantas que Dulce plantava na estufa tinha se tornado uma motivação em sua vida enquanto ela precisava devotar o restante da atenção para cuidar da mansão e olhar por sua avó. Recentemente, Dulce realizava essas tarefas de maneira estressante devido às contas que não eram pagas e à diminuição da renda. Era uma pena que Christopher Uckermann não viria bater na porta da casa dela! Ela se perguntava sobre que tipo de ilusões se passava na mente de sua avó, já que a idosa nunca fora conhecida por seu senso de humor.

Continua!