Fanfic: Afaste-se de Mim | Tema: (AyA)

SEGUNDA FASE

Ano 2016

CAPÍTULO 12

"A veces, hay que olvidar lo que ha pasado, apreciar lo que queda y esperar lo que venga después."

O combate com o espelho ainda incomodava Anahi. As palavras de Maite, lotadas de verdades e de um dolorido passado que ela estava bem longe de querer lembrar, ainda a machucavam. Quando olhava seu reflexo via a superação e o orgulho de ter conquistado tudo aquilo que um dia se propôs a conseguir, mas também, enxergava uma mulher em pedaços por dentro, que sozinha se colocou de pé para lutar, porém que não fazia a menor questão de remendar o seu coração.

- Para de falar disso, Mai. – ela se vira para encarar, Maite e dá as costas para o espelho – Você sabe bem que odeio falar do meu passado. – ela sai do banheiro caminhando firme até a sua mesa. – Você fala como se eu ainda estivesse presa nele.. – diz incomodada.

- Talvez seja pelo fato que você ainda está presa nele, não? – ela revira os olhos, começando a se irritar com aquele assunto – Eu só falo o que alguém precisa te falar, Anahi!

- Eu não estou presa nele. – cospe as palavras com agressividade – E você não é a dona da verdade. – Maite se entedia porque era sempre esse mesmo argumento que Anahi usava.

- Você se diz que seu passado está morto mas o tempo todo se equivoca, fala dele como se ainda estivesse preso dentro de você. – Maite relaxa na cadeira, interrogando sua melhor amiga como aquela que bem conhecia cada segredo e disfarce dela. E Anahi definitivamente detestava aquilo.

- Maite, por favor.. – Anahi quase que implora.. – Hoje não, ok? Esse assunto não. – ela encara a amiga pedindo trégua .

- Ok! – Maite ergue os braços na defensiva – Já parei! Não está mais aqui quem falou.. – será mesmo que ela parou? – Mas amiga, me escuta, você precisa ver que existe vida atrás das paredes da Magic. – Anahi com os cotovelos apoiados na mesa segura a cabeça nas mãos, desistindo de ter paciência com Maite aquela manhã.. – A vida não é só essa agência! Pelo amor de Deus, você precisa conhecer pessoas!

- Pelo amor de Deus digo eu, né Maite! – ela olha a amiga, furiosa – Chega! – Maite se arrisca a responder e ela a corta – E o que você sugere, amiga? – diz com ironia – Que eu encontre um Ucker? – debocha e Maite ergue a sobrancelha, divertida. Ela adorava quando Anahi a atacava com qualquer coisa em uma discussão, conhecia a amiga o suficiente para saber que era um sinal de fraqueza.
- Sim, talvez sim. – responde tranquila – Acho que foi mil vezes melhor eu ter aproveitado todos esses anos da minha vida com o Ucker, um cara que me ama de verdade, do que passar todo esse tempo chorando pelo Mane e remoendo um passado. – cospe as palavras, segura e atingindo Anahi onde ela queria.

- Desculpa. – diz em tom baixo, olhando a amiga e lamentando sua infeliz grosseria – Não quis ser grossa.

- Não foi.. – Maite ri – Quer dizer, foi.. – Anahi começa a esboçar um sorriso – Mas eu já estou acostumada, né? – Anahi confirma, com um sorriso sem graça de lado – E eu amo você mesmo assim! – ela levanta a cabeça e encara Maite – E sabe por que eu insisto tanto? – Anahi silencia – Porque eu sou a única pessoa que te conheceu sem esse gelo todo que você fingi ter ai. – Anahi revira os olhos, ela já ia começar de novo.

- A dama de gelo, né? – disse divertida se referindo ao apelido carinhoso que seus funcionários haviam lhe dado.

- Você não é assim, Anahi. – ela se levanta e contorna a mesa da Anahi, apoiando o corpo ao lado da amiga e a encarando – Para mim você continua sendo a mesma menina, que deitava na cama e comia brigadeiro comigo, que ria até a barriga doer, que sonhava em viver de verdade e que dizia que nunca ia perder as esperanças no amor. – Anahi a olhava quieta, a expressão dura, sem esboçar uma reação – Você tinha olhos brilhando por viver, Any. Isso não se pode deixar morrer nunca. – elas se encaram, olhos nos olhos e verdades na cara – Eu sei que essa menina ainda tá ai dentro de você em algum lugar e eu não te julgo por manter ela presa. – diz tranquila – O mundo que vivemos nos obriga a ser fortes o tempo todo, ainda mais com você, que a vida nunca pegou leve, e eu te admiro muito pela força que teve e tem para sobrevive. Eu no seu lugar não a teria tido. – Anahi sentia todo seu corpo gelar com aquelas palavras da Maite, ela não se permitia chorar, parecia que havia secado, mas perante emoções fortes assim, seu coração disparava de uma forma absurda - Mas eu sei que existe sempre uma outra página, um outro capítulo, uma nova chance. E eu não quero que você deixe de viver tudo isso, que passe a vida sem ser feliz. Quero que você chegue lá na frente e ao olhar para trás tenha além de orgulho pela sua história, felicidade por tê-la vivido, bons momentos para recordar. – Maite falava com tanta segurança e propriedade, Anahi ouvia tudo quieta e estática, como se cada palavra perfurasse seu coração com uma esperança que ela já não tinha mais. – Não quero que passe a vida toda amargurada, nem pensando no que poderia ter sido. Eu só quero que você seja feliz, a vida vale sofrer para ter em troca os momentos inesquecíveis. - ela beija a testa de Anahi e sorri – Pensa nisso, tá? – Anahi apenas a olha, sem revelar nenhuma emoção ou pensamento naquele gesto, mas por dentro, as palavras de Maite a atingiam com força – E eu passo para te pegar amanhã às 21h, coloque aquele vestido preto que eu te dei de aniversário. – Maite sorri divertida – E vê se compra um presente para Maria. – ela se afasta sorrindo e sai da sala de Anahi.

