Fanfic: Noite de Prazer | Tema: gn
Assim que Giovanna chegou à casa de Alexandre, ele tirou o Corvette da garagem e ambos seguiram para o lugar secreto onde passariam a tarde e a noite.
Giovanna atendera ao pedido dele e usava um vestido de crepe rosa de saia esvoaçante que ondulava quando ela andava. De cabelos soltos, sapatos e bolsa combinando, brincos de pérola, estava bonita e elegante, perfeita para o lugar aonde Alexandre pre_tendia levá-la.
Ele apenas esperava que Giovanna não entrasse em pânico ou que se recusasse a acompanhá-lo, o que era bem possível. Ad_mitia que estava se arriscando demais, mas aquele programa era muito importante para ele por inúmeras razões.
— Eu não sabia que você tinha um carro esporte tão veloz — Giovanna comentou, interrompendo-lhe os pensamentos.
Alexandre sorriu como um garoto, feliz por ela ter gostado do Corvette Cupê prateado. O carro era uma extravagância para um homem normalmente tão simples e prático.
— Uso a caminhonete no dia-a-dia e guardo o Corvette para ocasiões especiais. Eu o conservo coberto na garagem, por isso você não o tinha visto antes.
— Eu gostei do carro. Combina com o seu lado rebelde. Ele riu.
— Admito que é um brinquedo bem divertido.
Os olhos verdes de Giovanna brilharam de ansiedade.
— Para um dia divertido, obviamente.
Alexandre pegou-lhe a mão e a colocou sobre sua perna direita. — Espero que sim.
— Bem, você me deixou muito curiosa sobre este passeio. — Giovanna olhou pela janela e percebeu que estavam saindo dos limites da cidade. — Alguma pista de aonde estamos indo?
— Nenhuma. — Ele entrelaçou os dedos nos dela, deliciando-se com aquela simples conexão entre ambos. — Chegare_mos lá dentro de quinze minutos, e você verá por si mesma.
Ela se inclinou e murmurou-lhe no ouvido:
— Será que com jeitinho todo especial eu não conseguiria fazê-lo contar o que está me matando de curiosidade?
Giovanna acariciou a protuberância sob o zíper da calça de Alexandre, tentando fazê-lo revelar tudo. Ele se enrijeceu, mas afastou a mão de Giovanna, antes que ela terminasse o que começara.
— Na verdade, eu não quero estragar a surpresa.
Com um suspiro de resignação, Giovanna endireitou-se no banco.
— Oh, tudo bem.
Finalmente, entraram numa rua do subúrbio, com carros es_tacionados dos dois lados. Alexandre embicou o Corvette na entrada lateral de uma casa e estacionou atrás do automóvel de seu primo Steve. Desligou o motor e voltou-se para Giovanna, prepa_rado para a reação dela.
O entusiasmo desaparecera. Confusa, Giovanna olhou para a casa enorme, depois para Alexandre e franziu o cenho.
— Onde estamos?
Alexandre pegou na mão dela e apertou-a carinhosamente.
— Estamos na casa dos meus tios.
Giovanna arregalou os olhos, assustada e incrédula.
— Casa dos seus tios? — repetiu, meio decepcionada. — Então, este é o lugar especial aonde você queria me trazer? Para conhecer a sua família?
— Sim. Meu primo Adrian vai se casar hoje, e eu queria que você estivesse ao meu lado durante a cerimônia e a recep_ção, aqui mesmo na casa dos meus tios.
Giovanna balançou a cabeça enfaticamente e tentou desvencilhar-se da mão dele, mas Alexandre não a soltou.
— Alexandre, nós não podemos... eu não posso entrar.
— Por que não?
— Você ainda pergunta? Conhecer a sua família não faz parte do nosso acordo. Eu não quero que ninguém pense que temos um compromisso sério e, sobretudo, não quero que nin_guém saiba que sou Giovanna St. Antonelli. Isso só me trará mais complicações.
Para Alexandre, tudo era muito simples e todos os problemas eram facilmente remediados. Era só saber como acalmar-lhe os temores e as inseguranças.
— Em primeiro lugar, Giovanna, ninguém vai pensar nada. Vou apresentá-la como uma amiga sem mencionar seu sobrenome. — Ele sabia que poderia contar com a discrição dos irmãos, de Steve e de Cameron. — Segundo, duvido que você encontre algum conhecido aqui, uma vez que o casamento é uma reunião íntima, só para a família. E lhe garanto que ninguém conhece seus pais ou Evan.
Giovanna mordeu o lábio, a indecisão brilhando nos olhos verdes.
— Eu não sei, Alexandre. Tenho medo...
— Eu compreendo a sua apreensão. Mas, pense um pouco, trata-se apenas de um dia no pouco tempo que ainda teremos juntos. Para mim, significa muito você conhecer a minha fa_mília e presenciar uma parte da minha vida. — Ele encolheu os ombros. — Mas se isso a incomoda tanto e se quiser ir embora, eu a levarei até a minha casa para você pegar o seu carro. Depois volto sozinho. A escolha é sua.
Giovanna fitou o homem sentando ao lado dela, segurando-lhe a mão com tanta ternura, esperando pacientemente sua resposta. Ela nunca imaginara que ele tencionava levá-la para assistir ao casamento do primo e conhecer sua família. Não, não era nada disso que haviam combinado. Mas estava dividida entre o que devia e o que queria fazer. A razão insistia para ela ir embora, porém o coração... Oh, céus, o coração dizia-lhe para ficar, para partilhar aquele dia incrível e especial com Alexandre, igno_rando a voz da consciência que a alertava a ser cautelosa.
Dentro de uma semana, ela partiria para San Francisco. Co_meçaria uma nova vida e jurava que seria muito diferente da atual. Talvez não devesse pensar tanto. Alexandre estava certo. Res_tava pouco tempo para eles. E naquele momento, para variar, ela iria viver o que queria, sem culpas ou arrependimentos.
Giovanna respirou fundo, soltando o ar e as últimas dúvidas, e sorriu para Alexandre.
