Fanfics Brasil - Capítulo 6. A Canção De Dulce-Adaptada

Fanfic:  A Canção De Dulce-Adaptada | Tema: vondy


Capítulo: Capítulo 6.

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uviu-se um grunhido indiscernível no interior daquela habitação. A senhora Saviñón abriu a porta e se afastou para que Christopher pudesse entrar. Ao fazê-lo, tranquilizou-se um pouco. Era um escritório muito parecido ao dele, com cadeiras amplas e cômodas estrategicamente distribuídas ao redor de tapetes tecidos em cores muito vivas. Uma habitação em que um homem poderia relaxar e sentir-se em casa. Livros encadernados com pele enchiam as prateleiras de carvalho reluzente que cobriam três paredes. A quarta ostentava uma chaminé feita com pedras de rio. A luz do fogo piscava alegremente em seu interior. A única iluminação adicional provinha das chamas de dois lampiões de gás que se encontravam sobre o suporte da chaminé. O juiz se encontrava sentado em sua escrivaninha, com sua camisa branca enrugada, o pescoço aberto e a gravata carmesim solta. Um fio de fumaça, de aroma muito forte, saía de um cinzeiro situado perto de seu cotovelo. Christopher posou o olhar no charuto. Até depois de quatorze anos, pensava em seu pai cada vez que via um, e lhe invadia a tristeza.

— Christopher — disse Saviñón com cansaço — Suponho que já falou com seu irmão.

Não era necessário ser clarividente para perceber que o juiz esperava que ele fizesse todo um discurso para negar que Douglas estava comprometido na agressão contra sua filha. Christopher queria que assim fosse.

— Sim.

Olhando atentamente os livros que se encontravam ao longo de uma das paredes, tentou ler seus títulos. Os dourados caracteres se apagavam e dançavam ante seus olhos, tão confusos como seus próprios pensamentos. Não sabia por onde começar, nem o que dizer.

— Eu, isto... — Engoliu saliva e esfregou a boca com o dorso da mão. Ato seguido golpeou a perna com o chapéu — Douglas o fez — soltou finalmente — Vim te oferecer minhas desculpas pelo dano que fez a sua filha e tentar repará-lo na medida do possível.

O juiz não disse nada em resposta a estas palavras. Christopher prosseguiu em seguida:

— Se pensa interpor uma ação judicial, eu não lhe impedirei. Mas mais vale que se apresse em comunicar ao xerife. Expulsei meu irmão de casa e é muito provável que neste momento esteja a ponto de partir para algum lugar que desconheço.

Com os dois cotovelos apoiados sobre a pasta que se encontrava sobre sua escrivaninha, o juiz esfregou as têmporas.

— Interpor uma ação judicial? — Soltou uma gargalhada amarga — Certamente, seria de esperar que o fizesse. Parece ser o procedimento mais natural, não é verdade? Mas em situações como esta, a diferença entre o bom e o mau se volta imprecisa. — Depois de fazer esta afirmação, deixou escapar de novo uma gargalhada, mas não havia alegria alguma naquele som — Fui juiz durante mais da metade de minha vida, e é a primeira vez que lembro ver uma grande zona cinza entre o branco e o negro.


 


A dor que se refletia na voz do juiz fez com que Christopher fixasse seu olhar no chão. Território seguro. Não havia olhos acusadores que o olhassem fixamente. Não sabia o que dizer, de maneira que se refugiou no silêncio. Finalmente, o juiz continuou falando:

— Te agradeço o oferecimento de não me impedir de interpor uma ação judicial. Trata-se de seu irmão, depois de tudo. Mas não estou seguro de que seja necessário que se mostre tão comedido. Obrigando-se a levantar os olhos, Christopher disse:

— Temo que não entenda.

Saviñón deixou cair às mãos e olhou para Christopher.

— Sei que pode parecer cruel, mas há muitas mais coisas para levar em consideração que o dano que causou a Dulce.

O juiz empurrou a cadeira para trás e ficou de pé. Embora fosse um homem de baixa estatura, tinha uma presença imponente; seus olhos eram de um penetrante cor azul safira, e seus traços mostravam uma assombrosa mescla de caráter e força. Christopher sempre o admirou, e aplaudiu a imparcialidade de suas decisões no tribunal. Era um homem duro, mas justo; uma pessoa em quem outros confiavam instintivamente.

