Fanfic: Contrato de Casamento-Ponny/Adaptada | Tema: AyA
Como assim noivos?
Era a única pergunta que martelava na cabeça de Luiz. O homem tinha os cabelos grisalhos, por volta de cinquenta e poucos anos, sendo conservado para a idade que tinha. Os olhos cinza brilhavam em confusão ao ouvir a resposta categórica de Alfonso.
“E minha noiva”
—Noivos? Que surpreendente – ele olhou para Anahi que não lhe dirigia o olhar – Tome cuidado, jovem Herrera, Anahi tem o dom de abandonar o noivo no altar – e olhou Alfonso.
E dessa vez foi ele quem a olhara como se ela fosse de outro mundo. Pegou-se imaginando ela fugindo de uma igreja, dizendo “não”para o noivo. Foi trazido de volta com Luiz dizendo que o abandono no casamento tinha sido noticiado.
—Estava fora do país na época – justificou-se Alfonso – e quem foi que Anahi deixou no altar?
—Meu filho.
Então um clima pesado entre eles surgiu. Anahi recusava-se a olhar para qualquer um deles, Luiz fixava o olhar nela e Alfonso não sabia como agir diante da situação. Então era esse o motivo por qual ela pedira para que ele fingisse ser seu noivo. Mas ainda haviam perguntas que precisavam ser respondidas.
Ele resolveu quebrar a tensão entre eles, tocando levemente a mão de Anahi.
—Eu não sabia disso, mas não acredito que ela fará isso comigo. E encerremos esse assunto aqui, viemos para tratar de negócios.
E Anahi agradeceu mentalmente por Alfonso se esquivar do assunto, deixando-a mais aliviada. Mesmo incomodada com a presença de Luiz ali, ela se concentrou no trabalho e anotava tudo o que podia durante a reunião deles. Para auxiliá-la, ela trouxe um gravador que deixou sobre a mesa, para o caso de deixar passar alguma coisa.
O almoço não demorou a terminar e os negócios foram fechados. Alfonso assinara o contrato e as obras na filial seriam iniciadas na semana próxima.
Alfonso e Anahi entraram na limusine. Ele a olhou e viu-a colocando uma mecha do cabelo louro atrás da orelha enquanto ligava o tablet para fazer algo que ele não sabia o que era. Passou os olhos por ela, observando-a. Era a primeira vez em que ele reparava em Anahi como uma mulher não somente como sua secretária.
Ela vestia uma saia na altura dos joelhos preta, um salto scarpin, os cabelos estavam soltos, uma camiseta social branca um pouco apertada delineava seus seios médios e firmes. Alguns botões estavam abertos e desenhavam discretamente seu decote.
Olhou para frente, tentando não ser tentado por sua beleza.
Fizeram todo percurso até o prédio da empresa em silêncio. Ela mexendo no tablet, verificando sua agenda outra vez, talvez um modo de ter o que fazer e não precisar explicar nada a Alfonso durante o percurso; ele mexendo no celular e fazendo algumas ligações, tentando esquivar da mente as informações que chegaram seu cérebro há pouco.
“Tome cuidado, jovem Herrera, Anahi tem o dom de abandonar o noivo no altar.”
Quando chegaram, o motorista abriu a porta para os dois, e eles subiram até a Presidência ainda em silêncio.
—Senhorita Portilla, em minha sala, por favor – disse Alfonso após chegarem ao andar e antes que Anahi seguisse para sua sala.
Ela emitiu um “Sim, senhor Herrera”, guardou suas coisas e entrou na sala do Presidente, divisando Alfonso sentado frente a sua mesa de vidro, girando de um lado a outro na cadeira.
Ele a convidou para se sentar. Ela o fez.
—Estou esperando, senhorita Portilla, e se ainda quer esse cargo, acho que sua justificativa seja bem, mas bem convincente.
***
Anahi respirou fundo. Ela precisava do emprego. Precisava do dinheiro que vinha daquele cargo caso quisesse continuar levando uma vida sem estar fugindo e passando por apertos. Então, ela iria contar tudo a Alfonso e rezava para que ele fosse compreensível.
