Fanfic: Eclipse...
Eu olhei para a panela no fogão - a fonte do cheiro que havia me alertado."Mexer ajuda", eu disse à meia voz. Eu encontrei uma colher e tentei desgrudar a massa que estava pegada no fundo. Charlie suspirou. "Então, pra que é tudo isso?", eu perguntei a ele. Ele cruzou os braços no peito e olhou, pela janela dos fundos, para a chuva caindo. "Eu não sei do que você está falando", ele rosnou. Eu estava confusa. Charlie cozinhando? Qual era o motivo da sua atitude ranzinza? Edward ainda não estava aqui; geralmente Charlie guardava esse tipo de atitude para o meu namorado, fazendo o melhor que podia para ilustrar o tema "mal vindo" com palavras e postura. Os esforços de Charlie eram desnecessários - Edward já sabia exatamente o que o meu pai estava pensando sem esse show. A palavra "namorado" me fez mordiscar a minha bochecha pelo lado interior com uma tensão familiar enquanto eu me movia. Não era a palavra certa, nem um pouco. Eu precisava de uma palavra mais expressiva pra comprometimento eterno... Mas palavras como destino e fado pareciam estranhas quando você as usava numa conversa convencional.
Edward tinha outra palavra em mente, e essa palavra era a fonte da tensão que eu sentia. Os meus dentes se apertavam só de pensar na palavra. Noiva. Ugh. Eu me afastei do pensamento.
"Eu perdi alguma coisa? Desde quando você faz o jantar?", euperguntei a Charlie. A massa grudenta boiava na águaborbulhante enquanto eu a cutucava. "Ou será que eu devo dizer: ‘ tenta’ fazer o jantar?"
Charlie levantou os ombros. "Não há nenhuma lei que diga que eu não posso cozinhar em minha própria casa." "É você quem sabe", eu respondi sorrindo, enquanto olhava para o distintivo no seu casaco de couro. "Ha. Essa foi boa." Ele tirou a jaqueta como se o meu olhartivesse feito ele se lembrar que ainda estava usando o casaco e pendurou-o no gancho reservado para o seu cinto. Seu cinto de armas já estava pendurado no lugar - ele não tinha a necessidade de usá-lo para ir à delegacia por algumas semanas. Não houve mais desaparecimentos perturbadores pra atrapalhar a pequena cidade de Forks, em Washington, nada de visões de lobos gigantescos, misteriosos, nas florestas chuvosas... Eu cutucava o macarrão em silêncio, imaginando que Charlie falaria sobre o que quer que estivesse incomodando-o quando ele achasse que estava na hora. Meu pai não era um homem de muitas palavras, e o esforço desastroso de orquestrar um jantar feito por ele deixou muito claro que ele estava com um número estranho de palavras em sua cabeça. Eu olhei pra o relógio rotineiramente - uma coisa que eu fazia todos os dias nessa hora. Agora faltava menos de meia hora. As tardes eram a parte mais difícil do meu dia. Desde que o meu ex melhor amigo (e lobisomem), Jacob Black, me dedurou sobre a moto que eu andava guiando - um castigo que ele havia arquitetado pra que eu não pudesse passar tempo com o meu namorado (e vampiro), Edward Cullen - Edward só tem permissão de me ver até as nove e meia da noite, sempre nos confins da minha casa e sob a supervisão do olhar infalivelmente malhumorado do meu pai. Essa era só uma pequena parcela do castigo anterior que eu recebi por ter desaparecido três dias sem explicar e pelo episódio do mergulho do penhasco. É claro, eu ainda via Edward na escola, porque ainda não havia nada que Charlie pudesse fazer em relação a isso. E depois, Edward passava quase todas as noites no meu quarto também,mas Charlie não estava precisamente consciente disso. A habilidade de Edward de escalar rápida e silenciosamente a minha janela no segundo andar era quase tão útil quanto a habilidade dele de ler a mente de Charlie. Apesar de as tardes serem a única hora que eu passava longe de Edward, isso já era o suficiente pra me deixar impaciente, e as horas sempre se arrastavam. Mesmo assim, eu agüentava o meu castigo sem reclamar porque - pra começar - eu sabia que tinha merecido, e - pra terminar - porque eu sabia que não podia machucar o meu pai me mudando agora, quando uma separação muito mais permanente se aproximava, invisível pra Charlie,perto no horizonte. Meu pai se sentou na mesa com um jornal desdobrado e amassado que havia lá; dentro de segundos ele já estava estalando a língua de desaprovação. "Eu não sei pra quê você lê o jornal, pai. Ele só te tira do sério."Ele me ignorou, rosnando para o papel em suas mãos. "É por isso que todo mundo quer viver em cidades pequenas. Ridículo!" Continua....
Autor(a): moises
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