Estava ali um espelho que Anahi não podia se impedir de encarar: Maite.

Anahi não era mais a menina de 15 anos atrás, seus antigos cabelos loiros hoje tinham um tom chocolate, compridos, ondulados. Seu corpo fraco e descuidado antes detestado por ela hoje era definido por suas curvas. Fazia academia e suas aulas de boxe 3x na semana - que ela não abria mão de jeito nenhum –. Aos poucos sua dedicação lhe deu o corpo que ela buscava, não que ela ainda estivesse satisfeita, mas bastava. Algumas operações, silicones.. Ela gostava de cuidar de si, merecia isso depois de tanto descaso. Parecia que tentava consertar o estrago interno em si própria. Nada estava certo dentro dela, mas pelo menos olhando ao espelho, ela estaria impecável. Não abandonava o salto alto, as roupas neutras e com aquele seu olhar azul penetrante, era a dama de gelo que jamais perdia nada.

Mas muito além da sua aparência física, Anahi estava longe de ser a menina doce e com aquelas esperanças todas que Maite narrou, mas ela não negava que dentro dela ela ainda guardava a Anahi menina em segredo e ela nunca abriria mão dela, mas que também nunca mais a deixaria voltar. Ela sofreu muito e se recusava a sentir qualquer tipo de dor outra vez. Em todos aqueles anos ela viveu e se dedicou cegamente ao trabalho, não teve um só dia que não se empenhasse para que a Magic se tornasse a potencia que é em seu ramo. Todos diziam que ela havia aberto mão de muita coisa em nome do trabalho, coisas que não valiam o preço de se perdê-las pelo sucesso, mas Anahi apenas respondia que eram prioridades e que cada um tinha as suas. Só ela sabia de suas dores e de tudo que havia passado e só ela sabia que tudo aquilo era para um sonho muito maior, que ela ainda realizaria. Devia isso para Anahi que foi, por tudo que passou, para a Anahi que perdeu seu filho há anos atrás e não se importava com os contos de fadas que Maite ainda enchia sua cabeça para viver. Ela mesma pegou a caneta e escreveu seu conto, ela foi sua vilã e heroína e não admitia que ninguém lhe roubasse a história.

Maite havia lhe conseguido estragar o dia, o bom humor e paz, mas nada que uma pilha de relatórios e muito trabalho para fazer não a colocasse de volta ao eixo.

No dia seguinte lá estava Maite pontualmente às 21h na porta do prédio buzinando. Anahi revirou os olhos assim que viu o telefone tocar com a foto de Maite na tela. Ela ainda tinha esperanças que a amiga desistisse de faze-la sair hoje, doce engano. Anahi mal tinha se arrumado, muito menos comprado algum presente para Maria, sua intenção era de fato não sair de casa hoje, mas pelo visto Maite que saltava do carro e subia em direção ao apartamento de Anahi na cobertura não tinha as mesmas intenções.

- Eu não acredito que você ainda está desarrumada! – ela diz brava, assim que Anahi abre a porta já com cara de poucos amigos – Vamos, anda! – Anahi volta a se sentar no sofá, desafiando a amiga - Anahi, vai-se-arrumar!

- Eu não vou, Mai. Eu te disse ontem e eu mantenho minha palavra. – Maite para e encara Anahi que a desafia de cara emburrada no sofá de shortinho, blusa regata, lendo um livro e comendo uma maçã.

Só que Maite já tinha avisado a todos os amigos que finalmente tinha conseguido tirar Anahi da toca, o que gerou comemoração e promessa de Christian de pagar uma rodada para todos para brindarem a saída de Anahi de casa. E Maite não deixaria Anahi ficar em casa aquela noite nem que fosse a última coisa que ela faria na vida, não ia perder aquela rodada, não mesmo!

