Fanfic: A Canção De Dulce-Adaptada | Tema: vondy
Andando aflito pelo que acabava de descobrir, Christopher fez uma visita aos pais de Dulce na manhã seguinte. Depois de que o fizeram passar ao salão, sentou-se em uma poltrona de braços perto da chaminé, para ficar frente à Edie e James, que se encontrava sentado no sofá de crina de cavalo. Sem saber muito bem nem como nem por onde começar, Christopher apertou os punhos e observou atentamente a almofadas com estampados de rosas, para tentar pôr em ordem suas ideias, o que naquele momento parecia uma missão quase impossível. Afinal, decidiu que contar-lhes tudo sem rodeios era o melhor que podia fazer. E lhes narrou os acontecimentos da noite anterior. Terminou seu relato dizendo:
— Depois de ver como Dulce se comunicava com minha governanta, estou convencido de que ela pode ser muito mais inteligente do que todos nós pensávamos.
Ao ouvir estas palavras, Edie ficou tão branca como uma folha de papel. Depois de um momento de silêncio que pareceu retumbar nos tímpanos de Christopher, estalou.
— Tolice. Nossa filha sofreu uma febre muito alta que a converteu em uma incapacitada mental, senhor Uckermann. Já lhe explicamos isso atentamente!
— E é muito possível que vocês tenham toda a razão. Mas a pergunta é: em que grau é grave sua incapacidade mental? Alguma vez tentaram averiguar? A garota é capaz de raciocinar, de dirigir conceitos, senhora Saviñón; não é uma idiota. — deslizou-se até a borda da cadeira e fez um gesto de cansaço — James, o senhor é um homem educado. Certamente entende o que estou dizendo. Sua filha pode observar a relação entre dois acontecimentos que aparentemente não estão relacionados entre si. Se ela fosse tão débil mental como acreditam, poderia fazê-lo?
Edie se levantou como uma mola.
— Nós entendemos o que está dizendo. Simplesmente não estamos de acordo.
— Não é minha intenção culpar ninguém — assegurou Christopher em um tom mais tranquilizador — Por favor, não me interpretem mal. Só estou dizendo que é possível que o mal de Dulce não seja tão grave como pensávamos. Queria levá-la a Portland. Fazer com que lhe fizessem alguns exames. Ali há médicos excelentes que poderiam...
— Não! — Gritou Edie com voz aguda, e lançou um olhar de ressentimento a seu marido — Temia que isto acontecesse! Roguei-te que a mandasse a outro povoado até que nascesse o bebê. Agora olhe o que está passando! Quer que lhe façam uns exames!
Disse a palavra exames como se tratasse de uma vulgaridade. Christopher soltou um suspiro:
— Só um exame de rotina, senhora Saviñón. Nada exaustivo. O que podemos perder?
— O que podemos perder? — perguntou ela friamente — Esse é só o começo. Logo irá querer que Dulce fique em Uckermann Hall e não lhe permitirá vir nunca a casa.
James estendeu o braço para sujeitar firmemente sua mão.
— Venha, Edie. Christopher não disse tal coisa. Está se precipitando ao tirar conclusões. Não é verdade, Christopher?
Uma sensação asfixiante se apropriou do peito de Christopher.
— Bom, James, a verdade é que eu gostaria de falar contigo a respeito de...
— Sabia! — Edie soltou sua mão de um puxão. Fulminou a Christopher com o olhar — Nos deu sua palavra, senhor! Disse que era um acordo temporário. Só de nome. O senhor prometeu!
Christopher esfregou o rosto com uma mão.
— Disse isso antes que percebesse...
— Antes que percebesse o que? — perguntou ela — Como se atreve? Tem a garota durante três curtos dias, e já acredita que a conhece melhor que sua própria mãe? Acaso está pensando fazer com que esse matrimônio seja permanente? Como se atreve!
— Só quero o melhor para Dulce. — Christopher se esforçava para falar em voz baixa — Se ela não for tão atrasada como acredita, Edie, imagine quanto sofrerá se chegar a separá-la de seu bebê.
— O que é o melhor para Dulce? — A mulher deixou escapar uma gargalhada de amargura —Quer que prediga o que acontecerá se continuar com esta loucura, senhor Uckermann? Quando já for muito tarde, descobrirá que eu tenho razão, que nossa filha, efetivamente, é uma idiota. E ao final tomará o caminho mais fácil e a internará em um desses horríveis sanatórios. A deixarão em um quarto e cuidarão dela como se fosse um animal. Passei quatorze anos fazendo todo o possível para impedir que isso acontecesse.
