Fanfic: Acasos. — Mini web. [FINALIZADA] | Tema: Portiñon. DyC.

Dulce mexia a carne moída na panela, o macarrão já estava pronto e escorrido na pia. Estava compenetrada na tarefa, o seu estômago estava roendo loucamente, tinha passado algumas horas á mais de trabalho na fazenda, porém, uma cerca tinha quebrado e era preciso repor antes que o gado tivesse a brilhante ideia de fugir. O único peão que trabalhava na fazenda, era idoso e não dava conta de tantos serviços, então, era obrigação de Dulce ajuda-lo, já que a renda não permitia a contratação de outro ajudante.

O dinheiro extraído da fazenda era o suficiente para suprir suas necessidades e pagar as coisas. Tinha o necessário e sentia-se feliz por isso.

Não imaginava a sua vida longe de tudo isso.

Apoiou a colher de pau na panela da carne e caminhou até a pia, escorando-se nela. Pegou a sua garrafa de cerveja e deu um gole. Hoje era o dia do baile de formatura. Muitos achavam que esse era um encerramento, mas não, era uma iniciação para as obrigações e novos rumos. Infelizmente, a vida obrigou que Dulce adquirisse responsabilidade cedo demais, desde a fugida de sua mãe – que até hoje, não se tinha notícia – á dois anos atrás.

Dulce não tinha pretensão em fazer faculdade. A única ambição que tinha em sua vida era que a fazenda prosperasse.

Estava perdida em pensamentos, entre um e outro gole de cerveja quando escutou uma batida em sua porta. Estranhou. Geralmente, não recebia visita e principalmente nesse horário. Talvez, fosse o João – peão da fazenda que morava em uma pequena casinha próximo ao rio, mas que era também propriedade sua.

O casarão que residia era pequeno... Apenas tinha uma sala com uma cozinha agregada, dois quartos e um banheiro. Era bem simplório, não era dada ao luxo. Os móveis eram poucos e apenas os essenciais. Mas para Dulce que morava sozinha, estava de bom tamanho.

Caminhou até a porta. O seu cabelo castanho-escuro estavam soltos e molhados, batiam em sua cintura e molhava um pouco a sua regata branca. O tempo em San Antonio era quente, muito quente, por isto, estava de short jeans e chinelos.

Abriu a porta despreocupadamente, a garrafa de cerveja quase encontrou o chão, se não tivesse segurado com força. Os seus olhos castanho-claros se arregalaram em evidente surpresa e sua garganta ficou seca. Percebeu também que o seu corpo tremia e buscou um pouco de controle, não queria aparenta histeria. Ela nunca a procurava e não queria assustá-la com o seu descontrole.

— Anahí? — perguntou o óbvio. Na sua frente, estava Anahí com o vestido do baile de formatura, o cabelo preso em um coque elegante e o rosto todo borrado de maquiagem por conta das lágrimas abundantes. A preocupação pesou o peito de Dulce. — O que aconteceu?

Porém, a única resposta foi um grasnido alto que saiu da garganta de Anahí e para a sua surpresa, a mesma correu para os seus braços e a abraçou como se a vida dependesse daquele contato e a única atitude sensata foi acalentá-la em seus braços...