Fanfics Brasil - Que pergunta? Noite de Prazer

Fanfic: Noite de Prazer | Tema: gn


Capítulo: Que pergunta?

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No hotel, ela atravessou o saguão e, usando o cartão magnético, abriu uma porta próxima à recepção e entrou. Havia escritórios dos dois lados do corredor acarpetado, incluindo o de Evan, e um elevador particular que levava à cobertura, onde Giovanna morava. No final, havia uma porta que dava diretamente para o estacionamento exclusivo de Evan e da família St. Antonelli. Assim, eles tinham a liberdade de entrar e sair longe da curiosidade dos funcionários.


Ela apertou o botão do elevador, cujas portas se abriram imediatamente. Digitou uma senha no painel, e o elevador su_biu para o 44Q andar do hotel. Para o lugar que Giovanna chamava de "sua casa".


Ninguém tinha acesso a esse andar, além dela, da família e de Evan, em casos de emergência. E todos, até mesmo os pais, respeitavam sua privacidade e não subiam à cobertura sem avi_sarem antes.


Aquela fora sua primeira exigência depois de aceitar o con_vite dos pais para morar na cobertura, alguns anos antes. Era a solução perfeita, uma vez que costumava passar horas traba_lhando no hotel. Entretanto, não era raro perguntar-se se viver ali tinha, de certa forma, cerceado um pouco sua independên_cia, deixando-a acomodada numa situação de facilidade, con_forto e segurança.


Entretanto, Giovanna vinha considerando seriamente a possibi_lidade de mudar-se para San Francisco. Instalar-se no St. Antonelli Hotel daquela cidade e continuar viajando e dirigindo as butiques dos hotéis de Chicago e Nova York. Ainda não tomara nenhuma decisão definitiva, mas a idéia de morar completamente sozinha, longe da influência da família, estava se tor_nando mais atraente a cada dia que passava.


As portas do elevador abriram-se no hall da cobertura. Giovanna foi rapidamente para o quarto. Tirou o vestido discreto assinado por Albert Nipon, os sapatos Ferragamo, os brincos de brilhan_tes e o bracelete que acabara de ganhar dos pais. Pretendia aventurar-se em algum bar da periferia de Chicago e não queria parecer uma boneca saída de alguma loja da Quinta Avenida.


Depois de um banho rápido, vasculhou os armários à pro_cura de uma roupa que ressaltasse seu corpo esbelto e bron_zeado, mas que não soasse como um aviso de "garota rica". Suas roupas eram de grifes exclusivas, mas imaginando que ninguém iria examinar as etiquetas, decidiu-se por um conjunto de minissaia e camiseta curta pink de Betsey Johnson, com_prado algumas semanas antes.


Soltou o coque e, com os dedos, ajeitou os cabelos alguns centímetros mais curtos e mais claros. Aplicou uma leve ca_mada de maquiagem, o suficiente para realçar suas feições e os olhos verdes. Colocou argolas douradas nas orelhas e borrifou o perfume favorito nos pulsos, atrás das orelhas e um pouco na curva dos joelhos também.


Por último, calçou sandálias de tiras e salto alto, criação de Antônio Bossi. Depois, parou na frente do espelho que ocupava uma parede do quarto e sorriu satisfeita com sua imagem. To_dos os traços da rica e conservadora Giovanna St. Antonelli tinham desaparecido e em seu lugar surgira uma mulher sensual, des_contraída e confiante, pronta para comemorar seu trigésimo aniversário em grande estilo.


Agora, só teria que encontrar um homem que virasse seu mundo do avesso, como nunca acontecera antes.


Alexandre, dê uma olhada na gatinha que acabou de entrar por aquela porta!


Jogando bilhar e de costas para a porta, Alexandre Nero voltou-se para conferir o comentário de seu irmão, Alex. Realmente, parada bem perto da entrada do Nick's Sport Bar, uma mulher atraente que, de imediato, despertou-lhe os sinais mais primitivos de desejo. E a julgar pelo olhares admirados dos outros homens, ele não era o único impressionado com aquela linda e provocante presença.


— Céus, é a coisinha mais gostosa que já vi por aqui! — exclamou o outro irmão, Joel.


Alexandre concordou. Assíduos do bar havia alguns anos, ele, os irmãos e os primos conheciam os freqüentadores habituais, so_bretudo as mulheres solteiras que sempre tentavam conquistar os garotos Nero, sem muito sucesso. Nenhuma jamais provo_cara tanto frisson como aquela.


