Fanfics Brasil - O que você pretende fazer agora? Noite de Prazer

Fanfic: Noite de Prazer | Tema: gn


Capítulo: O que você pretende fazer agora?

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Sentado no escritório do primo Steve, Alexandre entregou-lhe uma folha de papel com a descrição e o número da placa do veículo de Giovanna.


Era a única conexão real que ele tinha com ela e sua iden_tidade. Agora, o processo de chegar aos detalhes da vida de Giovanna estava sendo colocado nas mãos capacitadas do primo.


Steve prendeu o papel numa pasta e, reclinando-se na pol_trona, encarou Alexandre com expressão profissional e inquiridora.


— Você está interessado apenas nas investigações rotineiras sobre essa mulher, ou quer que eu vá fundo, muito além dos fatos básicos?


Alexandre viu-se tentado a pedir que Steve vasculhasse a vida de Giovanna, desde o trivial até qualquer coisa substancial, do passado ao presente. Porém uma investigação mais profunda seria in_vadir sua privacidade. Alexandre não queria que a vida de Giovanna fosse vasculhada. Tudo o que desejava era o tipo de informação pes_soal que ela mesma poderia ter-lhe dado. Nome, endereço, lo_cal de trabalho, coisas assim.


— Eu gostaria de saber o sobrenome dela, o endereço e onde trabalha — ele disse a Steve. — Se houver alguma coisa inte_ressante além das informações rotineiras, então você poderá ir adiante e incluir no relatório.


— Deixe comigo. — Steve fez algumas anotações numa folha de papel e guardou-a na pasta. Depois, olhou para Alexandre sem disfarçar a curiosidade. — Importa-se se eu lhe perguntar como conheceu essa mulher e por que a curiosidade sobre a sua identidade?


Alexandre cocou o queixo e suspirou. Liz fizera a mesma per_gunta, com palavras diferentes, mas ele se esquivara de co_mentar com a esposa do primo seu relacionamento com Giovanna. Agora, por conta da camaradagem que partilhava com Steve, sentia-se mais à vontade para revelar detalhes do caso.


— Conheci Giovanna no Nick' s Sports Bar há uns quinze dias, e o que começou como um encontro inconseqüente acabou se tornando mais sério do que eu imaginava.


Apesar dos esforços de Giovanna de manter as coisas entre ambos no terreno da superficialidade, Alexandre acreditava sinceramente que os sentimentos dela por ele eram mais fortes do que se permitia revelar. No auge da raiva, Alexandre a acusara de o estar usando apenas para fazer sexo, mas ele notara o brilho de emo_ção nos olhos de Giovanna, uma ansiedade profunda que contava outra história: que sentia medo de confiar nele ou nela mesma. Era aí que entrava a interrogação para a qual Alexandre não tinha resposta.


Esperava que Steve preenchesse aquele espaços em branco para ele.


Alexandre explicou ao primo a respeito do comportamento eva_sivo de Giovanna, de sua intransigência em não revelar seu sobre_nome desde o primeiro momento e, finalmente, sobre o ulti_mato que acabara com o relacionamento de ambos. Ele nunca imaginara que a veria de novo em circunstâncias tão inespera_das, ou que sentisse aquela necessidade premente de compreen_der sua conduta tão misteriosa. Agora, com os meios de saber mais sobre Apenas Giovanna, ele não resistia à sufocante urgência de descobrir tudo.


— Nunca mais tive uma noite decente de sono sem pensar nela, Steve. É uma espécie de obsessão. Eu só quero saber quem ela é e entender o motivo de não querer, ou não poder, revelar mais do que seu primeiro nome.


— Não o culpo. Provavelmente, eu também me sentiria as_sim. — Steve bateu a extremidade do lápis na superfície da mesa. — Você desconfia que ela seja casada?


Alexandre remexeu-se na cadeira com um certo desconforto, pen_sando na recente experiência com Elaine. Giovanna afirmara não ter compromisso com ninguém. Naquele momento, ele acredi_tara. Ainda acreditava no fundo do coração. Mas sempre ha_veria uma possibilidade de Giovanna ter mentido, e Alexandre seria um grande tolo se descartasse completamente essa hipótese.


