Fanfics Brasil - O que acha, Giovanna? Noite de Prazer

Fanfic: Noite de Prazer | Tema: gn


Capítulo: O que acha, Giovanna?

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Rosalyn separou uma camisola de seda de renda vermelha e segurou-a na frente do corpo com uma pose estudada.


— O que acha, Giovanna?


Giovanna olhou para a calcinha minúscula que complementava o traje sensual.


— Meu Deus, Rosalyn! Você quer que Adam tenha um enfarte?


— Claro que não! Eu só quero que ele enlouqueça por mim


— disse ela, examinando um conjunto de corselete de vinil preto com cinta-liga e meias também pretas.


— Acho que o conjunto vermelho é bem apropriado, a me_nos que prefira esse preto só para Adam pensar que você se transformou numa dominadora.


Rosalyn riu e suas faces enrubesceram.


— Tem razão. Da próxima vez, farei o papel de dominadora.


— Rosalyn pegou de novo o conjunto de renda vermelha. — Já decidi. Vou levar este vermelho.


— Boa escolha. — Giovanna entregou-lhe um robe de seda no mesmo tom de vermelho. — Este robe combina perfeitamente com o conjunto.


— Humm... Eu não tinha pensando em comprar um robe.


— Rosalyn revirou os olhos. — Na verdade, pretendia despir todas as minhas inibições sexta-feira à noite, em todos os sen_tidos! E não cobri-las com um robe.


— Acredite em mim, Adam vai despi-la assim que chegar em casa, mas será conveniente vestir o robe de seda no desjejum seguinte. — Sorrindo maliciosamente, Giovanna apontou para a calcinha minúscula. — Só com esta coisinha por baixo, claro, para o caso de Adam acordar com outro tipo de fome.


Sua irmã riu e incluiu o robe de seda em suas compras.


— Você é tão ousada, mas gosto do seu modo de pensar. Com Sophie passando o dia na casa da vovó St. Antonelli, Rosalyn e Giovanna não se preocuparam com horários. Terminadas as compras, as duas irmãs foram almoçar no Houlihan's. Enquan_to esperavam o garçom trazer os pedidos, a expressão de Rosalyn mudou. De repente, ficou séria e apreensiva.


Cruzou os braços sobre a mesa e inclinou levemente a ca_beça num gesto inquiridor.


— Você sabe que estou morrendo de vontade de perguntar quem é aquele bonitão que foi procurá-la na butique. O que há entre vocês?


Giovanna sorriu. Sabia que era apenas uma questão de tempo para Rosalyn perguntar sobre Alexandre. A irmã não escondera o interesse e a curiosidade que ele provocara, e Rosalyn não dei_xaria o assunto passar em branco.


Giovanna precisava decidir quanto revelar à irmã, pois queria manter seu relacionamento com Alexandre o mais secreto possível. Não havia motivo para fazer propaganda de um caso passageiro que terminaria com sua mudança para San Francisco. Também não pretendia que seu romance com Alexandre se tornasse objeto de quaisquer tipos de comentários.


Ela encolheu os ombros com indiferença.


— Não há muito para contar. Obviamente, Rosalyn não acreditou.


— É mesmo? E o que você me diz do clima quente e ex_plosivo que os envolveu? Ora, Giovanna, pensa que me engana? Trate de ir contando tudinho em detalhes.


Giovanna tomou um gole de chá gelado, pensando em tudo que acontecera entre ela e Alexandre desde a conversa no escritório. Ficou combinado que continuariam se encontrando durante o mês todo e que aproveitariam o máximo de tempo juntos, sem pressões. E Alexandre estava cumprindo sua promessa.


Ela telefonara naquela primeira noite, como ele pedira, e em todas as noites seguintes. Surpreendentemente, as conversas eram descontraídas e divertidas, a respeito dos gostos e prefe_rências de cada um, opiniões sobre livros e filmes, e Alexandre regalava-a com passagens de sua infância como o mais velho de quatro irmãos. Ele a fazia rir durante os telefonemas notur_nos; e durante o dia, sempre que Giovanna o via no saguão do hotel dirigindo seus operários ou ajudando a assentar as placas de mármore, Alexandre a fazia sentir desejo.


