Fanfics Brasil - Capítulo I Sem Dor, Sem Jogo

Fanfic: Sem Dor, Sem Jogo | Tema: Originais


Capítulo: Capítulo I

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Os mortos-vivos caminhavam pela terra. Dia e noite, o tempo todo, a morte estava ao lado de cada sobrevivente existente.


Lutar era algo que já havia se tornado comum para aqueles que sabiam que qualquer deslize poderia resultar em algo terrível.


O Mundo estava sem leis, sem regras. Todos poderiam fazer aquilo que bem entendessem... mas, do que adiantaria? Não havia mais polícia para pegar o ladrão e juiz para julgar o mesmo pelos seus crimes...


Ou seja, o Mundo não era mais o mesmo lugar de antes.


As pessoas haviam se tornado em monstros... Monstros incontroláveis e incontáveis que tinham uma força enorme nos braços, pois se você fosse pego seria um sacrifício se livrar de um deles... E esses monstros foram chamados de Zumbis.


Os zumbis eram nada mais nada menos, que o inverso do ser humano, a forma dele que estava estabelecida entre a vida e a morte; que tinham sede de sangue e fome de carne humana. Que não tinham consciência e sequer sentimentos e nem um coração batendo. Um desses zumbis poderia ser um conhecido, um amigo, um pai ou mãe, um irmão... não importava quem seria, mas ele sequer, jamais o reconheceria.


Sem sentimentos, sem memória, sem vida, sem senso de humanidade... o que teria acontecido com as pessoas para que eles se transformassem em tal coisa abominável? Uma explosão? Um vírus? Radiação? Drogas? Aparentemente ninguém tinha a resposta... e talvez a pessoa que tivesse tal resposta já estivesse morta, então a única coisa que restava fazer era... SOBREVIVER.


                                             ¬¬¬***¬¬¬                               


 


Era uma tarde de verão ensolarada e quente. Cinco amigos estavam sentados na grama do internato onde estudavam, se refrescando após um dia cheio de atividades e trabalhos escolares.


Enfim, férias!


Eles conversavam alegremente. Faziam planos para quando saíssem dalí daqui dois dias. Estavam tão ansiosos para ficarem com suas famílias.


-- E então, você acha que seus pais vão viajar para seu estado natal? – perguntou Samantha a Katherine, sua melhor amiga.


-- Sinceramente, não sei... Nas férias passadas eles disseram que iriam, mas não confirmaram nada ainda.


-- Vai ver estão fazendo uma surpresa – sugeriu Pablo.


-- Será? – os olhos de Katherine brilharam, mas logo perderam o brilho. – Mas será que meus amigos de lá irão se lembrar de mim...? Isso se ainda estiverem lá, depois de cinco anos... não creio que lembrariam.


-- É claro que lembrariam – disse Pablo – Você é... como posso dizer... inesquecível.


Katherine e os outros deram risada.


-- Obrigada, você também é inesquecível.


-- Sabem... eu queria poder viajar apenas com vocês, seria divertido, sem ter adultos nos vigiando – disse Alstin, sonhador.


-- E podemos – disse Ricardo – Assim que fiz 16 anos meus pais permitiram que eu dirigisse e assinaram o documento aprovando que eu pudesse fazer isso.


-- Ah, verdade – disse Alstin – Você já tirou a carta?


-- Na verdade não, ainda faltam duas aulas e um teste, mas estou quase lá, por sorte sou um dos melhores alunos.


-- Como esperado de você – disse Pablo.


-- Eu não contei a vocês, mas... Eu também estou tirando carta para dirigir – anunciou Samantha, e todos a olharam surpresos.


-- Jura? – exclamou Katherine – Que legal, Sam.


-- É...


-- Mas por que não contou para nós? – perguntou Alstin, curioso.


-- Sei lá... estava com receio... Não sei por que.


-- Então nessa nossa viajem poderíamos ir em dois carros, um para Kath e Sam, outro para Rick, Pablo e eu – disse Alstin, esticando as mãos para o céu e fazendo um desenho imaginário de dois carros – O que acham?


-- Boa ideia – disse Pablo – mas, e se fossemos nessas férias?


-- Nessas? – exclamaram os outros.


-- Sim, bom... nenhum de nós irá viajar e Kath sequer sabe se seus pais iram para seu estado natal!


-- É uma boa – disse Alstin – e de quebra podemos mostrar aos nossos pais que somos responsáveis e que podemos sim ser donos de nossos próprios narizes!


-- Ui, calma lá menino rebelde – disse Katherine – Sequer sabemos se nossos pais irão deixar fazermos isso.