— A suspeita passou pela minha cabeça. Eu perguntei di_retamente, sem rodeios, se ela estava envolvida com alguém. Indignada, Giovanna garantiu que não.


Steve não se preocupou em esconder sua desconfiança. Alexandre compreendia. Afinal, uma das características de um detetive particular era justamente pensar sempre o pior até descobrir evidências convincentes do contrário.


— Esse é um dos pontos que você quer que eu apure? Alexandre respondeu sem hesitar:


— Sim. Eu preciso de certezas, e não de dúvidas.


— Tudo bem. — Steve escreveu algumas palavras na pasta de Alexandre, depois fitou-o. — Com o número da placa do carro dessa mulher, será muito fácil chegarmos ao nome e ao ende_reço. Como o restante do caso consiste apenas numa investi_gação básica sobre o passado dela, acredito que em um ou dois dias o relatório estará completo e encerrado. — Ele fechou a pasta. — Importa-se se eu colocar Cameron na jogada? Estou no meio de um caso complicado de divórcio que me obriga, inclusive, a ficar de vigilância fora do escritório. Cameron está com a agenda mais folgada e tem tempo para um trabalho como este.


Cameron, velho amigo e sócio de Steve, era como um mem_bro da família Nero, em quem Alexandre confiava plenamente.


— Por mim, tudo bem — ele assegurou ao primo.


—Ótimo. Cameron não se encontra no escritório no mo_mento, mas assim que voltar, passarei o caso para ele com todos os detalhes e com a recomendação de começar imedia_tamente. Assim que ele tiver alguma coisa concreta, você será informado. Fique tranqüilo.


— Perfeito. — Alexandre levantou-se e apertou a mão do primo. .—Obrigado por tudo, Steve.


— Por nada. — Steve acompanhou-o até a porta e a conversa girou sobre Liz. Steve preocupava-se com as condições físicas da esposa, e também estava ansioso pelo nascimento do bebê.


Depois das despedidas, Alexandre entrou na caminhonete e pegou o caminho de volta para a Nolan & Filhos.


Sentia-se um pouco mais aliviado. Com as informações que receberia sobre Giovanna, os mistérios e segredos que a envolviam finalmente se dissipariam, e ele poderia continuar levando sua vidinha, deixando as lembranças dela para trás.


Por mais que tentasse convencer-se disso, uma parte dele perguntava com insistência se seria capaz de esquecê-la algum dia.


Cameron Sinclair entrou no escritório da Nolan & Filhos e parou abruptamente. A missão investigativa que Alexandre Nero encomendara transformava-se num momento de raro prazer, uma diversão ilusória que duraria apenas alguns segundos, até ela abrir a boca, falar e despedaçar suas fantasias. Então, ele planejava aproveitar a imagem provocante enquanto durasse.


Sua grande tentação e seu maior castigo estava na recepção, em pé, de costas para ele, manuseando as pastas de um arquivo. Carol Nero, considerada por todos uma garota rebelde. Única mulher numa família de três irmãos mais velhos e três primos, desde cedo Carol aprendera a exercer seus poderes femininos e manipulava o sexo oposto com excepcional mestria.


Apesar de conhecer as artimanhas de Carol, Cameron não estava imune a sua sensualidade, embora nunca tivesse admi_tido sua atração por ela. Nunca admitiria. Jamais. Se Carol descobrisse esse pequeno segredo, sem dúvida se prevaleceria da situação e o atormentaria mais do que já atormentava.


Carol fechou a gaveta do alto do arquivo e abriu a terceira, de baixo para cima. Debruçando-se, começou a pesquisar seu conteúdo, os dedos finos folheando rapidamente as pastas, com muita graça e habilidade. Cameron não pôde evitar de imaginar como seria sentir aquelas mãos macias e competentes acariciando-lhe o corpo já ardente.


Ela levantou um pé calçado com sapato de salto altíssimo, e os quadris curvilíneos balançaram para um lado, atraindo o olhar de Cameron para a saia curta que ela vestia e que realçava as nádegas firmes. A bainha da saia chegava na metade das coxas, deixando à mostra uma boa parte da pele sedosa e macia. Carol era do tipo mignon, mas voluptuosa em todos os sentidos. Uma mulher de corpo delicado e, ao mesmo tempo, atraente que faria um homem passar horas e horas adorando-o.