A estonteante loira balançou de um pé para o outro enquanto seus olhos observavam o bar lotado de pessoas de todos os tipos. O olhar de Alexandre fixou-se nas sandálias de salto alto e subiu para as pernas compridas e bronzeadas, imaginando-as enrascadas em seus quadris nos momentos de paixão.


A minissaia deixava à mostra as coxas bonitas. Deliciando-se com a imagem, ergueu os olhos lentamente. Sentiu a boca seca ante a sensualidade das curvas dos quadris, da cintura, dos seios generosos e da marca dos mamilos pressionados sob o tecido da camiseta colada ao corpo.


O rosto da moça era de uma beleza clássica, e mesmo a distância, sua pele parecia perfeita e sedosa. Os cabelos cor de caramelo estavam meio desalinhados, como se ela tivesse saído da cama de um homem... e não se importara em penteá-lo.


E ele daria tudo para ser aquele homem!


A mulher tinha lábios cheios e macios, e boca desenhada para proporcionar a um homem todos os tipos de prazeres eró_ticos. Só de pensar, Alexandre sentiu um aperto no estômago, e todas as partes de sua anatomia masculina também despertaram.


Finalmente, os olhares se encontraram. Alexandre surpreendeu-se ao ver que ela também o observava, do outro lado do bar. A jovem sorriu como um anjo, uma contradição direta à sua apa_rência sedutora.


Perplexo com o contraste, Alexandre estudou-a com mais atenção. Sem dúvida nenhuma, aquela mulher era uma mistura inflamável de tentação e pecado original. Ainda assim, havia alguma coisa nela, uma ponta quase imperceptível de incerteza, que lhe dizia que estava completamente fora de seu ambiente. Apesar das roupas sensuais e da tentativa de adaptar-se à at_mosfera local, sua aparência fez com que Alexandre a comparasse a um diamante aninhado entre pedras falsas.


A incoerência intrigava-o como não acontecia havia muito tempo, sobretudo quando o assunto envolvia mulheres. Indis_cutivelmente, aquela garota aguçara-lhe a curiosidade, além, claro, da libido.


Um rapaz, assíduo do Nick's Sport Bar, aproximou-se dela com ar confiante de grande conquistador. O olhar da loira des_lizou de Alexandre para o outro, e seu sorriso murchou. Tom, esse era o nome do rapaz, inclinou-se e disse alguma coisa que a fez enrijecer e recuar.


A moça balançou a cabeça num gesto negativo e Alexandre leu as palavras que se formaram nos lábios dela.


— Não, obrigada.


Um a zero para o anjo, Alexandre pensou sufocando o riso. Sen_tiu-se gratificado por ver que ela possuía instinto em relação aos homens. Aqueles tipos, obviamente, não lhe despeitavam o interesse. Sua atitude deixou-o ainda mais curioso para des_cobrir o que a levara a um lugar tão comum e pouco seletivo como o Nick's.


Endireitando os ombros num gesto determinado, ela enca_minhou-se para o balcão de mogno e latão. Andava com tama_nha elegância e graça que parecia estar atravessando um salão de baile da aristocracia, em vez de um bar superlotado. Outro contraste, comparando-a com as demais mulheres. Seus qua_dris gingavam levemente, as pernas compridas e bronzeadas davam passos confiantes, e os seios generosos balançavam ape_nas o suficiente para Alexandre acalentar a fantasia de como seriam aqueles frutos macios em suas mãos, em sua boca...


O pensamento excitou-o. Curvou-se sobre a mesa de bilhar para fazer a jogada e também para esconder sua reação da loira de curvas explosivas.


O gemido de Joel expressou os sentimentos de Alexandre.


— Meu Deus, que corpo! Estou quase caindo de quatro aos pés dessa mulher.


Alex mudou de banco e sentou-se mais perto dos irmãos.


— Só falta uivar como o cachorro que você é! — ele brincou.


— E você acha que não valeria a pena? — Joel encolheu os ombros e bebeu um gole de cerveja.


— Sosseguem, garotos! — Alexandre completou a jogada, e a bola caiu direto na caçapa. Ao mesmo tempo, com o canto dos olhos, acompanhava os movimentos da mulher. Viu-a sentar-se num banco do bar, cruzar as lindas pernas e pedir um drinque. — Até parece que nunca viram uma mulher bonita.


— Não acredito! Você está cego ou virou um monge — Joel respondeu com incredulidade. — A moça não é apenas bonita. É... quente. Escandalosamente quente. E parece que quase todos os homens estão tentando se aproximar dela.