-- Ela tem razão – disse Samantha – E se planejarmos tudo e em cima da hora der errado?


-- O errado que você diz são nossos pais? – perguntou Rick, pensativo.


-- Sim.


-- Então vamos fugir.


Todos olharam para Alstin, pasmos.


-- Acho que você passou do seu limite de rebeldia amigo, dá uma segurada – disse Katherine. Alstin se levantou e encarou os amigos.


-- Seria nossa chance de mostrarmos a eles que podemos ser independentes!


-- Calma lá, Alstin – falou Samantha – É só uma viagem, não precisamos fugir para realizar tal coisa. E mais, teremos muito tempo para tentar fazer ela de novo se dessa vez não der certo.


-- Mas foi o Pablo que deu a ideia...


-- Eu dei a ideia e você a generalizou – disse Pablo – Relaxa aí, cara.


Alstin bufou e se sentou novamente. Logo todos deitaram-se e olharam para o céu com uma boa quantidade de nuvens brancas como algodão doce. Eles tentavam imaginar formas para cada uma delas. Viram diversas coisas... bebês, flores, livros, videogames,alienígenas, facas, armas... zumbis.


Aos poucos o gramado foi ficando vazio, e quando se deram conta já estava anoitecendo. Levantaram-se e foram para seus dormitórios. Katherine e Samantha eram do mesmo quarto, os garotos também. Então depois de jantarem foram dormir.


*¨*¬*¨*


Os dois dias de aula restantes haviam se passado e todo o internato estava animado com a chegada das férias. Os cinco amigos acordaram cedo naquele sábado e se despediram a medida que seus pais iam chegando para buscá-los.


-- Tchau Sam – falou Katherine, dando um abraço na amiga – Depois eu te ligo para você ir em casa ou para eu ir na sua.


-- Ok – disse a garota, colocando a mochila nas costas – Tchau meninos, até a vista!


-- Até, Sam – disse Pablo.


-- Até – falou Ricardo.


-- Qualquer coisa eu dou uma passada na sua casa para a gente trocar umas ideias e para comer, claro – falou Alstin, com um sorriso travesso.


-- Ah, claro – disse Samantha sarcasticamente – Vai esperando sentado.


Samantha entrou no carro dos pais, e antes que o veículo partisse ela gritou para os amigos: -- Boas férias! Os mesmos acenaram e responderam também com um grito.


Cinco minutos depois os pais de Alstin chegaram para buscar ele e Ricardo. Os dois deram um abraço em Katherine e fizeram um toque de mão especial com Pablo, que foi embora pouco tempo depois. Já Katherine ainda teve que esperar mais 15 minutos até que os pais chegassem.


Entrou no carro, cruzou os braços e olhou para eles de cara feia.


-- Há quanto tempo está esperando?


-- Há trinta minutos! Contando os quinze minutos em que meus amigos estavam junto comigo antes que os pais deles chegassem.


-- Ah, que dó – disse o pai, fingindo melancolia na voz.


-- Antes de virmos damos uma passadinha na casa da sua tia, e então perdemos a noção do tempo – explicou a mãe, se virando para falar com a filha.


-- Eles vão com a gente para a casa da vovó?


-- Ainda estão se decidindo – resmungou ela.


-- Mas nós vamos daqui dois dias! – exclamou Katherine, indignada.


-- Eu sei – suspirou a mãe – falei isso para eles, mas ainda não têm certeza.


-- Não creio.


-- Mas pode crer – disse o pai – Fizemos nossa parte, que foi tentar convencê-los, mas se eles não querem não podemos fazer nada.


-- A vovó ficará chateada...


-- Sim, mas, fazer o que? Não podemos obrigar ninguém a... Mas que transito é esse?! – exclamou o homem, de boca aberta.


-- Meu Deus! O que será que está havendo? – indignou-se a mãe.


-- Que foi gente? – Katherine tirou seu sinto, foi para o lado e colocou a cabeça entre os dois bancos da frente, e logo ficou de boca aberta, assim como seus pais.


O número de veículos era enorme por diversos quilômetros. O barulho das buzinas e das pessoas gritando era incessante. A rodovia toda estava cheirando à fumaça, que mais saía dos ônibus e caminhões. Crianças estavam com as cabeças para fora dos carros pelas janelas ou tetos-solares.


-- Caramba... – balbuciou Katherine – Mas, afinal de contas, por que estamos indo pela rodovia?


