Fanfic: I Wish You Were Here. - Laliter. | Tema: Laliter ♥

#17

Maratona 04/04.

Na manhã seguinte, durante o café da manhã, Lali notou que o leite havia acabado e não conseguia comer cereal sem ele. Resolveu ir até a padaria para comprar. Ainda tinha tempo até fazer tudo isso e depois ir para o trabalho, então saiu debaixo do sol fraco da manhã e caminhou até a padaria que ficava a duas quadras dali. Com as mãos nos bolsos do casaco, ela caminhava com os olhos quase fechados devido ao vento gelado que vinha de encontro com sua face. Quando chegava perto da esquina de sua rua, um carro diminuiu a velocidade ao seu lado e ela assustou-se.

- Bom dia. – Peter cumprimentou-a com a voz rouca que a vez estremecer.

- Bom dia. – respondeu baixo.

- Aonde vai? – ele perguntou.

- À padaria. – respondeu no mesmo tom.

- Entra, eu te dou uma carona, está frio aí fora. – ele convidou-a.

Ficou receosa, mas seu coração implorava para estar perto dele. Peter parou com o carro e destravou as portas. Dulce deu a volta e entrou no veículo, sentando devagar e colocando as mãos em cima do colo. Não sabia o que falar. Eram como dois desconhecidos.

Peter assim que saiu de carro, reconheceu a silhueta de Lali no final da rua e foi imediatamente atrás dela, arrumando um pretexto para puxar assunto. Uma briga entre os dois há meses atrás, gerara consequências ao ponto de ambos agirem como se nem se conhecessem. Toda aquela confiança precisava ser reconquistada, de ambas as partes. Ambos disseram bobagens, e Peter se arrependera de todas elas assim que a raiva passou. Era muito orgulhoso e seu ego masculino tira sido ferido pelas palavras dela, isso fez com que falasse muitas besteiras. Lembrou-se do tapa que ela quis lhe dar assim que cuspiu todas aquelas palavras, acusando-a. Quando aconteceu, sentiu o ódio tomar conta de si. Nunca havia tomado um tapa na cara, e jamais imaginou que pudesse acontecer justo dela. Por sorte, conseguira segurar-lhe a tempo de sentir a mão de Lali estalando contra sua bochecha.

Chegou em frente à padaria, e ela saiu imediatamente do carro, deu a volta e olhou-o.

- Obrigada, Peter. – agradeceu.

- Por nada, Lali. – ele respondeu – Posso te levar de volta pra casa. Deve estar morrendo de fome e é melhor que chegue mais rápido, além do mais, ainda está bastante frio.

- Não precisa se incomodar, você ainda tem que trabalhar. Posso voltar sozinha. – negou a carona, mesmo morrendo de vontade de estar mais um pouco com ele.

- Faço questão. Não é trabalho nenhum pra mim. Vá e compre o que precisa, te espero aqui. – ele disse dando a atender que não aceitava ser contrariado.

Ela assentiu com a cabeça e entrou na padaria, pegou o que queria e ficou esperando o troco. A manhã começara bem, pois estar ao lado de Peter, nem que fosse por dois minutos e sentir o perfume tão masculino dele, dava uma dimensão de sua presença, mesmo que ainda não tivesse retornado à sua vida. Após comprar o leite, ela saiu da padaria e o carro dele ainda estava parado ali à sua espera. Deu a volta no carro e entrou, sendo mais uma vez arrebatada pelo perfume dele.

Peter voltou a dirigir, dando a volta no quarteirão e chegando até a rua deles, parando em frente à casa dela.

- Está entregue. Bom dia, Lali. – cumprimentou-a novamente.

- Obrigada mais uma vez pela carona, Peter. – respondeu.

- Não precisa agradecer.

- Bom trabalho. – desviou o olhar para o chão.

- Pra você também. – ele deu um singelo sorriso e saiu com o carro.

Mesmo sendo pequeno, aquele sorriso provocou nos lábios dela, um sorriso bem maior. Pela primeira vez depois da terrível discussão, ele sorrira para ela. Mesmo sendo de maneira simples, ainda era um sorriso. Voltou para casa e tomou seu café da manhã, ainda sentindo o perfume dele e com a imagem daquele sorriso.

Uma semana depois, Lali não vira Peter novamente. A pequena felicidade que sentira no dia da carona, havia ido embora e mais uma vez, as dúvidas a assolavam. O dia amanhecera muito chuvoso e como tinha medo de dirigir na chuva, ela preferiu pegar um táxi para ir ao trabalho. Passou a manhã toda atarefada e durante o trabalho, uma cliente pagara o livro com dinheiro inteiro e como estavam sem troco no caixa, ela pegou o dinheiro da própria bolsa para dar a cliente.

No final do expediente, Lali conferiu o caixa e entregou todo o dinheiro para seu funcionário de confiança, Philipe, depositar. Sempre fazia isso às sextas-feiras. Após trancar a livraria, ela voltou para o seu escritório no segundo andar e resolveu terminar de conferir alguns papéis de livros que haviam chegado naquela semana. Ao ver que passava das sete da noite, ela juntou suas coisas e resolveu ligar para a cooperativa de táxi, para que um viesse buscá-la na porta de sua livraria, já que a chuva estava muito forte para ela sair pela rua atrás de um táxi.

Abriu a carteira para pegar o cartão com o número do táxi e arregalou os olhos lembrando-se de uma coisa. Havia mandado todo o dinheiro para Philipe depositar, sem lembrar-se de pegar o dinheiro no caixa após ter dado o troco à cliente. Como iria embora? Não podia passar a noite inteira ali e nem ao menos deixar para pagar o táxi pegando o dinheiro em casa. Não tinha ido ao banco e todo o dinheiro que tinha estava na carteira. Começou a ficar desesperada e sem ter noção do que fazer. A chuva a amedrontava e logo começaria a sentir fome. Foi nesse momento que lhe ocorreu uma ideia que seria sua salvação, mas que lhe dava muito receio. Só havia um modo de sair dali, de carona. E só havia uma pessoa a quem pedir: Peter.

Pegou o celular na bolsa, tentando criar coragem para ligar para ele. Tinha que rezar para que o número do telefone dele não tivesse mudado. Discou e demorou em apertar a tecla de início de chamada. Quando o fez, o toque começou e suas mãos começaram a suar de nervoso. Ela balançava as pernas na cadeira, e finalmente ouviu aquela voz da qual não esqueceria nunca.

- Alô?

- Alô! Peter... – ela disse sem conseguir dizer mais nada.

- Lali? – ele perguntou demonstrando espanto – O que houve?

- Desculpa te incomodar, desculpa mesmo... – foi o modo que encontrou para começar a falar – Mas eu preciso de uma carona pra voltar pra casa, estou na livraria.

- Eu te busco! – ele imediatamente se prontificou.

- Obrigada, Peter. Eu te explico porque fiquei presa aqui.

- Não tem problema, já estou chegando!

Continua.... #18. - Segunda-Feira.