Fanfic: Mundos Opostos | Tema: AyA

Hoje faz exatamente 16 anos que acordei naquele hospital e fiquei sabendo da grande tragédia que tinha acontecido com meus pais. Ainda lembro-me daquele terrível dia que recebi a noticia que estava sozinha no mundo, ali, naquele momento eu pensei que nada mais de ruim poderia acontecer, mas eu estava completamente enganada, após aquele maldito dia de merda, tudo de pior que eu poderia pensar aconteceu comigo. Não sei como eu ainda conseguir seguir enfrente, mas graça a uma freira muito boa e especial que é a Maria que minha vida teve sentido, quando eles me levaram pra o Orfanato eu quase nem acreditava naquilo, eu estava sozinha no mundo, as pessoas que eu mais amava simplesmente não existia mais, e eu não queria viver, eu me perguntava por que não me levaram junto com eles, por que me deixaram sozinha e sem ninguém no mundo. Mas era apenas perguntas que naquele momento eu não tinha respostas, mas hoje eu compreendo que cada pessoa tem seu destino, e o meu era seguir enfrente. 

A Dra. Luciana foi muito legal comigo, ela nem me conhecia e mesmo assim me ajudou. Meus pais trabalhavam em uma empresa, mas eu era muito pequena e não sabia onde era essa empresa, mas a Dra. Entrou em contato com os vizinhos e descobriram onde era a empresa e foi lá conversar com o dono da empresa, mas ele nem se sensibilizou com a morte de meus pais e nem comigo que estava órfã de mãe e de pai, ele simplesmente deu seus pêsames e disse que não podia fazer nada a respeito. Infelizmente não tinha nenhum parente que reivindicasse os meus direitos e simplesmente ficou por isso mesmo. 

Uma semana depois que sair do Hospital eu estava perdida e não sabia como seria minha vida dali pra frente, mas a Dra. Me acompanhou até o orfanato e conversou com as feiras explicando minha situação e como ela mesma tinha entrado em contato com o concelho tutelar, eles me encaminharam pra o orfanato Raio de Luz e foi lá que conheci a Maria que me acolheu como uma mãe, ela e a Dra. Luciana me ajudava como podia, a Dra. Sempre ia me visitar, ela até tentou me adotar, mas infelizmente o seu pedido foi recusado por que ela não era casada e não teria tempo suficiente pra poder cuidar de uma criança e ainda mais uma criança que tinha um grande trauma. Mesmo assim ela sempre esteve do meu lado e me ajudado como podia, sempre me comprava roupas, me presenteava com livros e brinquedos, não era a mesma coisa que meus pais fazia comigo, mas eu nunca reclamei, mas a falta que eu sentia dos meus pais era enorme. Uma saudade que dói muito, e tinha dias que eu não queria fazer nada, nem comer e nem brincar com nenhuma das outras crianças que também morava ali no orfanato.

6 Anos depois Eu já era uma pré adolescente, e foi nessa fase da minha vida que senti mais falta dos meus pais, a Dra. Luciana era pra mim como se fosse uma madrinha, ela me apoiava em tudo que podia e sempre que ela podia me levava pra passear com a permissão de Maria. 

Quando eu fiz meus 15 anos o único desejo meu era que meus pais estivessem comigo e que eu pudesse abraça-los e beija-los e dizer o quanto eu sentia a falta deles e amavam eles demais. Mas esse era o único desejo que eu não podia pedir, por que eu sabia que não seria realizado nunca. Dra. Luciana com a ajuda de outras enfermeiras e médicos conseguiram fazer uma festa surpresa pra mim, e foi tudo lindo, com direito a vestido de debutante e tudo mais, foi lindo, e eu no fundo sabia que meus pais estavam olhando pra mim e me protegendo de onde eles estivessem. 

Com meus 16 anos eu conheci a Carol, ela foi transferida de orfanato e veio viver justamente no orfanato onde eu morava, nós duas fizemos uma grande amizade, era como se conhecemos desde pequenas, tínhamos uma amizade bonita, estávamos estudados no mesmo colégio e ajudava a Maria e as outras a cuidar das crianças pequenas que vivia no orfanato.