— Tudo bem, Sr. Nero. Vamos entrar antes que a cerimônia comece sem nós.
Um sorriso radiante iluminou o rosto e os olhos de Alexandre.
— Obrigado. Você me fez um homem muito feliz. — Inclinando-se, beijou-a de leve nos lábios.
De mãos dadas, entraram na casa, e instantaneamente ela foi envolvida pelo clima caloroso e hospitaleiro que parecia a marca registrada da família Nero. As apresentações foram feitas antes do início da cerimônia, e Giovanna conheceu o pai, a madrasta e a irmã de Alexandre. Em Carol, ela reconheceu uma parte de si mesma que reprimira durante anos, um espírito aventureiro e corajoso que tanto invejava.
Foi apresentada formalmente aos irmãos de Alexandre, Joel e Alex, mas nenhum dos dois mencionou a noite em que Giovanna fora ao Nick's Bar. Dana, a namorada de Alex, recebeu-a com simpatia.
Conheceu Eric e Jill, também Steve e teve oportunidade de trocar algumas palavras com Liz, que começava a sentir as dores do parto.
O quintal da casa estava decorado com flores e fitas, de acordo com a ocasião. Um tapete branco terminava num arco decorado com flores brancas e amarelas. Alexandre e Giovanna senta_ram-se na primeira fila de cadeiras, ao lado de Cameron.
A cerimônia de casamento teve início com Adrian no altar com os irmãos Eric e Steve. As madrinhas da noiva eram Carol e Faith, que sorriram emocionadas ao ver Chayse caminhar até o altar ao som da Marcha Nupcial.
Quando o padre proclamou-os marido e mulher, Adrian bei_jou a noiva, sob os aplausos dos convidados.
Uma banda começou a tocar uma canção, e as cadeiras fo_ram retiradas da pista de dança. A um canto, o bufê com pratos quentes e saladas, refrigerantes, drinques e champanhe.
— Atenção, pessoal — Steve Nero subiu no palco improvi_sado e, microfone na mão, esperou até ficarem em silêncio. — Parece que vou ser papai ainda hoje. As contrações de Liz estão aumentando e eu vou levá-la à maternidade. Mas a festa con_tinua e espero que todos se divirtam muito, recebendo Chayse de braços abertos na família Nero. Eu avisarei assim que o bebê nascer.
O olhar de Steve percorreu os convidados, à procura do irmão Eric e de Jill.
— E todos vocês que apostaram em qual bebê nascerá pri_meiro, fiquem atentos. Parece que a sorte está em nosso favor!
— A noite é uma criança — Eric brincou. — Por isso, não cante vitória antes da hora. Ainda não estamos fora do páreo.
Jill revirou os olhos e acariciou a barriga, enquanto os con_vidados aplaudiam a saída de Steve e Liz.
— Quer beber alguma coisa? — Alexandre perguntou a Giovanna.
— Eu aceito uma taça de champanhe.
— Então, espere aqui. Eu volto num instante.
Giovanna acompanhou-o com o olhar. As pulsações aceleradas, a onda de desejo que a envolvia, tudo era parte de sua atração por Alexandre Nero. Mas a felicidade que enchia seu coração, a alegria e o contentamento que vibravam dentro dela abalavam suas defesas.
— Giovanna?
Ao ouvir seu nome, ela se voltou para ver um rosto familiar. Por um momento atônita, perdeu a fala.
O homem aproximou-se sorrindo, igualmente surpreso por encontrá-la.
— Eu estava lá do outro lado, mas não tinha certeza se era realmente você.
— Oh, Jesus... Matthew Carlton! — Giovanna balbuciou. — Os Carlton eram velhos amigos dos St. Antonelli. — O que você está fazendo aqui?
Ele apontou para as madrinhas que ajudavam a nova Sra. Nero a prender a cauda do vestido de noiva.
— Vim com minha esposa, Faith. Você a conheceu na boutique do hotel tempos atrás, lembra-se? Ela é grande amiga de Chayse.
Como o mundo é pequeno, Giovanna pensou. Sim, ela se lem_brava vagamente de Faith, mas não a reconhecera, e também não tinha a menor idéia que Matthew se casara com ela.
— Ouvi dizer que você casou recentemente, mas eu não sabia com quem. Embora atrasada, desejo-lhes muitas feli_cidades. — Sua amizade com Matthew Carlton, pediatra e cirurgião, dava-lhe liberdade para tocar num assunto delicado. — Não sei se estou sendo inconveniente, mas parece que vo_cê causou um rebuliço em família por preferir casar-se quase em segredo, dispensando um casamento com toda pompa e circunstância.
Matthew soltou uma gargalhada.
— Um casamento com toda pompa e circunstância era o que minha mãe queria. Faith e eu combinamos que não que_ríamos um espetáculo pública. Então, decidimos passar um final de semana em Las Vegas e voltamos casados.
Giovanna aplaudiu silenciosamente a decisão deles. Lembrava-se do casamento de Rosalyn, que ficara na memória de todos pela grandiosidade e extravagância. Giovanna considerara tudo um gran_de exagero, que certamente dispensaria se uma dia se casasse.
— O importante é que vocês sejam felizes. O resto não conta.
— Nós somos muito felizes. E você, o que está fazendo aqui no casamento de Chayse e Adrian?
— Ela está comigo. — Alexandre chegou a tempo de ouvir a pergunta. Ele entregou a taça de champanhe para Giovanna e es_tendeu amigavelmente a mão para Matthew. — Alexandre Nero.
— Matthew Carlton. — Ele olhou de Alexandre para Giovanna com curiosidade, mas não deu voz à pergunta que brilhava em seu olhar.
Por isso, Giovanna sentia-se grata ao amigo.
Faith foi ao encontro do marido e cumprimentou a todos.
— A noiva vai jogar o buquê, Giovanna. Você não quer se juntar ao grupo das solteiras? — Faith sugeriu com um sorriso en_cantador nos lábios.
— Acho que não.
Alexandre inclinou a cabeça e murmurou-lhe no ouvido:
— Está com medo de pegá-lo?
Ela tomou um gole de champanhe, recusando-se a aceitar o desafio.
