Fanfic: Contrato de Casamento-Ponny/Adaptada | Tema: AyA

—Encantado, senhora Portilla — ele diz segurando sua mão e a beijando com respeito — Agora já sei por que Anahi é tão linda. Vem de sangue — elogia, alternando o olhar entre Eva e Sebastián.

    De fato os pais de Anahi eram de uma beleza de chamar a atenção. Sebastián era um homem de quase cinquenta anos, mas conservado. Seus olhos eram de um azul intenso e profundo, que chamavam a atenção mesmo visto de longe; cabelos curtos e negros, queixo quadrado e sem barba. Era alto e magro, e de certa forma elegante. Eva era uma mulher graciosa, de cabelos alourados e em corte chanel, olhos castanhos claros e o rosto meio triangular. Seu sorriso era acolhedor e mesmo aos 47 anos conservava-se jovem, não tendo sobrepeso ou sinais de envelhecimento. Anahi e Eva poderiam facilmente ser confundidas como irmãs.

    —Espero receber esse mesmo elogio — uma segunda voz masculina soa atrás dele e Alfonso se vira para encarar os olhos verde claro de Eduardo, que tem um sorriso amigável e irônico nos lábios.

    Antes que ele responda alguma coisa Anahi corre até ele e o abraça.

    —Senti saudades, pirralha — Eduardo diz, apertando-a forte contra seu peito e após bagunçar seus cabelos.

    —Eu também, Dudu — diz cessando o abraço e afagando seus cabelos. Ela o analisa de cima em baixo e arqueia a sobrancelha — Tá deixando o cabelo crescer?

    As madeixas de Eduardo é de um tom louro escuro e quando compridos se formam cachos. Seus fios estavam em um volume médio, e seus caracóis já eram bem notáveis.

    —Cecília gosta — ele dá de ombros e beija sua bochecha.

    —Quem é Cecília? — questiona

    —Alguém com quem estou saindo.

    —Diz logo que tá dormindo com ela — a voz de Isabela se faz presente e todos arregalam os olhos.

    Assim como os irmãos, Isabela tem os cabelos amarelos, mas não escuros como os de Eduardo, mas como os de Anahi. Seus olhos eram parecidos com o de Sebastián, mas numa tonalidade menos intensa.

    Eduardo e Anahi a advertem em uníssono e segundos depois estão rindo, menos Alfonso, que ainda está desconfortável com a presença de todos.

    Anahi corre abraçar a irmã caçula que começa lhe questionar sobre tudo e não para de falar por um minuto.

    —Isabela, calma — Anahi interfere — Vamos respirar e fazer as apresentações.

    Sorri e se vira para Alfonso, que ficara quieto desde que falou com Sebástian.

    —Daniel, meus irmãos Eduardo e Isabela — ela apresenta um ao outro.

    Seu noivo cumprimenta a irmã mais nova com um abraço e um beijo no rosto e não contém um pequeno riso quando ela diz “So do céu, onde achou esse homem lindo? E além de tudo dono de uma fábrica de chocolates. Encontrou o caminho para o Éden Celestial?”

    Isabela não dá atenção as advertências dos pais sobre seu comentário e ri.

    Alfonso e Eduardo trocam aperto de mãos e “Muito prazer”.

    Finalmente Anahi encara o pai, ainda cabisbaixa. Respira fundo e mesmo hesitante o abraça.

    —Senti sua falta — ela ouve sua voz forte soar.

    E de alguma forma ela acreditou em suas palavras. Havia sinceridade nelas.

    —Eu também — apenas diz e cessa o abraço.

    Olha para todos e suspira.

    —Vamos entrar. — convida e todos entram e se acomodam no sofá.

    Eva e Sebástian sentam um próximo ao outro, com Isabela logo ao lado. No outro sofá, Eduardo e Alfonso, o que não sobra espaço para Anahi, que se prontifica em buscar uma cadeira, mas Alfonso a interrompe, levantando-se e dando lugar a ela. Anahi agradece e se acomoda e Alfonso senta no braço do sofá, logo a seu lado, curva um pouco o corpo e joga seus braços a sua volta.

