Fanfic: Cat Oreille de L`amour | Tema: Youtuber, tazercraft, nekomimi, Tarik Pacagnan, Mikael Lineker, pactw, mikethelink
—Está bem?—Pergunto deduzindo a resposta.
—N-Não...É que... Eu estou bem sim —Diz com os olhos entreabertos e franzindo as sobrancelhas, sua pele clara agora se encontra em um tom pálido.
—Tem certeza? Deve ter comido algo estragado... —Bem, eu sei que não era por isso, ele provavelmente deve estar se alimentado muito mal, pois aquele barulho certamente foi o ronco de sua barriga.
—Caso for de seu agrado, eu tenho um sanduíche de patê de frango —Richard, também preocupado com o garoto, diz apontando para o porta luvas.
Guardo meu livro no bolso de dentro da jaqueta e olho novamente para Tarik no banco de trás, ele agora estava com a cabeça apoiada no vidro da janela e com os olhos fechados.
—Não Richard, pare naquele restaurante mais a frente, não ligo se chegar atrasado.
—É sério, eu vou ficar bem... —O garoto da um longo suspiro, olho para Richard o qual me lançava um olhar querendo dizer "tem certeza disso?" Faço um sinal positivo com a cabeça e ele logo concorda.
Em alguns segundos o automóvel para próximo a um restaurante popular, por estar muito cedo, não há nenhum cliente, apenas dois ou três garçons arrumando as mesas. Sentamos em uma próxima à janela, a mesa quadrada coberta com um pano florido em tons pastéis, duas cadeiras de madeira escura postas uma em frente a outra contrastando as paredes amarelas.
—Ele não vai vir? —Tarik diz ao sentar na cadeira.
—Ele não precisa.— Dou mais uma olhada ao redor observando o restaurante, logo me sento também.
O garoto já estava olhando o cardápio bem animado, ele arregala os olhos e logo põe de volta na mesa.
—Não tenho como pagar por isso tudo —Tarik faz uma expressão de decepcionado. Sua barriga da um ronco novamente e ele se encolhe um pouco.
—Posso anotar seu pedido? —Um garoto de olhos azuis e cabelos loiro escuro vem me atender, ele estava com uma touca branca deixando apenas seu topete a mostra, uma camisa social da mesma cor e uma calça preta, ele segurava um bloco de notas e uma caneta, esperando nosso pronunciamento.
—Pode pedir o que quiser, eu pago. —Estou caridoso demais, mas eu aproveito qualquer oportunidade para não ir ver aquele velho ranzinza.
Ele me encara como fez da outra vez, pega o cardápio e sorri olhando as opções.
—Vou querer o prato do dia, uma jarra de suco de morango ao leite, uma porção de churrasco, uma lasanha e como sobremesa um bolo de floresta negra. —Enquanto Tarik estava todo animado o cardápio, o garçom olhava meio confuso para ele.
—Tem certeza que não quer um lanche? São apenas 7:30 da manhã.
Tarik olha para o loiro tentando achar uma resposta plausível, ele se vira para mim na esperança obter alguma resposta, provavelmente não quer que fale que está passando fome.
—Meu amigo aqui, — Digo apontando para Tarik —tem um apetite absurdo, mesmo de manhã.
—Er... ok então. E você?— agora ele dirige a palavra para mim. — O que vai querer?
—Um cappuccino simples.
O garçom após anotar tudo, se retira e vai na direção da cozinha.
—Seu nome é Mikael... Não é mesmo? — O garoto diz um pouco sem jeito e desviando o olhar —Muito obrigado...
—Não há de que — Falo seco, estava mais interessado em observar o exterior do restaurante.
As poucas vezes em que fui a algum restaurante, foi com meu pai em jantares com alguns conhecidos importantes dele. Como se pôde perceber, muitas de minhas lembranças são com Phil, isso se deve pelo fato dele ser superprotetor , tem sempre que estar me vigiando de alguma forma.
—Não é todo dia que alguém faz uma coisa tão boa assim para mim. — Olhei o garoto de relance, Tarik sorria. Seu sorriso sincero fez-me perder no tempo novamente, mas logo volto a realidade ao lembrar do meu livro novo o qual estava ansioso para obter.
—Você deve ter uma vida muito boa... — O menino, distraído com a paisagem, deixa escapar um pensamento.
Tiro meu livro do bolso e abro aleatoriamente e começo a ler o primeiro poema que meus olhos encontram.
"Se eu morresse amanhã!Se eu morresse amanhã, viria ao menosFechar meus olhos minha triste irmã;Minha mãe de saudades morreriaSe eu morresse amanhã!Quanta glória pressinto em meu futuro!Que aurora de porvir e que manhã!Eu perdera chorando essas coroasSe eu morresse amanhã!Que sol! que céu azul! que dove n'alvaAcorda a natureza mais loucã!Não me batera tanto amor no peitoSe eu morresse amanhã!Mas essa dor da vida que devoraA ânsia de glória, o dolorido afã...A dor no peito emudecera ao menosSe eu morresse amanhã!—Álvares de Azevedo"
[N/a: pode parecer erro de português, mas é assim mesmo que é escrito o poema]
—Não vai tomar seu cappuccino?— Tarik aponta para a xícara que está na minha frente, o garçom estava colocando os pratos que o garoto pediu na mesa, enquanto o mesmo já devorava o que o loiro servia.
—Não vi o tempo passar.
Guardo novamente o livro em meu bolso da jaqueta e pego a xícara e começando a tomar meu cappuccino. Olho para o lado de fora do estabelecimento, a movimentação aumentou um pouco, observo também a rua estreita com árvores a frente de cada casa ou estabelecimento, sua folhas delicadas balançando ao vento, algumas secas caindo suavemente no chão indicando o início do outono, as casas antigas dando um toque rústico para o ambiente, logo na porta do restaurante, tem algumas mesas ao ar livre, estas estavam também com algumas folhas sobre elas.
Dou um último gole no cappuccino, olho no relógio e vejo que são quase 9 horas.
—Preocupado com alguma coisa? Se quiser, já podemos ir embora... —Enquanto Tarik proferia tais palavras, suas duas mãos foram em direção à sobremesa que estava bem próximo de mim.
—Não...— Ao aproximar de forma um tanto infantil sua mãos na direção do pedaço de bolo, seus olhos brilhavam ao olhar o prato com desejo, assim como tudo a sua volta.— Pode comer tranquilamente.
"O que será que tem nesse garoto que me atrai tanto? É como uma magia"
—Tarik, onde mora?
Ele hesita por um breve momento, olha de relance em minha direção, mas desvia o olhar e volta a comer sua sobremesa ignorando minha pergunta.
—A conta senhores... — O garçom põe uma folha de papel sobre a mesa — Como pretende pagar?
—Com cartão — Ele estende uma máquina de pagamento com cartão, eu aproveito e olho seu crachá, preso em sua camisa, a fim de dar uma agradecimentos adequado. —Obrigado er...Rafael.
—Não há de quê.—O loiro sorri indo embora.
Saímos do restaurante e voltamos ao carro, Richard estava nos esperando pacientemente no banco do motorista. Seguimos para meu destino, antes deixando Tarik em seu trabalho.
Ao chegar no reformatório, Phil me esperava na portaria, quando saio do carro, ele olha com um olhar de reprovação para mim e para Richard, mas logo se vira adentrando no prédio, eu sei o que isso significa, podia dar qualquer justificativa, mas apenas fiquei calado e o segui, seria inútil discutir com ele.
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Autor(a): y4o1
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).