No início, tratara-se apenas de atração física e prazer, agora, porém, eles estavam entrando num território mais sentimental, em que ambos procuravam conhecer-se melhor como pessoas. Giovanna considerava essa nova faceta do relacionamento de ambos muito assustadora, uma vez que não tinha intenção de trans_formar o pouco tempo deles em alguma coisa permanente.


Ultimamente, o que Giovanna vivia com Alexandre era especial, par_ticular e excitante, e não queria dividir com ninguém, nem mesmo com sua irmã. Sempre haveria a possibilidade de che_gar ao ouvidos dos pais que ela estava "saindo" com alguém. Não se sentia preparada para as perguntas inevitáveis, para as imposições e, sobretudo, para a reação do pai e de Evan quando soubessem de seu romance com Alexandre.


Giovanna já estava cansada de pensar sempre na reação das pes_soas diante de tudo o que ela fazia na vida, profissional e pes_soalmente. Ao menos em San Francisco não se sentiria tão vigiada e, com certeza, não teria de dar satisfação de todos os seus atos e escolhas.


Como, por exemplo, sua decisão de passar o mês inteiro com Alexandre. Não, esse continuaria sendo seu grande segredo.


Sustentou o olhar da irmã, determinada a fazer cumprir sua vontade.


— Não quero ser indelicada, mas prefiro não falar sobre esse assunto.


— Tudo bem, Giovanna. Respeitarei sua vontade. Eu só esperava que, depois do fiasco com Greg e do rompimento com Evan, você tivesse se animado e recomeçado a sair com rapazes.


Giovanna sorriu, recusando-se a ser manipulada pela curiosidade incontrolável da irmã.


— Sem comentários, Rosalyn.


— Tudo bem. Mas se você achar que precisa falar a respeito disso, estou aqui para ajudá-la, certo?


— Certo — Giovanna prometeu.


O garçom trouxe as refeições e colocou os pratos na mesa. Assim que ele se afastou, Rosalyn olhou ansiosamente para Giovanna.


— Está tudo certo para sexta-feira, não é?


— Absolutamente certo. Passarei na sua casa para pegar Sophie lá pelas quatro horas da tarde, e sábado ficarei com ela pelo tempo que você quiser.


Giovanna estava ansiosa para cuidar de Sophie, mas sexta-feira seria mais complicado do que ela imaginara. Na noite anterior, por telefone, Alexandre a convidara para jantar na casa dele. Giovanna explicara que havia se comprometido em ficar com a sobrinha e, num momento de pura espontaneidade, convidara-o para ir ao apartamento dela, desde que Alexandre não se importasse de ter a companhia de um bebê. Ele aceitara com a condição de pre_parar o jantar para ela. Giovanna não iria recusar uma boa refeição.


A ocasião era perfeita. Com Rosalyn ocupada em reconquis_tar o marido, os pais numa festa beneficente e Evan passando o final de semana em Nova York, Giovanna não precisava preocu_par-se com quase nada. Ela permitiria o acesso de Alexandre em sua garagem privativa, e ninguém o veria chegar.


— Obrigada, Giovanna. Esta será a primeira vez que Adam e eu ficaremos sozinhos desde que Sophie nasceu. Será tão estranho não ter de me preocupar com ela durante a noite!


—Não pense em nada, Rosalyn. Quando Adam a vir de camisola vermelha, vocês ficarão tão ocupados que nem vão notar a falta de Sophie.


— Acho que você tem razão. — Feliz, Rosalyn ergueu seu copo de chá gelado para um brinde. — A uma noite de sexo e diversão.


Giovanna ergueu o copo e deu à irmã uma última frase de enco_rajamento:


— Você vai conquistá-lo, querida!


Havia um clima de intimidade em estar na cozinha de Giovanna preparando o jantar enquanto ela segurava a sobrinha nos bra_ços. Alexandre insistira em fazer tudo sozinho, deixando apenas a mesa para ela arrumar, o que Giovanna fizera com simplicidade e elegância. Era bom vê-la tão à vontade perto dele.


Aquela era a Giovanna que Alexandre queria conhecer, a mulher vi_brante que o recebera com um sorriso radiante nos lábios e um beijo suave e doce. Finalmente, ela estava começando a confiar nele, dando-lhe oportunidade de descobrir as diferentes nuances de sua verdadeira personalidade. Suas conversas telefôni_cas eram muito reveladoras, Alexandre queria aproveitar aqueles momentos a sós para fortalecer os vínculos sentimentais e apro_fundar o nível de confiança.


