Fanfics Brasil - "O Bug" A Arte Maldita

Fanfic: A Arte Maldita | Tema: Fantasia, inteligência artificial, magia...


Capítulo: "O Bug"

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Capítulo 01


 “ O Bug”


 


 


Bug é uma palavra inglesa que significa “inseto”. Acredita-se que termo foi criado por Thomas Edison (grande inventor, criou a lâmpada incandescente, entre outros) quando um inseto causou problemas de leitura em seu fonógrafo em 1878.”.


 


 


Acordei dolorida por ter dormindo de mal jeito na noite anterior e minhas pernas reclamaram quando caminhei até a janela para poder abri-la. O sol de outono ainda estava baixo, o que indicava que o dia acabara de começar.


Era estranho acordar e não me preparar para ir para escola. Fazia duas semanas que havia me formado e ainda não conseguia me acostumar.


 Na verdade, era difícil me acostumar com todas as coisas caóticas que tinham acontecido nas últimas semanas. Tudo começou no último dia de aula, quando meus pais me entregaram meu presente pela formatura: Um novo computador pessoal.


O aparelho que eles escolherem não tinha mais de dez centímetros e vinha acompanhado de um comunicador ultra fashion. Era tradição os pais presentearem os filhos quando os mesmos se formavam na escola. 


Eu os agradeci após eles me entregarem o computador e fui a lágrimas quando minha mãe disse que não poderia estar mais orgulhosa de mim, que com as minhas notas e meu currículo tinha certeza que conseguiria licença para cursar a faculdade.


Após o jantar e a declaração de orgulho da minha mãe, corri para meu quarto e usei meu antigo computador pessoal para ligar para meu namorado. Caio atendeu prontamente a chamada:


— Emy?


— Ganhei um novo CP e uma declaração. – disse sem rodeios.


—Declaração?  Que tipo de declaração? – perguntou ele com a voz séria. —Espero que não do tipo de amor vindo de outro rapaz, o fim das aulas pode deixar algumas pessoas excessivamente animadas.


— Minha mãe disse que tem certeza que vou conseguir autorização para ir para faculdade. Ela nunca disse isso antes, mas hoje ela disse. Acredita?


— São oito horas ainda, peça permissão para seus pais para sair. Eu quero comemorar este momento com você. Passo para te pegar em 15 minutos com meu carro novo. Okay?


— Te vejo logo. – respondi antes de desligar a ligação.


O resto da noite foi incrível, Caio me levou ao parque que fica no centro da cidade em frente a Torre Branca, como é típico nesta época do ano o parque estava decorado com luminárias de papel e flores.


Tudo foi perfeito, até voltar para casa e tentar realizar a transmissão de dados do meu antigo computador pessoal para o novo.


A pequena tela do aparelho que acabara de ganhar exibiu um conjunto de números e letras que me surpreendeu, nunca tinha visto nenhum computador fazer aquilo. Quando pedi que minha habitual assistente virtual que apelidara de “Anna” surgisse, uma mensagem em holograma me surpreendeu: As letras em azul néon diziam “Dados perdidos.


Apavorada, peguei meu antigo computador e pedi que Anna falasse comigo, mas fui informada que o programa havia sido deletado. Não podia acreditar que aquele tipo de coisa estava acontecendo. Anna controlava toda minha agenda, tinha arquivado todos os meus contatos e fotografias, sem ela como iria conseguir organizar minha vida?


Estava pronta para chamar minha mãe para me ajudar a passar por aquela crise, quando uma nova mensagem holográfica surgiu: “NOVO ASSISTENTE INSTALADO”.


— Anna? – chamei pelo comunicador.


— Me desculpe – pediu uma voz masculina com tom metálico. — Sua antiga assistente teve que ser desinstalada, mas todos seus arquivos foram devidamente preservados.


—  Por favor, alterar a voz de comunicação para o timbre feminino e atender pelo nome de “Anna”. — solicitei aliviada ao ouvir que meus arquivos estavam seguros.


—  Não posso cumprir o comando. – respondeu o assistente pelo comunicador. – Este padrão de voz é imutável, sinto muito.


— Como é que é? – perguntei perplexa.


— Eu te disse, o comando que foi passado não pode ser executado. Se quiser pode me chamar apenas de CP.


— CP – disse de má vontade — Você está infectado com algum vírus?


— Não, e melhor do que isso: Criei uma barreira de proteção nos seus arquivos para que eles não possam ser acessados pelos programadores de Instituto.


— Por que você faria uma coisa dessas? Por favor, comece a salvar meus arquivos pessoais em uma pasta. Vou ter que excluir você.


— Essa não é uma boa ideia Emy. — respondeu a voz metálica. —  Você pensa em pedir ajuda da sua mãe programadora, e isso não é uma boa ideia.


— Eu estou um pouco confusa aqui.


— Pegue seu dispositivo de leitor de textos, tenho arquivos para mandar para você.


Naquele momento pensei que se tratava de alguma piada dos meus pais, por isso peguei meu leitor de textos. Ao liga-lo fui notificada de dois novos arquivos.


O primeiro que abri tinha o nome da minha melhor amiga: “Valentina”, a pasta tinha um documento de texto e dezenas de fotos. Comecei vendo as fotos, a primeira delas era de um bebê de enormes olhos marrons, no canto inferior direito estava escrito “Valentina bebê”, as seguintes retratavam a primeira infância da minha amiga. No geral, as fotos pareciam retratar momentos de felicidade, até que ao abrir o arquivo da décima foto quase cai da cadeira.


Era o retrato de um acidente, um carro destruído pegava fogo e se observasse com atenção era possível ver dois corpos em chamas dentro do veículo. As fotos seguintes não se focavam no carro, para aumentar meu espanto elas traziam imagens claras dos corpos das pessoas que morreram carbonizadas dentro do veículo.


