Fanfics Brasil - Capítulo 7 Afaste-se de Mim

Fanfic: Afaste-se de Mim | Tema: (AyA)


Capítulo: Capítulo 7

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Capítulo 7


"Tal vez ese era el problema, enamorarme de alguien que solo me necesitaba para matar sus ratos de soledad."


Na segunda eu fugi da Maite, inventei qualquer desculpa no intervalo e na saída fui para casa antes que ela pudesse me procurar. Tem semanas que eu e ela estamos nos falando pouco, apenas em aula e rapidamente. Eu estou fugindo dela porque eu sei que se pararmos 5 minutos sozinhas para conversar e ela olhar dentro dos meus olhos.. Ela vai saber de tudo e eu não quero contar, nada do José, nada de mim e de Rodrigo. Mas é lógico que ela percebeu, afinal, estamos falando da Maite. Ela veio perguntar para Mane se eu estava bem, porque tinha dias que não conseguia conversar direito comigo. Ele a tranquilizou, estava tudo bem e que eu só estava estudando muito para o vestibular. Pelo menos foi isso que eu contei e ele..


Passei a semana toda sem ter sinal do Rodrigo, não nos falamos depois do que aconteceu. Nem uma mensagem. Nem um telefonema. Nada. E já se fazia 1 semana, eu não comia e mal saia da cama..


Meu pai me chamou na quinta quando eu cheguei da escola, avisando eu sairia outra vez com José, dessa vez não me assustei, afinal, estava aprendendo a lidar com José e com meu pai também. Apenas balancei a cabeça em afirmativa e subi para o quarto. Acreditava que dessa vez poderia elogiar meu pai e seus negócios, falar o que ele tanto quer saber de mim ao meu favor e fazer com que finalmente ele assinasse esses papéis para eu me ver livre. Depois eu ouviria as baboseiras dele sobre seus problemas e ele ficaria super feliz. Me preparei para isso, até criei e decorei algumas frases que poderia dizer. Mas quando entramos no carro para sair.. Era um José completamente diferente do outro encontro.


Ele não foi para o centro, como eu imaginei, nenhuma rota de restaurantes, shoppings, bares, ou festas.. Ele ia para um condomínio, ele ia para sua própria casa. Ele não falava nada, não esboçava uma reação, era totalmente sério e focado na estrada, eu comecei a me apavorar, o coração pulava acelerado, precisava fazer alguma coisa.


- José, eu acho que os restaurantes ficam naquela outra rua, não estamos pegando o caminho errado? – digo nervosa, me forçando a acreditar que ele havia se equivocado.


- Estamos no caminho certo. – foi tudo que ele disse.


- Onde estamos indo? – me mexo agitada no banco, procurando um sinal de onde estávamos.


- A minha casa. – se limita.


- Eu acho melhor voltarmos, não estou me sentindo muito bem e.. – ele me interrompe.


- Eu até tentei ir com calma, ganhar sua confiança para não tornar as coisas complicadas. – ele solta um risinho – Mas eu não tenho muita paciência em esperar..


- Esperar o que? – tento abrir a porta do carro e está trancada – O que meu pai te disse? – ele não diz mais nada.


Eu continuo o enchendo de perguntas, de pedidos para que me deixe sair, tentativas de todos os modos para abrir e que ele abra a porta do carro, mas nada adiantava.. Ele chegou em seu condomínio e estacionou o carro na garagem. Uma hora ele teria que abrir a porta e seria a minha chance de correr, de fugir. Eu choro em silêncio, meu corpo está gelado de medo, estou desesperada. Ele tranca a garagem antes de abrir a porta do carro, eu saio correndo mas é inútil, eu paro na porta tentando abri-la a força e ele apenas rir.


- Para com esse showzinho. – ele debocha – Vem comigo. – ele se aproxima de mim e tenta me agarrar pela cintura, eu me solto e corro para o outro lado da garagem – Você está tornando as coisas piores.. – ele tem um sorriso debochado no rosto.


