Fanfic: Cat Oreille de L`amour | Tema: Youtuber, tazercraft, nekomimi, Tarik Pacagnan, Mikael Lineker, pactw, mikethelink
—Sorria Mikael. —Disse a mim mesmo na tentativa de me animar —Também te odeio...
Não me lembro da última vez em que me senti alegre e cheio de vida, talvez quando era criança? Não, também não lembro de ser assim na infância.
Phil sempre foi rigoroso comigo, sendo ex comandante do exército, ele não era muito presente na minha vida até se aposentar, e após isso, o que era ruim ficou pior.
—Está atrasado — Meu pai disse na porta do quarto —Você tem que demonstrar exemplo para aqueles delinquentes.
—Sim senhor Liniker — Me dirigi a ele de forma firme e postura reta. Ele não permite que o chame de "pai", segundo o que diz, é como se rebaixasse seu posto de comandante a alguém qualquer.
Assim que ele vai embora, vou em direção ao guarda-roupa, visto uma camisa preta, uma calça verde escura estilo militar, um par de tênis pretos e uma jaqueta jeans escura, olho no espelho novamente e ponho meu óculos de grau.
Ao sair pela porta da frente, olho para o morro logo à esquerda de minha casa, mesmo estando longe, dá-se para ver as casas e prédios abandonados. Ninguém se atreve a ir lá é um local perigoso e traiçoeiro, o governo da cidade alerta para que ninguém vá até lá, mesmo assim, não tomam nenhuma previdência, realmente uma parte esquecida do mundo.
À direita, tem o restante da cidade: prédios enormes, modernos e alguns até luxuosos, certamente esta é uma cidade bem desenvolvida, aqui fica um dos maiores centros de pesquisas do país . Sigo meu caminho pelo Jardim a frente da casa, tem cerca de 40m² , a grama bem cuidada, duas árvores de Jacarandá-mimoso com galhos volumosos nas extremidades do jardim, os pequenos arbustos floridos de cores mistas espalhados de forma elegante, tudo em perfeita harmonia com a casa, a qual foi projetada ao estilo modernismo ,pelo melhor arquiteto da região.
Ao chegar no portão que dá acesso à rua, meu motorista estava a minha espera, ele estava em um dos carros importados de meu pai, o Maybach Landaulet branco.
Vou em direção ao automóvel e me sento no banco do passageiro, ao lado do homem de meia idade com seus cabelos já alvos pelo tempo, olhos negros e cansados, seu uniforme inteiramente branco assim como o carro, ele me olha com um sorriso sutil e mecânico pelo hábito de fazer isso já a muito tempo.
—Bom dia senhor Mikael Liniker. — O homem diz com os olhos fixos na estrada.
—Bom dia— Digo seco, ele não se importa, já se acostumou com isso.
—Deseja passar em algum algum lugar antes de irmos? —Apesar da pergunta, ele dá partida no carro, já se preparando para sair.
—Não... Pensando bem, Richard,pare naquela livraria. —Digo observando os raios do Sol refletidos pelos grandes prédios envidraçados através da janela fechada do carro.
—Sim senhor.
Richard segue para a livraria, como ela está justamente no caminho do meu destinho, não irá interferir o percurso. Chegando nela, entro com passos largos, vou até a minha seção predileta e tiro de lá um pequeno livro, não muito fino, mas também com uma grossura razoável, sua capa verde musgo, realça as letras bem desenhadas, com curvas sinuosas e em dourado. Pago o livro saindo rapidamente do estabelecimento.
—Nova coleção? —Indaga Richard logo mais a frente me esperando com a porta do carro a berta.
No instante que ia responder, ouço um som de bicicleta por detrás, ao me virar, assusto ao ver que alguém vindo em alta velocidade em minha direção mas por sorte, ele desvia. No mesmo segundo dou dois passos desajeitados para trás quase caindo.
