Fanfic: Contrato de Casamento-Ponny/Adaptada | Tema: AyA

Os olhos verdes de Perla reluziram brilhantes no reflexo do vidro da janela logo a sua frente. A voz de Alfonso, meio sussurrada, meio rouca, chega até seus ouvidos e as palavras dele se repetem constantemente em sua cabeça.

Eu me referi a você.

Eles continuam a se olharem através de seus reflexos. A mão macia dele toca sua cintura, mas ela parece não perceber. anahi limpa a garganta e desvia seus olhos dos dele.

—Vou buscar o kit de primeiros socorros — sussurra e sai sem olhar para trás.

Alfonso  inspira fundo e se senta no sofá, observando a bagunça que causara no apartamento dela. Garrafas vazias e estilhaçadas pelo chão, o líquido dos etílicos manchando o piso e o tapete no centro do cômodo, a estante de portas de vidros que caíra com o impacto de seu corpo contra o móvel. A louça do jantar jogada por baixo da mesa e esparramada entre a sala e a cozinha. Bagunça total. E tudo por uma imbecilidade sem significado nenhum, mas que foi o suficiente para tirá-lo do sério.

Pensou em por que raios se importou tanto com a provocação de Paul Não sabia ao certo se ele agira dessa forma por Anahi, já que Wesley estava a importunando; ou por ele mesmo, já que também estava sendo importunado. De toda e qualquer forma não deveria ter agido tão violentamente, nem sequer se importado. Mas se importou e agora o resultado se espalhava pelo apartamento de Anahi. Sem contar seu olho roxo e o machucado que causou nela.

Idiota, pensou.

Anahi  se aproximou sem que ele percebesse e já retirava algodão e soro fisiológico. Embebedou o algodão no líquido.

—Posso? — perguntou com as mãos no meio do caminho. Alfonso assente e ela termina o percurso dando leves batidas no ferimento — É só pra limpar, pra que não infeccione ou algo do tipo — diz enquanto continua a limpá-lo.

Alfonso está atento a suas mãos e quase que sem perceber seus olhos se desviam para os lábios dela, que agora estão um pouco inchados por conta da cotovelada que recebeu.

—Eduardo vivia chegando em casa com o olho roxo. Minha mãe sempre colocava um pedaço de bife pra amenizar. — ao ouvi-la ele a olha com um sorriso pequeno. Definitivamente ele não queria ter um pedaço de carne na sua cara — Não sei se funciona realmente, mas se quiser tentar...

—Não precisa, de verdade. Só quero saber o que acontecerá com isso — outra vez ele leva seu polegar até o lábio inferior machucado. —Eu te machuquei e estou tão... me sinto culpado.

Anahi  abre um pequeno sorriso. Ela sabe que Alfonso não teria coragem de agredi-la intencionalmente. De repente a imagem dele agredindo Paul vem à sua mente, misturada a irritação e raiva que ele sentiu quando seu ex apareceu ali, no seu apartamento; o modo como ele ficou aborrecido até mesmo com ela por ter aceitado que o ex-noivo entrasse e ficasse. Queria entender o que levou Herrera a brigar com Wesley por causa dela. Talvez ele fosse cavalheiro o suficiente para defendê-la dos insultos de Paul; ou talvez Alfonso estivesse irritado porque de fato não tinha simpatizado com ele.

—Está tudo bem. Já disse pra não preocupar — diz olhando fixamente para o polegar dele em sua boca.

—Mas eu me preocupo — ele sussurra.

Anahi engole em seco e o coração dispara.

—O que deu em você pra brigar com Paul daquela maneira? — pergunta finalmente no intuito de sanar sua dúvida.

Alfonso repuxa sua mão e desvia os olhos, as lembranças voltando a todo momento.

—Ele me irritou, apenas isso. Desde que o conheci ele vem te insultando. Só achei que você não deveria ouvir as bobagens que sai pela boca dele. — explica-se, mas a verdade é que talvez parte do motivo seja realmente por isso, mas ele sente que apenas isso não seria suficiente para tirá-lo a paciência e agredir outra pessoa.

Anahi apenas acena e leva as mãos a pequena joia que ganhou a tão pouco do homem a sua frente.

—Você gostou? — Alfonso pergunta, observando-a.

—Oh, sim. Muito. Não deveria ter se incomodado.

—Não foi incomodo nenhum.

—Obrigada, outra vez — suas mãos continuam a afagar o objeto — Não precisava.

—Eu sei — ele diz maneando a cabeça — Mas quando bati os olhos nesse colar eu não comprei na intenção de que você precisava dele. Mas o colar quem precisava de você. Tenho certeza que em pescoço nenhum ele ficaria tão belo quanto no seu.

Alfonso se engasga com a própria saliva e se remexe. Sente as mãos suarem um pouco, a respiração fica irregular e o coração acelerar. Naquele dia Alfonso vinha a elogiando mais do que o costume.

—Obrigada— sussurra. É a única palavra que consegue encontrar.

Seus grandes olhos verdes se levantam para encontrar os de Alfonso, azuis esverdeados. Ela se desvia e dessa vez olha os lábios finos e naturalmente rosados. A barba rala e dourada contorna o rosto quadrado dele. O tórax é largo e a imagem dele sem camisa a atinge com uma bala. Então, os acontecimentos do final de semana vem à sua memória: o beijo que eles trocaram na porta, ele dormindo sem camisa na sala dela, naquele mesmo sofá; ele a surpreendendo no banho. Tudo passa rapidamente diante de seus olhos enquanto ela se inclina para encontrar a boca dele e sentir outro daquele beijo tentador. Ambos mal percebem que um está indo de encontro ao outro,e mesmo quando novamente seus olhos se encontram, eles continuam a se inclinarem uma na direção do outro.

Suas bocas estão a um centímetro de se tocarem e Alfonso até pode sentir a respiração irregular de Anahi contra seu rosto.

De repente o som estridente de um celular tocando quebra o momento e desvia a atenção deles. Anahi se afasta e desvia-se, sentindo o coração pulsar e seu rosto enrubescer.

O celular que toca, Alfonso demora a entender, mas é dele. Retira do bolso e olha para o ecrã.

Chamando

Belinda 

Bufa e revira os olhos. Ignora a ligação e desliga o celular. Ele gosta do sexo com Belibda, mas agora, sua atenção estava em outra pessoa.

Anahi.

—Não vai anteder? Pode ser importante — diz com sua voz baixa.

—Não é importante — afirma e ela acena. —Anahi — ele a chama e seus olhos verdes se chocam com os dele — Vem pra minha casa.