Fanfic: Ódio no passado. Amor no futuro? | Tema: Romance
{ J O H N }
Era uma manhã comum de outono, o tempo estava nublado, mas a cara de nova York continuava a mesma. Me levantei como fazia cotidianamente desde aquele infeliz dia há seis anos atrás. Tomei meu banho matinal e coloquei meu terno Aramis, e por mais um dia senti falta daquelas mãos delicadas ajudando com o nó que por tantas vezes me acariciou por horas a fio, mas tentei apagar aquela imagem de minha memória para tentar esquecê-la já que a anos me atrapalhava o sono.
Desci e comecei a preparar o café como fazia todas as manhãs. Em poucos minutos as crianças iam descer famintas e esperando pelo café. Fiz panquecas e waffers de mirtilo. A cafeteira apitou e antes que ele pudesse desligar Hannah já havia deligado e estava reclamando pelo barulho irritante que ela produzia.
Hannah, minha filha mais velha, era uma adolescente de 15 anos, a cara da mãe, olhos castanhos poderosos com sobrancelhas acentuadas que deixavam seu rosto com uma expressão de poder. Tinha cabelos longos e castanhos. Até seus 10 anos era uma criança normal, mas depois daquele dia, há 6 anos, minha relação com ela ficou um pouco delicada, nos afastamos um pouco e mal conversávamos como pai e filha.
Jaime, meu outro filho, tem 10 anos, é um garoto adorável, educado e com certeza é meu maior sucesso como pai. Ele não foi tão afetado com os acontecimentos do dia que mudou a vida de todos nessa casa ou talvez ele apenas não dê sinais de que fora afetado.
...
- Hannah, por favor, não comece logo cedo, ok?
- É, concordo. Deixa eu tomar meu café, então já vai estar num horário bom, não acha? -Soltou com uma expressão sarcástica.
Eu não posso culpa-la pelo seu comportamento, eu tenho total culpa pela sua raiva.
- Berry, meu amor, não vamos brigar, ok?
...
Quando ela era criança, achou um pote de blueberry e quando vimos ela estava inteira suja e eis que surge seu apelido.
...
- Primeiro: não me chame assim. Segundo: devia ter pensado nisso naquele maravilhoso dia, né?
Ela pegou a caixa de cereais e se sentou na bancada da cozinha.
Jaime apareceu sem que eu nem percebesse e me mostrou um desenho de um sonho que ele teve. Ao olhar aquele desenho, senti meu estômago doer. Eu não sabia de onde ele tinha tirado aquele desenho, mas ele não podia se lembrar daquilo.
- Filho, de onde você conhece ela?
- Não sei, eu vi ela no meu sonho e ela era tão bonita que resolvi desenhar. Gostou?
- Adorei! Você realmente tem um dom para o desenho. Agora deixa isso aqui e vai tomar seu café antes que se atrase.
Ele rapidamente se sentou e começou a comer as panquecas.
- Por que você também não come para recuperar a cor? Hahaha. – Hannah sabia da verdade e fazia questão de jogar na minha cara todos os dias.
Tomei minha xícara de café e subi, terminei de me arrumar, peguei as crianças, as deixei na escola e fui para o trabalho.
Sou dono da maior agência de publicidade da cidade de nova York e uma das maiores dos Estados Unidos. Meu pai também tinha uma agência o que me influenciou a abrir a minha própria empresa após a faculdade.
Eu e meu sócio Dave Simmons somos os donos. Na verdade, nos conhecemos na faculdade, viramos amigos e criamos a empresa, hoje o considero como meu quase irmão.
Assim que cheguei na minha sala, Elise veio me dar as notícias do dia e minha agenda. Ela é minha secretária desde quando abri a Emmy’s Publicidade. É uma mulher muito bonita e tem um corpo estonteante, sua namorada Mika também é muito bonita e é uma das modelos da revista Wintour, uma das maiores revistas de moda do mundo.
Elise me entrega as folhas do que foi pedido e saí. A porta mal fecha e Dave adentra com uma cara de que a noite não foi muito boa.
- Bom dia.
- Bom dia? Talvez, depende do que acontecer hoje.
Dave geralmente não tem um bom humor pela manhã.
- Pelo jeito a noite foi de mal a pior...
- Olha, realmente achei que modelos podiam ser um pouco mais... sei lá... suportáveis?
- Vai me dizer que a Catrinna não é deslumbrante?
- Não dá pra negar a beleza, mas a personalidade é um lixo e eu precisei tomar duas doses pra continuar suportando ela...
Dou um sorriso e sigo para a minha mesa, já que hoje pelo o que Elise me entregou, será um dia e tanto.
Fico trabalhando até o horário de almoço quando Dave e eu saímos para almoçar.
Almoçamos no Le Viu’s, um restaurante maravilhoso que infelizmente me lembra coisas que eu luto a todo momento para esquecer.
Entramos em uma cafeteria que tem perto da agência. Dave diz que tem o melhor Cheesecake de Nova York. Ele senta em uma mesa e eu busco o tal cheesecake.
- Boa tarde, o que deseja? – A funcionária me pergunta.
- Oi! Eu quero duas fatias de cheesecake de amoras e dois cafés, um puro sem açúcar e um com leite e açúcar.
- Só um momento.