Ajeitando Sophie nos quadris, Sophie aproximou-se de Alexandre, que ligava a batedeira para preparar o crepe que planejara fazer.


— Você pensou em tudo, não é?


— Nossas conversas telefônicas têm rendido informações muito interessantes sobre você — ele respondeu com um sor_riso malicioso. — Segredos escabrosos que pretendo usar em proveito próprio.


— Como, por exemplo, crepe de frutos do mar? — Giovanna apontou para a mistura de mariscos, camarões e caranguejos numa travessa.


— Esse é apenas um deles.


Ela ergueu o copo de vinho que segurava na mão livre.


— E que eu adoro vinho de morango?


— Confesso que fiquei surpreso com essa sua preferência. — Alexandre nunca imaginara que uma mulher tão sofisticada como Giovanna St. Antonelli preferisse um vinho caseiro, barato, a um de alta qualidade e de safra valiosa.


Giovanna bebeu o restante do vinho e colocou o copo vazio na pia, fora do alcance de Sophie.


— Eu vi você guardar um pote de sorvete de café no freezer.


— Viu? — Ele lançou-lhe um rápido olhar, enquanto untava uma frigideira com óleo antes de levá-la ao fogo. — Eu trouxe também sorvete de doce de leite, de nozes e creme, além de coberturas de diversos sabores.


Giovanna revirou os olhos.


— Oh, céus, você está me deixando com água na boca!


— Eu só quero satisfazer os seus desejos. — Piscando, Alexandre deu a entender que era em todos os sentidos.


— Está tentando me seduzir, Sr. Nero?


Ele riu e tornou a encher o copo de Giovanna com vinho.


— Estou tentando — admitiu Alexandre. — Está funcionando? Os olhos verdes de Giovanna iluminaram-se com um brilho insolente.


— Você só saberá depois do sorvete.


Divertindo-se com aquele clima de flerte, Alexandre continuou a preparar o jantar.


Sophie começou a resmungar, exigindo sua quota de aten_ção. Giovanna ajeitou-a nos braços e rodopiou pela cozinha. A crian_ça gritou de alegria e riu, contagiando Giovanna e Alexandre.


Mas foi o sorriso largo e carinhoso e o amor estampado no rosto de Giovanna enquanto brincava com a sobrinha que chamou a atenção dele, despertando-lhe uma ponta de inveja. Alexandre que_ria ser o objeto daquele amor incondicional. Queria que Giovanna pudesse livrar-se das feridas do passado e das inseguranças para ter oportunidade de viver sua própria vida.


— Você tem sobrinhos? — ela perguntou, dando mamadeira de suco de maçã para Sophie.


— Meus irmãos são solteiros. Mas as esposas de dois primos meus estão grávidas. Lembra-se de Liz, do The Daily Grind?


— Lembro.


— Ela é esposa do meu primo Steve, e está no final da gravidez. Aliás, Jill também está. Mal posso esperar para esses bebês nascerem só para eu estragá-los com os meus mimos. Serei uma espécie de tio postiço.


— Você gosta de crianças? — Giovanna indagou, antes de tomar um gole de vinho.


— Para ser sincero, não tenho convivido com nenhuma ulti_mamente. Mas, sim, gosto de crianças, e gostaria de ter dois filhos algum dia.


— Dois? Já tem planos a longo prazo? Alexandre encolheu os ombros.


— Dois é um bom número, por ter crescido numa casa com quatro crianças, e sendo o filho mais velho, sei o trabalho que dá cuidar de uma família grande. — Ele espalhou molho de queijo sobre os crepes, acrescentou parmesão ralado e olhou para Giovanna. — E você? Quer ter filhos?


Ela desviou o olhar, tomou outro gole de vinho e respondeu num tom suave:


— Quero. Algum dia.


— Com o homem certo? — Alexandre brincou.


Giovanna franziu o cenho, e um sorriso triste curvou seus lábios.


— Como saber quem é a pessoa certa?


A pergunta atingiu-o em cheio, e ele tentou encontrar uma resposta adequada que não soasse como uma nova ameaça pa_ra ela.


— Acho que você sente na pele — respondeu Alexandre, acre_ditando que era assim mesmo. — Você sente no coração e na alma.


