Fanfics Brasil - Capítulo 40. A Canção De Dulce-Adaptada

Fanfic:  A Canção De Dulce-Adaptada | Tema: vondy


Capítulo: Capítulo 40.

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Quando outra espetada com o garfo não animou Dulce a abrir a boca, a senhora Perkins optou por outras formas de persuasão que seu patrão não notaria com tanta facilidade. Puxou-a pelo cabelo, bateu-lhe com força nas costas e logo recorreu a beliscá-la em lugares nos quais a roupa esconderia as manchas roxas resultantes. Dulce permaneceu sentada enquanto aguentava toda a tortura, fulminando a mulher com o olhar e com os dentes fortemente apertados.
Pouco antes do amanhecer do dia seguinte, Dulce desceu sigilosamente da cama e atravessou o quarto andando nas pontas dos pés. Fazia um gesto de dor cada vez que sentia uma tábua do solo ceder sob seu peso. Uma das desvantagens de ser surda, entre muitas outras, era que resultava muito difícil mover-se as escondidas. Não podia saber com precisão se estava fazendo ruído. Isso era terrivelmente molesto, especialmente quando desejava fazer algo e tinha medo de que a castigassem se chegassem a pegá-la despreparada. Como poderia acontecer naquele instante...
Ao chegar à janela, Dulce afastou a mesa com cuidado. Viu que havia espaço suficiente frente à janela, tirou o ferrolho e apoiou as bases de suas mãos na travessa. “Sem fazer ruído, Dulce, sem fazer ruído”.


 


Esquecendo momentaneamente a ferida que lhe tinha causado o garfo no dia anterior, mordeu-se o lábio inferior. Ao sentir uma forte dor, optou por morder, melhor, a parte interior de sua bochecha. Não sabia muito bem por que, mas segundo sua experiência, para fazer algo perfeitamente bem, tinha que fazer algum gesto com a boca, e morder a parte interior de sua bochecha parecia funcionar as mil maravilhas.
Lentamente, abriu a janela. Fazer isto a aterrou, temendo inclusive respirar. Só podia esperar que Christopher Uckermann fosse um desses tipos suscetíveis que mantinha as portas e janelas de sua casa bem lubrificadas.


 


Se não, o mais provável era que estivesse fazendo ruído suficiente para despertar os mortos. Mas os mortos não eram os que lhe preocupavam. Era a senhora Perkins a quem não queria despertar. Antes de ir-se deitar na noite anterior, a muito desconsiderada a tinha amarrado à cama; com tiras de linho, nada menos. Pelas coisas que lhe havia dito, Dulce sabia que essa mulher acreditava que era uma completa idiota.


 


E possivelmente fosse.
Mas inclusive um bobo tinha a capacidade suficiente para soltar nós. O ar fresco entrou através dos barrotes de ferro, fazendo agitar a camisola de Dulce no seu corpo. Antes que permitisse se relaxar, ficou atenta para ver se “ouvia” algum movimento proveniente do quarto contíguo. Nada. Não sentiu passos vibrando no chão. Nem comichões em sua nuca. Nada. Permitiu-se esboçar um sorriso de satisfação. A gorda continuava dormindo.
Agarrando as barras com força e deixando que suas mãos se deslizassem ao longo destas, Dulce se ajoelhou no chão de madeira. Ignorou a areia fina que arranhava seu joelho descoberto e fixou a vista no céu.


 


O amanhecer. Para ela, esta era a parte mais formosa do dia e, a menos que estivesse doente, o qual rara vez acontecia, nunca perdia a oportunidade de contemplá-lo. Naquele instante o céu estava de um azul escuro, como a altas horas da noite; mas soube pelo apagado brilho das estrelas que já quase despontava o dia. Este espetáculo nunca deixava de assombrá-la. Ficou sem respiração, viu uma greta de cor rosa ziguezaguear através do horizonte.
Uns poucos minutos mais tarde, gloriosos raios de luz emanaram dela, dando a tudo o que tocavam uma luminosidade mágica. Quando as montanhas ficaram visíveis, seus picos estavam envoltos em uma bruma da cor das pétalas de uma pálida rosa. Logo, como um sorriso que pouco a pouco ficou radiante, os raios de luz que fendiam o céu começaram a adquirir uma cor dourada brilhante. Extasiada, Dulce apertou com força as barras de ferro, pensando que, em lugar da música, Deus lhe tinha dado os amanheceres. Até surda, podia ouvir a canção em seu coração; e não por isso era menos comovedora. Bela música feita de luz.


 


 


 


 


 




 



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Autor(a): * Luna_portiñón *

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 26



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  • Padlock Postado em 07/05/2016 - 11:15:03

    :( :,O

  • Padlock Postado em 13/04/2016 - 17:02:08

    :,(

  • Padlock Postado em 19/03/2016 - 21:15:15

    Cade vc eu, posta mais

  • Padlock Postado em 18/03/2016 - 20:00:56

    Cade vc, vc deveria saber que não deve me deixar CURIOSA e esse ponto, POSTA LOGO PELO ANOR DE DEUS *-*

  • Padlock Postado em 14/03/2016 - 22:47:21

    Meu deus continua por favor posta logo tudo de uma vez rsrs sua fic tá perfeita cara :3

  • Padlock Postado em 12/03/2016 - 21:43:45

    cade vc por favor eu preciso de muito de capítulos continua por favor

  • Padlock Postado em 11/03/2016 - 13:15:56

    TUDO BEM CALMA EU NAO VOU ENTRAR EM PANICO EU NAO VOU ENTRAR EM PANICO MENTIRA EU JA ESTOU EM PANICO CARA CONTINUA QUE LIVRO PERFEITO E ESSE MEU DEUS E AINDA ADAPTADO PARA O MELHOR CASAL :3

  • Padlock Postado em 10/03/2016 - 19:32:19

    CADE VC MINHA FIA EU TO MORTA DE CURIOSIDADE AQUI

  • Dulce Amargo Postado em 09/03/2016 - 21:39:14

    Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

  • Padlock Postado em 09/03/2016 - 21:38:39

    Acho que vc tem mania de terminar o capítulo nas melhores horas so pode como alguém consegue me deixar tão CURIOSA meu deus anda logo eu quero muito mais tipo uns 50 dessa perfeição rsrs


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