- Por favor, deixe-me sair. Eu não quero.. – gaguejo – Eu tenho namorado, eu não, não, por favor não.. – imploro.


Ele me cerca e consegue chegar até mim, eu abaixo e me abraço no chão, segurando todo o meu corpo e chorando. Ele me puxa forte pelo braço e quando eu me recuso a levantar ele me arrasta até me pegar no colo pela cintura. Eu balanço meus pés, bato em suas costas, me remexo o máximo que posso para me soltar, mas ele é mais forte. Ele bate em minha bunda mandando eu calar a boca. Quando entramos na casa, ele tranca a porta e eu grito, grito o mais alto que eu consigo, mas parece inútil. Ele me arremessa no sofá e antes que eu pudesse fugir, ele já estava em cima de mim, prendendo meus braços no alto da cabeça e forçando um beijo. Eu apenas balançava o rosto, mexia minhas pernas e o corpo, eu não podia deixar que aquilo acontecesse de jeito nenhum. Sua língua forçava a invadir minha boca e aquilo era absurdamente nojento, ele segurava forte minha mão que chegava a machucar, beijava meu colo e meu pescoço. Eu gritava, gritava para que ele parasse por tudo que era mais sagrado. Ele soltou minhas mãos e começou a rasgar meu vestido, eu empurrava suas mãos, arranha ele, batia, tentava sair de debaixo dele a todo custo, mas a cada insistida minha em fugir, ele me pegava com mais força e eu chorava apavorada. Ele alcança meus seios e tenta a todo custo terminar de rasgar minhas roupas. Ele tira sua própria blusa, beija meu corpo e eu me sinto enjoada, imploro a Deus em pensamento que me ajude a fugir, que me ajude a sair daqui. Ele diz que eu sou gostosa e que vou adorar, mas cada palavra suja que ele diz me apavora e me faz sentir mais nojo daquilo tudo. Suas mãos correm meu corpo e rasgam minha calcinha, eu forço fechar as pernas com a máxima força que tenho, não deixo que ele tire, que ele me toque, mas ele insiste.


- Se você colaborar vai ser tão melhor para nós dois, hein, gatinha.. – ele força seus dedos para tocar minha intimidade e eu puxo suas mãos, seu braço, não o deixo, ele bufa. E começa a tirar o cinto, sua calça..


É quando tenho uma chance!


Ele se levanta para empurrar a calça e forçar abrir as minhas pernas e quando ele se aproxima eu o chuto com toda força, o pegando desprevenido e fazendo com que ele caia no chão. Eu me levanto correndo do sofá e preciso pensar rápido, antes que ele me alcance outra vez. É o que ele faz, se levanta correndo e vem até mim, apenas de cueca, me xingando e falando que "agora eu ia ver". Eu não tinha mais chances, se ele me pegasse, ia me estuprar, eu tinha que impedir aquilo de qualquer jeito. Quando mais ele se aproximava mais eu me apavorava, o que eu ia fazer?  No balcão da cozinha americana foi onde eu encostei, quase implorando um milagre, olhei para o lado e avistei do meu lado um vaso. Um grande e pesado vaso de ferro. Era o único jeito, ele desmaiaria e eu fugiria, é assim que funciona nos filmes de ação. Ele me prende no balcão.