— Não, apenas acho que há mulheres que merecem mais.
— Você também merece, Giovanna. Muito mais do que quer admitir até para si mesma. — Antes que ela tivesse tempo de protestar, Alexandre pegou-a pela mão e levou-a até a pista de dança. — Se você não quer participar, vamos pelo menos ver quem será a felizarda.
Encontraram um lugar perto de Eric e Jill. Chayse jogou o buquê e três mulheres pularam ao mesmo tempo, mas foi Carol quem o pegou. Feliz, ela rodopiou pela pista, exibindo o buquê como um troféu.
Em seguida Alexandre, os irmãos e outros homens solteiros reu_niram-se na pista de dança. Depois de tirar a liga de renda da perna de Chayse, Adrian jogou-a para trás em direção ao grupo masculino. Todos pularam para pegar o objeto voador. Mas a liga bateu direto no peito de Cameron, que nem mesmo tinha tentado pegá-la. Depois, a liga caiu e ficou pendurada na fivela do cinto dele.
Jill soltou uma gargalhada.
— Ora vejam só! Eu até já sei no que isso vai dar!
Cameron segurou a liga de renda e olhou curiosamente para a peça íntima feminina. Com tapinhas nas costas dele, os de_mais rapazes cumprimentavam-no com votos de felicidades... assim como de sinceras condolências.
Carol aproximou-se de Cameron e estendeu-lhe as mãos.
— Venha, doçura — ela brincou. — Eu o desafio a colocar essa liga na minha perna para tirar uma fotografia.
Cameron ergueu as sobrancelhas ante o atrevimento de Ca_rol diante da própria família e amigos.
— Será que devo arriscar minha masculinidade? Carol jogou os cabelos para trás e riu.
— Não tenha medo, meu bem, eu não mordo... muito. Aceitando o desafio, Cameron foi para o centro da pista.
Carol sentou-se numa cadeira e ele ajoelhou-se na frente dela.
— A perna, por favor.
Todos os olhares estavam voltados para o casal. Giovanna logo percebeu que Carol e Cameron estavam lutando contra uma forte atração... ou melhor, era Cameron quem parecia estar resistindo, mas como a maioria dos homens, ele não recusaria a tentação que Carol lhe oferecia.
A tensão crescia entre ambos, com cada um tentando vencer o outro naquela batalha verbal. Cameron deslizou suavemente a liga de renda pela perna de Carol. As mãos dele desaparece_ram sob o vestido longo de madrinha, o tecido vaporoso fran_zindo ao redor de seus pulsos.
Carol suspirou, e seus olhos se apertaram ao sentir as mãos de Cameron em sua perna, despertando a curiosidade dos con_vidados, que queriam saber o motivo do suspiro. O sorriso malicioso dele mexia com o imaginário das pessoas. Os demais rapazes começaram a assoviar e a aplaudir.
Depois, Cameron ergueu a vestido de Carol, exibindo a liga de renda na perna dela. Sorriu e fez pose para o fotógrafo. Mas em vez de reclamar o prêmio, ele deixou a liga na perna de Carol e levantou-se, para espanto geral.
— Você não vai tirá-la? — ela perguntou, desafiando-o com o olhar.
— Acho que você deve ficar com ela. Talvez algum dia encontre algum rapaz que goste de fazer seu jogo e que ficará feliz em tirá-la da sua perna.
— Tenho certeza de que isso não será problema.
— Já estou sentindo pena do pobre-coitado — Cameron respondeu rindo e afastou-se rapidamente da pista de dança antes que Carol prosseguisse aquela conversa inadequada para o momento.
— Uau, estou impressionado! — Alex comentou num tom de admiração. — Cameron merece todo o nosso respeito. Não é sempre que alguém tem a última palavra com Carol.
— Vamos ver quem se rende primeiro, Carol ou Cameron — Alexandre respondeu, enlaçando Giovanna pela cintura, num gesto íntimo e possessivo.
A banda começou a tocar uma música romântica e logo a pista de dança estava lotada de casais. Sem perguntar, Alexandre conduziu Giovanna para a pista, e ela se deixou abraçar e levar pela música.
— E então, Giovanna, está se divertindo?
— Muito. — Responder com honestidade era incrivelmente fácil. — Sua família é simpática, alegre e muito normal.
Ele riu.
— Acredite, nós temos nossas peculiaridades. Mas como é o casamento de Adrian, estamos nos comportando da melhor maneira, isto é, com exceção de Carol. Ela não sabe o que significa recato.
— Não exagere, Alexandre. — Giovanna não via nada de errado na confiança e ousadia de Carol, mesmo com a certeza de que suas atitudes fogosas muitas vezes lhe causavam problemas. — Eu gosto da personalidade corajosa dela. É estimulante.
— Você diz isso porque não cresceu na mesma casa com minha irmã. Meus irmãos e eu passamos maus bocados com ela. Às vezes Carol consegue ser insuportável!
Giovanna sorriu. Apesar das queixas, Alexandre adorava a irmã com toda a sua rebeldia. Ele era um bom irmão e um homem muito carinhoso.
Embalada pela música, Giovanna fechou os olhos e colou o rosto no dele. Inalou o aroma cítrico do perfume que exalava da pele de Alexandre.
—Obrigada por haver me trazido — ela murmurou. — Obrigada por permitir que eu partilhasse este dia tão especial com você.
— Obrigado por ter ficado — Alexandre respondeu simplesmente.
As palavras já não eram tão necessárias entre eles. Mas Giovanna compreendia e aceitava que aquele dia era apenas um aconte_cimento, um oásis, e que nada tinha mudado entre ambos no que dizia respeito a ela e ao seu futuro.
O sol se pôs, e a tarde morna transformou-se numa noite fria. Sentados ao redor de uma mesa redonda, Giovanna e Alexandre bebiam champanhe e comiam o bolo de noiva enquanto con_versavam com Eric e Jill. Steve ligara da maternidade, mas o bebê ainda não nascera. As contrações de Liz aumentavam, porém não esperavam que a criança nascesse antes do início da madrugada.
