Fanfics Brasil - O Pequeno Rouxinol Descendência de Sangue

Fanfic: Descendência de Sangue | Tema: Harry Potter


Capítulo: O Pequeno Rouxinol

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Na família Griffiths que residia no fim do beco da rua Becountree na casa de nº 7 não era muito comum sair de casa para celebrações tristes ou coisas do tipo, mas naquele momento até mesmo os céus estavam estranhamente nublados para a época do ano, era estranho que em pleno mês de agosto a geada tivesse chegado e coberto todos os carros nos estacionamentos privados do pequeno beco.


A Sra. Griffiths que era atarracada e um tanto estressada estava a correr pela pequena casa para apressar os três filhos e o esposo para que pudessem pegar a estrada o mais rápido possível, a pequena mulher de cabelos negros e olhos muito verdes e com rosto redondo e afogueado pelo esforço empreendido em tal missão repetia as mesmas palavras: -Vamos vocês todos, temos que chegar antes do amanhecer! –Ainda assim, todos os outros moradores da casa não pareciam muito confortáveis em acordar às 01:30 a.m para seguir em uma viagem de três horas até a casa da avó. Depois de arrancar os três filhos Maya, Jack e Claire da cama ela os fez tomar uma caneca de chocolate quente cada um e os enfiou dentro de casacos grossos de lã e em seguida dentro do ‘pequeno’ carro da família, o Sr. Griffiths que era mais alto que a esposa e tinha a pele morena e os cabelos já grisalhos esperava ao volante segurando uma enorme caneca de café e bocejando alto. Ninguém falou muito durante a viagem, embora em alguns momentos Maya a filha mais velha tivesse a plena certeza de que a mãe estivesse chorando silenciosamente, nenhuma palavra foi dita.


A viagem não demorou muito para se encerrar, ao chegarem a floresta de Dean todos os membros da família exceto o Sr. Griffiths deixaram o carro e esperaram na entrada da floresta ao lado de dois enormes carvalhos brancos, o pai levou o carro até que não era mais possível enxerga-lo e nem ouvi-lo e em seguida aparatou de súbito ao lado da esposa com um estalido, todos adentraram a floresta por entre os dois carvalhos, Maya olhou para trás logo em após atravessar a passagem e percebeu que a paisagem era outra, já não podia ver o enorme descampado abaixo da colina de outrora, mas via apenas árvores a toda volta, após caminharem sem falar muito por aproximadamente duas horas era possível ouvir os pássaros cantando e os primeiros raios de sol iluminando os topos da árvores, de repente a mãe para e todos a sua volta também, ela ergue a varinha e descreve pequenos círculos no ar e então uma casinha de tijolos coberta por madres silva apareceu, as janelas desprendiam um brilho oscilante que provavelmente seria a lareira acesa, as plantas no mínimo curiosas às janelas mostravam que o tio Woller estava em casa, a última coisa visível foi a chaminé que naquele momento diferente dos costumeiros não soltava baforadas de fumaça cheirosa, não havia som no local... tudo era silencio. 


Ao adentrar o casebre logo atrás de Claire, Maya foi tomada pela surpresa de ver quanta gente estava ao local, podia ver que a avó realmente era cheia de amigos, reconheceu de imediato o tio Woller magro com a pele macilenta e a tia Grace baixinha e com o ar choroso, além deles o tio Pitter e sua careca reluzente estava lá também junto da esposa e do pequeno filho Noah aos braços, próximo da lareira na grande poltrona vermelha estava o vovô Liwie que era um senhor baixinho e careca com vincos profundos na testa e de grandes óculos fundos de garrafa, ele estava envolto em uma conversa com o diretor Longbotton, a esposa do diretor da escola de magia e bruxaria de Hogwarts que também era dona do três vassouras o bar do povoado de hogsmead veio em direção à Sra. Griffiths e a abraçou, tia Grace abraçou Claire e Jack foi ao encontro do avô, o Sr. Griffiths foi ao encontro de uns amigos de trabalho do ministério da magia o Sr. Bird que tinha bigodes longos e os torcia repetidamente ao falar e a Sra. Odery que tinha um chapéu negro que lhe encobria a face de forma que nem mesmo era possível ver quando falava, os dois eram da sessão de mistérios e aparentavam estar preocupados, além deles talvez a pessoa mais peculiar  do local estava recostado em uma das janelas de caixilhos da cozinha, parecia absorto em pensamentos, mas logo sua cabeça branca se virou para que seus olhos brincalhões encarassem Maya, Agnus Weasley que era amigo de longa data dos avós de Maya a cumprimentou com um aceno de cabeça e fez um gesto rápido com uma das mãos para que a garota magra e de cabelos negros como os da mãe se aproximasse


-Olá Maya! –Disse o velho senhor com entusiasmo –Como vai?


-Estou bem Sr. Weasley, como vai o senhor? – Disse Maya com educação e aguardou pela resposta.


-Sinto por Tereza, sua avó é muito forte, você se parece com ela às vezes, desculpe falar assim...


-Tudo bem, é que talvez seja melhor para ela, ela já vem sofrendo a muito tempo só me preocupo com a titia, as duas sempre foram muito unidas e também com o vovô... –Disse olhando para o soalho de madeira já sentindo as lágrimas começando a brotar.


-Tudo bem chorar, mas como dizia o grande bruxo Dumbleodore: ‘Para uma mente bem estruturada a morte é apenas uma aventura seguinte...’ –Disse o velho bruxo com uma risada gentil que fez os presentes do local se sobressaltarem.