Era verdade. Outro rapaz começou a rodeá-la. Alexandre sentiu-se profundamente irritado. Depois, satisfeito por ela tê-lo dis_pensado também. O barmann serviu-lhe o drinque, alguma coisa rosa num copo de coquetel, e ela tomou um gole enquanto observava as pessoas. Os olhares de ambos cruzaram-se de novo, e a intensidade do rápido contato visual foi tão fulmi_nante que Alexandre sentiu uma onda de calor percorrendo-lhe as veias... até outro rapaz parar ao lado da mulher e quebrar aquela conexão breve e silenciosa.


— Ora, Alexandre! — Alex disse, atraindo a atenção de Alexandre novamente para os irmãos e para outra jogada. — Tudo bem, eu tenho Dana, que transpira sensualidade, mas isso não quer dizer que não saiba apreciar o que é belo. Não acredito que você seja imune a uma coisinha linda como a garota sentada ali.


Não, ele não era imune. Um homem precisaria estar morto ou com alguma disfunção orgânica muito séria para ficar imune a uma mulher tão linda. A prova maior era a quanti_dade de rapazes que se aproximavam dela no balcão. Alexandre já contara cinco tentando conquistar o interesse da garota, as rejeições, porém, não desencorajavam outros de buscar a sorte com a ela.


—Estou preocupado — Alex continuou num tom complacente Se ela não despertou o seu interesse ou não lhe pro_vocou calores no pescoço, significa que realmente faz muito tempo que você não fica com uma garota.


Alexandre fitou o irmão com expressão interrogativa, não que_rendo admitir nada.


—Quanto tempo você acha que faz?


—Droga, Alexandre, você é meu irmão e eu trabalho com você todos os dias da semana! É o que sei! — Alex pegou alguns amendoins e os mastigou. — À noite, quando eu saio do escri_tório, você ainda fica trabalhando, preparando relatórios, cál_culos e planilhas que podem esperar até a manhã seguinte. Acredite em mim. Se você tivesse uma mulher como eu tenho Dana, cairia fora daquele escritório assim que as portas se fe_chassem e o telefone parasse de tocar.


— Você sabe que estamos prestes a fechar um grande ne_gócio — Alexandre justificou-se. — A prioridade é incluir estruturas comerciais e renovações, se quisermos expandir os nossos ne_gócios. Estou determinado a ganhar esse contrato, e isso sig_nifica que o nosso orçamento deve ser o mais apertado possível.


Alexandre jamais admitiria abertamente, mas o comentário de Alex estava muito próximo da verdade. Fazia quase três anos que Elaine o enganara, traindo sua confiança. Desde então, ele gastava todo seu tempo livre e suas energias na empresa da família, e não com mulheres. Tivera alguns encontros, mas nenhum se transformara em compromisso sério, sobretudo por_que nenhuma das mulheres conseguira estimular seu interesse por mais do que uma ou duas semanas.


Não era do feitio de Alexandre trocar de namorada como se tro_casse de camisa. Na verdade, nunca fora. Acabara de completar 33 anos, e as estripulias de solteiro não o atraíam mais, ao contrário do irmão mais novo, Joel, ex-fuzileiro naval, agora especialista em seguros, e que jurava adorar a vida de solteiro e todas as vantagens que isso trazia. O que significava um novo amor a cada mês.


Mas aquela mulher no bar... fazia Alexandre sentir-se irrequieto. Faminto. Excitado. Ele já nem se lembrava mais da última vez que uma mulher lhe causara tamanho impacto. Ela o tentava e, sem dúvida, invadiria seus sonhos naquela noite, deixando-o excitado e ansioso para acordar no dia seguinte.


Puxando pela respiração, Alexandre mirou a bola sete e a distân_cia até a caçapa.


— Caramba, mais um que foi queimado! — Alex fez um gesto de cabeça em direção ao bar.


Joel riu.


— Ela não se contenta com qualquer um, não!


Um mulher direta e exigente. Nada má, na avaliação de Alexandre, e a opinião crítica dela revelava muito sobre seu caráter. A moça era seletiva em relação ao sexo oposto. Como ele tam_bém o era.


— Talvez seja apenas uma questão de conhecer o homem certo — disse Alexandre, posicionando-se para a última jogada a fim de vencer a partida.


— É, acho que você está absolutamente certo — Joel con_cordou, apoiando os quadris no outro extremo da mesa. — Por que não vai até lá e vê como ela reage ao charme irresistível dos Nero? Para tornar as coisas mais interessantes, aposto cinqüenta pratas que você vai sair queimadinho, como todos. — Joel tirou o dinheiro da carteira e colocou-o sobre a mesa.


— Eu também aposto — Alex anunciou, erguendo a garrafa de cerveja para Alexandre antes de beber um gole.