—Você está bem? — Vou em direção ao garoto, de alguma forma, ele estava ileso.
—Estou bem...—Nesse instante, percebo um grande caminhão se aproximar e... O resultado era certo, a bicicleta ficou completamente inutilizada. —Mas que MERDA! —O garoto exclama.
Agora já de pé, ele bate um pouco em suas roupas a fim de tirar o pó do asfalto, se vira e olha seu antigo meio de transporte despedaçado no chão.
—Céus! Por favor me desculpe!
"Que droga! Agora vou me atrasar o velho vai querer arrancar meu couro"
—Não, tudo bem, eu vou apé mesmo. — Ele passa a mão na nuca, talvez se ele for comigo, terei um álibi para o atraso.
—Aonde você estava indo? Talvez eu possa te levar.— Ele me encara por alguns segundo, me olha de cima a baixo, percebo que está usando uma touca preta cobrindo a maior parte de seu cabelo, mas deixando um pouco para o lado de fora, o que realça sua pele clara.
"Muito brega, ninguém usa isso hoje em dia, mesmo no frio."
—Ok—Ele me olha sorrindo, um sorrido bem fofo, e seus olhos negros brilham como os de uma criança que acabou de receber um doce.
—Vou dizer ao meu motorista que temos um carona.
Faço um sinal para que me siga o levo em direção ao carro, onde Richard me esperava, o mesmo me olha confuso.
—Richard, temos mais um passageiro.— Digo apontando para o garoto.
—Qual é seu nome?— Pergunto após entrarmos no automóvel.
—É...Tarik. —Ele estava meio distraído observando o interior do carro, mas logo olha nos meus olhos me encarando.
—Onde estava indo com tanta pressa?—Pergunto no instante em que o motorista deu a partida.
—Amour Sucré, uma doceria.—Ele dá novamente aquele sorriso, por um instante tive a impressão que tudo a sua volta ficou mais iluminado.
—Já ouvi falar,— Richard entra na conversa — ela fica próxima à escola do senhor Phil Liniker.
—Seu pai é dono daquele lugar? —Indaga o jovem me fazendo despertar, ainda estava preso em seus olhos reluzentes.
—Sim, é para lá que estou indo.—Afasto meus pensamentos ao lembrar que estou indo passar mais um período naquele inferno e volto a minha postura fria. Pego meu livro novo e o observo sua capa, está escrito "Cat Oreille de L`amour".
—Você não parece ser um delinquente...
—Não sou. —Digo indiferente.
—Então por quê?
—Coisas de pai...—Sem me importar com sua pergunta, olho meu bem recém comprado.
Passo uma de minhas mãos pela capa do livro e sinto sua textura suave, quase um veludo de papel, sigo com os dedos até sua borda direita o abro começando a ler.
"Para meu falecido marido e meu inconcebido filho, uma coleção dos meus sentimentos nos versor de alheios"
Leio suas notas e em seguida o primeiro poema:
"Soneto
Pálida, à luz da lâmpada sombria,
Sobrevo leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!
Era a virgem do mar! Na escuma fria
Pela maré das águas embalada!
Era um anjo entre nuvens d`auvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!
Era mais bela! O seio palpitado...
Negros olhos as pálpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando...
Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti — as noites eu valei chorando,
Por ti — nos sonhos morrerei sorrindo!
—Álvares de Azevedo"
Ouço um barulho estranho vindo do banco traseiro, olho para trás desconfiado e vejo Tarik de cabeça baixa abraçando bem forte sua barriga.
—Está bem?
Autor(a): y4o1
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
—Está bem?—Pergunto deduzindo a resposta. —N-Não...É que... Eu estou bem sim —Diz com os olhos entreabertos e franzindo as sobrancelhas, sua pele clara agora se encontra em um tom pálido. —Tem certeza? Deve ter comido algo estragado... —Bem, eu sei que não era por isso, ele pro ...
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