- Agora eu te peguei. – ele ri – Não vai fugir mais, ok? – e beija meu pescoço


Eu apenas silencio, alcanço o vaso e o atiro contra sua cabeça com a força que ainda tenho. E foi instantâneo: Ele cai para trás, estirado no chão, sua cabeça sangrava e eu corri. Corri desesperada, apavorada. Peguei a chave no bolso de sua calça que estava jogada no chão perto do sofá e fujo. Abro a porta e a garagem na velocidade da luz, afinal ele poderia acordar a qualquer momento e sua raiva estaria muito maior depois do que fiz. Enquanto corria, minha roupas caiam, meus sapatos ficaram pelo caminho e eu tropeçava, caindo e me sujando toda em um jardim. Eu chorava de nojo de mim, de nojo daquela situação, de como eu era idiota em pensar que a vida alguma vez poderia sorrir para mim. De como era desprezível aquilo tudo que eu vivi. Me culpava por aquela situação, como se o fato dele me desejar, dele me querer daquela forma fosse culpa minha. Mesmo que revivendo cada detalhe daquela noite e tentando me convencer de que não fiz absolutamente nada para provocar aquilo nele, dentro de mim algo dizia que a culpa era minha, que eu o provoquei, que dei motivos e fiz por onde. Que ser eu mesma, era um erro, talvez se eu tivesse me comportado de maneira diferente aquilo não tivesse acontecido, esses pensamentos não saiam da minha cabeça. Me sinta tão inútil, vazia, morta. Tudo que estava ruim, apenas tinha o dom de piorar, agora nem voltar para casa eu ia poder. Não sabia o que faria da minha vida, se ainda poderia chamar o que tenho de vida. Estava tão mal, tão mal, minha vontade era parar naquele jardim e ficar ali para sempre, não tinha para onde ir, não sabia o que fazer. Quando um flash passou em minha cabeça, uma pessoa me queria também, uma pessoa poderia me ajudar e cuidar de mim agora, só uma.. Rodrigo


Pego depressa meu celular na bolsa e ligo para ele.. chama, chama, chama.. tento outra vez.. chama, chama, chama.. Ele não atende de jeito nenhum, mas eu não deixo de insistir, quando me preparo para ligar mais uma vez, o celular apita com uma mensagem dele:


Oi, gatinha. Estou ocupado, não posso atender. Te ligo quando der. Bjs


Fico encarando o celular, aquela mensagem, cada palavra daquela mensagem. Total descaso e desimportância comigo, ele nem quis saber o motivo pelo qual eu ligava, se estava tudo bem, se eu precisava falar com ele. "quando der". Era sexta a noite, ele não estava trabalho, o que seria de tão importante para o deixar "ocupado". Minha mente viaja e pensava um milhão de coisas que eu me negava a acreditar. Eu me levanto, e continuo a correr, quando consigo sair do condomínio, me acalmo um pouco, seguro minhas roupas e fico andando pelas ruas meio que sem destino, com medo de que mais alguma coisa me pudesse acontecer.


Desde que minha mãe morreu eu tinha consciência de as coisas não seriam fáceis, mesmo com Mane fazendo tudo que ele podia para ser bom para mim, não era o bastante, eu reconheço tudo e a importância dele para mim, mas ele era tão criança quanto eu. Eu não me lembro de me sentir protegida, cuidada, amparada há tantos anos, é sempre eu contra o mundo, eu apanhando, eu aprendendo a viver do modo mais difícil que a vida encontrou de me educar. Eu só procurava com todas as forças no meio disso tudo um porto seguro, um alguém que pudesse me abraçar mesmo que não ajudasse a consertar a minha vida, apenas estivesse lá e me desse toda sua força. Mas eu continuava caminhando sozinha, não sabia bem por que, não sabia bem onde eu ia chegar, nem se ali era de fato meu lugar. Pensava em fazer uma viagem, sumir do México e rodar o mundo, pensava em me dedicar a uma ONG e sair por países a fora ajudando pessoas, pensava até em procurar minhas tias nos EUA e pedir para morar com elas por um tempo que fosse.. Mas eu só lembrava de uma coisa, da minha mãe e do que ela sempre me falava: "Acredite sempre em você, na força que você tem, você é a única que pode fazer o seu próprio final feliz acontecer." Eu queria ter a sensibilidade e força que ela tinha, a forma como que enxergava a vida de forma leve, mesmo passando por tantas coisas. Mas eu não era a minha mãe, eu não tinha essa força, eu não sabia encarar a vida, estava cada vez mais perdida e desorientada, mas de uma coisa eu tinha certeza naquele momento: não adiantaria de nada fugir, os problemas me seguiriam por onde eu fosse. Eu teria que ficar e aprender a ser forte.