Era um desafio direto, e nenhum dos rapazes Nero jamais fugiria de uma provocação. Joel lançara a aposta justamente para instigar Alexandre a aproximar-se da mulher e para proporcio_nar um pouco de diversão a ele e Alex.


— Por cem dólares, Alexandre.


Ela estava mesmo querendo conferir se havia mais substância por trás dos olhares sedutores trocados entre ela e Alexandre, que mandou a bola sete para dentro da caçapa, vencendo a partida Com um sorriso maroto, pegou as duas notas de dez que haviam apostado pelo jogo de bilhar e guardou-as no bolso da calça jeans.


—Parece que estou destinado a ser um vencedor esta noite.


Preparem-se para perder cinqüentinha cada um, rapazes!


 


 


Capítulo II


 


Giovanna jamais vivenciara uma situação tão constrangedora em toda sua história de encontros amorosos. Também nunca entrara num bar com o único objetivo de sair dele com um homem. Evidentemente, subestimara a condição de mulher sol_teira fora dos limites da alta sociedade.


Pelo menos meia dúzia de rapazes tinham se aproximado dela, mas nenhum lhe despertara o menor interesse, sexual ou outro qualquer. Eram todos muito bajuladores e pouco criati_vos, e a arrogância deles era quase palpável, o que lhe facilitava conter suas investidas.


Suspirando, dirigiu o olhar até a área de jogos. Ali se en_contrava o único homem que de fato a perturbara. Espantou-se ao ver que ele vinha na sua direção. O coração disparou, fa_zendo com que todo seu corpo vibrasse.


Sim, ele bem poderia ser o tal homem, Giovanna pensou enquanto avaliava seu corpo magro e os passos confiantes que pareciam acompanhar o ritmo da música que a banda tocava. A camiseta de algodão realçava os músculos bem definidos, e o caimento perfeito do jeans acentuava os quadris e as coxas. Havia alguma coisa de rude nele que lhe agradava e que a levava a acreditar que o homem era o tipo de bad boy que ela procurava naquela noite.


Giovanna tomou um gole de bebida e lambeu os lábios. Devagar, virou os olhos para o rosto dele. As feições bonitas e másculas eram emolduradas por cabelos pretos que pareciam penteados só com os dedos. Sua boca era a mais sensual que Giovanna já vira num homem.


Ele era, indubitavelmente, o que as amigas dela teriam ro_tulado de "pacote completo". O homem se aproximou, e Ju_lie sentiu dificuldade para respirar, o corpo queimar e a pele formigar.


Atração instantânea.


Magnetismo sexual.


Estava tudo ali clamando dentro dela, fazendo-a remexer-se, inquieta, no banco do bar. Rezou para ele não chegar com nenhuma conversa vulgar, arruinando, assim, o que começava a delinear-se como uma noite promissora. Sim, porque se isso acontecesse, Giovanna iria embora para tentar em novo território.


Ele parou bem na frente dela, sua coxa quase tocando-lhe os joelhos, deixando-a completa e loucamente consciente de sua sufocante presença. Num gesto casual, ele pousou a mão no balcão ao lado de Giovanna, seus ombros largos bloqueando-lhe a visão de tudo o mais.


Não que ela se importasse. Assim de tão perto, notou que as íris eram de um azul vivido com riscos dourados e pretos. Seu olhar era intenso e penetrante, e Giovanna se sentiu invadida até a alma.


Os lábios cheios curvaram-se num sorriso sensual e apaziguador que a desarmou completamente. Giovanna segurou a respi_ração, cativada por aquele olhar e por aquele sorriso. Esperou que ele falasse primeiro.


— Sei que estou me arriscando — ele começou com voz grave, que fez Giovanna pensar num pedaço de chocolate suíço derretendo em sua língua. — Mesmo assim, vou ser franco e abrir o jogo com você.


Com um preâmbulo daqueles, Giovanna apostaria que a conver_sa dele não seria muito diferente da dos outros. Tentou conter um sorriso prematuro de desapontamento. Decidiu dar-lhe uma chance de falar, como fizera com os anteriores.


— Estou ouvindo — prontificou-se ela, inclinando levemen_te a cabeça.


— Depois de vê-la rejeitando tantos rapazes, meus irmãos, que estão jogando sinuca, apostaram como eu teria a mesma sorte. — Os olhos azuis cintilaram, transformando-o de um deus de sensualidade num garoto travesso. — São cem dólares, e se você fizer a gentileza de fingir que está interessada em mim por meia hora ou um pouco mais, terei o maior prazer em dividir o lucro com você.


Giovanna conteve-se para não rir da proposta absurda. Um rápido olhar por sobre o ombro dele, para os dois rapazes que, parados ao lado da mesa de brilhar, os observavam atentamente foi suficiente para confirmar a história do homem.