Isso se Carol permitisse que um homem tivesse o domínio sobre ela.


Ao longo dos anos que conhecia Carol, e por estudar as pessoas e seus hábitos por força da profissão, Cameron con_cluíra que ela gostava de estar sempre no controle, não só da própria vida como também do enxame de homens que não resistiam aos seus encantos e gravitavam ao se redor. Carol brincava abertamente com sua sensualidade, e Cameron come_çava a suspeitar que exibir seu aspecto físico era uma espécie de disfarce para ela. Um jeito inteligente de manter os homens distantes de um envolvimento sentimental.


Sobretudo ele.


Por respeito aos irmãos dela, Cameron evitava maiores intimidades com Carol, e sempre conseguira defender-se de suas investidas, dos comentários sarcásticos e maliciosos e outras demonstrações sugestivas com o único intuito de chamar a atenção dele. O que geralmente ela conseguia.


Cameron repetia a si mesmo que Carol era rebelde e inde_pendente demais para ele, eloqüente demais e sensual demais, e ele gostava de mulheres dóceis e submissas. Entretanto, era Carol Nero quem apimentava alguns dos seus sonhos mais eróticos!


Terminada a tarefa, Carol endireitou o corpo e voltou-se. Arregalou os olhos ao vê-lo ali parado. O olhar dele contem_plou abertamente o colo e a curva dos seios que o decote re_dondo não escondia. Uma faísca elétrica percorreu as veias de Cameron, parando nas virilhas. Uma reação totalmente previ_sível sempre que estava perto de Carol.


Ela pôs as mãos na cintura, e o gesto fez com que sua blusa esticasse. Os mamilos apontaram sob o tecido, e Cameron ex_perimentou uma espécie de satisfação diabólica ao perceber a reação instantânea de Carol à presença dele.


— Apreciando a vista, querido? — ela perguntou naquele tom grave e sedutor que parecia estar sempre desafiando-o.


Era evidente que Carol o estava desafiando mesmo. Com uma lentidão premeditada, Cameron, que ainda se de_liciava com a visão dos seios dela, ergueu os olhos e "fitou-a.


— A vista não é tão ruim assim — ele respondeu, não de_monstrando seu desejo e, sobretudo, a facilidade com que ela o excitava.


Carol balançou levemente a cabeça, e os cabelos negros e compridos ondularam ao redor de seu rosto como uma nuvem de seda. Os cílios escuros bateram sobre os olhos verde-acinzentados, e um sorriso malicioso curvou os lábios sensuais.


— A vista é muito melhor do que "não tão ruim", e você sabe disso, por mais que se recuse a admitir em voz alta.


Céus, Carol era demais! Sensual, ardente e extremamente atrevida, e Cameron temia que, qualquer dia, ela o pressionasse demais e ele acabasse perdendo o controle.


Quando isso acontecesse, o mundo ficaria em chamas.


Ele ergueu os ombros num gesto de indiferença e respondeu com palavras provocadoras:


— Admito que a vista é realmente interessante, mas um tanto inchada e artificial.


Carol ergueu uma sobrancelha e deu a volta na escrivaninha, os quadris ondulando e os seios balançando levemente a cada passo que ela dava na direção dele. Parou a alguns centíme_tros e ergueu os ombros, os mamilos quase tocando o peito de Cameron.


Por conta da altura dele, Carol teve que inclinar a cabeça para trás a fim de encará-lo, e os olhos de Cameron pousaram diretamente no "V" formado pelos seios arredondados, naturais e autênticos, sem dúvida.


Carol roçou a ponta dos dedos na protuberância dos seios, num gesto casual que incendiou o corpo de Cameron, exata_mente como ela pretendia.


— São cem por cento meus — Carol garantiu com voz rou_ca. — E se você quiser a oportunidade de verificar pessoal_mente, é só pedir com muita classe e gentileza, e eu permitirei.


Com esforço, Cameron manteve a expressão de indiferen_ça. Recusar o convite tentador foi uma façanha incrivelmente difícil.


— Deixe-me passar.