— O escândalo, Christopher, o pesadelo de todo político. — Falava em voz baixa — Se chegar a se espalhar o que ocorreu hoje, a reação poderia ser violenta. — Parecia um pouco envergonhado. Colocou as mãos no mais profundo dos bolsos de sua calça e examinou as pontas de seus muito brilhantes sapatos negros — Não só contra Dulce, mas também contra mim e o resto de minha família.

Christopher ainda estava um pouco confuso, mas se absteve de dizê-lo. Deixando escapar um suspiro, o homem mais velho se aproximou das chispas do fogo com o olhar fixo na chaminé de pedra e atitude de abatimento.

— Douglas deveria ir à forca pelo que fez a minha filha hoje. Não me cabe a menor dúvida. Mas do que serviria? Dulce foi violentada, e eu não posso fazer nada para ressarcir o dano. Por essa razão, estou pensando em deixar as coisas assim. Como estou seguro de que já sabe, retirei-me do tribunal para tentar sorte na política municipal e possivelmente passar logo a emprestar meus serviços em algum cargo do governo a nível nacional. Um escândalo de qualquer tipo poderia arruinar meus planos. Christopher pensava que o escândalo mancharia o bom nome dos Uckermann, não o dos Saviñón.

— Violentaram sua filha. Não lhe podem culpar por isso, nem tampouco imputar responsabilidade alguma pelo acontecido. Pelo contrário, o caso despertará a compaixão de todos.

— Assim seria em outras circunstâncias. Mas nossa Dulce não é normal. Não há nenhuma dúvida de que está perturbada, mal que foi provocado por uma febre alta em seus primeiros anos de infância. É bem sabido que, por desgraça, as pessoas gostam de boatos, e algumas pessoas especularam sobre seu desequilíbrio, dando a entender que é possível que a tenha herdado. — Cravou seu franco e intenso olhar em Christopher — Em quantos políticos loucos votou nos últimos tempos?


 


 


 


 


 


 


 




 



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Autor(a): * Luna_portiñón *

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Não havia nada que Christopher pudesse dizer a respeito. Ninguém poderia pôr em dúvida a prudência do juiz, mas se corriam rumores de que a loucura era coisa de família, a confiança que nele tinham os eleitores poderia debilitar-se. Tudo o que se necessitava para arruinar suas oportunidades de ganhar as eleições er ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 26



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  • Padlock Postado em 07/05/2016 - 11:15:03

    :( :,O

  • Padlock Postado em 13/04/2016 - 17:02:08

    :,(

  • Padlock Postado em 19/03/2016 - 21:15:15

    Cade vc eu, posta mais

  • Padlock Postado em 18/03/2016 - 20:00:56

    Cade vc, vc deveria saber que não deve me deixar CURIOSA e esse ponto, POSTA LOGO PELO ANOR DE DEUS *-*

  • Padlock Postado em 14/03/2016 - 22:47:21

    Meu deus continua por favor posta logo tudo de uma vez rsrs sua fic tá perfeita cara :3

  • Padlock Postado em 12/03/2016 - 21:43:45

    cade vc por favor eu preciso de muito de capítulos continua por favor

  • Padlock Postado em 11/03/2016 - 13:15:56

    TUDO BEM CALMA EU NAO VOU ENTRAR EM PANICO EU NAO VOU ENTRAR EM PANICO MENTIRA EU JA ESTOU EM PANICO CARA CONTINUA QUE LIVRO PERFEITO E ESSE MEU DEUS E AINDA ADAPTADO PARA O MELHOR CASAL :3

  • Padlock Postado em 10/03/2016 - 19:32:19

    CADE VC MINHA FIA EU TO MORTA DE CURIOSIDADE AQUI

  • Dulce Amargo Postado em 09/03/2016 - 21:39:14

    Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

  • Padlock Postado em 09/03/2016 - 21:38:39

    Acho que vc tem mania de terminar o capítulo nas melhores horas so pode como alguém consegue me deixar tão CURIOSA meu deus anda logo eu quero muito mais tipo uns 50 dessa perfeição rsrs


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