Não acreditava que eles tinham estipulado um prêmio por ela, mas graças à conversa direta e honesta, aquele homem ganhara seu respeito e muitos pontos a favor. Em vez de per_mitir que ela se tornasse objeto de uma aposta humilhante, ele a deixava a par de tudo desde o início, impedindo-a de fazer papel de boba.


Impossível não apreciar uma atitude tão correta, além do fato de ele querer dividir o prêmio com ela.


Giovanna encolheu os ombros.


— Não quero o seu dinheiro.


— Tudo bem. — Obviamente entendendo o comentário co_mo uma recusa, ele fez menção de afastar-se. — Não me culpe por haver tentado.


Sem pensar, Giovanna segurou-o pela camiseta. Espantou-se com o próprio atrevimento, pois nunca agira assim com um homem. Mas a sua intenção não era exatamente ser ardente e ousada naquela noite? Uma mulher confiante que sabia o que queria e não tinha medo de ir atrás de seu sonho?


E ela queria aquele homem.


Soltando a camiseta, Giovanna pousou a mão no peito dele, quente e rijo sob a palma de sua mão. O corpo era uma massa de músculos esculpidos. Ele era, indiscutivelmente, um homem de verdade.


—Posso não querer o seu dinheiro, mas gostei da sua ho_nestidade.


Alexandre ergueu uma sobrancelha.


— Eu detectei um "e" em algum lugar da frase? — ele perguntou com uma ponta de esperança na voz.


Ele detectara, sim, e ela considerou a oportunidade de esti_mular o jogo da sedução.


— ... eu estou muito interessada em você. — Contemplando-o com um sorriso encantador, Giovanna deslizou o dedo pelo peito dele até a fivela do cinto. Os olhos de Alexandre escure_ceram, e os músculos do abdômen contraíram-se com o toque tentador. Os mamilos dela também se enrijeceram. — Sem nenhum fingimento.


Alexandre pousou a mão no joelho de Giovanna e acariciou-lhe a coxa com os dedos ásperos, aumentando ainda mais a forte atração entre ambos.


— Se você não quer o meu dinheiro, como posso recom_pensá-la?


— Na verdade, você já me recompensou. — Ela soltou um longo suspiro. — Finalmente, parece que os rapazes desistiram de mim.


Ele riu. O inconfundível bom humor dava a Giovanna outro vis_lumbre do homem que não era apenas franco. Parecia que ele tinha também um lado brincalhão.


— Sua entrada provocou um furacão neste bar!


Era muito mais do que um simples comentário. Giovanna pensou em perguntar-lhe o real significado daquelas palavras, mas os dedos dele traçavam círculos imaginários em seu joelho, confundindo-lhe os pensamentos. Ansiava por descruzar as pernas de uma maneira pouco elegante e recomendável apenas para sentir o calor das mãos dele um pouco mais acima, no ponto que pulsava de ardor e desejo.


Isso é libertinagem, Giovanna pensou com perplexidade, mas estava tão bom, tão excitante e proibido, e ela queria mergulhar inteiramente naquelas sensações.


Alexandre tocou-a de leve no ombro e, lentamente, inclinou a cabeça. Giovanna observava-o fascinada e, por um momento, ima_ginou que iria beijá-la. Mas ele pousou os lábios entreabertos na curva do pescoço e na orelha.


Giovanna ouviu-o inspirar profundamente, enchendo as narinas com o perfume de sua pele e dos cabelos antes de soltar um longo suspiro e murmurar:


— Importa-se de dançar comigo? Só para aqueles marmanjos engolirem a raiva e desejarem estar no meu lugar?


O momento foi incrivelmente sensual, de uma intimidade tão doce como Giovanna nunca imaginara. A respiração quente em seu pescoço e a voz enrouquecida provocavam-lhe arrepios pelo corpo inteiro. Queria experimentar tudo daquele homem, e aquela noite poderia oferecer-lhe essa oportunidade.


— Será um prazer dançar com você.


De mãos dadas, caminharam até a pista de dança repleta de casais. Giovanna não reclamava do aperto que só favorecia a proximidade. Os corpos se roçavam, se tocavam provocantes, inflamando ainda mais a tensão sexual entre ambos. Fazia muito tempo que ela não dançava, mesmo assim não demorou muito para ser completamente contagiada pelo ritmo vibrante da música.


Encorajada pelo anonimato e pelos olhares provocantes do parceiro desconhecido, Giovanna arriscou alguns movimentos sen_suais de quadris. Alexandre a enlaçou pela cintura e espalmou a mão no abdômen dela, numa posição erótica que a fez estremecer de desejo.


