Fanfic: Superando Barreiras (FINALIZADA) | Tema: Vondy

-Posso ir até onde vocês?!

-Uhm, é melhor não Mattew, mas outro dia marcamos algo, vai ser complicado você vim falar com o Christopher agora, eu te explico depois. -falou um pouco mais baixo.

-Tudo bem então. Um abraço!

-Você não vai ficar chateado?

-Não Dulce, relaxa! Tenha um bom dia!!

-Quem era? -Dulce virou e sorriu a Christopher.

-O Mattew! Ele está em algum lugar por aqui e viu a gente, queria vim falar com você.

-E ele vem?

-Achei melhor não! Você se importa? -ele negou. -Chegamos. -sorriu. O sol brilhava e refletia no lago que tinha bem em frente dos bancos que eles estavam, ao lado tinha um pequeno parquinho e inúmeras crianças correndo de um lado para o outro sorrindo, gritando, Dulce abriu um sorriso imaginando seu filho ali se divertindo. Várias árvores complementavam o ambiente e um vento gelado aliviava o sol forte. O banco onde eles estavam ficava debaixo de uma árvore e por isso havia sombra. Christopher já tinha sentado. -Eu estava nesse banco estudando e você naquele ali, do outro lado. -Dulce apontou para um banco que ficava de frente para o parquinho. -Eu encontrei a Tina aqui no final correndo com outras crianças. Já estava ficando tarde e escuro quando ela veio e disse que estava perdida. -suspirou e acariciou o ventre. -Enfim, aqui é lindo ne? -sorriu.

-Sim! Acalma! A gente vinha muito aqui?

-Sim, sempre que dava. Da janela do seu apartamento dá pra ver tudo isso aqui. É lindo a vista de lá.

-Onde fica o meu apartamento? -Dulce virou e apontou para um prédio que ficava do outro lado da rua bem em frente ao jardim.

-Aquele ali! -sorriu e Christopher assentiu. Dulce sentiu Christopher um pouco estranho. -Está tudo bem com você?

-Aham, porquê?

-Por nada! -suspirou, e voltou a acariciar o ventre. O silêncio se fez presente entre eles e o único som que se ouvia era as respirações de ambos e ao fundo o vento balançando as folhas das árvores, risadas de crianças, gritaria. Dulce já estava ficando agoniada. Jamais faltou assunto com Christopher, mesmo que fosse besteira eles não paravam de conversar um minuto, em sua mente os assuntos fluíam, mas não conseguia falar, estava insegura. Christopher estava chateado pelo fato de não consegui lembrar de nada em relação a Dulce, se sentia frustrado, triste, não queria nem desejava essa sensação a ninguém. Já se aproximava da hora do almoço e nenhuma palavra a mais fora dita, Dulce já dava os primeiros sinais de fome, então resolveu se pronunciar.

-Vamos? Está quase na hora do almoço e precisamos comer na hora, não é meu príncipe? -acariciou o ventre e sorriu levantando do banco.

Christopher assentiu e levantou se apoiando na muleta, ele iria almoçar na casa de Dulce e só a tarde é que Alexandra o buscaria. Caminharam ainda em silêncio até o prédio. Alguns minutos depois Dulce abriu a porta do apartamento. -Mãe? pode entrar Christopher. -dando passagens a ele que caminhou e sentou no sofá.

-Estou aqui na cozinha meu amor!

-Nós já viemos almoçar, nos três!

-Três? -falou surpresa. E chegou até a sala. -Christopher?! -falou um pouco mais alto. Que bom te ver meu menino! -caminho até ele e o abraçou, ele retribuiu por educação, mas não lembrava dela e Blanca se esquecera desse ocorrido.

-Ucker essa é a minha mãe, Blanca!

-Ah sim claro! Me desculpa, eu bom, a senhora deve saber que, bem.

-Claro meu menino, eu que lhe peço desculpas. Não lembrei no momento pela euforia. -ele assentiu. -Bom só terminarei de colocar a mesa e já os chamo para almoçarem, fique à vontade Christopher.

-Obrigado!

-Você se importa de ficar um pouquinho só? Estou com muito calor, preciso de um banho!

-Não se preocupe Dulce! Estou bem!