Sem que pudesse perceber, fui andando até parar na rua da casa da Maite. Não era minha intenção ir até lá, até porque se minha tia me ver nesse estado quero nem pensar no que fará, também porque tinha semanas que eu e Maite não nos falávamos direito e hoje é sexta, provavelmente ela deve estar com Mane. Então resolvo pular a janela, Maite sempre deixa a janela do quarto aberta e tem uma árvore do lado da sua sacada que sempre subíamos quando éramos menores. Eu subo, fazendo o mínimo de barulho que consigo, quando finalmente pulo na sacada e abro a porta, Maite está no quarto, lendo um livro na cama. Ela se levanta correndo, assustada e quando vê que sou eu, fica ainda mais apavorada.


- Meu Deus, Anahi! – ela leva as mãos na boca – O que houve com você? – e eu começo a chorar.


Maite corre em minha direção e me abraça apertado, como se eu fosse a coisa mais importante do mundo que ela tivesse que segurar. Ela beija meu rosto, fazendo carinho no meu cabelo todo bagunçado e me leva para a cama dela, me fazendo sentar e relaxar, sem me soltar um minuto do seu colo, nem me encher de perguntas. Quando ela percebe que estou me acalmando, ela me solta, seca minhas lágrimas com o polegar e me olha com ternura.


- Se acalma, eu vou buscar uma água. – eu confirmo com a cabeça – Não sai daqui, ouviu? – apenas a olho, como se eu tivesse condições de sair..


Maite desce e quando volta ela me entrega um calmante e um copo de água e voltando a sentar do meu lado.


- O que aconteceu, Anahi? Por que você chegou assim? – ela mexe nas minhas roupas rasgadas, meu joelho machucado e para no meu rosto assustado e inchado de tanto chorar – Quem rasgou suas roupas? Tentaram te.. – ela insinua e eu a interrompo.


- Aconteceu tanta coisa, Mai.. – fecho os olhos, balançando a cabeça – Tanta coisa que nem sei por onde começar. – ela faz carinho na minha mão – Eu fugi de você, essas semanas todas, eu não queria contar, desculpa. – ela apenas me abraça outra vez, apertado, beijando minha testa.


- Tá tudo bem, eu estou sempre aqui, do seu lado, para te ouvir, não importa o que você queira me dizer ou a hora que quer dizer, você nunca vai estar sozinha, ok? – eu confirmo, sorrindo de lado. Era um pouco reconfortante ouvir aquilo dela depois de tudo que me aconteceu hoje. – Me fala, o que houve?


E eu começo a contar, a principio acanhada mas ela sempre consegue me entender, me passar um alento. Maite me escuta, sem me interromper, deixando que eu fale tudo que quero. Eu começo pelo Rodrigo, digo a pressão que ele estava fazendo para transarmos, que eu não tinha contato para não a preocupar. Eu queria transar com ele mas não nesse momento e tudo que já havíamos conversado antes.  E ela me surpreendeu respondendo que sabia que ele estava fazendo isso, que estava obvio mesmo comigo negando.


- Vocês transaram, né? – minha cabeça está abaixada, ela levanta meu rosto com o dedo em meu queixo e me olha de lado, com a voz baixa. Eu apenas confirmo com a cabeça – E foi ruim? – fico em silencio - Ele te estuprou, Any? – ela diz exaltada.


- Não. – digo soluçando – Eu deixei, quis, sei lá, eu permiti que acontecesse. – seco as lágrimas e olho para ela com ternura – Foi estranho, meu corpo estava ali mas parecia que eu não sentia nada que não fosse dor, parecia que eu estava em outro lugar. – suspiro - Eu juro que tentei.. – ela me abraça.


- Any, ele não te merece! – ela afaga meus cabelos – Ele deveria ter entendido, respeitado seu tempo, deveria ter se preocupado com o seu lado também, com o seu prazer, em te dar no mínimo uma primeira vez digna. – eu saio do seu abraço e ela segura minha mão – Eu sinto muito. Queria que tivesse sido especial para você. – trocamos um olhar amigo, terno e não havia mais o que ser dito sobre isso, estava feito..