Obviamente, ele era um homem que não se contentava em ser um espectador passivo no ato da sedução, e ela gostava muito daquele lado dominante e agressivo. Ele era alto, forte e rígido. Excelente dançarino, ele sabia como movimentar o corpo de acordo com as batidas cadenciadas da música.


O sangue de Giovanna fervia nas veias. Então, ele a virou de frente e puxou-a para bem perto até seus corpos se tocarem. O olhar ardente e faminto dele capturou o dela, e as mãos grandes e fortes seguraram-na pelas nádegas, forçando-a a arquear-se para os corpos amoldarem-se melhor.


O atrito do jeans irritou a pele de suas coxas, e Giovanna deixou escapar um gemido abafado. Alexandre estava inegavelmente exci_tado, e ela também. O calor latejante da ereção dele pressio_nava-lhe o abdômen, e se eles não colocassem um fim àquele comportamento escandaloso, com certeza não haveria como impedir a reação dos corpos em chamas.


Dançar com ele era melhor do que tudo o que ela já expe_rimentara na vida. Giovanna já imaginava os prazeres que o desco_nhecido lhe proporcionaria quando estivessem sozinhos, nus e livres para explorar os desejos mais íntimos de cada um. Sentiu arrepios só de pensar.


Alexandre apertou os maxilares, como se também estivesse nos limites de suas forças.


— Vamos para algum lugar mais sossegado? — ele propôs com voz enrouquecida, como se lesse a mente de Giovanna.


Ela não recusaria justamente aquilo que mais queria.


Deixaram a pista de dança, e Giovanna precisou quase correr para acompanhar as passadas largas de Alexandre. De repente, ele parou e soltou-lhe a mão.


— Espere um instante.


Giovanna viu-o ir até o bar e trocar algumas palavras com o barman, que colocou alguma coisa em sua mão. E ele voltou na direção dela. Só então Giovanna se deu por conta de que ainda não sabia o nome do desconhecido.


Antes que tivesse chance de perguntar, e sem nenhuma pa_lavra a respeito do que se passara no bar, ele a conduziu até os fundos do prédio. A Giovanna só restou segui-lo.


Passaram pela área de jogos, e ela teve uma rápida visão dos dois rapazes na sala de bilhar olhando-os boquiabertos. Sentindo-se um tanto descarada e sabendo que jamais os veria de novo, ela sorriu e ergueu os dedos indicador e médio, num gesto que confirmava a vitória do irmão deles. E na opinião de Giovanna St. Antonelli, ele definitivamente ganhara o prêmio de cem dólares.


O homem levou-a por um corredor até um lance de escada que terminava no segundo andar. Ele abriu uma porta com a chave que, obviamente, o barman lhe entregara, acendeu a luz e trancou a porta por dentro. Num movimento rápido, ele a prendeu contra a parede com seu corpo forte e com as mãos no alto da cabeça.


Giovanna não teve tempo de olhar ao redor para ver onde se encontravam. Ele a beijou, e nada mais importava. Apenas o homem e o incrível momento de, finalmente, poder beijá-lo também.


O gosto dos lábios masculinos era delicioso, provocante, ardente. As línguas se tocaram, enrolaram-se, sugaram-se, ali_mentando o fogo que crescia dentro dela. O desconhecido tinha sabor de perigo, como os instintos mais selvagens e indomados, despertando em Giovanna a sensação de poder feminino que dei_xava aquele homem tão faminto por ela.


Com um gemido rouco, ele pressionou-lhe o corpo. Giovanna sentia o calor e a dureza do peito dele em seus seios e o membro enrijecido junto ao abdômen.


Sem pensar em regras de comportamento, em riqueza ou passado, Giovanna entregou-se à paixão e ao prazer. Levada apenas pelo instinto, espalmou as mãos nas nádegas firmes dele e arqueou o próprio corpo.


O efeito foi imediato. Beijando-a com sofreguidão, ele in_troduziu a mão sob a camiseta dela e pousou-a na curva do seio até encontrar o mamilo. Giovanna estremecia com os movi_mentos provocantes dos dedos dele.


Como se sentisse que estavam perdendo rapidamente o do_mínio do corpo e das emoções, Alexandre afastou os lábios dos dela. Ofegante e de olhos fechados, Giovanna encostou a cabeça na pa_rede. Ainda com a mão no seio dela, Alexandre começou a beijá-la no pescoço e na orelha. Ela respirou fundo, inebriando-se com o perfume dele.


Céus, o cheiro do desconhecido era delicioso! Giovanna sentiu ímpetos de lamber sua pele perfumada, de sentir á rigidez e o calor dele em sua boca, de prová-lo com sua língua.


