Fanfic: Não posso me apaixonar - AyA | Tema: AyA, Anahi e Alfonso, Ponny, Romance, Hot, Los A
Sabia que não podia deixá-la sentir medo, que não podia permitir que o terror dela o impedisse de fazer o que precisava ser feito para tirá-las vivas dali. Mesmo assim, ficou olhando para ela mais do que deveria. O amor que sentia pela filha era tão evidente na expressão do rosto dela que era como se ele já a conhecesse há muito tempo, e não apenas há alguns segundos, no meio do que parecia uma zona de guerra.
— Vou pegar a Summer e vamos engatinhar para fora daqui. Consegue fazer isso?
Ela assentiu e ele agarrou-lhe o braço para ajudá-la a escorregar pela ponta da banheira. Ela tremia, mas dava para perceber que era batalhadora. Depois de ajudá-la a sair da banheira, tirou a máscara de oxigênio e colocou-a sobre o rosto dela, para que seus pulmões pudessem receber um pouco de ar puro. Ela tentou empurrar, tentou colocar a máscara sobre o rosto da filha, mas ele previra esse movimento e balançou a cabeça.
— Você precisa disso primeiro — alertou, em voz alta, para que ela pudesse ouvi-lo através da máscara. — Do contrário, será um peso morto e nenhum de nós sairá daqui vivo.
Então, Anahí puxou a máscara e encaixou-a no rosto. Os olhos dela se arregalaram quando inalou o oxigênio pela primeira vez, e Poncho sabia que tinha de retirar a máscara para que ela pudesse tossir algumas vezes antes de colocá-la de volta, segurando-a suavemente no lugar enquanto ela recebia o que tanto precisava.
Quando ela balançou a cabeça e olhou ansiosamente para a filha, ele tirou a máscara, relutante, e colocou-a sobre a boca e o nariz de Summer. A garotinha se movimentou um pouco e tossiu.
Estavam todos deitados no chão para evitar o calor e ele estava prestes a dizer a Anahí quais seriam os próximos passos do plano de fuga quando o alarme do detector de movimento disparou. Era preciso reprogramá-lo antes que alguém da equipe pudesse ficar preocupado por ele estar machucado. Era tão perigoso quanto o inferno estar naquele apartamento no terceiro andar, e ele não queria mais ninguém de sua equipe ali, a não ser que não houvesse outra opção.
Com a visibilidade quase nula, ele gritou:
— Vamos engatinhar encostados no rodapé da parede para ficarmos abaixo da fumaça e do calor até encontrarmos a porta.
Percorreram vagarosamente o caminho pelo rodapé até encontrarem a porta. Poncho carregava Summer sob o braço esquerdo e observava Anahí com frequência enquanto continuavam o caminho pela sala de estar, que estava milhões de vezes mais quente do que o banheiro. Ele rezava para que ela não desmaiasse com o calor. Por precaução, de vez em quando a ajudava, colocando o braço livre ao redor da cintura dela e puxando-a para a frente. Ela não se afrouxava nos braços dele, o que era uma coisa boa, mas podia sentir o quanto Anahí estava fraca, o quanto estava lutando com todas as forças para permanecer consciente.
Finalmente chegaram até a ponta da mangueira.
— Você está indo muito bem — animou-a. — Tudo o que precisamos fazer é agarrar a mangueira e segui-la até embaixo.
Ele pegou a mão dela e colocou-a sobre a rígida mangueira pressurizada. Ao ter certeza de que ela tinha conseguido, ficou atrás para ajudá-la a empurrar, erguendo-a quando suas pernas se dobravam, a cada metro, ou quando estava tossindo muito para continuar por conta própria.
Estava bastante difícil atravessar o calor e a fumaça, mesmo com seu macacão e seu reservatório de ar, e ele a admirou muito. Ele deveria estar carregando dois pesos mortos para fora daquele prédio, e não só a garotinha. O fato de Anahí se segurar daquele jeito faria a diferença entre a vida e a morte.
— Vire-se — ele disse a ela quando alcançaram a base no topo das escadas. — Vamos descer de costas. E vamos continuar nos movimentando aconteça o que acontecer.
Ele se posicionou atrás dela de novo, descendo os degraus para pegá-la caso ela caísse. A garotinha estava se mexendo nos braços dele e Poncho rezava para que ela não acordasse no meio desse inferno em chamas.
Ouvindo um barulho alto de alguma coisa se abrindo, ele viu parte da parede ao lado da porta da frente que tinha arrebentado cair aos pedaços.
Agarrado a Anahí, ele andou com ela e a filha o mais rápido que pôde, muitos degraus abaixo. Ela abaixou a cabeça e tinha os braços sobre os cabelos, para evitar cair dura feito uma pedra.
— Continue andando! — ele gritou.
Cada segundo que passava enquanto desciam um degrau depois do outro era longo e perigoso. Ele podia sentir o quanto os degraus eram finos e gastos, e sabia que podiam despencar a qualquer momento.
Quando conseguiu ouvir os gritos de sua equipe sobre o som das pequenas explosões que pipocavam ao redor deles, Poncho decidiu que era hora de correr. Ele ficou em pé para descer o mais rápido que pôde, com uma pessoa sob cada braço.
Quase no final da escada, Poncho finalmente conseguiu ver o que tinha impedido seu parceiro de voltar para cima para ajudá-lo com a mangueira. Uma enorme viga do teto caíra sobre o corrimão, deixando toda a área em chamas. A julgar pela água e pela fumaça que saíam, ele imaginou que Eric tivesse se concentrado em apagar aquele fogo antes que queimasse toda a escadaria e deixasse Poncho e as vítimas presos no andar de cima.
De algum modo, precisava passar pela viga, mas ela era muito grande e estava muito quente para atravessar sem colocar Anahí no chão. Que droga! Ele não queria deixá-la ali sozinha, sujeita a qualquer coisa que pudesse acontecer enquanto levasse Summer para fora.
Graças a Deus, nesse exato momento, através da fumaça, ele ouviu uma voz gritando:
— Entregue-as para a gente. — E, momentos depois, Eric e Todd tiravam mãe e filha de seus braços para levá-las a um lugar seguro.
Por incrível que pareça, foi nesse instante que Anahí perdeu a consciência, e os dedos fortes que estiveram agarrados aos braços dele foram ficando frouxos, enquanto Eric a tomava de Poncho.
Quando gritou para Eric — A mãe acabou de desmaiar —, a atenção de Poncho estava tão focada nela que ele esperou tempo demais para se desviar da viga em chamas.
Ouviu um estalido alto um milésimo de segundo antes de um pedaço do teto despencar direto sobre sua testa. Ele caiu no chão com a mesma força que a viga que o atingira. A escuridão tomou conta de seus olhos.
A última coisa que ouviu foi o alarme de movimento de seu cinto disparar.
Autor(a): livros adaptados aya
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(Summer) Anahí Portilla acordou com a filha nos braços. Elas costumavam se enroscar uma na outra, depois de um filme à noite ou se Summer tivesse um pesadelo, porém algo parecia diferente. Não só a cama, mas aquele local coçando na parte de dentro do cotovelo de Anahí, a garganta parecia seca e machucada. ...
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