Fanfic: Contrato de Casamento-Ponny/Adaptada | Tema: AyA

Primeiro que ele não pensava em se casar. Nunca. Relacionamento amoroso não era com ele. A maioria com quem se relacionou buscavam apenas por seu dinheiro; outras eram ciumentas e possessivas demais, houve um caso de amor não correspondido e outro a qual ele saiu ferido, caso este que ele guarda no fundo de sua alma. E isso só o aborrecia e o fazia desistir de querer se relacionar de novo. Pensou nas últimas palavras de Ucker “Você pode escolher qualquer vagabunda interesseira, se casar, pegar a sua parte e chutar ela depois”.

           Talvez não fosse uma má ideia. Ele poderia se casar e quando estivesse com a sua fatia da herança pediria o divórcio.

           —Alfonso, está me ouvindo? – Ucker trouxe de volta a realidade.

           Ele pestanejou, deixando seus pensamentos de lado.

           —Estou.

           —Então me responde, porra!

           —Desculpe, eu não entendi o que me perguntou.

           Ucker bufa. Ele não me ouviu!

           —O que acontece se não cumprirmos o contrato?

           —Perdemos nossa herança. Nossas ações passarão a ser do segundo sócio com mais frações.

          Ucker silenciou-se por alguns minutos. Alfonso estranhou sua calma e o observou apreensivo. Ficou se perguntando o que estaria passando pela cabeça do irmão.

           —Você é a minha salvação, Alfonso! – ele disse de repente, com uma alegria de uma criança em dia de Natal.

***

           —Você perdeu o juízo, Ucker? – Alfonso perguntou cético – Não vou mesmo entrar nesse jogo. Esquece!

           —Ah, qual é, Alfonso?! Não será nenhum sacrifício da sua parte. É simples: você se casa, pega a sua parte; eu não cumpro com os termos do testamento, perco a herança que vão diretamente pra você! A minha ideia é genial.

  —Você é louco, isso sim. Quer dizer que eu terei de me ferrar com essa história de casamento sozinho? Aí eu pego a sua parte, te devolvo e você não fará nada pra merecê-la, enquanto eu terei suportado um casamento? Esquece!

           —Vamos, Alfonso, eu faço o que você quiser!

           Alfonso o encarou. Ucker o admirava com uma cara como a de uma criança que insiste por um brinquedo. Ele pensou nos termos do testamento para Ucker e tentou pôr-se no lugar dele. Casar com uma mulher totalmente desconhecida, sem amor. Ainda mais Ucker que apenas pensava nas festas e no divertimento. Se ele aceitasse aquele acordo o irmão teria de ajudá-lo. Precisaria ser mais responsável com as questões da empresa e tomar a frente do grupo juntamente com ele após, ou até mesmo antes, de receber a herança.

           Desde a morte do pai, Alfonso vinha carregando a empresa nas costas, sozinho, apenas com a ajuda dos sócios. Ele queria o comprometimento de Ucker também.

            —Eu aceito, mas com um acordo. –  e ele lhe disse todas as suas condições.

            ***

            A segunda-feira chegou e Alfonso e Ucker tinham se entendido. Alfonso pôs suas condições à mesa e o irmão aceitou. Seria um preço justo a se pagar.

            Mais um dia rotineiro e massacrante se iniciava na empresa, e naquela segunda ele tinha uma reunião importante com mais dois sócios com as maiores ações para conversarem sobre os currículos para a vaga de secretária. A reunião era apenas para debaterem entre eles quem seria a mais capacitada para o cargo, depois que Alfonso lhes entregava previamente uma cópia dos três melhores currículos que ele considerou aptos ao cargo. Os currículos continham anotações e observações feitas por ele sobre a candidata, assim os demais acionistas teriam uma ideia do perfil profissional da pretendente. A reunião não decidiria nada, já que a última palavra era de Alfonso, mas ele gostava de ouvir outras opiniões para ajudá-lo a decidir o que era melhor para a empresa. Depois de umas duas horas, havia uma decisão unânime.

            Alfonso Herrera caminhou até sua sala rapidamente. Ao entrar, tirou o telefone do gancho e discou o telefone da escolhida ao cargo de secretária.

***

            Anahi saia do banho quando ouviu seu celular tocar. Ela tinha chegado a pouco de mais um dia rodando a cidade e procurando por empregos. Ouviu o celular tocar e correu atender, na esperança de ser chamada para trabalhar em algum lugar no qual tinha deixado o currículo.

            —Alô?!

            —Senhorita Anahi Portilla? É Alfonso Herrera, da Suice`s Chocolate Brasil. Parabéns, a senhorita foi escolhida para ocupar o cargo de secretária.

            E naquele momento ela sentiu as pernas tremerem.

***

            Anahi pestanejou. Eu ouvi direito? Perguntou a si mesma, ainda atordoada com a informação que chegou a seus ouvidos,  o aparelho telefônico colado à orelha. Ela simplesmente não sabia como reagir. Não sabia se gritava de alegria, se chorava de felicidade, ou se agradecia infinitamente o homem do outro lado da linha pela oportunidade que dera a ela. Se pudesse, faria tudo isso ao mesmo tempo.

            Ela ainda mal conseguia acreditar, quando aquela voz masculina ressoou em seus ouvidos, dando continuidade a chamada.

            —Compareça amanhã cedo aqui na empresa munida de documentos e carteira de trabalho. Seu primeiro dia será apenas em conhecer a empresa e o nosso sistema de trabalho, à tarde dará início a seu treinamento para ocupar o cargo de secretária executiva. Venha com roupas formais e não se preocupe com o almoço, nós servimos aqui. Mais uma vez, parabéns, senhorita Portilla.

            —O-obrigada – ela gaguejou um pouco antes de dizer – Eu nem sei como agardecer.

            —Agradeça com sua competência e profissionalismo. Até amanhã, senhorita Portilla.

            Anahi sentia o mundo girar. Estava fora de si, radiante em ter conseguido um bom emprego. Mais feliz ainda por que não precisaria recorrer ao pai e se prostrar em humilhação.