    Por uns vinte minutos eles conversam, Anahi conta como fora sua vida nos últimos meses e um pouco de como se “envolveu” com Alfonso. Após ouvir inúmeras reclamações do irmão e da mãe por ela ter sumido por quatro meses e não ter dado notícias, eles mudam de assunto e Alfonso e Sebastián falam um pouco sobre negócios, mas não tocam no assunto sobre a falência da ConstruPortilla, até aquele momento.

    —Sophia me disse que que estão passando por dificuldades financeiras.-diz Alfonson

Sebastián acena brevemente e entrelaça as mãos. 

-Sim. Graça à Eduardo e Isabela não estamos passando fome. -ele diz sinceramente e olha para os filhos que estão sorrindo fracamente-Eu fiz o que pude pra noa salvar, mas tudo em vão. 

-Arranjou até um casamento pra Anahi-Isabela interfere-Devo dizer que nem eu, mamãe e Eduardo sabíamos que ela se casaria pelo dinheiro? -adiciona. 

A tensão na sala se faz presente e Alfonso se remexe no sofá. Ficou imaginando o que eles pensariam se soubessem que ela continuaria a se casar pelo dinheiro,  ainda estava pensando em salvar a família, a única diferença é que ela não precisaria cumprir seu papel de esposa.

-Não queria preocupar vocês-se defende Sebastián tentando manter a voz calma. 

-Só ficamos sabendo da falência quando Anahi largou o Paul no altar. -Isabela continua como se o assunto não incomodasse ninguém.-Mas não passaríamos por nada disso se não fossem as apostas.

-Já chega,  Isa-Anahi pede e a irmã da de ombros. 

Sebastián pensa em rebater e justificar, de alguma modo, as apostas em cavalos que levara a família à beira da ruína.  Mas o olhar que sua filha do meio lhe lançou, soube no exato momento que não deveriam falar sobre nada daquilo. Afinal, era seu jantar de noivado. Resolveu calar-se por respeito à Anahi e Alfonso. Não queria estragar a noite com assuntos desagradáveis. 

Por fim, ela os convida para jantarem e todos se sentam à mesa.  O funcionário do buffet os serve e a conversa continua entre eles.  Dessa vez Alfonso troca mais palavras com Eva Portilla e ouve dela desejos de felicidade para o casamento. Ele conta um pouco sobre sua família e do falecimento dos pais, quando Eduardo lhe questiona sobre eles,  por não estarem presentes.

-Anahi?-Isabela a chama e a irmã lhe dá total atenção-você está grávida? - dispara de repente. 

Simultaneamente Eduardo espirra todo o vinho de sua boca, Alfonso se engasga com um pedaço de peixe,  Eva deixar os talheres cair sobre a mesa a Sebastián encara filha e genro com a colher no meio do caminho. 

Anahi arregala os olhos diante da pergunta indiscreta da irmã e ajuda Alfonso a se desengasgar sorvendo água em seu corpo e batendo em suas costas levemente.  Após perguntar se ele estava bem e receber uma resposta positiva,  volta sua atenção à irmã:

-Não, Isabela! De onde tirou essa maluquice?

-Nada, é que se conhecem há tão pouco e já vão se casar assim,  do dia pra noite. Normalmente isso acontece quando a mulher está grávida. Ainda mais que você sabe como papai é totalmente conservador e tradicional. 

-Eu posso garantir que ela não está grávida-Alfonso se recupera e limpa os lábios molhados. 

Sebastián ainda os encara, talvez aturdido com a notícia de que a filha esteja grávida e por isso preste a se casar.  De fato, ele é um homem de costume tradicionais e conservado, Eva tinha sido sua primeira mulher,  em todos os aspectos, e ele a respeitava ao máximo. Seu único defeito era mesmo o vício em Jogos e nunca lhe agradou a imoralidade sexual, nem tinham se reservado para seus companheiros, e isso não o incomoda, desde que não tivesse conhecimentos das aventuras sexuais deles. Porém se, de fato, Anahi estivesse grávida,  e mesmo que Alfonso assumisse ela e o filho, para ele seria inaceitável e, talvez, a conveniência como o genro e com a filha se tornaria pesada.