- Tudo bem, isso não foi o pior.. – ela me olha temerosa.


- Não? – ela arregala os olhos.


E eu volto a contar, primeiro que ele desapareceu depois que transamos, o que causou muita raiva e xingamentos da parte de Maite, mas eu digo para ela não ligar, que meu problema agora pelo menos era outro. Quando comecei a contar, desde lá do jantar de namoro dela com o Mane, das coisas que meu pai disse e do que ele me obrigou a fazer, Maite vai ficando boquiaberta, sua cara de pavor é evidente, até que chego ao relato do dia de hoje. Lhe conto tudo, tudo que ele fez comigo, do que eu fiz com ele e o porque de eu chegar na casa dela nesse estado e pela janela. Maite quase chora, mas a raiva em seu olhar é maior que qualquer outro sentimento.


- Você precisa contar pro Mane, Anahi. – ela se levanta, andando exasperada pelo quarto – Isso não pode continuar. O que ele vai fazer com você da próxima vez, já pensou nisso? – ela me olha – Ele vai terminar o que tentou, não pode haver próxima vez. – diz firme e decidida - Seu pai não pode te obrigar a transar com alguém por negócio, ele tá te vendendo, Anahi. – eu confirmo quieta. Ela caminha revoltada pelo quarto, pensativa, me olhando de lado – O Mane é o único que pode te ajudar. – diz segura.


- Não, Mai. – me levanto e a paro, segurando seus ombros – Não conte nada pro Mane, por favor, não quero envolve-lo nisso. – peço olhando em seus olhos.


- Por que?? – ela franze o cenho e a voz eleva, se mexe quase que em desespero por encontrar uma solução – Você já pensou no que vai fazer? – sua voz soa quase como desesperada.


- O Mane não merece pagar pelos meus problemas, Mai. – volto a me sentar na cama – Você sabe como meu pai é, se o Mane o desafiar para me defender, ele vai tirar tudo dele, vai castiga-lo, sabe lá como e eu não quero isso. Já basta um filho punido e ferrado nessa história toda. – ela se senta quieta ao meu lado – Mane com muito custo e anos de sofrimento conseguiu construir uma relação sólida com meu pai, diria eu até harmônica. Ele é o homem, primogênito, o filho que ele sempre sonhou, por mais que não nos trate de forma digna, ele considera tudo que Mane fala e faz, não é a toa que implicou tanto com o namoro de vocês. Se fosse ao contrário, se fosse eu apresentando um namorado ele certamente ignoraria e se negaria a um jantar. – ela me abraça de lado – Você entende porque não posso envolve-lo? – ela confirma – Se eu contar e botar ele nessa história, ele vai pagar o pato. – eu a abraço apertado também, voltando a chorar – Eu não sei o que faço, mas não posso fazer isso com Mane, ele já fez tanto por mim a vida toda. Não posso prejudica-lo.


- É muito nobre da sua parte pensar nele, em protege-lo, Any. – ela me solta e volta a me olhar nos olhos – Mas ele é seu irmão, ele não vai se importar com isso. Se eu conheço bem o homem que ele é, a última coisa que ele vai pensar é no que ele ganha ou perde com o pai, porque o mais importante na vida dele sempre foi cuidar de você, te proteger. – sorrio ao ouvir isso.


- Fico tão feliz em ver você falando dele com tanta admiração. – ela sorri de lado sem jeito – Que bom que essas voltas loucas que vida dá uniu vocês. Quero você juntos para sempre. – sorrimos uma para outra e ela fica sem graça com o que eu digo, mas me olha feliz – Eu sei que o mais importante para ele é me proteger, mas esse é o problema, alguém precisa pensar nele, no melhor para ele. Se ele não pensa, eu tenho que pensar. – ela confirma.


