Fanfic: A Canção De Dulce-Adaptada | Tema: vondy
Ela parou ao chegar no canal de deságue que se encontrava junto à rua, apertando o ventre com uma mão como se tentasse recuperar o fôlego penosamente. Christopher esperou com paciência até que ela pudesse falar. Ele notou que inclusive depois de correr para diminuir a distância que os separava, a mulher ainda estava pálida. Os olhos da mãe procuraram seu olhar.
— Não podia permitir que partisse sem falar com o senhor de um assunto de grande importância para mim.
— É obvio. Do que se trata?
A mulher engoliu saliva e tomou ar com grande dificuldade.
— Devo lhe pedir um favor muito grande, senhor Uckermann. De agora em diante, por favor, não me faça perguntas a respeito da condição de Dulce na frente do juiz. Se tiver você alguma inquietação, fale comigo em privado.
— Por que devo ocultar minhas inquietações ao juiz? — Christopher tentava, sem êxito, interpretar a expressão do rosto de sua interlocutora.
— Meu marido não se encontra bem. Não quero que lhe incomode com tais trivialidades.
Trivialidades? Mal pôde conter-se para não lançar pela boca sapos e cobras. Pensava que o futuro de Dulce era uma trivialidade? Até onde era capaz de chegar aquela mulher para proteger sua posição de respeitável esposa do juiz? Christopher compreendeu que não lhe interessava saber. Sobre tudo, se Dulce fosse o cordeiro que ela queria sacrificar.
— Sinto muito — disse ele friamente — Não sabia que o juiz estivesse mal de saúde.
— Bom, ele não gosta de falar disto. Depois de tudo, tem que pensar em sua carreira.
Sim, certamente, a asquerosa carreira do senhor juiz. Como pôde ter se esquecido?
— Tenho esperanças de que James melhore com o tratamento apropriado e com um pouco de repouso. Entretanto, o melhor, no momento, é evitar perturbá-lo. Temo que qualquer tipo de agitação, especialmente se estiver relacionada com Dulce, possa lhe fazer sofrer uma recaída.
Ao olhar a mulher nos olhos, Christopher viu o temor que se refletia neles; mas suspeitou que fosse por ela mesma, não por seu marido. Depois de tudo, a mulher tinha um segredo a proteger. A ironia de tudo aquilo era que seu marido já sabia que era possível que a loucura fosse coisa de família e por razões que Christopher desconhecia; e não o havia dito a ela. Christopher supôs que Saviñón deveria acreditar no antigo adágio que dizia que reconhecer algo era lhe dar validez.
Como podiam dois cônjuges viver na mesma casa, fazer amor, ter filhos e; não obstante, ser tão pouco honestos um com o outro? Tudo o que Christopher queria era afastar-se daquelas duas pessoas. Estar longe para poder pensar. Tinha algumas decisões que tomar. Decisões muito importantes. Pelo bem de Dulce, tinha que certificar-se de tomar as adequadas.
— Terei presente o estado de saúde do juiz antes de vir a lhes falar de minhas preocupações. Como lhe disse, não tinha ideia de que ele estivesse doente.
Edie fechou os olhos por um momento. Quando voltou a abri-los, uma lágrima se deslizou por suas pálidas bochechas.
— Sei bem que tem um mau conceito de mim, senhor Uckermann. Acredita que não mereço me chamar mãe, não é verdade?
Dizer isso era ficar curto, mas Christopher pensou que não serviria de nada feri-la. Ela era uma mulher tão pusilânime, que mal podia suportar olhá-la.
— Não sou o tipo de homem que faz julgamentos precipitados sobre as pessoas.
— Independentemente do que possa parecer, fiz o que considerei melhor para minha filha. —Falava com voz trêmula — Sempre. Não foi fácil. O resto de minha família também me exige tempo. Mas a tive em casa, e em nenhum momento me zanguei com ela por todos os apuros que me fez passar. Acredito que muitas mães teriam optado pelo caminho mais fácil.
Christopher não duvidava. Supôs que Edie, a sua lamentável maneira, fazia sua parte correspondente de sacrifícios maternais. Ela piscou e secou as bochechas com uma mão. Havia algo na expressão de seu rosto; Christopher não sabia o que quase fazia com que se compadecesse dela.
— De agora em diante, só falarei de minhas preocupações com a senhora. — Depois de dizer isto, tirou o chapéu e deu um suave golpe no cavalo com os joelhos para que começasse a andar — Que tenha um bom dia, senhora Saviñón.