— Eu nunca internaria Dulce em um sanatório.
— Está seguro? O senhor é um homem jovem e atrativo. Algum dia conhecerá uma jovem normal, com quem gostaria de casar-se. O que acontecerá com Dulce então?
— Nunca faltei a minha palavra, jamais, em toda minha vida — respondeu Christopher — De maneira nenhuma começarei a fazê-lo com meus votos matrimoniais. Dulce sempre terá um lar em Uckermann Hall.
— Está o senhor faltando com sua palavra neste preciso instante — respondeu ela — Prometeu me devolver minha filha e agora está vacilando.
— James. — Christopher apresentava claros sintomas de cansaço — Faça-lhe entrar em razão. Por favor. Se houver alguma oportunidade, embora seja mínima, de que Dulce possa ser educada, como podemos passar por alto? Que dano poderiam lhe fazer uns poucos exames médicos?
O juiz evitou olhar Christopher diretamente nos olhos.
— Realmente acredita que não submeteríamos nossa filha a esses exames se acreditássemos, embora só fosse por um instante, que há alguma esperança? É o senhor quem deve entrar em razão, Christopher. Edie é a mãe de Dulce. Cuidou dessa garota desde que era um bebê recém-nascido. Quem pode saber melhor que ela quão grave é a incapacidade da menina?
Em circunstâncias normais, Christopher não teria podido discutir aquilo. Mas dada a franqueza com que o juiz tinha lhe falado em uma ocasião anterior, ele sabia que havia muitas mais coisas em jogo do que a simples vista parecia. Uma loucura, hereditária. Palavras muito desagradáveis, que constituíam o maior temor dos Saviñón. Um temor tão cansativo que, por razões diferentes, nenhum dos dois podia reconhecê-lo. James devido a sua carreira, e Edie pelo sentimento de culpa. Se examinassem Dulce... Se descobrissem que sua desordem mental se devia a uma loucura hereditária e não aos efeitos de uma febre muito alta, eles temiam ter que pagar muito caro: Edie em seu matrimônio, pelos erros dos quais se valeu fazia trinta anos; o juiz, perdendo sua credibilidade política. Em lugar de correr esse risco, mantiveram Dulce, o seu vergonhoso segredo, oculta do mundo.
Autor(a): * Luna_portiñón *
Este autor(a) escreve mais 2 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Poderíamos manter em segredo a viagem a Portland — disse Christopher — Ninguém tem por que saber que um médico a examinou.— Não darei minha autorização para que a submetam a nenhum exame — disse James com firmeza.Christopher não necessitava a autorização do pai, e os Saviñóns ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 26
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
Padlock Postado em 07/05/2016 - 11:15:03
:( :,O
-
Padlock Postado em 13/04/2016 - 17:02:08
:,(
-
Padlock Postado em 19/03/2016 - 21:15:15
Cade vc eu, posta mais
-
Padlock Postado em 18/03/2016 - 20:00:56
Cade vc, vc deveria saber que não deve me deixar CURIOSA e esse ponto, POSTA LOGO PELO ANOR DE DEUS *-*
-
Padlock Postado em 14/03/2016 - 22:47:21
Meu deus continua por favor posta logo tudo de uma vez rsrs sua fic tá perfeita cara :3
-
Padlock Postado em 12/03/2016 - 21:43:45
cade vc por favor eu preciso de muito de capítulos continua por favor
-
Padlock Postado em 11/03/2016 - 13:15:56
TUDO BEM CALMA EU NAO VOU ENTRAR EM PANICO EU NAO VOU ENTRAR EM PANICO MENTIRA EU JA ESTOU EM PANICO CARA CONTINUA QUE LIVRO PERFEITO E ESSE MEU DEUS E AINDA ADAPTADO PARA O MELHOR CASAL :3
-
Padlock Postado em 10/03/2016 - 19:32:19
CADE VC MINHA FIA EU TO MORTA DE CURIOSIDADE AQUI
-
Dulce Amargo Postado em 09/03/2016 - 21:39:14
Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
-
Padlock Postado em 09/03/2016 - 21:38:39
Acho que vc tem mania de terminar o capítulo nas melhores horas so pode como alguém consegue me deixar tão CURIOSA meu deus anda logo eu quero muito mais tipo uns 50 dessa perfeição rsrs