Gemeu com os pensamentos eróticos que lhe assaltavam a mente.


— Oh, Deus! — ela murmurou. — Que coisa mais louca, mais fantástica e excitante!


Alexandre riu e apertou-lhe o mamilo enrijecido.


— Um pouco de loucura às vezes não faz mal a ninguém.


Giovanna sorriu, surpreendida com o fato de sentir-se tão con_fortável com aquele homem que nem conhecia. Ele era espon_tâneo, despretensioso e, ao mesmo tempo, confiante.


— Aqui estou eu, deixando-me seduzir por você... Não que esteja reclamando, porque é exatamente o que eu quero, mas ainda nem sei o seu nome.


Alexandre ergueu a cabeça. O brilho dos olhos azuis e o sorriso sensual excitaram-na de novo.


— Vamos resolver já esse probleminha, porque não acho que eu esteja prestes a seduzi-la. Sou Alexandre Nero. — Ele soltou o seio e ajeitou-lhe a camiseta. — E você?


Giovanna acariciou os braços de Alexandre. Por uma noite, ele não precisava saber nada mais além de seu primeiro nome.


— Sou Giovanna.


— Giovanna... — ele repetiu num tom de curiosidade, afagando-lhe o rosto.


A ternura do gesto parecia estranha depois dos beijos insa_ciáveis, mas ela não podia negar que apreciara o carinho, apesar de ter pedido apenas uma noite de loucuras.


— Esta noite, sou apenas Giovanna.


— Tudo bem. Apenas Giovanna — Alexandre brincou, respeitando-lhe a vontade, para grande alívio dela. — Diga-me, o que uma garota especial como você está fazendo num lugar destes?


Giovanna revirou os olhos e riu.


— Ah... era exatamente a cantada que eu esperava. — Só que, feita por ele, não soava como uma conversa vulgar, mas como uma pergunta séria. — O que o faz pensar que sou uma garota especial?


— Ora, você aparenta ser uma garota especial, e eu nunca a vi por aqui antes.


Giovanna contemplou-o com um sorriso malicioso, esperando apagar a imagem de "garota especial" da cabeça dele.


— As aparências enganam...


— Você quer dizer que a sua aparência engana? — Alexandre perguntou, observando-a com muito mais interesse.


Giovanna não respondeu. Alexandre Nero era um homem perceptivo. Parecia enxergar além da fachada de mulher ousada com a qual ela se revestira por apenas uma noite. Isso não era nada bom, desde que Giovanna não pretendia revelar sua verdadeira identidade.


— Sabe o que mais? — ele continuou, brincando com os cabelos dela. — Depois de dançar um pouco com você e de alguns beijos de tirar o fôlego, estou definitivamente conven_cido de que há uma garota má escondida sob as suas roupas de grife e do perfume caro.


Giovanna forçou um sorriso. Era tão óbvio assim?


— Como você sabe sobre as minhas roupas e o meu perfume? Alexandre encolheu os ombros.


— As roupas são apenas um palpite, porque as mulheres que freqüentam este bar geralmente usam jeans e camiseta sim_ples. Por isso, você chamou a atenção de todos no momento em que entrou aqui. Você parece um botão de rosa de camiseta pink e minissaia branca.


Era exatamente o efeito que Giovanna quisera evitar. Ela até en_tendia como Alexandre chegara àquela conclusão quanto às roupas, mas o que os homens sabiam a respeito de perfumes femininos, uma vez que muitos nem sabiam distinguir uma fragrância de outra? De repente, ocorreu-lhe que Alexandre poderia estar fingindo também. E se ele fosse um playboy rico em busca de diverti_mento? A ironia daquela possibilidade não estava descartada.


— E o perfume? — ela insistiu. Alexandre sorriu meio sem graça.


— Sei que é bom e caro porque tenho uma irmã, e toda vez que ela usa os mais baratos, meu nariz começa a cocar e eu espirro durante horas e horas. — Ele ergueu o pulsa de Giovanna até o nariz e inalou profundamente. — Posso cheirar o seu perfume por muitos dias sem que aconteça nada.


— Sei.


Alexandre Nero não era apenas um homem charmoso e sensual. Era também cheio de surpresas, o que aumentava ainda mais a esperança de uma noite interessante e divertida.


— Eu respondi a todas as suas perguntas, Apenas Giovanna. En_tão, por que não responde a minha?


Ela franziu o cenho.


— Que pergunta?


— O que uma garota bacana como você está fazendo num lugar como este?


Voltamos ao ponto inicial, ela pensou. Talvez fosse o mo_mento de revelar-lhe seus planos.