Chayse e Adrian despediram-se e seguiram para o aeroporto, onde pegariam o avião para o Havaí. Aos poucos, os convida_dos foram se despedindo e Giovanna descobriu que não queria ir embora. O dia fora perfeito em muitos sentidos, e não tencionava passar o resto da noite sozinha. Mas o que aconteceria depois que saíssem da festa dependeria só de Alexandre, e ela não tinha a menor idéia de como a noite terminaria.
— Jill e eu estamos indo também — Eric informou, levantando-se e ajudando a esposa a fazer o mesmo. — Já é tarde e ela está sentindo um pouco de dores.
— Bobagem! — Jill protestou. — É só cansaço. Uma boa noite de sono me fará muito bem.
— Foi um prazer conhecê-los. — Giovanna realmente simpati_zara com o casal.
— Igualmente — disse Eric. — Esperamos vê-la em breve em outra reunião de família.
Mie não corrigiu a conclusão errada. Nem Alexandre. Foi melhor assim. Era mais fácil deixar as coisas como estavam. Assim, evitariam explicações desnecessárias. Afinal, eles nunca mais a veriam.
De repente, Jill respirou forte, arregalou os olhos e pousou a mão na barriga.
Eric voltou-se imediatamente para a esposa sem esconder a preocupação.
— Jill? O que é isso? Ela riu, nervosa e ansiosa.
— Penso que teremos de ir à maternidade. Minha bolsa aca_bou de estourar.
Eles chegaram à casa de Alexandre bem depois da uma da ma_drugada. Giovanna estava cansada pelos acontecimentos do dia, mas feliz por ter ido à maternidade e compartilhado a alegria dos Nero pela chegada de dois novos membros da família.
Alexandre estacionou o Corvette na garagem, desligou o motor e voltou-se para Giovanna.
— Quem diria que Jill teria o bebê quinze minutos antes de Liz?
Fora uma surpresa para todos, já que Liz se internara na maternidade antes de Jill.
— Tudo tem sua hora certa, e nenhuma aposta vai mudar as regras da natureza.
Ele esticou o braço e enterrou os dedos nos cabelos dela.
— Você tem razão, Giovanna.
Ela reclinou a cabeça no banco, lembrando-se da sala de espera da maternidade repleta com os pais, irmãos, primos dos Nero, todos preocupados, mas ansiosos para ver quem nasce_ria primeiro. Algumas horas depois de Jill entrar em trabalho de parto, Eric aparecera na sala para anunciar que era pai de uma linda menina. Segundos depois, fora a vez de Steve comunicar o nascimento do filho. Naquela altura, ninguém lem_brava mais da aposta. Os dois irmãos exultavam por serem pais de crianças perfeitas e saudáveis.
— Obrigada de novo por hoje — Giovanna murmurou. O dia havia sido melhor do que ela imaginara, um verdadeiro pre_sente que guardaria para sempre na memória e no coração.
— Por nada.
Giovanna mordeu o lábio, indecisa se deveria ou não fazer a pergunta que estava presa na garganta. Então, resolveu ir em frente.
— Posso entrar na sua casa?
Alexandre acariciou-lhe o rosto. Giovanna sentiu os seios incharem de desejo e os mamilos enrijecerem, o que sempre acontecia quando ele a tocava.
— Não sei se é uma boa idéia. Se você entrar, ambos sabe_mos o que vai acontecer.
Ela sorriu timidamente.
— Esse é o xis da questão, não?
Os olhares de ambos se encontraram.
— Nós tivemos um longo dia.
Alexandre estava se esquivando. Giovanna conteve-se para não se ati_rar nos braços dele. Sabia que Alexandre a queria. Podia ver o desejo nos olhos dele e senti-lo em seus carinhos. Mas desde a noite em que Alexandre jantara no apartamento dela, ele não ia além dos beijos e das carícias provocantes.
Contrariando sua própria determinação, Giovanna deixou a frus_tração vencê-la.
— Alexandre... Nunca mais nós vamos fazer amor? Um meio sorriso curvou um canto dos lábios dele.
— Espero que sim.
Não era a resposta que ela gostaria de ouvir.
— Talvez você esteja esperando até o último dia para dar-me um presente de despedida?
Assim que percebeu uma ruga na fronte de Alexandre e os olhos anuviados pela emoção, Giovanna arrependeu-se imediatamente pe_la escolha das palavras erradas.
— Desculpe, Alexandre, eu...
— Psiu... — ele a interrompeu para que ela não dissesse mais nada.
Inclinando-se para a frente, Alexandre a beijou. Um beijo longo, profundo, sensual, que a tocou direto no coração, na alma. Giovanna entreabriu os lábios, avidamente aceitando tudo o que Alexandre tinha a lhe oferecer.
Por enquanto, por aquela noite, Giovanna sabia que seria sufi_ciente. Tinha de ser.
E pouco ou muito, precisava se contentar.
Capítulo XV
Alex entrou na sala de Alexandre e sentou-se diante da mesa do irmão. Era sexta-feira, pouco depois das seis horas da tarde.
— Já estou indo, Alexandre. Combinei de jantar com Dana e não quero me atrasar. Você vai trabalhar até mais tarde?
— Não, só vou terminar algumas coisas antes de sair. Estou analisando o balancete do projeto St. Antonelli.
— Como estão os números? — Alex perguntou.
— Ótimos. — Alexandre entregou o balancete para Alex certifi_car-se. — Estou muito satisfeito, e a margem de lucro está dentro da meta. Papai também ficou contente com o último relatório que lhe enviei e ele acha que os lucros vão superar as nossas estimativas.
— Boas notícias! — Alex sorriu, colocando os papéis em cima da mesa. — Você teve sua grande chance com o projeto St. Antonelli, mas, sobretudo, parece que conseguiu o que queria com esse trabalho.
Alexandre concordou com um gesto de cabeça. Alex referia-se ao sucesso que a Nolan & Filhos obtivera ao ganhar a concorrência para a reforma do St. Antonelli Hotel. Esse era o objetivo de Alexandre desde o início. Os pedidos e orçamentos de outras empresas não paravam de chegar, graças à qualidade do trabalho na reforma do hotel. Além disso, o conceito da Nolan & Filhos subira no mercado do ramo da construção.
