Fanfic: Project Digimon | Tema: Digimon

- Earthquake Drill! Minotarumon bate no chão com seu braço demoníaco e cria um terremoto quase impossível de se escapar, tento saltar o mais alto que posso mas antes que eu consiga fazer qualquer movimento, vejo uma sombra negra vindo tão rápida pra cima de mim que mal consigo me desviar. BlackGarurumon. Mais um capanga dos Soldados do Pesadelo.

Já estava bem difícil o bastante ter de enfrentar um Champion sozinho, dois será impossível.

Me lembro de ter visto uma caverna quando estava vindo pra cá e começo a correr em direção a ela. Mas BlackGarurumon é muito rápido. Consegue chegar onde estou em menos de um segundo e me acerta com uma investida que me faz ira pra longe.

- Bull Fighting Attack! Olho para o lado e vejo Minotarumon vindo com tudo pra cima de mim, tento me levantar mas desabo logo em seguida. Minha energia já está se esgotando. Acabou. Fecho meus olhos e aceito meu destino.

Posso sentir o peso do ombro de Minotarumon quebrando cada osso do meu corpo. Eu sou mandado para trás com tanta força que acabo atravessando um pilar das ruinas antigas.

Mal consigo abrir os olhos, mas é um milagre eu ainda estar vivo. Tento me mexer mas é impossível. Sinto o cheiro de BlackGarurumon próximo. Ele está tentando descobrir onde está meu corpo, e não vai demorar muito para me achar.

De repente ouço o bater de asas junto com um grito parecido com o de uma águia.

- Fire Hurricane! - Vejo um grande tornado de fogo se envolvendo em volta de BlackGarurumon, o fazendo recuar.

“Que negócios soldados do Pesadelo tem aqui nas ruinas antigas? Respondam!”

“Garudamon afaste-se, nossos negócios não têm nada a ver com seu povo.” Disse BlackGarurumon, agora um pouco mais calmo depois de escapar do tornado.

“Vocês estão invadindo nosso território, então qual que seja seus negócios aqui, tem sim a ver com meu povo então sugiro que comece a falar ou eu terei que te tirar a força.” Garudamon são conhecidos por serem pacíficos e pelo seu grande senso de justiça, é bem difícil ver algum deles com tanta raiva assim.

Minotarumon ergue seu braço demoníaco em direção a Garudamon e uma energia começa a sair de sua mão. No mesmo tempo, BlackGarurumon começa a exalar chamas azuis de sua boca e nariz.

- Demoniac Energy Shot! - Do braço de Minotarumon, uma esfera elétrica parte em direção de Garudamon.

- Howling Blaster! - BlackGarurumon ataca com chamas azuis que saem de sua boca.

Garudamon envolve suas asas em frente de seu corpo para se proteger e então es abre novamente fazendo com que os dois ataques dos soldados do Pesadelo se dispersem.

“Tolos, nunca vão conseguir me derrotar com ataques tão fracos como estes.” Garudamon então levanta voo e parte pra cima de Minotarumon.

- Crimson Claw!” - Chamas se envolvem nas garras de Garudamon, que ataca Minotarumon lançando-o pra trás. BlackGarurumon tenta atacar Garudamon pelas costas, mas antes que consiga, as garras de suas patas rasgam o rosto de BlackGarurumon, o fazendo recuar.

“Última chance. Me digam o que fazem aqui ou eu acabo com a vida de vocês dois agora mesmo.”

“Estamos atrás de um fugitivo.” Diz Minotarumon, se levantando ainda um pouco tonto.

“Seus fugitivos se tornam livres depois de cruzar as fronteiras dos domínios do Pesadelo.” Garudamon abre suas asas em forma de ataque.

- Vocês têm essa chance para ir embora, não a desperdicem.

“Nós vamos voltar Garudamon, e com mais reforços. Vamos destruir essas ruinas imundas de uma vez!” Os dois vão embora correndo com fúria em seus olhos.

“Está tudo bem agora, pode sair de seu esconderijo.”

Eu já consigo me levantar, então saio de trás das rochas que me protegiam e vou em direção a Garudamon, mas depois de alguns passos eu desabo no chão e perco minha consciência.