Então o diretor Longbotton veio até Maya, estava usando o habitual terninho verde claro e uma gravata borboleta verde oliva, ao pousar a mão enrugada sobre o ombro de Maya ele sorriu e pediu que a mesma o acompanhasse até o quarto da avó –É importante que saiba, eu poderia revelar tudo a você, mas não posso tirar a honra que sua avó terá agora. –Disse ainda com a mão em seu ombro direito, o homem de cabelos cumpridos não a acompanhou até o fim do corredor, Maya caminhou pelo corredor vagarosamente observando como o dia lá fora começava a ficar ensolarado e pensando em como podia um dia daqueles combinar com a situação que estava vivendo. Ao chegar a porta de carvalho ao fim do corredor parou e instantaneamente a porta abriu, Maya pode ver a pequena elfa Boula que tinha grandes olhos verdes e um nariz cumprido e na ponta do mesmo vários pelos que davam a velha criatura uma aparência engraçada - a elfa era amiga da família e trabalhava para a avó de Maya desde que ela saíra de Hogwarts- Boula usava um vestido preto com rufos brancos na gola e mangas sorriu ao ver Maya e com uma reverencia se retirou do quarto, a porta se fechou sem fazer nenhum som.


Maya encarou a avó com um peso no coração, então desviou o olhar, observou o quarto de cores claras, os móveis de mogno antigo, as janelas que deixavam a luz do Sol entrar, mas não conseguiu desviar os olhos por muito tempo, então olhou a velha mulher magra e de olhos muito verdes, na mão direita ela segurava a velha varinha de cerejeira, ela sorria, aquele sorriso que tantas vezes tinha incentivado Maya.


-Olá vovó...


-Olá –Disse a senhora e fez sinal para que a neta se aproximasse –Feche as cortinas meu bem e sente-se.... –Disse com a voz fraca, Maya obedeceu e sentou-se na cadeira de mogno próxima a cabeceira da cama, a garota aguardou que a avó voltasse a falar e então com um aceno da varinha o quarto se encheu de uma luz prateada que logo tomou a forma de um pequeno rouxinol, era simplesmente belo, Maya já havia lido a respeito, sabia que era um patrono, o pássaro pousou leve sobre uma das colunas da cama e seu bico se abriu, dele a voz da avó de Maya se projetou forte e sedosa como a menina se lembrava.


‘Planejei este momento a bastante tempo Maya, sei que você é corajosa e inteligente, por isso vou lhe contar, o mundo bruxo têm se tornado limitado e sombrio nos últimos anos, desde que Voldemort foi vencido por Harry Potter certas providencias foram tomadas para garantir que esse mal não retorne sob quaisquer formas, nossa família guarda a descendência dos Potter, mesmo depois de tantos anos e de sofrer a influência de casarmos com outras  famílias não estamos livres do dever, Alvo Dumbledore não partiu sem tomar providencias e deixou à Minerva o que fazer, sabemos que não há lugar mais seguro que Hogwarts e por isso Dumbledore achou melhor que ficasse trancada por lá uma coisa que julgou perigosa...’


O patrono estava ficando fraco e por um momento parou de falar, Maya segurou a mão esquerda da avó e o patrono recomeçou.


‘Aqueles que guardam o sangue devem evitar...’


O patrono estava quase desaparecendo, mas não era aquilo que preocupava Maya e sim que estava perdendo sua avó, as lágrimas vieram novamente aos olhos de Maya e escorriam quentes pelo rosto da garota caindo sobre a mão da avó.


‘Eles estão esperando por ele, esperam que falhemos, não podemos deixar que a magia se perca, o ministério está enganado e corrompido a anos, a ordem retornou, mas você deve guardar os portões Maya, você não está só e deve honrar sua família, o seu sangue, o sangue dos Potter. Lembre-se, está em Hogwarts, confie no diretor Longbotton é seu dever agora...’


O rouxinol fechou o bico, abriu as asas e voou de volta a varinha que o conjurou, Maya olhou para o rosto da avó os olhos já estavam fechados e ainda havia um sorriso em seus lábios finos e cheios de rugas, ela tinha partido, Boula entrou no quarto silenciosamente, grandes lágrimas escorriam de seus olhos esbugalhados, Maya se levantou e olhou novamente o quarto antes de sair evitando olhar para o corpo da avó e saiu.


 


                                                                   ***


 


 


 


O funeral seguia em silencio por entre as arvores, todos os velhos amigos estavam lá, Maya seguia ao lado dos irmãos, via pelo canto do olho seus tios chorando silenciosamente, vovô ia ao lado do caixão, não haviam lágrimas em seu rosto, será que era uma má neta por não conseguir mais chorar, Maya pensava, as cenas de mais cedo não saiam da mente de Maya, ela sabia que faltavam partes da informação e isso a preocupava, o cortejo fúnebre seguiu, a avó foi sepultada perto do rio, todos depositaram rosas brancas sobre o túmulo e o Sol brilhava forte lá no alto.


Ao longe Maya podia ver as árvores balançarem ao vento e foi nesse momento que ela viu de relance por entre as árvores uma criança, mas, não era qualquer criança, era uma menina pálida, de cabelos negros e muito magra, ela andava em meio as arvores e foi entre elas que a menina desapareceu, talvez fosse um fantasma... Maya limpou os olhos, talvez tivesse imaginado aquilo, talvez não, mas antes que pudesse chamar os irmãos ou alguém percebeu que não era o momento. Os Griffiths voltaram para o beco na rua Becountree mais tarde, mas as coisas tardariam a se acalmar desde aquele dia.


 



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Autor(a): marieta_antonia

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Naquela manhã do dia 20 de agosto daquele ano a conhecida no povoado de Little Hanglenton como a ‘Casa dos Riddle’ estava apinhada de gente, entre empregados e elfos domésticos além de todos os senhores e senhoras, a atual família que residia ali mantinha toda distância possível dos habitantes do povoado logo abaixo, a fam ...



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