Para Alexandre, esse sucesso era uma questão de honra, depois do desastre financeiro do projeto Wrigley Building, que quase levara a Nolan & Filhos à falência. Seu pai nunca o responsa_bilizara pelo prejuízo, mas, desde então, o objetivo principal de Alexandre era reerguer a empresa, financeira e moralmente. Ago_ra, ele estava muito perto de alcançar sua meta. O orgulho do pai era indisfarçável depois de examinar o balancete do projeto St. Antonelli. Para isso, Alexandre tanto batalhara.
Mergulhar naquele projeto fora um marco muito importante na vida de Alexandre. A determinação de fazer a Nolan & Filhos crescer e prosperar era seu grande objetivo. E sempre seria. A empresa era seu ganha-pão, seu meio de vida, e ele estava feliz com os novos sucessos. Mas Alexandre começava a admitir que a Nolan & Filhos não era mais a razão principal de sua vida. Era apenas uma pequena parte de quem ele era, havendo, portanto, muito espaço para outros projetos pessoais.
Depois de ter conhecido Giovanna, compreendera o que queria para o seu futuro. Enquanto só a empresa era importante para ele, Alexandre conseguira estabelecer o equilíbrio perfeito entre tra_balho, lazer e relacionamentos íntimos, sempre com a esperan_ça de encontrar uma mulher especial, e rápido, se possível. E a mulher especial era Giovanna St. Antonelli. Suspirando, olhou para Alex, que estava demorando na sala mais do que o normal, sobretudo tendo um encontro com Dana. Sem dúvida, o irmão tinha alguma coisa em mente, ou então, nem teria sentado.
— Está tudo bem com você? — Alexandre perguntou, intrigado. A pergunta era a oportunidade que Alex esperava para abrir a boca e falar:
— Bem, eu tenho refletido muito desde o dia do casamento de Adrian. Nossos três primos estão casados e felizes, e dois deles já têm até filhos. Estou começando a me sentir como um ser de outro planeta.
— Entendo. E já não somos mais tão jovens assim, não é?
—Não é nada disso. — A expressão de Alex tornou-se mais sombria. — Eu estou na idade ideal e pronto para ter esposa e filhos.
Os pensamentos de Alex coincidiam com os de Alexandre em termos de relacionamentos e compromissos. Aparentemente, Joel e Carol preferiam continuar solteiros, sem intenção de assumir compromissos num futuro próximo.
— Como estão as coisas entre você e Dana? Algum pro_gresso no departamento amoroso?
— Infelizmente, não. Do ponto de vista de Dana, estamos muito bem assim. — Alex sorriu e encolheu os ombros. — Mas um dia resolveremos o nosso caso, de um jeito ou de outro.
Alexandre pressentiu a sombra de um ultimato pairando sobre o irmão e Dana. Ele entendia muito bem a frustração de Alex. Estava enfrentando o mesmo impasse com Giovanna.
— Eu estou muito curioso sobre você a Giovanna St. Antonelli — Alex continuou. — Principalmente depois de tê-la levado ao casamento de Adrian. Não me lembro da última vez que você levou uma mulher para conhecer a nossa família.
A atitude de Alexandre demonstrava o grau de comprometimento da parte dele e permitira que Giovanna compreendesse a seriedade das suas intenções em relação a ela, em relação a eles, sem grandes discursos verbais e sem assustá-la. Mesmo assim, nada mudara entre ambos, desde aquele dia incrivelmente mara_vilhoso, e Alexandre considerava isso muito desanimador. Giovanna ain_da mantinha as barreiras emocionais, e ele estava encontrando muitas dificuldades para derrubá-las.
— Estamos bem, do ponto de vista dela — Alexandre repetiu as palavras do irmão, que não poderiam ser mais apropriadas à situação.
Alex riu.
— Mas um dia vocês resolverão o caso, de um jeito ou de outro?
Alexandre também riu.
— Será inevitável. — E ele tinha apenas cinco dias para resolver as pendências entre ambos. — Mais uma semana e Giovanna estará morando em San Francisco, e eu não acredito em relacionamentos a distância.
— Vai ser difícil — Alex comentou.
Difícil, sim, mas Alexandre sabia o que devia fazer. Estava na hora de esclarecer tudo, de confessar a Giovanna seus sentimentos, e esperava sinceramente que ela acreditasse nele, e nela mes_ma, o suficiente para dar-lhes a chance que ambos mereciam.
Giovanna desligou o telefone depois de conversar com Rosalyn. Ou melhor, depois de ouvir a irmã contar como tudo ia às mil maravilhas entre ela e Adam. Rosalyn agradecera a ajuda de Giovanna, insistindo que ela jamais conseguiria levar adiante a ten_tativa de sedução sozinha. Giovanna sabia que não era tudo aquilo. Rosalyn amadurecera muito nas últimas semanas, e a determi_nação e a confiança recém-descobertas eram verdadeiras. Giovanna sabia também que sua irmã não precisaria mais dela como antes.
Era o que Giovanna queria um mês antes. Ansiara por uma vida nova, independente, sem cobranças, sem pressões, sem influên_cia e expectativas da família. Porém, ao longo de seu relacio_namento com Alexandre, alguma coisa dentro dela mudara, alguma coisa que ainda não identificara e nem compreendia. Alguma coisa que ameaçava tudo em que ela acreditava, queria e pre_cisava em sua vida.
Uma leve batida na porta arrancou-a dos pensamentos con_flitantes.
— Entre.
Joan, a nova gerente executiva da butique, entrou no escri_tório.
— Há um mensageiro aí fora com uma encomenda para você. Mas tem ordem para entregar só para você e com a sua assinatura no protocolo.
Giovanna achou estranho, considerando que não estava esperan_do nenhum documento.
— Já estou indo. Ela pegou a cédula de identidade na bolsa e foi até a butique.