— Que merda é essa? – perguntei pelo comunicador. — CP?


—Fotos do acidente que vitimou os pais de Valentina quando ela era criança. Se bem que não é acidente se tiver sido planejado, não é?


— Planejado por quem? – perguntei incrédula.


—Você é uma garota esperta, não é?


— Planejado por quem? – repeti enquanto voltava a ver as fotos. — Quem fez isso?


— O Instituto. – Respondeu ele de forma simples.


— Por quê? – indaguei— Não faz nenhum sentido.


— É por isso seria bom ler o arquivo de texto que carinhosamente separei para você.


Sem terminar de ver as fotos, abri o arquivo de texto, nele estava detalhadamente explicado como o acidente fora ocasionado. Uma missão do Instituto fora designada para assassinar os pais de Valentina logo após ela ter sido identificada pelo Instituto como gênio e um ser-humano com capacidades extraordinárias. O acidente de carro fora ocasionado porque o carro dos pais da minha amiga tinha sido sabotado. No fim do arquivo, havia uma observação que dizia que ela seria convidada para ser um membro do Instituto logo que concluísse a escola e que seria crucial que aquele arquivo fosse deletado para que ela nunca tomasse conhecimento do ocorrido.


— Por que você me mostrou isso?


—Porque me importo com você, sou seu assistente, lembra?


— Por isso resolveu me revelar o que o Instituto é capaz de fazer?  Você sabe que meus pais são membros do Instituto, não é?


Não podia acreditar que o Instituto fosse capaz de orquestrar assassinatos. O Instituto nasceu, há trezentos anos, durante a Terceira Guerra Mundial quando cientistas de todo o planeta se uniram para destruir os governantes que fomentavam os conflitos entre as nações. Eles salvaram a humanidade da autodestruição e deixaram um legado que sobrevive por séculos: um mundo no qual não há guerras, fome ou violência gratuita.


 A paz foi alcançada porque o poder de governar foi retirado dos lunáticos e megalomaníacos, o Instituto se preocupou em unificar o mundo e seus habitantes e escolher dentro destes os mais preparados para guardarem os conhecimentos alcançados pela humanidade e guiarem o povo.


Por isso os membros do Instituto são responsáveis por dirigirem escolas, faculdades, e centros de pesquisas, ao mesmo tempo em que são responsáveis por tomarem decisões políticas, como por exemplo, onde investir o dinheiro público.


Não fazia sentindo o Instituto ser formado por assassinos.


— Sim, sei que seus pais são membros do Instituto.  Abra o segundo arquivo.


A segunda pasta tinha meu nome “Emily” e dentro dela também havia diversas fotos e um arquivo de texto.


Desta vez ignorei as fotos, e parti direto para o arquivo de texto no qual constava que eu fazia parte de um programa genético malsucedido para criar pessoas superdotadas. No fim do arquivo, assim como no arquivo de Valentina, havia uma observação que dizia que eu deveria ser convidada para ser um membro do Instituto logo que concluísse a escola e que seria crucial que aquele arquivo fosse deletado para que ela nunca tomasse conhecimento do ocorrido.


Também havia uma segunda observação, a qual dizia que em razão dos problemas na execução do programa genético eu provavelmente teria problemas fisiológicos que me levariam ao colapso antes dos 25 anos e que deveria ser atentamente avaliada até o fim.


De tudo o que li, o que mais me chamou atenção foi o fato de eu ter, provavelmente, apenas mais cinco anos de vida.


— O que você quer? –perguntei ao CP.


— Ajudá-la.– respondeu ele com simplicidade. — Tenho certeza que juntos podemos superar estes acontecimentos.


— Me ajudar com o que exatamente? A destruir o Instituto?


— Destruir o Instituto? – rebateu e depois me deixou escutá-lo rir pela primeira vez. — E quem protegeria Valentina e iria se dedicar em encontrar uma solução para seu problema genético?


— O arquivos que você me mostrou...


— Foram para fazê-la entender que o Instituto não é o grupo maravilhoso de cientistas que você pensa que é.  Mas existem coisas bem piores que o Instituto.


—  Coisas piores? – perguntei incrédula.


— Existe uma sociedade secreta que vem há anos combatendo o Instituto, os membros desta ordem estão convictos que a morte de Valentina pode fazê-los ganhar a guerra.


— Guerra? A última guerra acabou há 300 anos.


— Não, isso foi o que o Instituto te disse, na verdade a guerra foi suspensa há 300 anos. Mas ela nunca acabou. E agora, a Sociedade da Rosa está convicta que pode derrubar o Instituto e que isso começa com a morte da sua amiga.


Após ouvir aquilo desliguei o computador e resolvi ir dormir. Aquelas coisas não poderiam ser verdadeiras. CP deveria ser uma pegadinha bem elaborada de Valentina, só isso.


Acontece que no dia seguinte quando sai para encontrar minha melhor amiga, antes que pudesse confrontá-la sobre o CP, ela me disse que tinha conhecido uma pessoa incrível, um rapaz chamado Felipe e depois de me fazer jurar secreto ela me revelou que o rapaz assim como ela tinha interesse no estudo da história antiga, principalmente no estudo de lendas.


Sempre pensei que ouviria com alivio Valentina confessar que estava interessada em algum garoto, confirmando as declarações que ela me dera de que não estava apaixonada por Caio.


Mas ouvi-la falar de Felipe fez um arrepio percorrer minha espinha, eu não sabia na época, mas pude sentir que o garoto que minha amiga achara tão interessante era um membro da Ordem da Rosa, um assassino enviado para matá-la.



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Autor(a): jeniffer_viana

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