-Ok! Volto já! -ele assentiu e Dulce caminhou até o quarto, tirou a roupa e entrou no banheiro. Ao ligar o chuveiro sentiu a água gelada cair em seu corpo quente e se pôs a relaxar, estava muito tensa e bastante preocupada com tudo, a todo instante temia que Christopher jamais recuperasse a memória e isso lhe doía só de imaginar, seus olhos se encheram de lágrimas e se colocou a chorar, precisava fazer alguma coisa. Depois de algum tempo saiu do banheiro vestiu o roupão e colocou uma toalha na cabeça, foi até o closet e pegou um vestido de alcinha azul, e uma lingerie da mesma cor. Vestiu a roupa penteou os cabelos para trás e voltou para a sala.
-Desculpa a demora. -encontrou Christopher sentado do mesmo jeito, só que com um álbum de fotos nas mãos.

-Você não mudou muita coisa! -sorriu.

-A é verdade. -riu junto.

-Crianças vamos almoçar?! -Blanca apareceu chamando eles.

-Claro! -Dulce foi a primeira a levantar e Christopher a olhou espantado.

-Vá se acostumando Christopher! Ela tem comido tanto ultimamente.

-Ei, eu tenho que alimentar meu filho. -fez bico. Blanca e Christopher sorriam, Dulce foi na frente e puxou a cadeira sentando, eles vieram mais atrás. O almoço só não teve um segundo round de silêncio porque a todo instante Blanca falava alguma coisa e deixava Christopher bastante à vontade, apesar de que pra ele estava no meio de pessoas estranhas. Logo depois Blanca serviu um creme de limão e recolheu rápido, pois Dulce com a desculpa de que comia por dois não parava de repetir. Blanca se retirou deixando os dois a sós. Dulce levou Christopher até seu quarto.
-Pode sentar, vou pegar as coisinhas do bebê pra você olhar. -sorriu e foi até o closet e pegou uma caixa grande branca.

-Isso não está pesado não? -ela negou e colocou a caixa na cama ao lado dele. Tirou de lá roupinhas, mamadeiras, sapatinhos, entre outros.

-Alguns eu ganhei! Não são lindos? -pegou um boddy e cheirou. Christopher assentiu, mas não se sentia bem em está ali, acabou de acordar de um coma sem memória e descobrir que tem uma namorada e ainda por cima ia ser pai, era muita informação pra ele, se sentia mal por ver toda a empolgação de Dulce e não sentir nada, estava confuso.

-Eu quero ir pra casa Dulce. -suspirou.

-Ta tudo bem?

-Na verdade não sei, eu só quer ir pra casa.

-Eu te levou então, tia Alê não vem agora. -se levantou.

-Posso pegar um táxi, eu lembro como chegar em casa. -ela suspirou frustrada.

Dulce se segurou para não chorar, nesse momento preferia que ele ainda tivesse desacordado, ou qualquer outra coisa, mas essa indiferença com ela estava dilacerando seu coração. Respirou fundo.

-Eu te levo lá embaixo pelo menos. -se levantou.

-Não! Pode ficar, de verdade. Dulce me desculpa, eu só preciso ficar só, não é nada com você, sou eu. -ele segurou as mãos dela e as beijou. -Tudo isso ta me machucando de uma maneira que eu não sei explicar, eu daria tudo pra lembrar de todos os momentos que vivemos juntos, todos! Por que eu não sei como, mas me dói sempre que estamos juntos e eu vejo nos seus olhos todo seu amor, respeito e carinho por mim e eu não poder retribuir, porque eu não sinto nada Dulce, nada. É como se você fosse uma estranha, e isso de alguma forma me machuca. Eu quero ficar perto de você, porque sempre acho que ao seu lado, tudo pode voltar e você me dá uma paz, uma calma. Mas aí eu olho nos teus olhos e me sinto um balão que foi desamarrado, saiu por aí sem rumo perdendo todo o ar, toda a esperança de ser cheio novamente. Eu não quero mais sentir isso, me desculpa. Mas eu creio que no momento o melhor é estar sozinho. -Christopher beijou a testa dela, se apoiou nas muletas e saiu. Dulce ficou olhando a porta até que ele sumisse, fechou a caixa e deitou ao lado abraçando o próprio corpo, e se pôs a chorar. Depois daquele dia Dulce e Christopher nunca mais se viram. 

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