Por hábito, lançou um olhar rápido, automático, em direção ao hall do hotel. Surpreendeu-se ao ver Alexandre e alguns operários trabalhando numa tarde de sábado. Entretanto, a surpresa maior foi ver o pai e Evan conversando com Alexandre, provavelmente a respeito da reforma que estava quase no fim.
A empresa de Alexandre fizera um trabalho fantástico, perfeito, no saguão do hotel. Charles St. Antonelli e Evan estavam tão sa_tisfeitos com o resultado que pensavam seriamente na possi_bilidade de entregar à Nolan & Filhos a reforma de outros setores do hotel.
— A senhora é Giovanna St. Antonelli? — o mensageiro perguntou.
— Sim, sou. — Ela exibiu o documento, e o rapaz entre_gou-lhe um envelope pardo depois da assinatura do protocolo.
Não havia nome nem endereço do remetente, o que lhe des_pertou a curiosidade. Voltou ao escritório e abriu o envelope. Dentro, havia uma folha de papel dobrada, e, ao desdobrá-la, um cartão magnético caiu sobre a mesa. Era um cartão do St. Antonelli Hotel.
Ainda mais confusa, leu a mensagem escrita em caligrafia firme e masculina:
Uma fantasia erótica espera-a esta noite, se você se atrever a viver uma grande aventura comigo. Local do encontro amoroso: St. Antonelli Hotel, suíte 1.483, às sete da noite. Todo seu por uma noite, S.
Um frisson percorreu-lhe o corpo, acabando com todas as dúvidas e preocupações. Ela teria coragem? Oh, sim, definiti_vamente, teria. Era o que queria de Alexandre e não recusaria a chance de um encontro íntimo com ele.
Parecia que Alexandre iria mesmo dar-lhe o presente de despe_dida que Giovanna tanto esperava!
Bem mais tarde, depois de sair sorrateiramente de seu apar_tamento, Giovanna usou o cartão magnético que Alexandre lhe enviara para abrir a porta da suíte 1.483. Entrou rápido e tornou a fechar a porta.
No hall da suíte, ela foi imediatamente envolvida pela at_mosfera romântica e sedutora da suíte. Giovanna deu alguns passos e parou na entrada da sala iluminada à luz de velas. Olhou ao redor. Um castiçal adornava a mesa de jantar colocada bem no meio da sala, uma música suave espalhava-se pelo ar, e a vista da cidade era a mesma que ela via da janela de seu apartamento.
O que mais a impressionou, porém, foi a imagem de Alexandre sentado numa das cadeiras de encosto alto ao redor da mesa. Ele a observava com um sorriso sensual e devastador nos lá_bios. Seu olhar deteve-se no vestido que ela escolhera espe_cialmente para ele. Um vestido preto justo, de alças finas. O salto alto da sandália de tiras realçava as pernas bem torneadas.
— Você veio — Alexandre murmurou.
Giovanna permaneceu onde se encontrava. Inclinou a cabeça, e os cabelos loiros caíram sobre o ombro nu.
— Você duvidava?
— Havia um definitivo fator de risco envolvido, conside_rando onde estamos.
Sim, eles estavam no St. Antonelli Hotel, rodeados por funcio_nários que conheciam os dois. E apesar de todas as precauções, sempre havia o risco de ser surpreendida por algum empregado que, com certeza, ficaria muito curioso. Mas decidira que ir ao encontro de Alexandre, e ficar com ele, era muito mais importante do que todos os riscos envolvidos.
— Você vale o risco — ela disse num tom enrouquecido. Alexandre sorriu com indolência.
— É bom ouvir isso.
Levantando-se, ele se aproximou, pegou-a pela mão e le_vou-a até a sala. Giovanna viu a garrafa de Dom Perignon no balde de gelo, as pétalas de rosas espalhadas na mesa, as taças de cristal ao lado de cada prato. Encantou-se pelo tempo e pelo esforço de preparar o ambiente para o encontro, sem mencionar o custo.
Alexandre afastou a cadeira para ela sentar e levantou a tampa da bandeja de prata. Giovanna lançou-lhe um olhar admirado, en_quanto ele se sentava de frente para ela.
— Uau, você sabe como seduzir uma garota em grande estilo. — disse Giovanna, referindo-se à variedade de comidas leves expostas na bandeja.
Ele abriu a garrafa de champanhe e despejou o líquido borbulhante nas taças.
— Eu queria o melhor para você, mesmo acreditando que a comida não é o objetivo principal desta noite. Então, decidi servir-lhe apenas o suficiente para manter suas energias. Afi_nal, pretendo liberar o meu lado atrevido mais tarde.
Giovanna riu.
— Mal posso esperar.
Alexandre ergueu sua taça para um brinde.
— A uma noite para nenhum de nós esquecer. Vibrando com o brilho malicioso nos olhos dele, e curiosa sobre o que mais Alexandre teria planejado, Giovanna tocou sua taça na dele e tomou um gole de champanhe. Ela imaginava que logo descobriria o que a noite lhe reservava, mas não queria apressar os acontecimentos. Desejava deliciar-se com o jantar, com aquele aconchego, com a conversa casual que sempre surgia entre eles. Aquelas eram as coisas simples de que ela tanto gostava quando estava com Alexandre, a afinidade natural que par_tilhavam e a intimidade emocional que superava o aspecto fí_sico do relacionamento deles.
— Eu o vi trabalhando no hotel esta tarde e conversando com meu pai — ela comentou, servindo-se de um pedaço de lagosta. — Está tudo bem com o trabalho?
— Não poderia estar melhor. Seu pai e eu estávamos justa_mente discutindo alguns detalhes do que ele quer no saguão. — Alexandre comeu pedaços de queijo importado. — Gostei de seu pai. Ele é um homem bom e justo.
Giovanna levou o pedaço de lagosta à boca e começou a mastigar bem devagar, tentando não aprofundar-se no comentário dele. Era como se Alexandre quisesse que ela enxergasse o pai com os olhos dele.
Naquele momento, Giovanna não queria pensar e nem conversar sobre tal assunto. Então, manteve a conversa no campo pro_fissional.
