Fanfic: Tempestade de Verão | Tema: Romance
E se você descobrisse que no fim tudo era uma mentira? Um ilusão? Se as coisas fugissem do controle? Você teria forças pra seguir em frente ou se entregaria? Faria sentido continuar? Tantas incertezas... Doce vida, será tão doce assim?
Domingo a tarde, muito tédio e pouca vontade de fazer algo. Louise me ligou e me convidou para ir correr no parque. Quem em sã consciência tem vontade de correr no parque num domingo a tarde com vento gelado? Louise, óbvio. Minha louca amiga que tá sempre de bom humor e ligada no 220. Invejo tanta energia. Na verdade não invejo não, aceito na boa ser a amiga sedentária que vive lendo nos cantos por aí. Minha mãe sempre diz: Helena, seja como a Lou, viva intensamente. Céus, parece que minha mãe não me conhece realmente.
Sempre fui a garota exemplo. Boas notas, aluna e filha exemplar, orgulho do pais. Nunca fiz nada de errado. E quando eu digo nunca, é nunca mesmo. 19 anos e nenhum porre. Primeiro lugar no vestibular. Terceiro semestre da faculdade de letras. Muitos livros na lista de lidos e mais milhões na lista dos que ainda quero ler. Nunca namorei, se for parar pra contar acho que nem 8 meninos beijei na vida ainda. Não que isso me envergonhe, sempre achei que a vida segue o caminho que tem que tomar e a gente é o que tem que ser. Não adianta eu fingir que sou uma baladeira que beija várias bocas por aí, porque eu realmente não sirvo pra isso.
Desde que comecei a faculdade divido apartamento com a Louise, minha amiga de infância, sempre unha e carne. Não lembro de algum acontecimento na minha vida que a Louise não esteja presente... Bem dizem que os opostos se atraem (isso até no sentido amizade). Eu e Lou somos o inverso uma da outra. Ela realmente é a garota mais legal do mundo. Além de estar sempre de bom humor, faz mil e uma coisas, tá sempre disposta a tudo e não se abala com nada. Frágil é uma palavra que não existe no vocabulário dela, se algo de ruim acontece ela simplesmente define como mais um pequeno obstáculo que ela enfrentou durante o dia. Problema pra ela só dura um dia, no outro dia já é hora de esquecer e seguir em frente.
Fazia cerca de meia hora que Louise tinha saído de casa super animada dizendo que ia correr, antes me incomodou uns bons 40 minutos tentando me convencer a ir com ela, não deu certo. Mas com certeza ela não aceitaria um não tão fácil, por isso tinha que tentar mais uma vez, mesmo que por telefone. E eu, cansada de ser incomodada, aceitei.
Não que eu saiba correr. Nem que eu tenha tênis e roupa apropriados pra isso. Mas ela tem, sempre tem. E a desculpa de que não serve em mim não dá, além de termos o mesmo corpo usamos o mesmo numero de calçado.
O parque que ela sempre corre fica cerca de 10 minutos do nosso prédio, mas eu consegui levar 20 minutos pra chegar e já cheguei morrendo, como diabos ela queria que eu ainda fosse correr?
- Hey preguiçosa – uma Louise toda suada me encontrou, já no pique e um sorriso enorme na cara – vamos gastar as calorias da torta de limão de hoje de manhã?
- Não sei não Lou, tenho o pressentimento que vou acabar com uma perna quebrada, você sabe que não sirvo pra essas coisas.
- Para de ser exagerada Helena Hadlich, é só uma corridinha no parque, quem sabe talvez tu pega uma corzinha nessa pele branca, você tá sempre parecendo doente.
- Nossa, que gentil, você me animou bastante agora amiga – dei uma risada, e comecei a correr devagar. Óbvio que devagar não serve pra ela, saiu disparado na minha frente rindo, mas eu já estava ultrapassando meu limite de pessoa sedentária, uma corrida leve tava mais do que bom pra mim.
Corri (caminhei) um bom tempo, Louise dava voltas por mim sem se preocupar em tentar que eu a acompanhasse, ela sabia que isso era impossível. Eu mais admirava o parque em si do que realmente me exercitava, aquele lugar sempre me encantava, árvores enormes, flores coloridas e uma pequena lagoa no meio do parque, a qual as crianças sempre estavam ao redor jogando pão para os patos que ali ficavam. Eu gostava desse ambiente família, com gente feliz. Coisas tão simples faziam toda diferença, ver os pais cuidando dos filhos, sorrindo e brincando era delicioso de se admirar.
Autor(a): nanapazinatto
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