Fanfics Brasil - Capítulo 10. A Canção De Dulce-Adaptada

Fanfic:  A Canção De Dulce-Adaptada | Tema: vondy


Capítulo: Capítulo 10.

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Sem poder entender o que estava acontecendo, apagou os abajures e iluminada pelo agonizante brilho das mechas, correu para deitar-se na cama. Embora fosse uma cálida noite do verão, os lençóis estavam frios. Ficou tremendo e se aconchegou sob o edredom. Quando a escuridão se apropriou da habitação, fechou os olhos, resolvida a dormir. O aborrecimento de seu pai, fossem quais fossem seus motivos, não era assunto dela. Não era possível! Muitas pessoas estavam mais gordas que ela, e ninguém se irritava tanto por isso.
Christopher tomou um gole de conhaque, saboreando-o lentamente. Aquele era seu momento preferido da noite: já tinha terminado a jornada de trabalho, tinha jantado, e as tranquilas horas que antecediam o momento de deitar se estendiam diante dele. O fogo crepitava alegremente. Suas chamas de cor âmbar e quase todo o calor que despediam ascendiam precipitadamente pela chaminé. Sem importar que fosse inverno ou verão, Christopher sempre gostava de acender um fogo a noite, para esquentar-se durante os meses frios ou para melhorar sua disposição de ânimo quando as temperaturas alcançavam extremos sufocantes. As chamas emitiam muito pouco calor, mas seu aprazível resplendor piscava tranquilizadoramente até nos mais remotos cantos de seu escritório.
Depois de fazer um pouco de trabalho administrativo, esperava poder dedicar-se a suas leituras. Os jornais de Portland de toda a semana se encontravam amontoados junto a sua cadeira. Nenhum deles tinha sido sequer desdobrado. Tanto nos estábulos cavalos como na pedreira, a primavera e o verão eram as épocas do ano de maior trabalho: começavam com a temporada de partos e terminavam em setembro, no tempo de colheita. Em meio as semanas agitadas transcorria uma infinidade de trabalhos exaustivos; entregar pedidos de pedra triturada, ocupar-se das éguas durante o parto, cuidar os potros, lavrar os campos, e, além disso, semear e regar. As tarefas pareciam não ter fim, e as horas de descanso eram escassas. Eram raras as ocasiões em que tinha um pouco de tempo livre, normalmente as passava na pedreira conversando com seu capataz.
Depois de estirar suas largas pernas, Christopher cruzou os tornozelos. Deleitando-se com o resplendor do fogo, sentiu-se preguiçoso em grau supremo. O torpor se deslizou sobre ele como um edredom sedoso, e se permitiu fechar os olhos, sustentando a taça de conhaque em sua mão apoiada contra o peito.
— Senhor...
Ao ouvir a voz do mordomo, Christopher se incorporou sobressaltado. Derramou um pouco de conhaque sobre sua camisa e amaldiçoou entre dentes.
— Sinto ter que incomodá-lo, senhor, mas James Saviñón se encontra no saguão, e insiste em vê-lo para tratar com o senhor um assunto de grande urgência.
Christopher deixou a taça de conhaque sobre a mesa de mármore que se encontrava junto à cadeira e esfregou o rosto com as mãos. Saviñón? Lançou uma olhada ao relógio da chaminé e viu que eram sete e dez. Se sacudindo para tirar o torpor, ficou de pé e começou a colocar a camisa dentro da calça.
— Faça o entrar, Frederick.


 