- Ok, já vi que não vou te convencer a contar a ele. Nem farei isso sem sua autorização porque afinal é a sua vida e eu antes de ser namorada dele sou sua amiga. – e eu sorrio grata e feliz com essas palavras dela – Mas você vai ficar morando comigo, até pelo menos essa poeira abaixar. – eu tento rebater mas ele me interrompe – Sem mas ou por que, tá decidido. – Ela se levanta e caminha até o guarda roupa – Falamos para Mane que você vai ficar aqui por uns tempos para estudar para o vestibular comigo e evitar brigas com seu pai. – confirmo – Ele vai acreditar, você já passou outras épocas aqui comigo. – sorrio grata – Segunda depois da escola eu vou com você lá e buscamos suas coisas. – ela pega um pijama e roupas intimas para mim e me entrega – Se você não quer que ninguém saiba disso, ninguém vai saber. – diz firme - Agora vá, tome um banho, fique a vontade. A casa é sua, você sabe. – ela sorri de lado e eu me levanto, a abraçando forte.


- Obrigada, Mai. Obrigada por cuidar de mim, por estar sempre. – ela afaga meus cabelos – Eu sei que só te trago problema e mesmo assim você sempre me ajuda. – ela ri.


- Eu te amo, porcaria. – sorrio, pegando suas mãos – Somos irmãs, você não me traz problemas, eu estou do seu lado para o que vier, sabe disso. – confirmo – Pode contar comigo. – ela sorri - Agora vá para o seu banho, relaxe um pouco, foram muitas emoções por uma noite só. – a largo e pego as roupas na cama, rumando ao banheiro do seu quarto – Vou descer para conversar com a mamãe, falarei o que combinamos falar pro Mane, ok? – paro na porta do banheiro para olha-la.


- Ok. – ela se vira para sair do quarto – Maite! – ela volta a me olhar – Muito obrigada. – ela apenas sorri e pisca para mim, saindo do quarto


Maite trouxe jantar para mim e conversamos enquanto eu comia, perguntei dela e de Mane, ela disse que não haviam saído hoje porque ele teria prova na segunda e estava estudando como um louco. Vejo Maite tão mais madura, esse relacionamento tá fazendo tanto bem a ela que me enche meu coração de alegria. Vejo eles dois como uma pessoa só, que se apoiam em todos os momentos, que se entendem, ajudam, se cuidam, que se amam. Maite está leve, plena, ela age de forma contida e sutil, carinhosa. Sempre que fala dele, seus olhos brilham, sua voz exala empolgação quando fala de tudo que eles vivem juntos e de como ele a faz bem. Falamos tanto do relacionamento dela que logo o meu voltou a ser pauta. Ela me perguntou o que eu iria fazer agora.. O que responder? Eu não sei..


Hoje vejo que talvez não devesse ter me envolvido com o Rodrigo, muito menos me entregado a ele. Mas eu acabei indo, me envolvendo, me encantando, me apaixonando. Apaixonar-me, esse sempre foi o problema. Meu dilema interno era: eu quero continuar, simplesmente não consigo desistir. Sabe, eu acho que agora as coisas podem melhorar. Eu saindo de casa, acabando a escola, serei mais livre, já tenho mais o pavor da virgindade mesmo o sexo ainda me assustando um pouco, ele pode estar passando por uns problemas também, pode estar ocupado por isso não me telefonou, nem pode me ver hoje, mas tudo bem, sei que vamos conversar e ele vai se justificar disso tudo. Maite insiste para que eu abra os olhos, que caia fora, que ele não me merece.  Eu apenas respondo que estou confusa e que vou pensar com calma sobre tudo isso amanhã, ela entende, afinal, esse foi longe de ser um dia fácil para mim. Mas dentro de mim.. Eu já sei a verdade, sei que quero continuar com o Rodrigo, que estou morrendo de saudade e louca para vê-lo outra vez, independente do que tenha acontecido.