— Ouvi dizer que meu pai está interessado em contratar a sua firma para outros trabalhos de reforma.
— É verdade. Espero que dê certo. Ganhar a concorrência do projeto St. Antonelli foi muito bom para a Nolan & Filhos, e fortaleceu a minha confiança para aceitar outros grandes pro_jetos de reforma.
Giovanna surpreendeu-se com a revelação de Alexandre. Nunca ima_ginara que ele duvidava da própria capacidade de ser bem-sucedido.
— Você é um dos homens mais seguros e confiantes que eu já conheci.
— Em certos aspectos, sou, sim. Mas há alguns anos, eu cometi um erro de avaliação num orçamento de um grande projeto. Ganhamos a concorrência e, por conta desse erro, a Nolan & Filhos quase foi à falência. Isso abalou a minha auto-estima e, como resultado, tenho passado estes últimos cinco anos batalhando para reerguer a nossa empresa, realizando bons negócios, com a esperança de provar a meu pai que posso administrá-la e fazê-la crescer e prosperar.
Giovanna se reclinou na cadeira, perplexa com o que acabara de ouvir, sem falar que as inseguranças dele eram muito parecidas com as dela.
— Eu não tinha idéia, Alexandre. Ele encolheu os ombros, como se tudo isso fizesse parte de um passado distante.
— Apesar de todo o prejuízo e por mais que tenha acreditado que desapontei meu pai, ele nunca me culpou pelo erro que cometi. Eu fui punido só por mim mesmo, por ninguém mais. Sacrifiquei minhas vontades e necessidades porque meu único objetivo era fazer tudo certinho para ganhar de novo o respeito de meu pai.
A conversa tomara um rumo muito pessoal e refletia a vida de Giovanna também. O que Alexandre dissera aplicava-se ao passado dela e ao erro que cometera com Greg. A chantagem dele cus_tara muito aos pais de Giovanna, não só em termos financeiros, mas emocionalmente também. Ela carregara nos ombros o peso de ter desapontado seus pais e passara os últimos anos tentando compensá-los pelo escândalo que quase destruíra a reputação da família.
— Sabe de uma coisa? — Alexandre continuou. — Eu tive o respeito de meu pai durante todos esses anos. Do contrário, ele não teria me deixado administrar a empresa. Levei muito tempo para compreender isso. Agora, estou disposto a ser um pouco egoísta e pensar mais em mim e no que eu quero, hoje e no futuro. E uma dessas coisas é estar com você.
O coração de Giovanna disparou. O carinho que ela viu nos olhos de Alexandre era poderoso e envolvente, e a emoção que os envol_via, quase palpável. O que ele acabara de falar constituía um pedido. O que as palavras dele pediam era um compromisso como resposta, que dissipariam as dúvidas que lhe anuviavam as feições.
Sem dúvida, aquele homem encantador conquistara-lhe o co_ração, mas sua mente estava explodindo com tudo o que ele revelara. Além disso, Giovanna sentia-se confusa com sua própria vida e com o futuro que teria de resolver dentro de pouco tempo.
Giovanna não queria que aquela noite terminasse com alguma discussão pesada sobre inseguranças e medos que ela acumu_lara durante anos e que haviam afetado grande parte de sua vida. Haveria muito tempo para isso, mais tarde.
— Alexandre, eu gosto muito de você, por mais que isso me assuste. — Ela sorriu, esperando que sua resposta atendesse às expectativas dele e que sua expressão tão séria se tornasse mais alegre e sedutora. — E estamos juntos agora. Então, vamos aproveitar ao máximo estes momentos.
— E o que vou fazer! — Felizmente, Alexandre deixou o assunto morrer. — O que acha de bebermos o champanhe na cama?
Giovanna sentiu uma onda de calor e desejo incendiar-lhe o corpo.
— Pensei que você nunca me pediria!
— Então, vamos. — Ele pegou o balde de gelo com a garrafa de champanhe, estendeu a mão para Giovanna e a conduziu para o quarto.
Ela olhou para as fitas pretas de veludo sobre os travesseiros e depois para Alexandre.
— O que é isso? — perguntou, curiosa.
— Uma fantasia sua. — Ele colocou o balde com a cham_panhe sobre o criado-mudo. —Lembra-se do que conversamos por telefone quando você estava em San Francisco? Você disse que, muitas vezes, se imaginava sendo amarrada e forçada aos caprichos sexuais de um homem.
Giovanna arregalou os olhos.
— Sim, eu me lembro.
— Mas você me disse também que fica excitada quando pensa em ser a parte dominante, agressiva. — Com a ponta dos dedos, começou a acariciar-lhe a curva dos seios, e logo notou os mamilos enrijecidos sob o tecido do vestido. — Esta noite, você terá a oportunidade de realizar as suas fantasias. A escolha é sua. Você quer ser amarrada e submeter-se aos meus desejos eróticos e proibidos, ou prefere que eu seja o dominado?
Giovanna emitiu um riso abafado, indisfarçávelmente excitado.
— Não faça isso comigo. Decida você.
Alexandre recusou com um gesto de cabeça, não querendo lhe facilitar as coisas.
— Como será, querida?
Ela refletiu por alguns instantes, e depois segurou-lhe o rosto entre as mãos.
— Esta noite, quero ser sua. Como você me quiser. Alexandre conteve-se para não lhe arrancar o vestido e levá-la direto para a cama. Mas a noite deveria ser toda sedução, ten_tação, sempre atendendo aos desejos de Giovanna.
Com isso em mente, ele acomodou-se na cadeira num canto do quarto.
— Tire a roupa — Alexandre ditou sua primeira ordem.
Giovanna piscou, sorriu maliciosamente e, com gestos sensuais, afastou as alças do vestido e puxou-o, deixando os seios à mostra. Com um movimento dos quadris, o vestido deslizou suavemente até o chão. Tudo o que ela vestia por baixo era uma calcinha preta minúscula, capaz de enlouquecer qualquer homem.
Seminua, de sandálias de salto alto, com os cabelos loiros emoldurando-lhe o rosto, Giovanna parecia um sonho transformado em realidade.