-- Porque estávamos pensando em passar no mercado para compara umas coisas para a viajem, para que não ficasse tudo muito em cima da hora... mas parece que isso não vai acontecer...


-- E o pior é que o retorno está há mais ou menos um quilômetro de onde estamos...


-- E agora? – perguntou Katherine, olhando para o pai.


-- Teremos que esperar.


-- Que maravilha – resmungou Katherine, se deitando no banco de trás. – Isso vai demorar quanto tempo? Duas? Três horas?


-- Talvez – suspirou a mãe – Se duvidar até mais.


 


Havia mais de três horas quando conseguiram alcançar o retorno e ir para casa. Estavam com fome e com cede, então o pai de Katherine tomou diversos atalhos para chegar em casa mais rápido.


Enquanto estavam esperando naquela fila infinita de automóveis os três discutiam por qual seria o motivo daquele trânsito enorme; poderia ser pelo início das férias, com o povo já saindo para viajar, promoção em mercados e shoppings, algum evento ou algum acidente grave. Eram n motivos para se explicar aquilo, mas só saberiam quando chegassem em casa.


E assim que botou os pés dentro do local o Sr. Russo já foi ligando a TV e colocando no canal de notícias. Chamou a mulher e filha para ver.


“O engarrafamento com pouco mais de 14 km de extensão não termina.”, dizia a jornalista. “Ele começou por que houve um grave acidente, onde o motorista estava tendo um surto de raiva e como consequência da batida seu carro atingiu outro que também atingiu outro e foi-se assim até ter acertado oito carros de uma só vez. Algumas pessoas que presenciaram o acidente filmaram o exato momento em que tudo aconteceu.”


Na tela apareceram filmagens do acidente, realmente no momento em que ele aconteceu. Foram diversos carros, um batendo na traseira do outro até oito serem atingidos no total, assim como havia dito a jornalista. Mas então algo inesperado aconteceu.


O motorista raivoso saiu de seu carro, um tanto zonzo e pulou numa das pessoas que haviam descido de seus carros para observar o acidente de perto. Todos saíram correndo e sequer pensaram em ajudar a pessoa que estava sendo atacada, então a pessoa que estava gravando se aproximou e puxou o raivoso de cima do cara, que estava inconsciente e com uma bela de uma mordida no pescoço. A pessoa olhou do ferido para o raivoso e viu que a boca do cara estava rodeada de sangue. Ele tentou correr, mas foi pego e então a câmera apagou.


Logo as imagens voltaram para a jornalista, que passou o comando para a repórter, que estava no local do acidente; onde no fundo dava para ver com melhor clareza a cena dos diversos carros amontoados uns nos outros e dos bombeiros tentando tirar as pessoas presas nas ferragens de lá.


“Como vocês podem ver o estrago foi grande. Muitas pessoas ainda estão presas nas ferragens e os bombeiros dão o seu melhor para ajudarem todos. Até agora tivemos duas mortes... e o causador de tudo isso ainda está descontrolado.”


O cameraman mudou de posição e passou a gravar o sufoco pelo qual os paramédicos estavam passando. Eles seguravam com todas as suas forças o causador do acidente, que se contorcia feito louco e estava com o rosto um tanto deformado e estava todo imundo, com manchas de sangue na roupa.


“Os paramédicos tentam fazer de tudo para controlarem o mal feitor. Injetaram sedativos e calmante nele, mas parece que nada adianta!”


E então um dos paramédicos desistiu de segurar o cara e ele se soltou. Os outros paramédicos ficaram em volta dele e pediam por calma, mas nada adiantava com aquele tanto de pessoas em volta deles.


“Para trás!”, berrou um dos paramédicos para as pessoas que formavam a roda, mas elas não mexeram nem um músculo.


E o que logo aconteceu: o causador de todo aquele tumulto voou para cima de um dos espectadores curiosos e mordeu seu pescoço. E só assim para as pessoas saírem de perto, correndo, no caso. Todos se afastaram, loucos para entrarem em seus carros e saírem dali o mais rápido possível.


Um dos paramédicos agarrou o cara pelo tronco e o jogou longe, mas ele foi mais rápido e mordeu o braço do mesmo; que berrou e caiu de joelhos, apertando a enorme ferida que estava ensanguentada em seu braço esquerdo.


De repente a repórter apareceu na frente da câmera e começou a tampar a lente da mesma, gritando: “Desliga isso! Desliga isso!”. E então a transmissão caiu, literalmente, pois o canal em que estava passando o jornal ficou todo preto e branco e no segundo seguinte a energia caiu.



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Autor(a): katherine_russo

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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