-Seria legal se estivesse-Isabela da de ombros e volta a comer. 

-Mas eu não estou-assegura Anahi e olha o pai, tentando convence-lo de que ela não engravidou fora do casamento- Nos amamos e por isso vamos nos casar- ela diz e acaricia a mão de Alfonso, procurando que ele confirme o que acabara de dizer.

-Não se preocupe, senhora Portilla. Sou um homem de palavras e honrando, garanto a vocês que ela não está grávida.  O único motivo por qual estamos nos casando é o amor. 

Sebastian apenas acena,  ainda com a cara enrugada. Como que para salvá-los da tensão do momento, a companhia soa e, ainda atordoada, Anahi se levanta e atende a porta. 

-Chunhada-Ucker grita e a abraça, o que a deixa ainda mais sem jeito. Ela retribui o abraço vagarosamente enquanto vê Alfonso se aproximar, após pedir licença para se levantar da mesa. 

-Está atrasado, Ucker-diz ao irmão. 

-E você sabe muito bem por que-sorri maliciosamente e Alfonso revira os olhos. 

Anahi pigarreia e segura no braço do cunhado o levando até a mesa.

-Gente,  esse é Ucker, irmão do Alfonso. Ucker, esse são meus pais Eva e Sebastian,  e meus irmãos Isabela e Eduardo- ela faz as apresentações e enquanto o Ucker cumprimenta a todos ela põe um segundo lugar à mesa, frente a sua irmã e ao lado de Alfonso. 

Ela percebe quanto Ucker e Isabela trocam olhares. Ela mira Alfonso,  que também parece ter percebido.

- Por favor, não se meta com ela-Alfonso cochicha em seu ouvido disfarçadamente. 

-Você sabe muito bem como eu gosto de me meter na vida das mulheres-sussurra de volta ainda com seus olhos azuis cravados na caçula dos Portilla.

Alfonso suspira e resolve não dizer mais nada. Não por enquanto. O lugar e a ocasião não são propícios. Mas pararia Ucker antes mesmo que ele começase com seus jogos de sedução. A última coisa que ele queria era que a irmã da Anahi se envolvesse com seu irmão, mulherengo e cretino. Ele sabia que Isabela sairia magoada com Ucker, e, sabendo de como Sebastian era tradicional e conservador,  conflitos entre eles e a família dos Portilla era iminente, coisa que Alfonso não queria que acontecesse.

O jantar continuou e a conversa entre eles fluiu naturalmente. De primeira Alfonso se simpatizou muito com Eva, que era graciosa, calma e compreensiva.  Isabela continuava a tagarelar bobagens que vez ou outra os faziam rir.  Eduardo era mais quieto e reservado e sua conversa era mais com Anahi. Mas Alfonso não deixou de notar seu olhar possessivo em cima de Ucker. Com certeza ele também perceberá a indiscrição de ambos. Rezava que Sebastián não tivesse percebido. 

-Vão querer sobremesa? -Anahi pergunta após o jantar e todos confirmam.

Está preste a perdi ao funcionário do buffet que traga os doces, quando sua campainha tocou novamente.  Sem entender ela mira Alfonso, esperando que ele disesse que chamou outra pessoa,  mas seu olhar denúncia que ele está confuso quanto ela.

Relutante anda até a porta e abre para encarar um jovem de olhos verdes, cabelos louro escuro quase castanho, barba rala e porte atlético. Ele está sorrindo de lado e corre seus olhos por ela

-Você está linda Anahi.

No mesmo instante ela o empurra para fora, indo junto. O encosta contra a parede, sussurrando. 

-O que está fazendo aqui Paul?