Fanfic: Domando o vagabundo | Tema: Romance, drama, violência, suspense, humor

-Surpresa.- Meu pai falou assim que entrei na sala, olhei confusa pras duas malas rosas que estavam ao seu lado.
-O que?- Pergunto.
-Eu e sua mãe vamos viajar e você irá ficar com um conhecido meu.- Conhecido? Ele estava maluco se pensa que eu vou ficar na casa de alguém que eu nem conheço.
-Não vou a lugar nenhum.- Falei e me joguei no sofá.
-Sim, você está indo ficar com o Gabriel que mora no vidigal, aqui pertinho.- Vidigal? Mais isso era um morro, eu engasguei com minha própria saliva que merda.
-Eu não vou ficar em um morro.- Falei histérica meu pai pode até ter vindo de uma mais eu nunca tinha ido a esse lugar, pouca parte dos meus parentes viviam lá mais eu nunca tinha ido até eles pois odiava tudo que tinha haver com favela e morro.
-Sim, você vai.- Senti meus olhos arderem e minha garganta fechar.
-Você me odeia tanto assim?- Minha mãe entrou na sala toda arrumada puxando sua mala preta de rodinhas.
-Não seja dramática filha, nós vamos a uma viajem onde não poderíamos te levar então seu pai resolveu te deixar com uma pessoa de sua confiança.- Confiança dele e um completo desconhecido pra mim.
-Eu não vou pra esse lugar horrível.
-Está vendo Alice? É por esse seu jeito arrogante e mimado, que eu quero mais que nunca você no vidigal. Quero que você veja outra realidade e pare de agir desse jeito.- Meu pai gritou comigo.
-Okay, eu vou até esse lugar mais se eu levar um tiro vocês vão ser os culpados.- Gritei mais alto que ele e sai de casa.
-Alicinha minha linda, olha eu botei alguns de seus pertences nessa mala menor, algumas maquiagens, sua pracha de cabelo secador e outras coisinhas.- Eu olhei pra Marta minha governanta e ela me deu um beijo na bochecha, sorri e agradeci a ela antes de entrar no carro.
-Meu amor, você vai amar aquele lugar e depois vai me agradecer por isso.- Dei um olhar frio pro meu pai.
-Pode ter certeza que eu nunca vou te agredecer por estar fodendo a minha vida.- Respondi fechando o vidro do carro.
-Boa noite Senhorita Alice.- Carlos meu motorista falou assim que entrou no carro. Eu não me dei ao trabalho de responder. -Sabe senhorita eu acho que você está exagerando um pouco seu pai só quer o seu bem.
Eu fuzilei seus olhos através do espelho retrovisor e fechei a cara.
-Você não é pago pra achar e não me chame de Senhorita.- Ele assentiu e ligou o carro, meu pai bateu na janela antes de sairmos e o Carlos a abriu.
-Só queria dizer que o Gabriel é o dono do moro, só pra você não se espantar quando ver algumas pessoas portando armas Alice.- A minha grande vontade agora era fechar a janela e prender a cabeça do meu pai até ele ficar sem ar. Eu estou indo pra uma favela, ficar na casa de uma pessoa que eu nunca vi e que ainda por cima é o caralho do dono daquele lugar...
Uns trinta minutos depois o Carlos estacionou o carro em uma subida.
-Nós precisamos descer senhora, pois só da pra subir até a casa do Senhor Gabriel de moto.- Era só o que faltava, desci do carro e olhei a minha volta. Era tudo diferente, as casas, as garotas com roupas vulgares, motos pra todo lado, funk saindo de um sistema de som onde ficava um bar. Eu estava pagando todos os meus pecados em um só dia, o Carlos chamou dos moto-táxis que nos levaram até nosso destino.
Quando eu desci da moto senti a maioria das pessoas me observando, mais é claro eu acho que eles nunca tinham visto uma pessoa tão bem arrumada nesse lugar.
-Por aqui Senhorita Alice.- Affs, essa formalidade do Carlos me irritava. Eu o segui até a casa mais bonita da rua e um garoto permitiu nossa entrada, assim que entramos na casa tinha quatro garotos jogando um jogo de tiro na tv de LCD.
-Senhor Gabriel.- Carlos falou alto o suficiente pra ser ouvido, e todos os quatro caras olharam pra nós dois.
-Nossa quantos Gabriel temos aqui.- Falei sarcástica, e o Carlos limpou a garganta ao meu lado.
-O chefe está ai.- O garoto de cabelo vermelho apontou pra trás de mim e eu me virei, finalmente conhecendo o tal Gabriel e porra ele era lindo nem parecia que morava nesse lugar, loiro com olhos azuis claros e com os braços com tatuagens. Ele me olhou dos pés a cabeça e abriu um meio sorriso.
-Pode levar as coisas dela pro quarto no fim do corredor.- Ele falou pro Carlos com uma voz rouca e grossa.
-Satisfação Vítor.- o Garoto com o cabelo platinado apertou minha mão, e eu dei o meu melhor sorriso forçado.
-Prazer Alice.- Eu olhei ao meu redor orando pro Carlos voltar logo, assim que ele voltou me agarrei em seu braço.
-Bom, a senhorita Alice está entregue então estou me retirando.- Eu tive um mine ataque cardíaco quando ele falou isso, eu não posso ficar aqui sozinha com esses homens.
-Tranquilo, Vítor vai te levar lá em baixo.- Carlos puxou seu braço longe do meu aperto e saiu. -Não precisa ficar com medo garota, pode ir ao quarto se quiser.
-Eu não estou com medo, só não queria estar nesse lugar horrível.- Quando eu terminei a frase me arrependi de ter dito pois os meninos me lançaram um olhor medonho, porra eu e minha boca grande. Sem pensar duas vezes eu fui até o quarto onde estava minhas coisas, a merda do quarto era do mesmo tamanho que meu closet mais que coisa. Eu me joguei na cama e olhei pro teto, mais se meus pais pensam que eu vou ficar nesse lugar eles estão muito enganados.