Rindo, Carol encostou o dedo no peito dele e começou a traças desenhos imaginários no tecido da camisa.


— Você não sabe o que está perdendo.


Cameron respirou fundo. Um grande e imperdoável erro. As narinas dilataram-se com o perfume quente e feminino que seduziram seus sentidos.


— Eu não posso perder o que não tenho, meu bem.


Que grande mentiroso ele era! Cobiçando o que não tinha... louco para provar o que ela estava oferecendo... ansiando para tocar todos os pontos daquele corpo que a fariam suspirar e gemer por mais.


Ainda rindo, Carol lançou-lhe um olhar insinuante.


— Oh, mas que você quer, quer. Ah, e como quer! Cameron conteve-se para não mandar tudo pelos ares e ren_der-se à química incendiaria que havia entre ambos, sem pensar nas conseqüências. Precisava acabar com aquele jogo antes que cometesse uma loucura ali mesmo.


Segurando-a pelo pulso, Cameron deteve a mão espalmada que ia descendo vagarosamente pelo corpo dele.


—O que eu quero... — Cameron começou surpreendendo-se com o tom frio de sua voz, apesar do calor que quase o sufocava. — ...é falar com seu irmão Alexandre. Estou aqui estrita_mente a trabalho. — Ele mostrou a pasta que continha o rela_tório que Alexandre encomendara.


— Oh, você é daqueles tipos enfadonhos que não misturam negócios com prazer?


Carol o estava provocando, mas ele se recusava a cair na armadilha.


— Meu bem, eu me recuso a me envolver com você, seja a negócios, prazer ou coisa parecida.


— Acho que sou demais para você dar conta.


— Talvez tenha razão quanto a isso, Carol. Além do mais, às vezes eu gosto de tomar a iniciativa, só para variar, certo?


Carol engoliu em seco e o sorriso triunfante desapareceu. Não passou despercebido a Cameron a expressão de perplexi_dade nos olhos dela. Pela primeira vez em sua memória recente, Cameron viu Carol sem saber o que dizer ou sem um comen_tário sarcástico.


Ponto para mim, ele pensou, exultante. Não era sempre que conseguia abalar a inabalável Carol Nero, e isso era bom, muito bom.


Ela retornou à escrivaninha. Fitando-o com os olhos aper_tados, como se ainda estivesse pensando numa resposta espirituosa, pressionou o botão do interfone e avisou:


— Alexandre, Cameron está aqui e quer falar com você.


— Faça-o entrar — respondeu Alexandre.


Ela fez menção de acompanhar Cameron até a sala do irmão.


— Eu conheço o caminho — ele disse antes que Carol dis_sesse alguma coisa que pudesse estragar aquele momento de vitória. Contemplando-a com um sorriso encantador, passou por ela em direção ao corredor que levava à sala de Alexandre.


Em pé, ao lado da mesa de trabalho, Alexandre esperava por Cameron, ansioso demais para saber os resultados das inves_tigações sobre Mie. Ansioso, sim, mas com medo daquela sen_sação de desconhecimento que estava quase se transformando em fatos frios, implacáveis e incontestáveis, detalhes bons, maus e até mesmo inconseqüentes.


Entretanto, não havia nada que Alexandre considerasse insigni_ficante a respeito de Apenas Giovanna, a mulher que causara tama_nho impacto em sua vida e em suas emoções em tão pouco tempo.


Dois dias de espera haviam sido um verdadeiro inferno e afetaram todo seu sistema: atitudes, estômago, concentração. E tudo estava prestes a terminar.


Ele apertou a mão de Cameron.


— Ei, Cam, tudo bem?


O detetive forçou um sorriso.


— Sobrevivi a Carol. Só por isso, meu dia passou de bom a ótimo.


Alexandre riu, já acostumado com o relacionamento conturbado entre a irmã e o amigo.


— Sente-se, Cam.


Ele indicou uma das cadeiras de couro na frente de sua mesa. Alexandre continuou em pé. Havia excesso de energia queimando dentro dele que o impedia de ficar sentando, quieto.


— O que você descobriu para mim? — Ele foi direto ao motivo da visita de Cameron.


O detetive bateu a beirada da pasta nos joelhos.