Ouço um barulho de uma tocha queimando, sinto que estou em uma cama bem macia. Abro os meus olhos e vejo que estou em um quarto. Primeiro temo, achando que estou de volta a prisão de Daemon, mas me lembro que a cama de lá era muito pior que essa, sem dizer que o lugar cheirava a enxofre. O lugar é confortável, com algumas tochas em volta e algumas estantes na parede com vários objetos e alguns sacos estranhos. O lugar tem uma porta de madeira mas não de calabouço, era como um simples quarto. Ouço a barulho de passos e rapidamente tento me levantar, mas estou muito ferido pra isso. As portas se abrem e Garudamon aparece.

“Vejo que já está acordado.”

Mais uma vez tento me levantar, mas é inútil. Então pergunto:

“Onde estou?”

“Você está nas Ruinas de Kendors. Mistymon foi gentil o bastante para me deixar que o trouxesse e cuidasse de você aqui.”

“Eu lhes agradeço muito, mas não posso ficar aqui. Os soldados do Pesadelo logo virão novamente, não posso deixar que morram por minha causa.”

“E onde você pretende ir com grande parte de seus ossos quebrados?”

Garudamon entende meu silêncio. Ele pega um dos sacos em cima de uma das estantes. O Abre e mostra uma coisa amarela e macia, com um cheiro delicioso.

“Coma isso. Vai fazer com que você se sinta melhor.”

Eu provo e tem um gosto bem peculiar que nunca tinha provado antes. Algo salgado e crocante. Sinto que minha vida tenha sido restaurada. Ainda não posso me levantar, mas já me sinto bem mais apto.

“É do mundo dos humanos. As vezes alguns deles caem aqui perto das ruinas.”

Humanos... Faz tanto tempo que estou preso que nem lembrava dos humanos.

“Ainda existem humanos que viajam para nosso mundo?”

“Não dês do incidente com os quatro Deuses.”

O incidente. Me lembro bem pouco dessa época. Lembro que os humanos vieram ao nosso mundo e aniquilaram os quatro Deuses. Pelo menos é isso que muitos acreditam. Bem poucos lembram dessa época. Alguns acham que é lenda, outros que os humanos não tiveram nada a ver com a morte dos Deuses. Alguns até defendem os humanos dizendo que eles lutaram ao lado dos Deuses. Seja lá o que aconteceu, não importa mais.

“De qualquer jeito, os soldados do Pesadelo estão vindo, o que pretende fazer para derrota-los?”

A porta de madeira se abre mais uma vez, dessa vez é Mistymon que aparece:

“Os soldados do Pesadelo nunca encontrarão as ruinas de Kendors. Não se preocupe com isso pequeno.”

“Mesmo assim, eu não posso ficar aqui. Tenho que contar a eles, tenho que encontrar Gankoomon”

“Gankoomon?” – Indaga Garudamon. “O que você quer com um dos Cavaleiros Reais?”

Cavaleiros Reais? Gankoomon se tornou um dos Cavaleiros Reais? Só agora percebi o quanto tempo fiquei preso. Ainda me lembro de Gankoomon dizendo que nós dois seriamos Cavaleiros Reais um dia, e lutaríamos para proteger nosso mundo ao lado dos verdadeiros guerreiros da justiça. É bom ver que ele conseguiu realizar o sonho dele, aposto que está se dando muito bem. Mal posso esperar para ver a cara dele quando descobrir que eu ainda estou vivo.

“Vocês sabem onde posso encontra-lo?”

“Os Cavaleiros Reais estão protegendo Yggdrasil agora que os Sete Grandes Demônios estão cada vez mais poderosos. Temem que algum deles quebre o acordo de paz. Provavelmente o encontrará na ilha Sagrada.”

“Ótimo, ilha Sagrada! Só preciso chegar lá.”

“Temo que não será tão simples assim, pequeno” – Diz Mistymon “A ilha Sagrada fica bem ao sul da ilha Arquivo. E depois do incidente, aquele deve ser um dos lugares mais perigosos do Digimundo.”

“E não se esqueça que estamos na área das Ruinas Antigas. A ilha Arquivo fica muito longe daqui. Demoraria meses para chegar lá, e com os soldados do Pesadelo atrás de você, só dificulta mais as coisas” – Completa Garudamon.

“Mesmo assim, eu preciso falar com Gankoomon logo. Nosso mundo pode estar correndo sérios perigos. “

Os dois se olham rapidamente e Mistymon pergunta:

“Quais são esses perigos?”