- Ok, você não vai. – ela se senta ao lado da Anahi e tira o livro das mãos dela – Adoro mesmo ficar aqui, na casa da minha melhor amiga, curtindo sua companhia agradável em uma sexta à noite e conversando sobre seu passado e as diversas formas de você viver a vida melhorar o seu futuro. Inclusive estou até cogitando fazer uma tese de TCC sobre isso na segunda pós-graduação que ainda pretendo fazer algum dia.. O que você acha? - diz apressada e Anahi já revira os olhos, definitivamente ela não estava afim daquele papo com Maite outra vez, nem de se irritar.

- Tá bem, eu vou! – Anahi se levanta de mau humor – E você vai calar a boca sobre esse assunto! – Maite ri – Você pensa que eu esqueci do que me prometeu? Um ano sem me chamar para lugar nenhum. – Maite na mesma hora se arrependeu daquela promessa, com certeza seria uma daquelas promessas não cumpridas, ah, mas já haviam tantas outras, quem ia ligar? Ela apenas assente quieta.

- Você é a amiga mais linda do mundo! – ela se levanta e dá um beijo estalado na bochecha de Anahi – Se arruma rápido que eu vou ligar para ver onde o lerdo do Ucker se meteu. – revira os olhos.

- Ele vai? – Anahi volta a olha-la, interessada.

- Sim, ele chegou hoje de tarde de viagem. – ela pega o telefone na bolsa – Disse que ia chegar em casa, deixar as malas, se arrumar e ir, que nos encontrávamos lá. – ela disca para Ucker.

- Ah! – exclama – Onde ele tava mesmo?

- Porto Rico, com o Poncho, ele foi auxiliar ele a fechar um negócio. – diz sem importância e o Ucker atende o telefone, Maite atende ele com um caloroso "oi, meu amoooor", Anahi acha sua deixa e vai para o quarto se arrumar.

Meia hora depois Anahi estava pronta, toda de preto, com uma blusa decotada e uma calça de couro preta, um colar chamativo em pedras vermelhas e uma jaqueta, obviamente ela não iria obedecer a Maite e usar o vestido que ela lhe deu de aniversário, era decotadíssimo. Anahi veio falando durante o trajeto de trabalho e Maite claramente entediada com o assunto. Ela dizia que precisava falar com Ucker sobre o projeto da Pantene, sobre a assessoria política, sobre o marketing sustentável da Naturella e blábláblá, fazendo Maite entender o recente interesse dela em saber se Ucker já havia voltado a capital, estava longe de ser preocupação ou saudade, era apenas interesse profissional. Espantaria se esperássemos outra coisa de Anahi. Ela e Maite chegam ao Bar Revés, o lugar favorito de Maria na cidade e antes de saírem do carro Maite apenas foi sucinta em dizer:

- Tente apenas relaxar hoje, ok? Sem trabalhos, sem preocupações! – Anahi revira os olhos, brava – É aniversário de uma amiga, não uma reunião de trabalho.

- Para que esperar até amanhã se eu posso revolver tudo agora? – esse era definitivamente o lema de Anahi.

Anahi não deu mais importância, apenas pegou sua bolsa e saltou do carro. Maite, de mau grado, fez o mesmo, entregando a chave do carro para o manobrista e correndo para alcançar Anahi, lhe agarrou pela mão e entraram juntas ao Bar.

Anahi já tinha vindo aqui em outra ocasião que, certamente, Maite também havia praticamente lhe obrigado a estar. Ela era a única pessoa que ainda conseguia que em raras exceções, Anahi se dispusesse a estar nas reuniões do grupo. Esse lugar era incrível! Não ficava no bairro que Anahi e Maite viviam, porém, era um lugar muito bom na cidade. A aparência que temos do lugar vendo de fora é totalmente oposta quando se entra. O local era nada comum, assim como diz o nome: tudo era al revés. Nos remetia a uma outra dimensão, tudo de ponta a cabeça. A Anahi encantava a criatividade e modernismo do local. Achava elegante e misterioso. Já Maite adorava o ambiente animado e as bebidas, não tinha o olhar mais apurado aos detalhes como Anahi tinha. Era seu jeito, descontraído e relaxado que se adaptava incrivelmente bem em qualquer que fosse o local. Maite informou ao garçom que estava com um grupo de amigos e ele as direcionou.

E lá estavam eles na mesa, já a altas risadas e papo fluindo como amigos de toda uma vida. Anahi se sentia desconfortável, por mais que todos ali fossem conhecidos amigos, não era algo habitual dela aquele ambiente, conversar de algo que não fosse trabalho, nem sair para beber e relaxar. Em sua cabeça só passava o seguinte: cumprimentar Maria, tomar dois drinques, inventar uma dor de cabeça e ir para casa terminar de ler seu livro. Maite saberia que era mentira, mas depois ela se virava com a amiga. Ela via Cristian se levando animado vindo em sua direção, ela respirou fundo.. Seria uma longa noite.

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Aeeeeee!!!! Chegamos aonde todos queiram!! Quero todas as primeiras impressões e expectativas de vocês hahahaaha..

Capítulo 13 POR FIN acaba a espera e Alfonso chega.

Maite melhor pessoa dessa web sim ou sim?? Garanto que vocês vão ama-la muito mais com as coisas que ainda vai aprontar hahaha

Se preparem!