Fanfic: Contrato de Casamento-Ponny/Adaptada | Tema: AyA

Anahi entrou no escritório de Alfonso e se deparou com uma cena que a fez derrubar os papéis que trazia em mãos. Instantaneamente, sentiu as lágrimas acumularem em seus olhos e um aperto no peito massacrou seu coração. Tinha sido uma tola. Jamais deveria ter aberto seu coração com Alfonso, nunca deveria ter dito que cultivava um sentimento por ele, que sentia algo nunca sentido antes. Por que agora ele estava ali, agarrado com outra, pouco se importando com seus sentimentos, com o amor que ela poderia dar a ele, mas que Alfonso não sabia, ou não podia, retribuir.

Ela sabia que por mais que fossem casados, Herrera não tinha obrigação nenhuma de corresponder qualquer sentimento que ela viesse a sentir por ele. Mas, custaria muito, pelo menos, respeitar e ser mais discreto para não magoá-la?

-Eu te odeio, Alfonso - gritou ainda dentro do escritório dele, fazendo o empresário sobressaltar e direcionar seu olhar a ela.

Alfonso Herrera estava visivelmente surpreso com Anahi parada em sua frente. Desvencilhou-se da bela morena sentada em seu colo, trajando apenas sutiã e sua saia social erguida até a altura da barriga.

-Anahi... - mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, a loura já saía disparada, com as mãos no rosto e aos prantos.

Ele vestiu sua camisa social e saiu do escritório as pressas, ainda abotoando o traje. A alcançou no meio do caminho e segurou seu braço com força.

-Vamos conversar - ele disse a virando para si.

Mas ela nada respondeu. Soltou-se brutalmente de suas mãos e desferiu um tapa em seu rosto.

-Não me procure nunca mais, Alfonso Herrera. Entendeu? Nun-ca mais!

Ela disparou novamente pelos corredores da Suice's Chocolate Brasil. Alfonso ainda tentou agarrá-la mas fora em vão.

Droga! E voltou furioso para sua sala, dispensou a morena que ainda estava seminua, ajeitou seu terno e saiu apressado, mais uma vez, deixando todos os presentes confusos e com os olhares curiosos sobre o que havia acontecido há tão pouquíssimo tempo.

Furioso seguiu até o estacionamente da empresa. Otávio, seu motorista, viu quando ele se aproximava a passos rápidos e pôs-se a ir em sua direção, pronto a atender alguma necessidade do patrão.

Mas antes que Otávio pudesse chegar até ele, Alfonso levantou a mão direita, sinalizando que não precisaria de seus serviços. Abriu a porta com um puxão abrupto, entrou sentando-se pesadamente no banco, como se descarregasse toda sua raiva e bateu a porta fortemente, descontando ali mesmo toda sua aflição. Girou a ignição e saiu apressadamente com o carro, deixando Otávio totalmente surpreso.

Alfonso sabia exatamente para onde seguir. Depois que Anahi o vira quase transando com outra mulher em seu próprio escritório, ele não teria dúvidas: ela estaria na casa deles, preparando as malas para ir embora e ainda iria querer o divórcio.

Não posso permitir isso. Eu a amo, porra! Como eu a amo.

Chegou em casa, mal estacionara o carro e já estava correndo para dentro. Entrou e subiu as escadas desesperadamente. Preciso me explicar. Abriu a porta do quarto deles e lá estava ela, como previsto, arrumando suas coisas.

Quando percebeu sua presença ali, ela enxugou as lágrimas, tentando não demonstrar que estava abalada com o que vira minutos atrás.

Daniel se aproximou cauteloso, sem saber como começar a se explicar.

-Anahi... - começou ele, mas fora interrompido. Ela se virou bruscamente para ele, os olhos vermelhos e a face em uma expressão de raiva e dor.

-Nem perca seu tempo, senhor Herrera - seu tom era de desdém - Não tem que me explicar nada.

-Mas eu quero. Só me...

-Não, Alfonso. Você é um homem livre. Foda com quem você quiser!

-Que porra, Anahi! - ele gritou e ela se assustou - Eu estava com raiva! Você pediu o divórcio e depois te vi beijando aquele imbecil do Paul! O que queria que eu fizesse?

Ela respirou fundo antes de responder.

-Não irei discutir com você. Só me deixe ir embora.

-Você não vai há lugar nenhum, é minha esposa.

-Sua esposa de mentira, num casamento de mentira.

-E nosso sexo, foi de mentira pra você? 

-Aquilo foi um erro - ela voltou-se as malas - Nunca deveria ter acontecido. Quando estiver com a herança em mãos me ligue e eu assino o divórcio.

Alfonso a agarrou pelo braço novamente, a fazendo olhar para ele. Ela se assustou com a atitude mas não revidou. Seus corpos ficaram próximos e um podia sentir o hálito do outro.

-Não quero que vá e não é para manter nenhuma aparência. É por que eu te amo.

Ela o olhou, surpresa.

-E eu sei que me ama também - finalizou olhando seus lábios

-Você não sabe de nada, Alfonso. Não tire conclusões precipitadas.

-Não negue, Anahi. Eu vejo isso em seus olhos. Eu senti isso nos seus beijos e na noite em que fizemos amor. Estou sentindo isso agora, e se não me ama porque se importa se eu estava com outra ou não? Eu sei que me ama, admita.

-Está enganado - ela rebateu sentindo seu coração palpitar em uma vontade imensa de tomar aqueles lábios e beijá-los loucamente.

Ele segurou seus braços com força e a jogou na cama. Começou a desabotoar a camisa, olhando ela, um sentimento de amor e ódio crescendo dentro dele. Amor, pelo sentimento que sentia ali. Queria tê-la, amá-la, fazê-la feliz, dar-lhe prazer. Queria deixar aquele casamento de fachada de lado e fazer dela definitivamente sua esposa. Ódio por ter vê-la beijando outro homem, por ter sido um imbecil todo aquele tempo, por não ter se declarado antes a ela.

-Então prove - declarou - Resista aos meus beijos, ao meu toque e carícias. Resista e eu te deixo em paz.

-Alfonso... - mas ela foi calada quando ele se deitou por cima dela a beijando com ferocidade.

E Anahi sequer lutou. Agarrou seus cabelos curtos e o trouxe mais para si, aprofundando o beijo. Sim, ela o amava, o queria a todo o momento, de qualquer forma, de todos os jeitos.

Anahi a amava tanto quanto ela, mas que só naquele momento teve coragem de dizer. Só após se deparar que poderia perdê-la resolveu expor seus sentimentos.

Seus corpos se tocavam e eram uma confusão de sentimentos. Desesperadamente um precisava do outro e demonstravam isso em seus beijos intensos, em suas respirações ofegantes, na afobação no desejo de um possuir o outro. Sentiam o coração palpitar em anseio de fazer daquele momento o mais eterno possível, queriam parar o tempo para viverem aquele instante o resto da vida.

Se despiram e mais uma vez consumaram o casamento, quebrando o contrato que haviam firmado.