Ela contou tudo. Contou sobre a falência da família. Contou sobre o pai vir perdendo gradualmente dinheiro da empresa em jogos e apostas em partidas de jóquei. Apostas altas. Os gastos com roupas, festas e viagens desenfreadas da mãe e da irmã nos últimos anos também contribuiu que aos poucos a família ficasse praticamente sem dinheiro. Mas o ápice foi quando Sebástian, tentando ganhar dinheiro para recuperar o que havia perdido, fez uma aposta em um cavalo numa dessas partidas de jóquei. Ele acreditava piamente que sua sorte mudaria, ele ganharia a aposta e se recuperaria financeiramente. Mas não foi o que aconteceu. Ele perdeu. E para pagar a dívida da aposta vendeu suas ações da ConstruPortilla a preços irrisórios. De 70%, agora a família possuía apenas 5% das ações, e deste lucro eles usavam para pagar as dívidas e sobreviver. O pior de tudo, ela completou, era que a ConstruPortilla mesmo sob nova direção, não lucrava mais como antes. Sebástian conseguiu afundar a empresa enquanto era Presidente. A Construtora perdeu credibilidade com os bancos, devia muito e tinha obras atrasadas. Havia ações na justiça de antigos funcionários por não pagamentos e outros direitos trabalhistas, gerando ainda mais gastos. A empresa vinha afundando aos poucos, e os 5% que a família Porilla ainda possuía já não era o suficiente para que eles se mantivessem.
—Então, o senhor Guimarães, no intuito de transformar as duas empresas em uma só, propôs ao meu pai que Paul e eu nos casássemos. Luiz compraria as ações que pertenceram ao meu pai, devolveria a ele, e os dois se tornariam sócios, cada um tendo 50% das ações, e a empresa deles seria a maior do país no seguimento – Sophia contava – Com o casamento a empresa continuaria no nome das duas famílias, quando eu e Paul tomássemos a frente dos negócios. Mas era um casamento forçado, de negócios, por contrato. Eu não amava Paul, até tentei ter algum afeto por ele, mas tudo o que consegui foi só um carinho de amizade. Eu não o via mais do que isso, um amigo. Eu sei que deveria ter posto fim a esse noivado muito antes, mas eu tinha esperança que Paul percebesse as coisas e ele mesmo terminasse comigo. Mas não foi assim que as coisas aconteceram. No dia da cerimônia eu decidi pôr fim a farsa daquela união e o abandonei. Arrependo-me, por um lado, de ter feito isso frente a todas as pessoas presentes; por outro lado não me arrependo por um segundo de ter desmanchado meu noivado com ele, foi um alívio que eu senti quando o abandonei – e ela finalizou com um suspiro.
Alfonso tinha as mãos unidas e a encarava. Talvez compadecido com a história de Anaho ou surpreso pela ConstruPortilla estar em decadência. Por um segundo ele ficou quieto, pensativo e Anahi quis muito saber no que ele pensava. Ela imaginou que ele estaria cogitando se acreditava nela ou não, afinal, ninguém sabia da falência da ConstruPortilla, não ainda.
—Por que me pediu pra que fingisse ser seu noivo? — ele a questionou, a tirando de seus devaneios.
—Eu considerei que talvez meu pai não viesse atrás de mim. Ele e Luiz são amigos e tinham um contrato. A essas alturas meu pai já deve saber que sou secretária executiva da Suice`s Chocolate Brasil e noiva do presidente do grupo. Tudo o que eu queria era que eles parassem de vir atrás de mim.
Ela suspira.
—Não acha que seu pai irá querer conhecer o seu “noivo”? - ele fez aspas com os dedos – E fará o que quando isso acontecer? Chamar-me novamente? Sem contar que se Luiz espalhar isso de sermos noivos em dois tempos a imprensa estará nos atacando. Percebe a empreitada em que me colocou, senhorita Portilla?
Ela exasperou um suspiro trêmulo.
—Não precisa se prender a essa mentira. Se alguém vier perguntar pode dizer a verdade, ou explicar que terminamos, não sei... Não precisa levar isso adiante.
—Não acho que seja necessário desmentir nada. Até por que eu quero me casar com você, Anahi.
***
Anahi Portilla arregalou os olhos, surpresa com a declaração de seu chefe.
“Até por que eu quero me casar com você, Anahi.”
Oi? Como assim casar comigo?
Ela era um mar de perguntas.
Alfonso sorriu vendo a feição de surpresa de sua funcionária. Mas o que ele tinha em mente não era uma má ideia. Ele precisava se casar para conseguir ter acesso a sua herança; ela precisava de um pretexto para não se casar com Paul Wesley e reerguer a família. Sua ideia era perfeita.
O único risco que ele corria ela era dizer não, mas ponderou ser quase impossível. Sua proposta era irrecusável. Ambos se ajudariam, ambos seriam beneficiados e ela poderia, por fim, parar de se esconder do pai e do ex-noivo.