Ela levantou uma mão.
— Espere um momento, por favor! Dê-me uns minutos mais de seu tempo e logo deixarei que parta.
— Diga-me.
A mulher mordeu o lábio inferior.
— Sei que nos prometeu devolver Dulce depois do nascimento do bebê. Mas, enquanto isso há algumas coisas que deveria você saber sobre ela, coisas que não pude lhe dizer na outra noite frente ao juiz. Devido a seu estado de saúde, entende?
— De que coisas está me falando?
Ela retorceu as mãos.
— Faça o que fizer, nunca permita que Dulce se aproxime de um gato sem supervisão. E, se tiver convidados em casa com crianças pequenas, não deve tolerar em nenhum momento que ela fique sozinha com um dos pirralhos. Sob nenhuma circunstância.
— Importaria de me dizer por quê?
— Acaso não é óbvio? Ela não o faria de propósito, como imagina, mas temo que machuque a criança ou o animal. — De novo seus olhos se encheram de lágrimas, e as comissuras de sua boca começaram a tremer — Só faça caso do que lhe digo. Por favor!
Depois de dizer estas palavras, a mulher deu a volta para afastar-se dali e voltou sobre seus passos para cruzar o jardim. Ele a seguiu com o olhar durante longo tempo.
Ao retornar a Uckermann Hall, Christopher se dirigiu a seu escritório, onde esperava encontrar um pouco de solidão. Mas Maddy tinha outros planos para ele. Antes que pudesse ficar a vontade em sua cadeira, bateu na porta e; ato seguido, entrou sem pedir permissão. Simplesmente olhando soube que não se conformaria mais que com uma narração completa de sua conversa com os Saviñón.
— O que ocorreu?
Christopher levantou e se dirigiu ao aparador, onde serviu duas taças de conhaque. Como ele rara vez bebia em uma hora tão cedo, a governanta arqueou as sobrancelhas ao receber uma taça.
— É tão grave?
Christopher se voltou para as janelas cristalizadas que davam a parte ocidental dos jardins.
— Digamos simplesmente que, depois de falar de novo com os pais de Dulce, estou mais confuso que nunca. — Ficou em silêncio por um momento, observando com olhar crítico os arbustos esculpidos que rodeavam os caminhos de rosas — Maldição, Maddy. Tinha tantas esperanças ontem à noite. Estive acordado até o amanhecer. Milhares de ideias me passaram pela cabeça... Que ela não é uma atrasada como pensam seus pais, que ao melhor a febre a afetou de alguma outra maneira que nem sequer percebemos. Possivelmente em sua capacidade de falar, ou de ouvir.
Autor(a): * Luna_portiñón *
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Padlock: Que bom que voltou a comentar, que bom que esta gostando da fic <3 Dulce Amargo: Continuando.
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 26
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Padlock Postado em 07/05/2016 - 11:15:03
:( :,O
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Padlock Postado em 13/04/2016 - 17:02:08
:,(
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Padlock Postado em 19/03/2016 - 21:15:15
Cade vc eu, posta mais
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Padlock Postado em 18/03/2016 - 20:00:56
Cade vc, vc deveria saber que não deve me deixar CURIOSA e esse ponto, POSTA LOGO PELO ANOR DE DEUS *-*
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Padlock Postado em 14/03/2016 - 22:47:21
Meu deus continua por favor posta logo tudo de uma vez rsrs sua fic tá perfeita cara :3
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Padlock Postado em 12/03/2016 - 21:43:45
cade vc por favor eu preciso de muito de capítulos continua por favor
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Padlock Postado em 11/03/2016 - 13:15:56
TUDO BEM CALMA EU NAO VOU ENTRAR EM PANICO EU NAO VOU ENTRAR EM PANICO MENTIRA EU JA ESTOU EM PANICO CARA CONTINUA QUE LIVRO PERFEITO E ESSE MEU DEUS E AINDA ADAPTADO PARA O MELHOR CASAL :3
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Padlock Postado em 10/03/2016 - 19:32:19
CADE VC MINHA FIA EU TO MORTA DE CURIOSIDADE AQUI
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Dulce Amargo Postado em 09/03/2016 - 21:39:14
Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
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Padlock Postado em 09/03/2016 - 21:38:39
Acho que vc tem mania de terminar o capítulo nas melhores horas so pode como alguém consegue me deixar tão CURIOSA meu deus anda logo eu quero muito mais tipo uns 50 dessa perfeição rsrs