Não sei se posso confiar isso a outra pessoa, mas não vejo muitas escolhas.

“Eu era um prisioneiro de Daemon e tinha um amigo que o servia lá. Esse amigo me disse uma vez que escutou uma conversa entre Daemon com os outros Grandes Demônios, dizendo que eles estavam realmente planejando quebrar o acorde de paz com os Cavaleiros Reais e dominar Yggdrasil. Meu amigo também disse que ouviu boatos dizendo que um dos Cavaleiros Reais estava ao lado dos Grandes Demônios.”

E agora que sei que Gankoomon é um dos Cavaleiros Reais, ele também corre um grande perigo. Se o que meu amigo disse é verdade, um dos Cavaleiros Reais é um traidor.

“Mesmo se isso for verdade, porque acha que os Cavaleiros Reais ouviriam você? Eles estão bem distantes ultimamente. Duvido que deixariam que você entrasse na ilha Sagrada.” Indaga Garudamon.

“É por isso que eu estava atrás de Gankoomon, ele saberia o que fazer. E agora que ele é um dos Cavaleiros Reais, tenho mais esperanças ainda de que eles vão me ouvir.”

“Por que bota tanta fé em Gankoomon, pequeno?”

“É por que eu sou Huckmon, Irmão de Gankoomon.”

Mais uma vez os dois se olham e então começam e me analisar. Se olham novamente e fazem um aceno com a cabeça.

“Vamos te ajudar.” Diz Garudamon. “Eu o levarei até a ilha Sagrada. Será mais fácil se formos voando”

“Não.” Eu digo. “Vocês não podem me ajudar. Vão se tornar mais um alvo pros soldados do Pesadelo. Não posso deixar que façam isso por mim.”

“Não estamos fazendo isso só por você. Estamos fazendo pelo nosso mundo. Como você mesmo disse, ele corre perigo.”

“E tem outra coisa.” Diz Mistymon. “Gankoomon nos ajudou a muito tempo atrás quando CyberLeomon estava sobre efeito das engrenagens negras. Devemos a ele.”

Seria inútil discutir com eles agora. Então aceito sua ajuda.

Ficarei alguns dias aqui para que eu possa ficar de pé. Enquanto isso, Garudamon me contará sobre as ruinas. De acordo com Garudamon, esse lugar foi fundado por um dos quatro Deuses e servia como refúgio dos digimons que vivam no deserto do oeste. O digimon Deus confiou o lugar a CyberLeomon, que se tornou o protetor das ruinas. Ele também disse que CyberLeomon foi mais um dos digimons afetados pela magia das engrenagens negras. Ele matou vários dos moradores das ruinas e a destruiu quase que por completo até ser parado por Gankoomon. Garudamon era um dos poucos sobreviventes e que foi salvo por Mistymon durante a luta entre Gankoomon e CyberLeomon. Ninguém sabe o que aconteceu com CyberLeomon depois. Alguns acreditam que ele morreu, mas pra Garudamon ele fugiu para algum lugar solitário onde pudesse se isolar.

“Muitos dos que morreram eram amigos de CyberLeomon” Ele disse. Imagino o quão difícil deve ser descobrir que você matou seus amigos e nem se deu conta disso.

As engrenagens negras foram uma magia poderosa que controlava qualquer digimon que entrasse em contanto com elas. Na verdade ela não os controlavam, e sim descontrolavam. Os afetados por ela não faziam ideias de suas ações e atacavam qualquer coisa que se movia.

Especula-se que as engrenagens negras foram feitas pelos Sete Grandes Demônios, embora eles continuem a negar.

Após alguns dias, eu já estava me sentindo bem melhor. As refeições humanas eram incríveis, me faziam sentir bem toda vez que as comia.

As ruinas de Kendors é a parte subterrânea das ruinas antigas. De acordo com Mistymon, foi construída depois das ruinas serem destruídas. Um lugar seguro para digimons indefesos que se perdiam no deserto. O que aparentemente se resumiam a mim. Além de Garudamon e Mistymon, eu era o único digimon que ali restava.

Garudamon tinha preparado tudo para nossa viagem, que prometia ser bem longa. Mistymon ficou de cuidar das ruinas em caso dos soldados do Pesadelo aparecessem.

Antes de irmos, Garudamon saiu para dar uma varredura na área para ter certeza de que não havia nenhum soldado do Pesadelo nos esperando.