— Você quer as boas ou as más notícias primeiro? Alexandre suspirou. Pelo menos havia alguma coisa de positivo no relatório.


— Vamos começar logo com as boas notícias.


— Ela não é casada.


—Graças a Deus! — Alexandre murmurou, sentindo um peso descomunal sair de seus ombros.


—Steve mencionou que essa era a sua grande preocupação.


—Realmente — Alexandre confirmou. — Por ter passado por uma experiência dessas, uma confirmação irrefutável é um grande alívio.


— Imagino que seja. — O sorriso de Cameron murchou um pouco. — Quero que esteja preparado para o que vai ouvir em seguida. Não quer se sentar?


Alexandre sentiu um frio no estômago, tamanha a apreensão.


— É tão ruim assim, hein? De qualquer modo, prefiro ficar em pé.


— Bem... tenho certeza de que o que vou lhe contar terá o efeito de uma bomba.


Alexandre riu, incrédulo.


— Acredite em mim, Cam, nestes dois últimos dias, o que há de pior para uma pessoa imaginar passou pela minha cabeça. E agora, você vem falar em bomba? Do que se trata, afinal?


Cameron hesitou por alguns instantes. Não parecia comple_tamente convencido de que Alexandre estava preparado para lidar com a verdade.


— Ande logo com isso, Cam. — A impaciência de Alexandre era visível, e cada minuto de silêncio do amigo deixava-o mais nervoso ainda. — Juro que saberei enfrentar seja lá o que você chama de bomba.


— Tudo bem. — Com expressão séria e profissional, Ca_meron sustentou o olhar de Alexandre. — Essa mulher que você conheceu no Nick's Sports Bar é uma socialite, de família rica e tradicional. Na verdade, é uma das herdeiras mais ricas do país.


Apesar de surpreendido por descobrir que Giovanna era herdeira de alguma fabulosa fortuna, Alexandre não considerava essa infor_mação tão bombástica assim. Ele já chegara à conclusão de Que ela não era nenhuma pobretona.


— Certo. E o que mais?


Cameron soltou um suspiro longo e sonoro.


— O sobrenome dela... Bem, o sobrenome dela é St. Antonelli. Alexandre balançou a cabeça, certo de não ter ouvido direito o que o amigo dissera.


— Desculpe? Você pode repetir?


Um brilho de pena passou pelos olhos de Cameron, sabendo que iria comunicar uma má notícia.


— O nome completo dela é Giovanna Elizabeth St. Antonelli. Alexandre cambaleou e apoiou-se na beirada da mesa. Sua cabeça girava e os pulmões pareciam comprimir-lhe o peito.


— St. Antonelli? — ele repetiu como um idiota. — Ela é parente da família proprietária do St. Antonelli Hotel aqui de Chicago?


Um riso seco escapou da garganta de Cameron, mas o som abafado não tinha o menor senso de humor.


— Oh, sim, ela é parente de primeiro grau. Seu pai, Charles St. Antonelli, é dono de uma cadeia de hotéis. Um aqui em Chi_cago, outro em Nova York e o terceiro em San Francisco. Giovanna é a mais velha de duas filhas, e trabalha nos hotéis, gerenciando as butiques nas três cidades. — A medida que falava, Cameron ia observando as reações de Alexandre. — A filha mais nova, Rosalyn, é casada com um banqueiro do ramo de investimentos, eles têm uma filha de seis meses, e ela nunca trabalhou no hotel. Parece que Giovanna é mais ligada aos negócios da família.


Alexandre lembrou-se do telefonema de San Francisco, do co_mentário de Giovanna sobre suas viagens a trabalho e de sua vontade de mudar-se para a cidade no norte da Califórnia. Agora a conversa fazia sentido de um modo novo e diferente, um modo que embaralhava toda a sua cabeça e que o deixava inseguro quanto à verdade a respeito da identidade de Giovanna.


— Onde ela mora?


— Na suíte de cobertura do hotel. — Finalmente, Cameron abriu a pasta que colocara sobre a mesa e correu os olhos pelo conteúdo do relatório.