Uma sombra de tristeza anuviou o rosto de Giovanna. Ela estaria Pensando em seu passado com Greg? Ou no namoro com Evan?


De qualquer modo, Alexandre não iria estragar a noite nem o bom humor de Giovanna.


Tocou-a levemente no cotovelo e esperou até que ela o fi_tasse de novo.


— Por que não serve o jantar para Sophie enquanto eu ter_mino o nosso? Só falta assar os crepes e colocar a salada na mesa.


— Tudo bem. — Aparentemente grata pela sugestão, Giovanna saiu da cozinha com Sophie e foi para a sala.


Quando o jantar foi servido, ela estava dando a última colherada de comida para a sobrinha. Seu humor parecia ter vol_tado ao normal. Limpou o rosto da menina com uma toalha úmida e colocou-a sentada no cadeirão.


Alexandre serviu o crepe e sorriu com ironia. Era demais para um jantar romântico para dois. Não havia nada de sedutor em ter um bebê sentando entre eles. Mas nem por isso iria perder a chance de aproximar-se de Giovanna.


— Como a sua família entrou no ramo hoteleiro? — per_guntou com interesse.


— Meu avô St. Antonelli comprou o hotel há quarenta anos, depois da morte da minha avó. O dono anterior estava falido e acabou vendendo por um preço irrisório. O hotel estava num estado deplorável, mas um ano depois de havê-lo comprado, meu avô reabriu suas portas.


— Impressionante. Seu avô deve ter sido um empreendedor e tanto!


— Era mesmo. Ele fez a mesma coisa com um hotel falido em San Francisco e com outro em Nova York, transforman_do-os também em hotéis luxuosos, cinco estrelas.


— Seu pai começou cedo a trabalhar com seu avô?


— Meu pai é filho único. Ele começou a trabalhar com meu avô assim que terminou a faculdade. Depois, assumiu o con_trole da rede de hotéis quando meu avô morreu de ataque car_díaco, há vinte e cinco anos.


— E você, como decidiu trabalhar com seu pai?


Giovanna fitou-o, e Alexandre percebeu uma sombra de tristeza e ar_rependimento em seus olhos, e só entendeu esses sentimentos com a explicação dela.


— Na verdade, eu nunca pretendi trabalhar no hotel. — Distraidamente, Giovanna empurrava com o garfo os últimos peda_ços de crepe em seu prato e forçou um sorriso. — Eu sempre sonhei em trabalhar na indústria de moda. Quando terminei o colégio, fui para Nova York estudar numa faculdade particular especializada em moda, marketing e vendas. Concluí o curso com louvor.


— Eu nem imaginava! — Alexandre exclamou com perplexidade.


— Voltei para casa nas férias de verão, mas pensando em regressar a Nova York no outono e procurar emprego nos ate_liês de estilistas consagrados, como Yves St. Laurent ou Betsey Johnson — ela continuou num tom melancólico. — Mas meus pais tinham outros planos. Eles queriam que eu ficasse aqui em Chicago, trabalhando nos negócios da família, sobretudo porque minha irmã mais nova não demonstrava o menor inte_resse pelos hotéis. Aliás, por nada relacionado ao trabalho.


— Com certeza, eles pensavam em passar o controle da rede para uma das filhas. — O pai dele desejara a mesma coisa, mas a diferença era que Alexandre queria assumir o comando da Nolan & Filhos.


Giovanna deu uma colher para Sophie brincar.


— Eu não os culpo por quererem isso.


Talvez ela não os culpasse realmente, Alexandre pensou, mas Giovanna tivera que abdicar dos seus próprios sonhos em favor dos deles. E não devia ter sido uma escolha fácil.


— Você é feliz trabalhando nas butiques do hotel? Giovanna refletiu por alguns momentos.


— Sim, sou feliz com o meu trabalho. É um grande desafio. Gosto muito do que faço, e meus pais vibram com o fato de Pelo menos uma das filhas ter demonstrado interesse por algum segmento dos hotéis.


Terminada a refeição, Alexandre empurrou o prato e recostou-se na cadeira.


— Então, você está contente com a sua vida? Giovanna desviou o olhar e suspirou.


