Fanfic: Contrato de Casamento-Ponny/Adaptada | Tema: AyA

Alfonso estava dormindo, mas um cheiro extasiante e adocicado de baunilha invadia suas narinas, fazendo-o despertar aos poucos. Ele conseguia sentir-se suado e os trajes que usava grudar em seu corpo, dando a ele uma sensação de desconforto. Ao mesmo tempo sentia o calor humano e uma respiração quente batia em seu rosto e, inconscientemente, perguntou-se qual seria a origem daquilo.

Abre os olhos vagarosamente quando os primeiros raios de sol batem em seu rosto, adentrando pela janela de vidro com as cortinas abertas. Quando suas pálpebras se levantam definitivamente, seu corpo dá um salto leve ao ver um corpo feminino a seu lado.

Anahi?

Atônito, olha ao redor e se certifica de que não dormira no seu quarto. Lembrou-se vagamente do dia anterior e de como tinha abusado do álcool.

Instantaneamente uma aterrorizante possibilidade passa pela sua cabeça e, com um puxão repentino, descobre seus corpos. Um alívio percorre suas veias quando vê a ela e a si mesmo vestidos; ele ainda com o terno do casamento.

Já mais calmo, deita-se de costas e respira fundo encarando o teto e se perguntando como foi parar ali, no quarto dela, na cama dela, com Anahi dormindo feito um anjo do seu lado.

Sua mente é um borrão e a cabeça lateja por causa de uma ressaca. Ainda assim força-se a lembrar das coisas que aconteceram e que levara a situação presente.

"Quero fazer um brinde de verdade, agora"

Sua própria voz ecoa em sua mente e a imagem de Anahi sorrindo e bebendo uma taça de vinho vagarosamente atinge suas lembranças. Sem perceber, sorri pelo canto da boca e seus olhos se desviam um instante para ela, que continua dormindo serenamente.

"Alfonso!"

Agora a doce voz de Anahi passa por sua cabeça e ele se lembra de pegá-la no colo, enquanto ela lhe dizia para deixá-la no chão, pois estava bêbado e poderia derrubá-la.

Outro sorriso se põe em seus lábios ao recordar-se de subir as escadas segurando-a em seus braços. A imagem de Anahi recostando-se a seu peito passa diante de seus olhos, mas ele não sabe se é sua imaginação fertilizada pelo álcool ou se de fato aconteceu.

Sem dar atenção a isso, continua forçando sua memória ao momento exato de ter chegado ali.

"Não vai a lugar nenhum. Sou homem o suficiente pra te carregar e abrir essa porcaria de porta"

Vestígios de ele batendo o pé contra a porta de seu quarto ainda segurando-a em seus braços retorna a sua memória e uma gargalhada alta escapa ao se lembrar de Anahi caçoando dele.

Rindo sozinho com suas lembranças Anahi se remexe na cama e ele se cala instantaneamente.

Olha-a novamente e ajeita seu corpo para contemplá-la. É a primeira vez que a vê dormir e mesmo com seus cabelos louros embaraçados e os lábios secos, Anahi continua linda. Sorri pelo canto da boca e sua mão alcança alguns fios que caem pelo seu rosto e os tira, jogando-os para o lado.

Observando-a enquanto dorme quase pode sentir seu corpo colidindo contra o dela quando, cambaleante e ainda a carregando, cai sobre a cama macia. A imagem dos lábios finos e dos grandes olhos verdes de Anahi tão próximos dele, seu corpo comprimindo o dela o atingem feito um raio quando suas lembranças se tornam mais nítidas e dai para frente ele não precisa de esforço algum para entender como foi parar ali.

Sua memória olfativa o leva ao momento que o cheiro natural dela, junto com seu perfume tradicional de baunilha, subiu por suas narinas e ele sentiu um misto de êxtase e conforto. A sensação boa que percorreu seu corpo somado ao álcool que o dominava o fez pousar sua cabeça sobre o tórax de Anahi.

Mesmo bêbado no momento, agora ele se amaldiçoa por ter desejado que as mãos pequenas dela bagunçassem seus cabelos e ansiou sentir os finos lábios pressionando contra o topo de sua cabeça. Mas ela se esquivou enquanto ele se ajeitava na cama e caia no sono, cansado e bêbado.

Suspira pesadamente e se levanta, deixando-a sozinha.

***

Anahi acorda e se depara com sua cama vazia. Ela se lembra perfeitamente que Anahi dormiu ali e ao ver o lugar vazio sente uma pequena decepção por ele ter ido embora, sabe-se lá quando. Encara o lugar onde ele esteve na noite passada por um instante antes de se levantar perguntando a si mesma por que raios dormiu na mesma cama que ele.

Após um banho rápido ela desce as escadas sentindo seu estômago roncar. Quando chega à sala de jantar se depara com um Alfonso dentro de um terno preto, sentado no topo da mesa; seus cabelos estão úmidos e ele fala ao telefone celular fazendo movimentos circulares com o indicador na borda da sua xícara com chá.

—...não, eu quero que remarque todos os meus compromissos dessa semana para a próxima. — um pequeno silêncio se faz e ele sente a presença dela ao levantar seus olhos em sua direção.,

Ele lhe dá um pequeno sorriso enquanto ela se senta à mesa posta com um café da manhã farto.

