Fanfic: __Casos proibidos__ | Tema: RBD & HOT

Caso 9. __ Aquela menina. (9/9)

   Treze meses, treze longos meses foi o tempo que estive esperando pelo julgamento. Sentado no banco dos réus pela primeira vez na minha vida, via amigos e vizinhos olhando para mim intrigados. O que será que pensavam?

   Ouvi os testemunhos de Blanca e Fernando. Ambos falavam da aflição de ter a filha tirada de casa e encontrada marcada por estupro. Não consegui olhar para cara de meus vizinhos, então ouvi aguentando o que de fato era meu por direito.

   O investigador Chávez também testemunho contra mim. Acusou-me de manipular os fatos ao meu favor. Expos a história como se eu fosse uma pessoa perigosa. Penso que realmente era. Quem em sã consciência sequestra uma garota e aproveita de sua inocência como eu fiz? Exatamente... ninguém.   

   O juiz chamou a última testemunha. Dulce. Ouvir seu nome foi como uma faca que atravessasse meu ser. Não ousei olha-la. Fiquei feliz quando o juiz anunciava seu nome como ênfase no “estudante de direito”.

− Srta. Dulce... – Começou o promotor depois que a mesma jurou dizer somente a verdade. – Conte-nos o que aconteceu nos quatro dias que esteve sobre o poder do Sr. Uckermann.

− Bom, estava fugindo de casa com meu namorado da época Rodrigo Montes Claros.

− E porque não fugiu? O que a impediu? – Pressionava o promotor vendo a timidez dela.

− Lembro que alguém me segurou próximo a cerca e tudo ficou escuro, quando acordei já estava num quarto presa a cama.

− Vejam pessoas, nossa vitima foi levada contra a sua vontade. – Levante meus olhos para o promotor Luís André Vivar, lembro como adorava seu jeito sensacionalista nos casos que defendia. Não era o caso hoje. – Dulce, sei que é difícil relembram aqueles momentos mais precisamos saber. O que aconteceu depois?

− Eu... eu entendi o que aconteci quando o Sr. U veio falar comigo. Pensei o pior dele, porém no primeiro dia ele apenas cuidou de mim.

− Continue... e no segundo dia... data do primeiro contato sexual. Como foi? Não tenha vergonha minha jovem. 

− Ainda continuava presa na cama... Sr. U me alimentou de manhã e ficou fora o dia todo.

− Certamente para despistar o investigador do caso e seus familiares que tinham um grande apresso pelo réu aqui presente. Mas diga o que aconteceu quando ele voltou.

− Brigamos...

   A cena se passava novamente por minha mente. Os detalhes dado por ela eram tão precisos que só aumentou o nojo que sentia de mim mesmo. Percebi que chorava quando uma lágrima tocou minha mão.   

− Não chora Sr. U. – Com aquelas simples palavras, nossos olhos se encontraram pela primeira vez em meses. Dulce também chorava, mas tinha calor em seus olhos. Enxuguei os meus e voltei a abaixar minha cabeça. Dulce continuou seu depoimento. – ...pode parecer horrível de se ouvir, mas eu quis mais que tudo estar nos braços do Sr. U no terceiro dia. Nos amamos muito. Eu estava solta, poderia fugir, mas fiquei com ele.

− Se realmente foi bom para você Dulce, por que o Sr. Uckermann se entregou no quarto dia?

− Eu queria pensar. Queria minha casa, minha família. Eu nunca entregaria o Sr. U a justiça...ele se entregou sem pedir minha opinião. Eu o amo.

   Ousei a olhava mais uma vez. Dulce sorria fraco para mim naquele momento. Ouvia-se entre os presentes um grande murmúrio que fez o juiz pedir silêncio ao tribunal.

− Onde já se viu isso Meritíssimo, é uma criança... como pode saber o que é amor. Isso é um assombro pra mim.

− Sr. Meritíssimo... – Alfonso chamou a atenção para ele, parecendo vitorioso pela primeira vez em meses. − Dulce completou 18 anos, não estamos falando de uma criança e sim de uma mulher perante a sociedade. Conhecemos na história vários casais que tem rituais diversificados quando o assunto é intimidade. Logo, concluo que ambos estão cientes dos motivos que levaram a viver a situação que os trás nesse tribunal. Fora que sem a acusação de nossa Dulce, o ato do meu cliente pode ser definido como proteção. Isso sem contar que treze meses detento e com seu nome difamado pela mídia já foi castigo suficiente para o Sr. Uckermann.

[...]

   Estar em casa depois de mais de um ano fora parecia um sonho distante. Sabrina deixara tudo em ordem e limpo para me receber. Conheci seu bebê. Saber que sempre houve gente torcendo por mim fez com que eu me sentisse melhor por estar em casa.

   Depois de um banho quente cai no sono no sofá mesmo, perto do que dormi na temporada que estive preso, meu sofá era um sonho. Acordei com o som da minha campainha. Era tarde demais para receber visitas, mas acabei abrindo a porta sem ver pela câmera quem estava tocando.

− Sr. U. – Uma Dulce chorosa voou para meus braços. Tê-la ali depois de tanto tempo, aquele cheiro, aquele corpo, fez com que lágrimas viessem até meus olhos. Nos beijamos loucamente, esquecendo de tudo, do mundo.

   Afastei seu rosto e completei cada detalhe seu.

− O que faz aqui Dulce?

− Vi que passamos tempo demais separados. O mundo sem você também não tem graça Christopher.

− E essas malas? – Disse reparando então nas malas junto a porta.

− Meus pais não aceitaram nosso romance. Tentei de mil jeitos tirar a queixa, mas eles não deixavam... por isso que continuei te acusando, para dizer a verdade na frente do juiz. Alfonso me orientou... fez o que precisávamos para ganhar tempo e eu completar 18 anos.

− Alfonso... tinha que ser. Deveria ter imaginado.

− Bom... o problema é que agora eu não tenho para onde ir, meus pais me colocaram na rua. Mas... – Me olhou com um olhar bem sapeca. – ... acho que seria perfeito morarmos juntos, namorar, casar...

[...]

   Acredito que nem todas as escolhas erradas nos levam para o pior caminho. Tive que perder tudo o que conquistei para conseguir a mulher da minha vida, aquela menina. Hoje olhando para minha doce Felippa a brincar no jardim de casa, penso que faria tudo novamente só para descobrir a felicidade.

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Sim, um final feliz...

Escrevi esse caso hoje... e resolvi postá-lo. 

o que acharam? Me sai bem em um final feliz...

ou em meu rotineiros banho de lágrimas e sangue?