—Calma, senhorita Portilla, eu posso explicar.
Explique, pensou ela, ainda atordoada com o pedido de casamento.
—Há mais ou menos dois anos meu pai faleceu. E com isso ele deixou tudo o que pertencia a ele para mim e para meu irmão Heitor. O caso é que ele deixou um testamento, e uma das exigências para que eu possa ter acesso a minha parte da herança é que eu me case.
Anahi o olhava, prestando atenção em cada palavra que saia de sua boca. Ela acenou brevemente como se começasse a entender a proposta de casamento repentina por parte de Alfonso.
—Você disse que sua família e a empresa dos Portilla estão em decadência. Bom, se casar comigo eu posso reerguer essa empresa, comprar e devolver a sua família as ações que foram suas. Ao mesmo tempo em que se livrará de uma vez por todas de seu ex-noivo.
—Senhor Herrera... — ela tentou interver, mas foi interrompida.
—Deixe-me terminar de fazer toda a proposta – ele pediu – Bom, o nosso casamento será apenas de fachada. Para todas as pessoas de fora seremos um casal perfeitamente comum, mas somente nós dois saberemos de nosso comum acordo: não consumaremos o casamento. Sequer vamos nos tocar. Não precisaremos cumprir com nossos papéis conjugais. Nenhum deles. Assim que eu tiver a herança em mãos e você ter tirado sua família da falência, eu dou o divórico e cada um segue a sua vida, como se nada tivesse acontecido.
Anahi estava inexpressiva. Apesar de achar a proposta de Alfonso tentadora, ainda assim era um casamento.
—E por que as pessoas devem achar que esse casamento é real? - quis saber
—Por minha parte para não manchar o nome da família Herrera. Não quero nenhum tipo de manchete estampando meu nome dizendo que me casei apenas por dinheiro. É uma questão de honrar meu sobrenome, senhorita Portilla. E é claro que eu me preocupo em preservar o seu nome também. Sem contar que, se esse tal de Paul souber que nosso casamento é uma farsa, ele ainda insistirá com você, estou certo?
Anahi acena brevemente, afirmando. E ele tinha razão. Por alguns instantes ela ficou pensativa. Mesmo que a proposta fosse assustadoramente tentadora, ela ainda precisava pensar. Pensar bem antes de tomar qualquer decisão.
—Senhor Herrera, eu não sei... Preciso pensar.
—Obviamente – ele se recostou a cadeira – Só preciso que me dê uma resposta definitiva neste sábado. Tudo bem?
—Claro. Sábado terá uma resposta, senhor Herrera.
Ela se levantou e saiu da sala da Presidência ainda zonza com tal proposta. Uma proposta muito atraente.
Autor(a): AliceCristina106
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A semana estava passando rápido demais. Mesmo que Anahi tivesse dito a Alfonso que lhe daria uma resposta definitiva no sábado, ela já tinha tomado sua decisão. Iria aceitar o pedido de casamento dele. Era um casamento de fachada, ela poderia continuar normalmente com sua vida, Paul a deixaria, por fim, em paz e ao mesmo tempo ajudaria a fam ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 55
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samira17 Postado em 16/03/2018 - 23:00:19
Continua
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josyllenne Postado em 28/04/2016 - 22:09:56
Cade vc? Continua nao para nao
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Postado em 26/04/2016 - 18:32:11
Nojo viu... ;( ele pode e ela não...vai te catar Alfonso....
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franmarmentini♥ Postado em 26/04/2016 - 17:11:37
Quem e sophia e quem e é perla...estou confusa.....
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franmarmentini♥ Postado em 25/04/2016 - 23:37:23
To com medo de ler...odeio traição... :(
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franmarmentini♥ Postado em 25/04/2016 - 23:36:48
Olaaa :)
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josyllenne Postado em 13/04/2016 - 22:41:30
Alfonso nao presta mesmo so ele que quer se divertir se eu fosse a any botava chifre nele tambem kkk posta mais
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Anamaria ponny_ Postado em 10/04/2016 - 14:24:02
Necessito d+
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Anamaria ponny_ Postado em 10/04/2016 - 14:23:04
Esse Poncho não presta é um safado, espero que mude logo se não a Anahi pode voltar com o Paul. Posta mais <3
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tatianaportilla106 Postado em 10/04/2016 - 00:30:50
Josyllenne: Bem vinda, Continuando <3