Fanfic: Contrato de Casamento-Ponny/Adaptada | Tema: AyA

—Agradecemos o seu desejo. Agora pode ir embora — diz com os dentes cerrados.

Paul não se abala à intimidação do outro e continua a encará-lo.

—Achei que vocês fossem mais educados com as visitas que recebem. — resmunga com um falso desapontamento.

—Tudo bem, Paul. Entre! — Anahi diz e ele abre um largo sorriso de satisfação.

Em contrapartida recebe um olhar furioso de Alfonso, que entra novamente pisando firme e deixando os dois sozinhos no lado de fora.

Anahi bufa e o metralha com seus olhos verdes, vira-se bruscamente e também entra. Ao passar pela porta, pela terceira vez respira fundo tentando controlar sua raiva. Paul iria infernizar sua vida até quando?

Os olhos de todos se estalam quando divisam Paul entrar logo atrás.

—Olá — cumprimenta tão naturalmente como se sua presença fosse esperada.

Os presentes estão surpresos com a visita repentina dele e Anahi sente todos aqueles pares de olhos em cima dela, como se esperassem uma explicação de sua parte.

—Paul está um pouco... muito atrasado. — sua voz treme enquanto ela fala. Se vira para ele e tenta por um sorriso no rosto — Mas fico feliz que tenha vindo e esteja superando o acontecido.

—Dizem que o tempo é o remédio para tudo, não é? — diz com um riso convencido nos lábios.

Anahi se segura para não bufar e força outro sorriso, querendo disfarçar seu desagrado em tê-lo ali. Acomoda-o na mesa, arrumando outra cadeira, que teve que emprestar do vizinho ao lado.

Enquanto isso, Paul cumprimenta os familiares dela e ignora todas as vezes que Alfonso bufa impaciente e de quando ele cochicha algo com seu irmão. Mais para irritar do que por educação, ele se apresenta à Ucker, que parece também não simpatizar com ele. O que não importa muito à Paul.

—O jantar já foi servido. — Anahi diz a ele — Tudo bem se comer somente a sobremesa?

—Claro — ele assente e Anahi pede para que a sobremesa seja servida. — Aliás, me desculpem pelo atraso, estava em um canteiro de obras que estou acompanhando. A arquiteta solicitou uma reunião fora de hora. Tem um rosto bonito, mas fala demais — comenta tentando se enturmar.

Anahi olha para Alfonso que está com um semblante enrugado. Sua mão tenta alcançar a dele para tentar acalmá-lo, mas ele se esquiva bruscamente e toma um pouco da sua água, sem encará-la.

Culpa-se por ter permitido que Paul ficasse. De início era para mostrar a ele como o seu noivado ia de vento em polpa, talvez fingir algumas carícias com Alfonso e fazer ciúmes a ele, elogiando seu noivo, ou mentir dizendo coisas que ele já fez a ela e Paul não. Ponderou que se seu ex percebesse que era inútil ele continuar a procurá-la, pararia de atormentar sua vida.

Mas pelo jeito seu plano surtiu efeito contrário e Alfonso havia ficado irritado. Por que ela não sabia. Seria compreensível se eles fossem noivos de verdade, mas não eram. Tentou pôr-se no lugar dele imaginando se ela ficaria do mesmo jeito se caso a tal Belinda aparecesse ali.

Enquanto divaga por seus pensamentos, a sobremesa é servida e Paul interage com seus familiares. Ela só volta a realidade quando Eduardo joga o caroço de alguma coisa nela e emiti um psiu.

Ela encontra os seus olhos que estão aturdidos.

—Que ele faz aqui? — sussurra.

Anahi vira as palmas para cima e levanta os ombros. Vê o irmão suspirar e balançar a cabeça negativamente.

—Como está indo a empresa, Paul? — Anahi ouve seu pai puxar assunto.

—Estão ótimos, senhor Portilla. Inclusive acabamos de iniciar uma obra na empresa do querido Alfonso Herrera — ele diz e encara Herrera que continua com a expressão fechada.

Os dois se olham, mas Alfonso continua sem dizer nada. Novamente Anahi tenta se aproximar, e outra vez ele se desvia. Continua comendo sua sobremesa, uma deliciosa salada de frutas, e em silêncio. Todos percebem que ele não está confortável com a preseça de Paul.

—Isso é ótimo — Sebastián continua —Acredito que para uma obra numa empresa tão importante como a do Alfonso, seja seu próprio pai o engenheiro responsável. Se eu bem conheço aquele velho Guimarães.

—Na verdade, eu que fiquei responsável pela obra da Suice's.

No mesmo instante sente os olhares de Anahi e Paulsobre ele. Os de Paul queimam de raiva, mesmo que ele não saiba explicar por que; e os de Anahi, de surpresa. Se Paul era o engenheiro responsável pelas obras da Suice isso significaria que ele estaria mais tempo por perto.

—É uma grande responsabilidade. — Sebastián apenas diz.

—Então,pra quando é que vocês marcaram a data do casamento? — Eva desvia o assunto.

—Ainda não marcamos. Iremos ao cartório amanhã, não é querido? — pela terceira vez ela tenta acariciar a mão dele, mas Alfonso continua a recusar seu toque.

—Sim. Marcaremos para o mais breve possível — sua voz é meio seca.

—Já estou até imaginando como a cerimônia será magnífica — Isabela diz sonhando acordada e Eduardo lhe cutuca as costelas rindo em seguida.

Eles tem uma breve discussão bem humorada até Sophia se pronunciar.

—Será uma cerimônia simples. Nada muito extravagante.

—Aah, So! — ela lamenta — Achei que seria melhor que o seu casamento com o Pa... — Isabela se cala abruptamente quando percebe o que ia falando.

Anahi pigarreia e olha Paul que está com seus olhos baixos, talvez lembrando do momento que foi abandonado no altar, na frente de metade da cidade.

—Enfim, você planejou um casamento que você queria adiar, por que não pode planejar um que vai se casar com o homem da sua vida? — ela continua dando de ombros.

Uma pequena tensão cresce na sala e Paul se remexe no seu lugar. Alfonso tem um singelo sorriso nos lábios, talvez satisfeito pela tensão nos punhos do ex dela. Ele não entende o porquê dessa rivalidade com Paul. Na verdade deveria estar sentindo pena do pobre coitado. Alfonso não imagina, e nem quer imaginar, como deve ser a sensação de ser abandonado no altar. Mas por algum motivo ele se sente vitorioso em apenas ver o desconforto de Paul Wesley ante as palavras de Isabela.

—Mas eu quero uma cerimônia simples, Isa — reforça Sophia.

Ela não queria dizer na frente de Paul que ela planejara seu majestoso casamento com ele apenas por ter um pretexto para adiar a data o quanto fosse possível. Já seu casamento de conveniência com Herrera seria simples porque ela não queria dar gastos desnecessários com um casamento que não duraria um ano. E também por que o casamento dos sonhos dela seria com o homem por quem realmente estivesse apaixonada.

—Tá bom. O casamento é seu, faça como quiser. —Isabela diz levantando as mãos em sinal de rendição.

Anahi suspira e o silêncio se faz presente outra vez. Subitamente ela sente o calor de uma mão tocando as suas. Ela olha Alfonso que tem um pequeno sorriso nos lábios. Ela sorri de volta e não se esquiva de seu toque.