Fanfic: Down In The Dark | Tema: The Used
Prólogo:
“O amor platônico comumente entende-se por ser aquele amor no qual, em primeiro plano, não se encontra a cobiça sexual, mas antes, uma atração espiritual.”
Não existe alguém no mundo que nunca tenha tido o seu amor platônico, seja por artista, professor, amigo, pai de amigos, vizinho, desconhecido... e até mesmo inimigo. Isso faz parte da infância, maturidade, e principalmente, adolescência. Amor platônico por artistas é o mais comum deles, e esse sim, pode levar a pessoa ao mais extremo da loucura. Cada fatalidade que acontece com seu “amor” é como se um punhal entrasse no seu peito. Cada mínima mudança que acontece com ele é sentida pelo “apaixonado” como se fosse um vício... uma dependência.
Bert McCracken é um homem de 25 anos completamente obcecado pelo já falecido cantor e guitarrista da banda grunge Nirvana, Kurt Cobain. Kurt era casado com Courtney Love. Não é preciso mencionar o quanto Bert ficou arrasado e deprimido com esse fato. Kurt e Courtney tiveram uma filha chamada Frances, uma linda menina que não teve a chance de crescer e conviver com o pai que foi morto no porão de sua casa vítima de um confuso e até hoje não explicado suicídio no dia 4 de abril de 1994, vindo a ser encontrado no dia 8. Essa morte fez com que essa obsessão e espírito de possessão de Bert crescesse cada dia mais o levando a um estado incontrolável do mais puro esquizofrênismo.
Essa estória envolve drogas, sexo, violência, fantasmas, ilusões e a prova de que nem a morte separa o verdadeiro amor.
Capítulo I:
(notícias)
(8 de abril de 1994)
Luto no mundo da música:
O cantor, guitarrista e fundador do Nirvana foi encontrado morto esta manhã no porão de sua mansão com a cabeça estourada por um tiro. Há muitas suspeitas de suicídio pois uma boa quantidade de heroína e uma carta foram encontrados junto ao corpo, mais informações logo após a autópsia.
(Alguns dias depois)
Foram liberados os resultados da autópsia juntamente com a carta de despedida de Kurt Cobain e conclui-se que ele havia ingerido uma boa quantidade de heroína e se automutilado com um tiro na boca no dia 04 deste mês, 4 dias antes de ser encontrado. Familiares, amigos e fãs participaram do enterro e prestaram homenagens ao cantor que certamente deixou a vida para entrar na história (como diria Getúlio Vargas) juntamente com o Nirvana. “Morra jovem e seja um cadáver atraente.” Era o que ele costumava dizer. Interpretando a frase, seria como aproveitar a vida e morrer feliz. E foi o que ele fez. Sua esposa Courtney Love leu a carta diante dos fãs. Na carta Kurt demonstrou o mesmo pessimismo que era demonstrado durante suas entrevistas como na conhecida frase: “Se meus olhos mostrassem a minha alma, todos, ao me verem sorrir, chorariam comigo.”
Onde ele exprimi o seu desespero pela vida. Aqui, a carta de despedida:
“Falando como um simbólico experiente que obviamente preferiria ser um afeminado, infantil e chorão. Este bilhete deve ser fácil de entender. Todas as advertências dadas nas aulas de punk rock ao longo dos anos, desde minha primeira introdução a, digamos assim, ética envolvendo independência e o abraçar de sua comunidade, provaram ser verdadeiras. Há muitos anos eu não venho sentindo a excitação ao ouvir ou fazer música, bem como ao ler ou escrever. Minha culpa por isso é indescritível em palavras. Por exemplo, quando estou atrás do palco, as luzes se apagam e o ruído ensandecido da multidão começa, nada me afeta do jeito que afetava Freddie Mercury, que costumava amar, se deliciar com o amor e adoração da multidão – o que é uma coisa que totalmente admiro e invejo. O fato é que não consigo enganar vocês, nenhum de vocês. Simplesmente não é justo para vocês e para mim. O pior crime que posso imaginar seria enganar as pessoas sendo falso e fingindo que estou me divertindo 100 por cento. Às vezes acho que eu deveria acionar um despertador antes de entrar no palco. Tentei tudo que está em meus poderes para gostar disso (e eu gosto, Deus, acreditem-me, eu gosto, mas não o suficiente.) Me agrada o fato de que eu e nós atingimos e divertimos uma porção de gente. Devo ser um daqueles narcisistas que só dão valor as coisas quando elas vão. Eu sou sensível demais. Preciso ficar um pouco dormente para ter de volta o entusiasmo que tinha quando criança. Em nossas últimas três turnês, tive um reconhecimento por parte de todas as pessoas que conheci pessoalmente e dos fãs de nossa música, mas eu ainda não consigo superar a frustação, a culpa e a empatia que tenho por todos. Existe o bom em todos nós e acho que eu simplesmente amo as pessoas demais, tanto que chego a me sentir mal. O triste, sensível, insatisfeito, pisciano, pequeno homem de Jesus. Por que você simplesmente não aproveita? Eu não sei! Tenho uma esposa que é uma deusa, que transpira ambição e empatia e uma filha que me lembra demais de como eu costumava ser, cheio de amor e alegria, beijando todo mundo que encontra porque todo mundo é bom e não vai fazer mal a ela. Isso me aterroriza a ponto de eu mal conseguir funcionar. Mal posso suportar a ideia de Frances se tornando o triste, autodestrutivo e mórbido roqueiro que virei. Eu tive muito, muito mesmo, e sou grato por isso, mas desde os sete anos de idade passei a ter ódio de todos os humanos em geral. Apenas porque parece muito fácil se relacionar e ter empatia. Apenas porque eu amo e sinto demais por todas as pessoas, eu acho. Obrigado do fundo de meu nauseado estômago queimando por suas cartas e sua preocupação ao longo dos anos. Eu sou mesmo um bebê errático e triste! Não tenho mais a paixão, então lembrem, é melhor queimar do que se apagar aos poucos. Paz, Amor, Empatia.
Kurt Cobain
Frances e Courtney, estarei em seu altar. Por favor, vá em frente, Courtney, por Frances. Pela vida dela, que vai ser tão mais feliz sem mim. EU TE AMO, EU TE AMO!”
(/notícias)
(Bert’s POV)
- Inacreditável! Não, ele não. Qualquer um menos ELE.
Senti lágrimas tomarem conta do meu rosto encharcando cada mínima parte das minhas bochechas, meu coração acelerou violentamente, senti minhas pernas estremecerem. Eu queria que o chão se abrisse abaixo de mim fazendo com que eu caísse no inferno e me junta-se a ele. Já fazia semanas dessa notícia mas eu ainda não acreditava.
Eu só sabia gritar e chorar, meus olhos começaram a doer e meus punhos já sangravam pelas batidas na parede.
- NÃO! POR FAVOR, NÃO. É MENTIRA! TEM QUE SER MENTIRA. ELE NÃO... POR FAVOR... NÃO. – Eu gritava quase rasgando a garganta.
Meus gritos saiam entre soluços. Minhas cordas vocais foram cansando juntamente com meu corpo. Meus olhos pesavam e minha cabeça girava.
- O meu amor... Meu Kurt. – Sussurrei, fraco, antes de tudo escurecer e minhas pernas tombarem.
(/Bert’s POV)
Autor(a): justalitllebit
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