Ela cobriu os seios com as mãos, apertou os mamilos intumescidos entre os dedos e suspirou de puro prazer. Depois, acariciou o abdômen, e a mão foi deslizando até desaparecer sob a calcinha. Tocando-se e acariciando-se, inclinou a cabeça para trás e gemeu enquanto girava os quadris no ritmo da mão e dos dedos.
Alexandre sentiu a força de sua ereção dentro da calça.
— Venha cá e tire a minha roupa—ele ordenou roucamente.
Passou-se um segundo antes de Giovanna sair daquela espécie de transe, mas assim que recuperou o equilíbrio, aproximou-se dele. Ajoelhou-se, numa posição submissa, tão diferente da mulher forte e confiante que Alexandre conhecia. Mas aquilo tudo não passava de uma fantasia para ambos.
Ela começou pelos sapatos e meias, depois foi a vez da ca_misa. Em pé, entre as pernas dele, acariciou-lhe o torso nu. Alexandre gemeu, enterrou os dedos nos cabelos de Giovanna e beijou-a na boca. Os lábios colaram-se, as línguas enroscaram-se num beijo faminto, devastador. Ele acariciava-lhe a pele sedosa das costas, e os músculos do estômago contraíram-se ao sentir o calor dos seios de Giovanna em sua barriga.
Ela começou a beijar-lhe o pescoço, os ombros, o torso, enquanto, com dedos atrevidos, lutava com o zíper da calça de Alexandre.
De uma só vez, Giovanna tirou-lhe a calça e a cueca. Fascinada, fitou-o, esparramado na cadeira completamente nu. Ele estava excitado, o membro ereto. Sob o olhar embaçado de Giovanna, Alexandre segurou o pênis rígido e acariciou-se, como ela fizera antes. Ela umedeceu os lábios, esperando por uma nova ordem.
— Eu quero entrar em você. Deite-se na cama.
Giovanna hesitou, depois fez o que ele pedia. Alexandre esperou al_guns minutos até recuperar o controle de seu corpo e de sua ereção. Só então juntou-se a ela na cama para a segunda parte da fantasia.
Com a fita de veludo, ele amarrou-a pelos pulsos e prendeu-a na guarda da cama. Giovanna estava tão bonita, tão sedutora, seu corpo ágil e flexível todo ali para ele. Mas muito mais do que o corpo, Alexandre queria o amor e a confiança de Giovanna. Queria também que ela confiasse nele.
Com a ponta dos dedos, Alexandre acariciou desde os pulsos, que batiam rapidamente, até a base do pescoço, descendo depois para os seios e os mamilos. Giovanna meneava a cabeça e gemia.
— Tem certeza de que você está bem? — ele perguntou.
— Sim. — O olhar dela era suave, ardente e faminto. — Eu quero isso... quero você.
— Sou seu. — E provavelmente o seria pelo resto da vida, com ou sem Giovanna por perto.
Inclinando-se, ele pegou a garrafa de champanhe.
— De repente, me deu uma sede. E você?
— Estou morrendo de sede.
Alexandre tomou um gole de champanhe, em seguida encheu a boca com o líquido e beijou Giovanna, matando-lhe a sede de uma forma completamente erótica. Depois que ela engoliu o cham_panhe, Alexandre sentiu o inebriante sabor nos lábios e na língua de Giovanna. Agora, ele queria sentir aquele mesmo sabor nos seios dela, no ventre, entre as pernas...
Entornou um pouco da bebida sobre os seios de Giovanna. Ela estremeceu ao sentir o líquido gelado escorrer em sua pele, mas depois riu.
— Oh, Alexandre...
— Que delícia! — Ele lambeu-lhe os mamilos, antes de sugá-los avidamente, até desaparecer o último vestígio do champanhe.
Alexandre fez a mesma coisa no ventre, e o líquido espalhou-se pelos quadris, molhando o lençol. Ele sugou o champanhe que se acumulara no umbigo.
— Você se importa de ficar um pouco molhada e molecada! Ofegante, com os braços presos pelas tiras de veludo, Giovanna contorcia-se sob a boca e a língua atrevidas de Alexandre.
— Não, não me importo.
— Boa resposta.
Depois de sugar todas as gotas de champanhe, ele se posi_cionou entre as pernas dela para seu propósito final. Mas Giovanna ainda vestia a calcinha preta. Em menos de um segundo, Alexandre a livrou das sandálias e da calcinha também.
De novo, recorreu à garrafa de champanhe e entornou o líquido entre as pernas dela.
Ele deu continuidade ao tormento sensual, lambendo, su_gando, beijando. Depois, posicionou-se sobre Giovanna e a pene_trou. Giovanna incitou-o a cavalgar até satisfazer o próprio desejo.
Alexandre cerrou os dentes, mas não se moveu. A diversão e o jogo terminavam ali. A fantasia também. Agora, era a hora da realidade. Esperava ter tocado nas emoções de Giovanna do mesmo modo como ela tocara nas dele.
Alexandre continuou imóvel, e Giovanna fitou-o com os olhos anuviados e confusos.
— Alexandre?
— Quero lhe dizer uma coisa — declarou ele, soltando-lhe os braços e deixando-a livre. Depois, segurou-lhe o rosto entre as mãos, obrigando-a a olhá-lo. — Eu a amo, Giovanna. Quero uma relacionamento verdadeiro com você, quero construir uma vida e um futuro com você. Assim como a fantasia desta noite, a escolha é sua.
Antes que Giovanna pudesse dizer alguma coisa, ele a beijou. Começou a mover-se dentro dela e, no momento do êxtase, Alexandre entregou-lhe tudo que possuía: o coração, o corpo e a alma.
Autor(a): GN
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Assim que abriu os olhos na manhã seguinte, Giovanna viu o espaço vazio ao seu lado na cama. Instintivamente, soube que Alexandre fora embora e que ela estava sozinha na suíte do hotel que ele reservara para uma noite inesquecível. Enterrou o rosto no travesseiro, atormentada pela sensação de vazio e perda. Agora, havia sido Alexand ...
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