Foi quando o detetive comunicou os detalhes da vida de Giovanna. Eram sem graça em comparação ao fato de ser ela urna herdeira, uma St. Antonelli, uma mulher que aparecera num bar de periferia, escolhera-o por uma noite de sexo ardente, com a intenção de não tornar a vê-lo novamente.


Alexandre tentava registrar o que estava ouvindo de Cameron, procurando entender as implicações de haver tido um caso com Giovanna St. Antonelli.


E ainda havia a fortuna da família.


O sentimento desagradável de ter sido usado pela garota rica consumia-o, mas não podia esquecer do contrato que sua em_presa, Nolan & Filhos, assinara com o St. Antonelli Hotel, e que geraria um conflito direto de interesses.


Inacreditável!


— Seu encontro sentimental mais recente dela foi com o presidente da rede de hotéis, Evan Monterra, que assumiu o cargo depois que Charles St. Antonelli se aposentou. — A voz de Cameron trouxe-o de novo ao presente. — Isso foi há cerca de um ano, e de acordo com as minhas fontes, eles não estão mais saindo juntos, embora na época tudo indicasse que o compro_misso era sério.


Ótimo. Maravilha. Alexandre não tinha dúvidas de que o tal Evan era rico e educado, exatamente o tipo de sangue azul que se encaixava perfeitamente na vida de Giovanna. Além disso, o outro tinha a vantagem de estar envolvido com os negócios da famí_lia, ao contrário dele, que era um empresário de médio porte que passava a maior parte do tempo trabalhando ao ar livre, usando jeans em vez de ternos bem talhados. Tinha as mãos ásperas e calejadas, e não dedos macios com unhas bem cui_dadas. E, principalmente, ele jamais corresponderia às expec_tativas ambiciosas da família dela.


Por isso, Giovanna procurara-o para um encontro clandestino, secreto. Um encontro fugaz sem compromisso. E ele fora o brinquedo escolhido para a noite de sexo e loucura para cele_brar seu aniversário, um rapaz comum, simples, que jamais descobriria quem ela era.


Cameron observava Alexandre com visível preocupação.


— Quer que eu continue com a história da vida sentimental de Giovanna?


— Não. Creio já ter ouvido mais do que o suficiente. — Pelo menos, ouvira o bastante para compreender a insistência de Giovanna em não revelar sua identidade. O bastante para saber que ele fora uma diversão temporária para ela, assim como havia sido para Elaine.


Praguejou em voz alta, maldizendo-se por ser tão crédulo, tão incrivelmente estúpido, um otário no sentido mais puro da palavra. Agora tinha de lidar com o fato de que seu caso clan_destino com Giovanna poderia estragar aquilo pelo qual ele lutara e trabalhara tanto para conseguir: o projeto de reforma do St. Antonelli Hotel.


A situação apresentava os elementos de um cenário burles_co. O dono da Nolan & Filhos dormira com a filha do dono da cadeia de hotéis. Naquele caso, Alexandre tinha muita coisa em jogo, considerando que o pai de Giovanna, ou seu ex-namorado Evan, assinariam os cheques de pagamento pelo trabalho de reforma.


A julgar pelas ações de Giovanna, Alexandre suspeitava de que, tanto quanto ele, ela preferiria manter segredo sobre a breve ligação amorosa de ambos. Ainda com ele supervisionando pessoal_mente os trabalhos no hotel, com certeza estariam sempre em contato e, naquele caso, deveriam fingir não se conhecer e tra_tar-se de modo civilizado, como empresários que eram.


— Eu realmente sinto muito por tudo isso... — Cameron disse com sinceridade.


Alexandre respirou fundo.


— Eu também. Passaram-se alguns minutos de silêncio antes de Cameron perguntar:


— O que você pretende fazer agora?


— Visitar a Srta. Giovanna St. Antonelli e esclarecer certas coisas entre nós.


Logo Giovanna Elizabeth St. Antonelli iria saber como o envolvi_mento deles estava a ponto de tornar-se pessoal e profissional.



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Autor(a): GN

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 2



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  • Vall&Geisa Postado em 17/02/2016 - 09:16:12

    Corrigindo gioonero .....amo eles ...posta amore

  • Vall&Geisa Postado em 17/02/2016 - 09:15:22

    Ooow good uma fic geoonero adooooro...


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