— Eu não acho que esteja contente com a minha vida no momento. — A honestidade em sua voz revelava quanto estava confiando em Alexandre ao revelar seus pensamentos e emoções mais profundas. — Estou me sentindo muito sufocada e irre_quieta por várias razões. Em parte, foi por isso que decidi me mudar para San Francisco. Quero ficar sozinha. De verdade, sozinha. Sem a influência da família e de outras expectativas pendendo sobre a minha cabeça.


Alexandre viu a oportunidade de satisfazer sua curiosidade num assunto em particular.


— Evan Monterra tem alguma coisa a ver com essas expec_tativas? — inquiriu.


A mão que segurava o copo de vinho parou no ar, e Giovanna fulminou-o com um olhar assustado.


— Desculpe, mas o que você sabe sobre Evan?


Ai que droga!, Alexandre praguejou em silêncio. Viu as barreiras erguerem-se novamente ao redor dela e reconheceu sua falta de tato ao tocar num assunto tão delicado. Mas ele precisava saber o papel que Evan representava na vida de Giovanna. Para tanto, teria de abrir seu jogo e contar-lhe como soubera de Evan e da história que tiveram juntos.


— Quando Cameron, o sócio do meu primo, investigou o seu passado, ele apurou que o seu último namorado foi Evan Monterra, presidente da rede de hotéis de seu pai. O namoro parecia sério na época.


Giovanna ficou tensa.


— Já que você mandou alguém investigar minha vida, vas_culhar meu passado, então sabe de tudo que houve entre mim e Evan.


— Não, Giovanna, eu não sei de tudo. Sei apenas que vocês namoraram durante quase um ano. Cameron me perguntou se queria saber mais a respeito de vocês dois, mas eu não quis. Ha época, não estava nem um pouco interessado nesse assunto, mas agora quero ouvir os detalhes de você. Ela encolheu os ombros.


— Evan é um bom rapaz.


— Concordo. Tem sido muito bom trabalhar com ele. Giovanna permaneceu em silêncio, fitando-o intensamente, como se estivesse ponderando se deveria ou não falar sobre Evan. Alexandre esperou. Ela devia decidir sozinha. Giovanna bebeu o último gole de vinho e voltou-se para Sophie, que estava quieta no cadeirão, chupando o dedo e olhando para Alexandre com olhos arregalados e curiosos.


Passaram-se mais alguns minutos de silêncio. Por fim, Giovanna decidiu falar.


— Eu lhe contei que depois do que aconteceu com Greg, praticamente deixei de aceitar convites para sair. Foi meu pai quem me encorajou a sair com Evan, que sempre demonstrou interesse por mim. Acabei aceitando, sobretudo porque não queria decepcionar meus pais de novo. Queria também redi_mir-me depois do desastre com Greg, e eu sabia que meus pais tinham esperanças de que Evan e eu nos acertássemos.


Alexandre não teve dificuldades para visualizar o quadro.


—- Seu casamento com Evan seria a combinação perfeita, considerando a posição dele na empresa e a sua, como uma das herdeiras da fortuna dos St. Antonelli.


— Todos estávamos bem conscientes disso — ela disse se_camente. — Eu. Evan. E meus pais, que consideram Evan o filho que não tiveram. Mas depois de um ano tentando forçar alguma coisa que eu não sentia, emocional e fisicamente, terminei o namoro, para desgosto de todos, claro.


Secretamente, Alexandre vibrou com o fato de não haver "faís_cas" entre Giovanna e Evan. Mas ele não imaginava até que ponto o rompimento afetara Evan.


Como ele recebeu a notícia?


Como o cavalheiro que é. Evan foi muito compreensivo.


Terminamos tudo de um modo amigável, mas eu sei que ele ainda nutre sentimentos fortes por mim. Para meus pais, é tudo uma questão de tempo até eu perceber que Evan é o marido perfeito para mim.


— E o que você sente por ele?


— Eu gosto dele e o respeito muito. — Ela fez uma pausa e sustentou o olhar de Alexandre. — Para mim, Evan será sempre um grande amigo e companheiro de trabalho.


Alexandre quase não conseguiu esconder seu alívio. Era tudo o que precisava ouvir, por enquanto.


Sophie bocejou, esfregou os olhos e choramingou. Giovanna le_vantou-se imediatamente, encerrando a conversa.


— Vou dar banho em Sophie e fazê-la dormir. Com licença.


— Fique à vontade, Giovanna. Vou recolher os pratos e trazer a nossa sobremesa.


