Fanfic: Não posso me apaixonar - AyA | Tema: AyA, Anahi e Alfonso, Ponny, Romance, Hot, Los A
(Summer)
Anahí Portilla acordou com a filha nos braços. Elas costumavam se enroscar uma na outra, depois de um filme à noite ou se Summer tivesse um pesadelo, porém algo parecia diferente. Não só a cama, mas aquele local coçando na parte de dentro do cotovelo de Anahí, a garganta parecia seca e machucada.
Ela sentiu o cheiro de fumaça no seu cabelo e no cabelo de Summer e torceu o nariz diante do cheiro pesado de fogo que seus poros pareciam exalar.
Ela acordou de verdade com um suspiro profundo, os olhos se abrindo de repente no quarto do hospital. Havia duas camas estreitas colocadas uma ao lado da outra, mas a cama de Summer estava vazia, porque obviamente decidira subir na cama da mãe em algum momento durante a noite.
O fogo.
Ah, meu Deus, o fogo.
Ela quase perdera...
Não. Summer estava bem ali, nos braços dela.
Anahí puxou a filha para mais perto de si e Summer se mexeu para olhá-la.
- Mamãe?
- Oi, meu amor. - As palavras saíram secas e entrecortadas, como se ela tivesse engolido fogo. Na verdade, era o que realmente tinha acontecido. Anahí beijou sua garotinha na testa e na bochecha e continuou com os beijos até lhe dar uma bitoca estalada nos lábios macios. - Como está se sentindo?
Summer se mexeu um pouco. - Tudo bem, mas quero que tirem esse tubo do meu braço; coça muito. - Ela levantou o braço esquerdo e olhou para o braço de Anahí. - Estamos combinando.
Sorrindo através das lágrimas que insistiam em cair, ela concordou.
- Estamos mesmo.
E então levantou quatro dedos.
- Quantos dedos eu estou levantando?
- Seis. - O sorriso sapeca da filha lhe dizia que estava brincando. - Quatro. - Summer ergueu um dedo. - E eu?
- Um - Anahí confirmou, dando um beijinho na ponta do dedo da filha. - Que tal chamarmos a médica para ver se podemos ir embora?
Uma médica de meia-idade entrou assim que Anahí tocou a campainha, claramente satisfeita por vê-las acordadas e passando tão bem. A médica verificou rapidamente os sinais vitais, sorrindo enquanto escrevia no relatório.
- Vocês são bem-vindas para ficarem um pouco mais por aqui se quiserem, mas estou feliz em dizer que, aparentemente, nenhuma das duas apresenta quaisquer dos sérios efeitos colaterais pela inalação prolongada de fumaça, provavelmente porque são jovens e saudáveis.
Anahí olhou para Summer. - Obrigada, mas gostaríamos de ir para casa. - Tarde demais, percebeu que não tinham mais uma casa para onde ir.
A médica lançou-lhe um olhar compreensivo. - Tenho certeza de que gostariam de tomar banho e trocar de roupa. - Antes que Anahí pudesse lembrá-la de que não tinha roupas limpas para usar, a médica entregou uma sacola. - O hospital mantém algumas peças de roupas para pessoas na situação de vocês. Sinto muito pelo que aconteceu, mas estou feliz por estarem tão bem.
As lágrimas ameaçaram cair de novo. Ela estava em uma situação delicada. Como desejava que suas situações delicadas tivessem ficado para trás.
Bem, ela pensou enquanto tentava esconder as lágrimas a todo custo, ela e Summer haviam sobrevivido à primeira situação delicada cinco anos atrás e sobreviveriam a essa também. Puxa vida, já tinham sobrevivido, não tinham? Agora era só mais um detalhe.
E se havia uma coisa com a qual Anahí sabia lidar era com detalhes. Seu trabalho como contadora significava que ela era mestra em reunir os detalhes financeiros geralmente desorganizados da vida de seus clientes e transformá-los em contas e planilhas limpas e bem organizadas. Agora ela simplesmente teria de fazer isso para si mesma.
Ainda bem que era metódica com o backup dos arquivos de seus clientes. Pelo menos estaria bem nesse quesito, até encontrar outro lugar para ficar e estar pronta para voltar ao trabalho.