Eu fico observando a prateleira e se os doces são tão bons quanto aparentam.
- Aqui senhor, mais alguma coisa?
- Não, obrigado.
Assim que me viro para voltar à mesa, é como se uma onda forte tivesse acabado de me acertar, o cheiro no ar me leva de volta a faculdade, me lembro como se fosse ontem a primeira vez que senti aquele cheiro, algo fresco como a grama em uma manhã fria e tão marcante que lembra hortelã. Olho para todos os lados a procura da dona do perfume, mas não a encontro. Vou até a saída da cafeteria e olho para a rua, mas não vejo o que procuro. Quando chego a mesa Dave me encara e me questiona:
- O que aconteceu? Parece que viu um fantasma?
- Em partes, eu acho que foi exatamente isso. – Respondo quase não conseguindo fazer com que as palavras tenham sentido.
- Do que está falando? – Dave me encara com um olhar desconfiado.
- Ela está aqui, eu senti, ela estava nessa cafeteria! – Com meu olhar apenas Dave entende de quem eu estou falando.
- Você está ficando paranoico John, é impossível que ela esteja aqui!
- Não! Eu senti o perfume dela! Ela estava aqui, eu tenho certeza! – Sinto que meu tom de voz está começando a ficar mais alto e eu estou perdendo o controle.
- John, acalme-se! – Ele tenta falar um pouco mais firme pois sabe o que está acontecendo – John esqueça ela, ela foi embora e sua vida já está toda acertada, esqueça ela como eu garanto que ela te esqueceu.
- Eu já esqueci, ok? Eu só sinto raiva toda vez que penso nela, é só isso.
- Se você pensa nela, significa que você não a esqueceu.
- Chega! Não vamos mais tocar nesse assunto. Vamos voltar, temos muito trabalho.
- Tá bom, você é quem manda.
Quando voltamos ao escritório, eu percebo que tenho que focar no trabalho para parar de pensar naquele assunto da cafeteria, e é isso que eu faço.
Dave entra na sala e me entrega umas pastas.
- Esses projetos precisam de...
Sem perceber, me deparo pensando naquele assunto da cafeteria, mas Dave me tira de meus pensamentos.
- Hein? O que você disse?
- Estava pensando nela, não é?
- Não vou negar, estava. Não consigo parar de pensar naquilo. Eu não sei, ás vezes, algo dentro de mim quer que ela volte e outra parte tenta esquecê-la a todo custo – Sinto minha cabeça explodir a cada palavra que falo.
- Você ainda a ama? – Dave me questiona com um olhar preocupado, acho que ele sabe o problema que seria se a resposta fosse sim
- Eu não sei, não sei nem se ela ainda existe.
- Olha se você ficou nesse estado por causa que acha que ela estava na cafeteria, significa que você ainda tem algo ai dentro. Olha, mas não vamos ficar nessa deprê, certo? Olha esses projetos, precisam de vestuário, já sabe o que fazer.
- Certo, eu acho que ir até o Jack vai me ajudar bastante... – Acho que sinto um pouco de ironia na minha voz.
...
Jack Wintour, dono e editor-chefe de uma das revistas de moda mais famosas do mundo, a Wintour. Como somos amigos há anos, fizemos uma parceria: ele nos “empresta” seus designers de moda para desenhar as roupas dos projetos e ainda nos disponibiliza roupas de edições passadas da revista e nós lhe damos uma porcentagem dos lucros.
Vou direto a sala dele, já que ele está a minha espera.
- John, meu querido! – Ele vem até mim de braços abertos.
- Jack, como vai?
- Caminhando. Alguns dias bons, outros melhores ainda! – Ele dá uma gargalhada e eu retribuo com um sorriso.
- Em que posso ajudá-lo, meu caro?
- Preciso de seus designers para esses cinco projetos aqui.
- Certo, aliás, falando em designer, eu contratei uma recentemente. Meu amigo, que mãos ela tem para o desenho e sem falar no seu senso de moda. Maravilhosa!
- Olha, preciso realmente investir em um Designer, o mercado está pedindo muito um e eu só estou enrolando para contratar.
- Veja bem: se você quiser eu posso lhe indicar vários.
- Ótimo! Cuidaremos disso depois.
Enquanto conversávamos, alguém abriu a porta, e como não falou nada, acho que se comunicou por gestos.
- Claro, pode entrar, não sei o que está procurando, mas como eu suspeito, os livros-chaves estão na estante da esquerda. – Já que veio até aqui, vou lhe entregar o trabalho de desenhar os manequins dos projetos do senhor John, venha até aqui vou lhe apresentá-lo.
Esperei até a pessoa estar bem próxima a mim para me levantar e cumprimentá-la. Quando me levantei e finalmente olhei para conhecê-la, percebi que não era uma pessoa qualquer, eu a conhecia, a conhecia bem até demais. Senti meu coração acelerar ao vê-la, ao sentir seu perfume novamente, a apreciar sua beleza novamente. Apesar de perceber minha palidez ao vê-la, resolvi fingir que não a conhecia, simplesmente fingir que eu nunca a tinha visto
- Olá, John, John Nolan. – estava lutando para manter minha voz firme.
- Prazer, Anna Swan.
Ao ouvir sua voz senti minhas pernas perderem a firmeza.
Autor(a): duda_bbarbosa
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