— Não esqueça das nozes — ela pediu.


Giovanna foi para o quarto com Sophie, e Alexandre, para a cozinha. Ele lavou a louça, enxugou-a e guardou tudo nos devidos lu_gares. Limpou o fogão e, depois de deixar tudo em ordem, pegou os potes de sorvetes e arrumou-os numa bandeja.


Após certificar-se que Sophie dormia placidamente, Giovanna voltou à sala.


Alexandre colocara a bandeja na mesa de centro. Estendeu a mão para ela sentar-se no sofá ao lado dele.


Os olhos de Giovanna brilharam de surpresa e alegria.


— Tudo isso é para mim?


— Bem, eu esperava que você dividisse comigo — Alexandre brincou.


— Vou tentar.


Giovanna provou todos os sabores ali expostos, e depois da úl_tima colherada do sorvete de creme de leite, reclinou-se no sofá e disse:


— Não há nada mais excitante do que saborear os meus sorvetes prediletos trazidos por um rapaz tão bonito e sensual.


— O prazer foi meu.


Alexandre não pretendia estragar a camaradagem do momento. Giovanna estava alegre, de bom humor, mas ele desejava conversar sobre um assunto importante. Não queria que a conversa se transformasse numa discussão depressiva, portanto tentou con_duzi-la de uma maneira leve e casual.


—Já que você foi tão sincera comigo, quero lhe contar sobre um relacionamento que eu tive.


— Foi sério? — Ela o fitou com expressão desconfiada, exatamente o que ele queria evitar.


— Não, realmente. Só acho que devo lhe contar. E depois de ouvir minha história, talvez entenda a razão da minha fúria ao descobrir que você é uma St. Antonelli. Ao desvendar a verdade a seu respeito, muitas lembranças desagradáveis voltaram-me à mente.


Alexandre falou de Elaine e do relacionamento secreto deles, do comportamento misterioso dela e, por fim, da descoberta, por acaso, de que Elaine era uma mulher casada.


— Um dia, entrei numa loja de departamentos para comprar um presente para minha irmã. Vi Elaine com um homem que carregava uma criança nos braços — ele continuou. — Eu me aproximei deles, certo de que Elaine estava com o irmão ou um amigo, sei lá... Ela me viu, arregalou os olhos e, pela ex_pressão de pânico, percebi que havia alguma coisa errada. An_tes que eu abrisse a boca, Elaine foi logo me apresentando como um cliente ao marido dela.


— Oh, Alexandre...


— Inútil dizer que eu estava dormindo com uma mulher casada, mãe de uma menina. Finalmente, compreendi o com_portamento misterioso e cheio de desculpas de Elaine. Claro, afastei-me sem dizer nada, mas dias depois, quando ela me telefonou, eu lhe falei poucas e boas, e nunca mais me procu_rou. Não passei de um joguete, uma diversão nas mãos de uma mulher rica e bem casada. Eu me senti usado e enganado.


Giovanna baixou os olhos, obviamente comparando as seme_lhanças.


— Sinto muito, Alexandre. Juro como eu nunca pensei em ma_goá-lo — respondeu.


— Eu sei. — Sim, agora ele entendia a insistência de Giovanna em manter seu anonimato. — Espero que você compreenda que sou um homem que valoriza demais a honestidade, a leal_dade, a franqueza, enfim, e é exatamente isso que eu quero entre nós daqui para a frente.


— Tudo bem. — Sorrindo, Giovanna segurou o rosto dele entre as mãos e beijou-o com ternura e suavidade, como se naquele beijo houvesse também um pedido de desculpas.


Ela logo entreabriu os lábios, e o beijo ficou mais profundo e provocante.


As mãos tornaram-se atrevidas e ávidas. Eles se tocavam, se acariciavam, se exploravam mutuamente. Entregaram-se à paixão, e o desejo longamente contido e reprimido arrastou-os para o mundo dos amantes, onde não existiam cobranças, pres_sões, expectativas e nem diferenças sociais.



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Autor(a): GN

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 2



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  • Vall&Geisa Postado em 17/02/2016 - 09:16:12

    Corrigindo gioonero .....amo eles ...posta amore

  • Vall&Geisa Postado em 17/02/2016 - 09:15:22

    Ooow good uma fic geoonero adooooro...


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