— Bem, hoje eu faço trinta anos e esta garota bacana está querendo ser má.


— Penso que, até agora, você se saiu muito bem — ele disse com expressão divertida.


— Espero que sim, porque tenho em mente coisas mais pe_caminosas. — Giovanna umedeceu os lábios num gesto nervoso, apesar da pose de mulher ousada. Afinal, ela nunca fizera pro_postas indecorosas a nenhum homem antes. — Você gostaria de ser meu presente de aniversário nesta noite?


Alexandre soltou uma gargalhada e balançou a cabeça num gesto de incredulidade.


— Você sabe muito bem como conquistar a atenção de um homem, não sabe?


Giovanna jogou os cabelos para trás, e os cachos caíram-lhe pelos ombros em total desalinho.


Eu quero apenas a sua atenção.


— Você conseguiu, meu bem, porque estou achando muito difícil recusar a sua oferta tentadora.


Sentindo uma nota de hesitação na voz dele, Giovanna apressou-se em esclarecer:


— Entenda, eu não quero você para sempre. Portanto diga "sim".


A expressão de Alexandre tornou-se séria e, por um momento, Giovanna pensou que ele iria desistir.


— Não se iluda, garota. Eu quero você como há muito tempo não desejava mulher nenhuma. Tenho certeza de que você per_cebeu quanto mexeu comigo. Mas isso não significa que en_contros fugazes, desses de uma noite só, sejam regra geral na minha conduta.


Giovanna gostou do que ouviu. Embora ansiando por uma noite de prazer e abandono, no íntimo não queria ser mais uma mu_lher sem rosto a acordar na cama de Alexandre, na manhã seguinte. Queria que a noite fosse especial para ele também.


Decidiu ser o mais sincera possível, e rezou para Alexandre abrir uma exceção naquela noite... com ela. Se ele recusasse, seria o fim do sonho de ter uma noite de liberdade e prazer. Depois da química que os envolvera, ela não se contentaria com ne_nhum outro homem.


— Você deve estar pensando o pior a meu respeito, mas eu também não sou de ficar com um homem só por uma noite.


— Giovanna riu, e o riso soou mais estridente do que o pretendido.


— Na verdade, faz tanto tempo que não faço amor que já quase me esqueci como é. — Deus do céu, Giovanna pensou, sentindo o rosto corar de constrangimento. Ela dissera realmente aquilo em voz alta?


Alexandre sorriu, e Giovanna compreendeu que havia mesmo pensado em voz alta.


— Acredito em você. Sobre isso de ficar só por uma noite. A convicção dele espantou-a. Alexandre não a conhecia e, no entanto, acreditava nela sem questioná-la, sem julgá-la. Essa aceitação acentuou suas emoções de um modo perigoso. Afinal, aquele encontro não deveria significar nada mais do que simples atração física e prazer.


— Quanto a esquecer como e fazer amor, meu palpite é que com os homens com quem você saiu estavam mais preocupados o prazer deles do que com o seu — ele completou com voz enrouquecida.                                  


Giovanna suspirou. Era verdade, considerando o interesse deles pela rica herdeira, e não pela mulher. Ela não tivera muitos homens na vida, mas instintivamente soube que Alexandre Nero era diferente de todos eles.


—Admito que nenhum deles jamais me deixou tão ansiosa, excitada e em brasas como você, num espaço de tempo tão curto.—Giovanna começou a acariciar-lhe o peito. — Só por causa disso, estou querendo abrir uma exceção nessa regra de ficar e ultrapassar os limites do decoro só por uma noite. Quero conhecer o seu lado, digamos, mais primitivo — brincou. — Apenas uma noite inesquecível de prazer e paixão. — Giovanna mordiscou o lábio, e vendo o brilho de desejo nos olhos dele, repetiu num tom determinado: — E então, Alexandre Nero, você quer ser meu presente de aniversário e realizar minhas fantasias mais eróticas e secretas?



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Autor(a): GN

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Alexandre olhou para garota bonita a sua frente. Nos olhos dela, o mesmo brilho da ansiedade que ele sentia latejar em suas veias. Alexandre refletiu por alguns segundos, considerando o pedido totalmente inesperado. Percebeu a confiança de Giovanna abalar-se, o que confirmava sua falta de experiência em assuntos tão mun_danos. Não que ele tivesse ...


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Comentários do Capítulo:

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  • Vall&Geisa Postado em 17/02/2016 - 09:16:12

    Corrigindo gioonero .....amo eles ...posta amore

  • Vall&Geisa Postado em 17/02/2016 - 09:15:22

    Ooow good uma fic geoonero adooooro...


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