—Tudo bem, esse pode deixar para o próximo mês, eu entendo que o senhor Vasconcelos é um homem ocupado. — ele observa rapidamente Anahi se servindo com suco e quando seus olhares se cruzam ele se desvia e volta a fazer círculos na borda da xícara. — Sim, Anabelle, obrigado e até semana que vem.—Alfonso encerra a ligação e a olha com um breve sorriso. — Bom dia.

—Bom dia — responde após beber seu suco de maracujá — Não vai trabalhar essa semana? — questiona após ouvir sua conversa.

Sorrindo fracamente bebe um pouco de seu chá.

—Não vamos.

Sua declaração a deixa um pouco confusa.

—Não... vamos? — arqueia uma sobrancelha pousando seu copo de suco na mesa.

—Não — ele reforça — Programei uma viagem de "lua-de-mel" para nós — sorri fazendo aspas com os dedos.

Anahi está desconcertada e não sabe o que dizer. Remexe-se em seu assento e continua a preparar um pão integral.

—Hm... isso realmente é necessário?

—Sim. — Alfonso responde prontamente — Primeiro, por que, que casamento seria o nosso sem uma lua-de-mel? E segundo, eu preciso de uns dias de folga.

Ela acena mastigando um pedaço da fatia de pão.

—E pra onde vamos?

—Comprei passagens para um cruzeiro de Santos à Salvador. Passando por Rio de Janeiro e IlhaBela

—Ah — é tudo que consegue dizer. — Parece incrível — diz com pouca animação.

—Anime-se, Anahi — ele a incentiva com um sorriso divertido nos lábios — Tenho certeza que vai adorar a viagem de sete dias.

Ela sorri brevemente e relaxa. A verdade é que, por mais que já esteja acostumada com a farsa do noivado e agora casamento, ainda se sente um pouco receosa com a presença constante de Alfonso, desde o incidente do banheiro em seu apartamento. E depois com o sonho meio erótico que teve com ele.

Anahi não pode negar que Alfonso é um homem extremamente atraente. Sua pele é bronzeada naturalmente pelo sol, a barba que envolve seu rosto é bem aparada e a cada semana varia entre cheia e rala, mas sempre muito bem feita; as sobrancelhas são grossas e seus cabelos alourados sempre estão bem penteados de lado e para trás, e em alguns raros momentos, espetados, deixando-o sexy e sem tirar a postura de homem sério e presidente de uma multinacional. Os músculos abaixo de sua pele é visível mesmo dentro dos seus ternos elegantes e de marca. E Anahi já reparou como eles saltam quando Alfonso está aflito ou tenso.

O que a deixa atônita e confusa é por que tem toda essa admiração por ele. Já viveu o suficiente para conhecer homens tão bonitos como Alfonso. Paul é um exemplo vivo. De porte atlético, também tem seus músculos espalhados pelo corpo; os olhos verdes fazem contraste à pele branca e aos cabelos quase castanhos; o rosto é triangular e raramente exibe barba, mesmo que rala; e as sobrancelhas são finas e bem feitas.

Então, por que todo esse carisma por Alfonso? Por que esse medo de estar perto dele e sentir a corrente de energia que percorre de ponta a ponta o seu corpo?

—Anahi? — a voz dele a puxa de volta a realidade e só então percebe que está a encarar seu rosto bonito.

Herrera está sorrindo de uma forma divertida. Ela volta à realidade, mas não consegue formar uma palavra ou uma frase coerente para lhe dizer.

—Admirando minha beleza? — ele diz e gargalha em seguida a fazendo engasgar com um pedaço de pão que mastigava.

—Não... — ela consegue se recompor — Só estou distraída.

—Bom, então, faça o favor de voltar ao planeta Terra, pois, vamos ainda hoje para Santos. Nosso navio parte às 14 horas. — Alfonso diz com bom humor terminando seu chá.

—Como? — exprime olhando no relógio.

7H30min. da manhã.

—Esteja pronta às onze horas, senhora Herrera — decreta com seu habitual sorriso humorado nos lábios e a deixa sozinha outra vez.

***

O navio a sua frente é de um tamanho estonteante. Os pequenos quadrados das janelas dos quartos são inúmeros e Anahi acha impossível contá-los.

Alfonso se aproxima e põe-se a seu lado, apoiando as malas, que traz por baixo dos braços, no chão.

Ele olha para Anahi que está observando o navio atracado. Seus olhos correm rapidamente pelo corpo dela. Ela traja uma saia longa azul marinho, que balança conforme o vento bate, e uma camisa branca regata, delineando bem seu tronco. Os cabelos estão soltos e ela tenta afastá-los de seu rosto por conta das rajadas de brisa forte batendo contra eles. Seus olhos estão cobertos por um Ray-Ban de lente degradê.

—Vai ficar só olhando? — diz ao pé de seu ouvido e ela se sobressalta.

—Que susto, Alfonso! — exclama enquanto ele ri — Como é grande esse navio. — observa e olha para ele que tem seus olhos grudados ao majestoso transatlântico parado a sua frente.

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Cristiane Rosa// O hot tá próximo amor ♥♥