Fanfic: Último Desejo...Vondy

- Não gosto de perder o meu tempo! - Christopher informou ao seu principal advogado de Londres.

- Eu sei. Mas, por mais estranho que pareça, o senhor consta como beneficiário no testamento da sra. Saviñon. Sua presença será crucial durante a lei­tura do testamento e o procurador dela concordou em agendar uma data que seja conveniente para o senhor.

Christopher deu um suspiro discreto. Ele não tinha tempo para desvendar mistérios. Por que Gladys Saviñon o incluiria em seu testamento? Isso não fa­zia o menor sentido.

- Possivelmente a sra. Gladys se arrependeu do comportamento que tivera com a sua família en­quanto estava viva e talvez essa foi a maneira que encontrou de contornar a situação depois que ela se fosse - declarou o advogado, nervoso por ver que seu cliente mais poderoso continuava calado. - Mudanças no leito de morte são mais comuns do que o senhor imagina.

- Eu não exigi a bênção da mulher para realizar a compra da casa - replicou Christopher.

Christopher não conhecera Gladys Saviñon. Po­rém, o falecido pai dele uma vez a descrevera como sendo uma mulher interesseira e exploradora. Cer­tamente, o ódio de Gladys causara um grande mal-estar aos pais dele, Aristide e Virgínia. Contudo, Christopher sempre tentara entender o motivo de tamanha inimizade. O pai dele rompera o noivado com Cathy, a filha de Gladys, para casar-se com Virgínia. Mas, o que isso tinha demais? Essas coisas aconte­cem e as pessoas aprendem a lidar com elas.

Quarenta e oito horas depois, o helicóptero de Christopher pousava em Madrigal Court. Como sem­pre, ele não viajara sozinho. Junto com ele, encon­trava-se um pequeno grupo de funcionários e sua atual namorada, Anichka, uma russa de estatura alta e cabelos loiros que havia saído na capa de dois ma­gazines de moda naquele mês.

- Que casa bonita! - exclamou a funcionária demonstrando surpresa.

A enorme mansão construída de tijolos era ador­nada com diversas janelas e um fantástico telhado composto de chaminés e pequenas torres. Christopher não estava impressionado. Ele nunca se atraiu por construções antigas, e uma mansão arruinada cercada por jardins descuidados, definitivamente ofendiam seu senso de ordem e disciplina. Se em um primeiro relance tantas falhas podiam ser vis­tas, provavelmente seria apenas a ponta do iceberg, Christopher pensava irritado ao mesmo tempo em que comprimia os lábios sensuais. Realizar uma rápida restauração seria um grande desafio.

- Está caindo aos pedaços - observou Anichka com desgosto e limpou uma das mãos para livrar-se dos resíduos de ferrugem que se aderiram à pele no momento em que ela descuidadamente repousou-a sobre o corrimão de ferro que protegia a escadaria da entrada da casa.

A antiga porta de madeira encontrava-se entreaberta. Ao aproximar-se, Christopher lançou um olhar crítico para as paredes manchadas e as velhas mo­bílias. A mansão estava à beira da ruína. Mas, não importava o quanto ele tivesse que pagar por ela, teria que comprá-la. Sendo um bilionário, ele era também um poderoso homem de negócios.

Morton, o procurador, cumprimentou Christopher no grande salão de entrada e sugeriu que o grupo que o acompanhava esperasse por ele ali no hall. Em seguida, ele o escoltou até a sala de visitas onde a maioria dos móveis encontrava-se assustadoramen­te encobertos por lençóis brancos e empoeirados.

- Infelizmente, a neta da sra. Stewart, Dulce, está atrasada. Mas, deverá chegar logo - o homem de meia-idade adiantou-se em desculpar-se.

Nessa mesma hora, Dulce parava bruscamente o seu velho Land Rover no pátio em frente à man­são. Ela correra com o veículo durante todo o per­curso e estava furiosa, pois havia dito ao procurador que estaria ocupada naquela tarde e ele simplesmen­te ignorara a informação. Tratando-se de dinheiro, obviamente um grego bilionário seria muito mais importante do que ela.

A atitude do procurador deixou-a enfurecida. Mal se passara uma semana desde o funeral da avó e du­rante os dias de luto que se seguiram Dulce preci­sou organizar a montanha de tarefas que ficou sobre a responsabilidade dela. Ela esteve tão ocupada que precisou solicitar um encarregado para entregar as plantas para a melhor cliente, que ligara duas vezes e não a encontrara. Além disso, o procurador avisou Dulce apenas 24 horas antes da leitura do testa­mento sobre a presença de Chritopher Uckermann.