Mistymon estava com sua espada flamejante pronta para uso em caso de alguém aparecer. Ele então se sentou em uma rocha que ali havia.

“Huckmon.”

“Sim?”

“Por que você foi preso por Daemon? E como conseguiu escapar? Entendo se não quiser falar, mas tenho que saber em que mãos estou colocando a vida de meu amigo”

“Tudo bem... Eu e Gankoomon vivíamos em uma vila ao leste, chamada EverGreen. Obviamente não somos irmãos de verdade, mas crescemos lá juntos. Um dia nossa vila foi atacada pelos soldados do Pesadelo. Eles estavam atrás do espirito do Vento, um dos dez espíritos dos guerreiros lendários. Não sabemos como os soldados do Pesadelo descobriram a localização do espirito do Vento. Nem mesmo nós, moradores da vila sabíamos que lá existia um dos dez espíritos. Gankoomon, junto com outros guerreiros de nossa vila, lutaram contra os soldados do Pesadelo mas foram derrotados pelo general Murmukusmon. Ele aniquilou nossa vila, apenas eu e Gankoomon conseguimos escapar. Ou pelo menos foi o que achamos. SkullSatamon, um dos soldados do Pesadelo aproveitou que meu irmão estava muito fraco e o derrotou. Aposto como ganhou uma nova patente depois dessa! Tinha certeza de que meu irmão tinha morrido e de que SkullSatamon me mataria também. Mas antes que o fizesse, Murmukusmon o impediu. Disse que eu seria um bom soldado, pois eu era o único de minha espécie, mas teria que ser ‘educado’. Eles me levaram para a prisão de Daemon, onde fiquei por séculos aparentemente. Foi lá onde conheci Gotsumon, o amigo que tinha comentado antes. Ele servia de mordomo aos generais dos soldados do Pesadelo, e as vezes até ao próprio Daemon. Ele era na verdade um informante da rebelião dos três anjos, e aparentemente um dos três anjos também se mantinha prisioneiro de Daemon. Eu me ofereci de ajuda à rebelião, e por isso Gotsumon começou a me ajudar. Ele descobriu que meu irmão continuava vivo e isso me deu esperanças novamente. Me mantive o mais obediente possível até ganhar confiança de Murmukusmon. Quando chegou o dia dos prisioneiros jurarem lealdade a Daemon, Gotsumon me disse sobre os planos dos Sete Grandes Demônios, então aproveitei a ocasião para tentar escapar. Não foi nada fácil. O lugar era uma fortaleza e a cada esquina continha um guarda no nível Ultimate. Por sorte, os guardas são obrigados a ficar 24 horas em seus postos, isso quer dizer que as notícias não demoravam muito para circular. Gotsumon tinha dito a alguém que eu era o preferido de Murmukusmon e que tinha sido mandado para uma missão atrás de um outro espirito. Como eu vivia na vila onde o espirito do vento era guardado, não foi tão difícil de convencer os guardas. Depois de minha escapada, Murmukusmon percebeu que eu não estava presente ao ritual de juramento, e mandou seus soldados atrás de mim. Já tinham escapados antes da prisão de Daemon, mas sempre eram pegos e mortos em seguida. Se alguém escapasse com vida, não seria bom pra a fama da prisão de Daemon e era só isso que o digimon anjo que estava preso precisava. Que todos os prisioneiros tivessem esperança mais uma vez. Alguns dos soldados da rebelião lutaram para me ajudar a escapar quando eu já estava fora da prisão e me disseram para correr o mais longe possível. Foi assim que cheguei nas ruinas antigas e fui encurralado por BlackGarurumon e Minotarumon.”

Mistymon olhou para os céus por um tempo e então se levantou. “Garudamon já está vindo. Direi a ele que não te leve direto a ilha Sagrada. Se o que diz é verdade, eles estarão te procurando por toda parte onde há influência da rebelião. Você tem que ir até o Gigante de Gelo. É um palácio localizado na área glacial ao norte. Lá você vai encontrar Socermon. Ele é um velho amigo meu, talvez ele te ajuda a convencer o senhor Vikemon á te ajudar. Tenho certeza de que ele será o seu melhor meio de chegar a Ilha Sagrada em segurança.”

“Entendi. Falarei com Socermon”.

Então ouvi o barulho de asas se aproximando. Olhei para o céu, mas não era Garudamon.