Com as abas negras de sua jaqueta flutuando atrás dele, o mordomo girou sobre os calcanhares e saiu do escritório. Um momento depois, a reluzente porta de mogno se abriu de novo e Saviñón entrou no lugar. Com apenas lhe lançar um olhar, Christopher soube que algo tinha acontecido. O cordão do sapato esquerdo do juiz estava desamarrado, sua meia direita enrugada ao redor do tornozelo e a perna da calça dentro dela. A camisa estava bem abotoada, mas só uma de suas abas se encontrava dentro da calça.
— Meu deus, o que aconteceu, juiz?
O homem mais velho foi direito ao aparador, andando a passos largos até pegar com uma mão a garrafa de conhaque. Sem sequer pedir permissão, serviu-se uma generosa quantidade de licor em uma taça e a bebeu de um gole. Dado que o juiz só tinha ido a sua casa uma vez na noite em que violentaram sua filha, a Christopher pareceu que seu comportamento era muito estranho, para não dizer outra coisa. Ficou olhando o homem com cara de assombro enquanto servia mais conhaque. Depois de beber outro gole, finalmente se voltou para Christopher.
— Está grávida.
Estas palavras pegaram Christopher completamente despreparado. Tinham passado quatro meses sem que tivesse notícia alguma dos Saviñón, e pensou que já não havia nenhuma possibilidade de que a jovem estivesse grávida. Dobraram-lhe os joelhos e teve grandes dificuldades para chegar a sua cadeira. Os olhos lhe ardiam, e a comoção lhe paralisou a garganta. Tudo o que podia fazer era olhar fixamente para o homem mais velho. Depois de uns segundos que foram imensamente longos, disse por fim:
— E agora percebeu?
O juiz agitou a mão, derramando sem querer um pouco de licor. Entretanto, não pareceu notar que deixou cair conhaque sobre o tapete persa.
— Sua mãe não me disse nada. — Deixou de falar e fechou os olhos por um momento — Ela esperava que a interrupção de seu fluxo menstrual não significasse nada. — Abriu os olhos para cravar em Christopher um olhar de angústia — Estava equivocada. Dulce está grávida, não cabe a menor dúvida.
Christopher se deixou cair em sua cadeira.
— Maldição!
— Agora o assunto é o que vamos fazer. Acredito que a gravidez está muito avançada para interrompê-la sem pôr em perigo sua vida.
Christopher sabia que havia alguns médicos de duvidosa reputação que, por uma soma considerável de dinheiro, faziam essa classe de coisas; mas a só ideia lhe enojava. Matar o filho de seu irmão? A seu próprio sobrinho ou sobrinha? Embora ainda fosse possível interromper a gravidez, ele não o permitiria. Para ele, crianças eram um sonho inalcançável e um tesouro sem preço.
Como se lesse seus pensamentos, o juiz bebeu rapidamente o resto do conhaque e disse com voz trêmula:


 


 


 


 


 




 



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Autor(a): * Luna_portiñón *

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 26



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  • Padlock Postado em 07/05/2016 - 11:15:03

    :( :,O

  • Padlock Postado em 13/04/2016 - 17:02:08

    :,(

  • Padlock Postado em 19/03/2016 - 21:15:15

    Cade vc eu, posta mais

  • Padlock Postado em 18/03/2016 - 20:00:56

    Cade vc, vc deveria saber que não deve me deixar CURIOSA e esse ponto, POSTA LOGO PELO ANOR DE DEUS *-*

  • Padlock Postado em 14/03/2016 - 22:47:21

    Meu deus continua por favor posta logo tudo de uma vez rsrs sua fic tá perfeita cara :3

  • Padlock Postado em 12/03/2016 - 21:43:45

    cade vc por favor eu preciso de muito de capítulos continua por favor

  • Padlock Postado em 11/03/2016 - 13:15:56

    TUDO BEM CALMA EU NAO VOU ENTRAR EM PANICO EU NAO VOU ENTRAR EM PANICO MENTIRA EU JA ESTOU EM PANICO CARA CONTINUA QUE LIVRO PERFEITO E ESSE MEU DEUS E AINDA ADAPTADO PARA O MELHOR CASAL :3

  • Padlock Postado em 10/03/2016 - 19:32:19

    CADE VC MINHA FIA EU TO MORTA DE CURIOSIDADE AQUI

  • Dulce Amargo Postado em 09/03/2016 - 21:39:14

    Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

  • Padlock Postado em 09/03/2016 - 21:38:39

    Acho que vc tem mania de terminar o capítulo nas melhores horas so pode como alguém consegue me deixar tão CURIOSA meu deus anda logo eu quero muito mais tipo uns 50 dessa perfeição rsrs


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