Antes de saírem, a médica lembrou-as de não abusarem por alguns dias e pediu que voltassem ao hospital caso tivessem algum problema para respirar, crises de tosse ou se sentissem tontura e confusão mental.
Quando ficaram sozinhas novamente, Anahí disse à filha:
- Vou tomar um banho e então você pode entrar e se limpar.
Summer concordou, alcançando o controle remoto e virando seus grandes olhos verdes e pidões para a mãe.
- Posso ver TV?
Apesar de Anahí geralmente ser muito rígida com relação a não assistir à TV durante o dia, ela rapidamente decidiu que não pensar em nada seria uma coisa boa para sua filha neste momento. Ela concordou, bagunçando os cabelos louros de Summer antes de escorregar para fora da cama.
- Só um pouquinho.
- Oba!
Ao dirigir-se para o banheiro onde iria tomar o melhor banho de sua vida, Anahí estava feliz em saber que, até onde conhecia a força de sua filha, parecia que ela ficaria bem.
Entretanto, enquanto estava embaixo da ducha morna que lavava vagarosamente as manchas pretas de fumaça de sua pele, bem como o que percebera serem as pontas queimadas de seu cabelo, ela não tinha ideia de quanto tempo levaria para sentir-se bem também. Não com as visões do que poderia ter acontecido lhe passando pela cabeça, uma após a outra, imagens mentais da dura experiência pela qual tinham passado, manchadas pelos contornos escuros de uma nuvem espessa e negra.
No entanto, apesar da exaustão e da total falta de energia, nunca se esqueceria do bombeiro heroico que as tinha resgatado do apartamento em chamas. Ele arriscou a vida dele por elas. Assim que ela e Summer estivessem recuperadas, iria encontrá-lo. Não só para agradecer-lhe, mas para encontrar uma maneira de recompensá-lo pela dádiva fantástica que ele lhes dera.
A valiosa dádiva da vida, quando a morte esteve tão terrivelmente perto.
Fechando os olhos com força, como se isso pudesse manter as visões sinistras de lado, ela ergueu o rosto e deixou que a água lavasse as lágrimas de choque e alegria por poder viver outro dia com a garotinha que significava absolutamente tudo para ela.
Enquanto caminhavam por uma loja Target perto dali, umas duas horas depois, Anahí estava impressionada ao ver que, apesar dos horrores pelos quais tinham passado, Summer tinha recuperado quase imediatamente sua personalidade normal e cheia de energia.
Anahí desejou poder se recuperar com a mesma rapidez. Obviamente, os dois milhões de formulários que acabou de preencher para a companhia de seguros não ajudaram muito o seu estado de espírito. Estava acostumada com muito trabalho burocrático, mas aquilo tinha passado dos limites até mesmo para ela.
Ela havia comprado o pequeno, porém charmoso, apartamento no inverno passado e estava reformando-o nas horas livres. Agora, tudo o que tinha restado de seu trabalho árduo era a promessa de dinheiro da companhia de seguros. Depois que fizessem a vistoria, é claro. Até lá, lhe deram dinheiro suficiente para sobreviver durante um tempo até que pudesse contatar seu banco e pedir novos cartões de débito e crédito. Também lhe informaram que haviam feito uma reserva no hotel Best Western, perto do hospital, até que ela tivesse condições de tomar outras providências.
Assim que comprasse um telefone celular novo, ligaria para seus pais para tentar contar sobre o incêndio sem lhes provocar um ataque cardíaco. Sem dúvida, eles pegariam o próximo voo vindo de Minneapolis para cuidar dela e de Summer. Obviamente, queria vê-los, queria sentir os braços calorosos ao redor dela, mas, ao mesmo tempo... bem, não estava ansiosa por uma repetição do que ocorrera cinco anos antes, quando David morrera.
Autor(a): livros adaptados aya
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Com certeza eles fariam pressão para que ela "voltasse para casa". Usariam esse incêndio como um exemplo perfeito de quanto ela e Summer estariam mais seguras na cidadezinha onde Anahí crescera. Sem perceber, Anahí levantou o queixo. Ela tinha orgulho de como se saíra bem criando a filha sozinha. E, independentemente da opiniã ...
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