Arrumamos a cama e Maite decide que é melhor descansarmos, já estava tarde e eu estava morta, não apenas de cansaço, mas emocionalmente e fisicamente também, meu corpo todo doía. Nos deitamos e ela me abraça, me desejando boa noite. Só que eu não consigo dormir de imediato, na minha cabeça cada momento do dia de hoje volta a martelar, fica martelando sempre parar.. Tudo foi tão baixo, tão sujo, desprezível, a forma como ele me tocou, forçou me tocar, me beijar, tudo que me disse, que me fez fazer, foi.. Não sei dizer, não consigo apagar. Me dói, me apavora, só queria não ter essas lembranças para pensar, como naquele filme que em um click a gente apaga tudo da memória. Mas a vida real não é assim, eu vou ter que aprender a lidar com essas lembranças, com esses fantasmas, com essa dor. E isso me faz pensar em Rodrigo outra vez, o quanto no meio disso tudo ele ainda se faz o meu bote salva vidas. Pensar que existe alguém nesse mundo com que eu posso contar, que vai me amar e vamos enfrentar tudo isso, lado a lado. Me pergunto a todo momento o que será que ele sente por mim? Será que pensa em um futuro? Será que isso é viagem demais da minha cabeça?


Até onde é esperança ou ilusão? Está mesmo em nossas mãos mudar o nosso destino ou fazemos parte apenas de um sigiloso acaso? Porque ultimamente me sinto de mãos atadas perante o destino, nada parece conspirar e todas as tentativas acabam fracassando, gerando decepção e mais dúvidas. Mas ai a esperança volta a gritar: "Calma! Vai passar, aguenta firme!" E eu sigo esperando. Confio nela, não me pergunte por que. Nem por que confio, nem por que minha cor favorita é azul. Só acho que devoconfiar na esperança. Talvez ela saiba algo que eu não sei sobre esse tal de futuro que eu tanto me preocupo..


Passo todo o fim de semana na casa da Mai, ela trata de me acalmar e tenta a todo custo me animar, ela avisa Mane que eu estou por lá para não preocupa-lo. Conversamos bastante, sobre tudo, estudamos, ou pelo menos tentamos, conversamos sobre planos pós-escola, sobre a faculdade, fizemos testes vocacionais e passamos a madrugada toda lendo sobre carreiras. Cada vez estou mais certa que quero fazer Jornalismo, Maite ainda está em dúvida de Relações Internacionais, Marketing ou Administração, mas comparado às dúvidas que ela tinha antes dessa conversa entre Medicina ou Teatro, eu acho que estamos melhorando. Maite é dessas bem intensas, ela não se importa se você acha que suas decisões são extremas ou loucas, ela segue seu coração. Em todo e em qualquer momento e eu a admiro por isso, por ter a coragem de dar voz ao seu coração sem se importar com as consequências disso.


~


Cada vez mais e mais pegando fogo! Esse capítulo também nada fácil.. Estamos chegando ao fim da primeira fase já, aguentem firme!


Bom, meninas! Me sugeriram fazer um grupo no whatsapp para comentarmos a web, o que cês acham? Bom, quem topa me manda um ALÔ nessa número que eu vou criar o grupo: 21982080857


Espero vocês lá! E sempre: ME CONTEM TUDO!


 



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Autor(a): jadepegas

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 43



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  • Juliana Santos Postado em 13/12/2020 - 03:21:50

    Sofro esperando a continuação

  • danisouza Postado em 27/07/2016 - 11:24:14

    Leitora nova e já acho essa fanfic perfeita. Estou ansiossima por esse encontro de Annie e Poncho. Não estou gostando nadinha dessa nova Annie, espero que Poncho mude ela rapidoo. Continuaaa

  • clara_herrera Postado em 31/05/2016 - 17:01:20

    Continuando Maite sempre a apoiando :uma amizade linda -apesar de ter que lidar com os obstáculos da amiga . Uma amizade perfeita ;uma sempre apoiando outra . Uma amizade que só com o olhar já se saber o que sente . Tantas coisas aconteceram ... É até inexplicável vier falar desse começo ,pois aconteceu tantas coisas . O Mane foi uma pessoa em que teve horas em que eu queria que ele ficasse , pois quem sabe(?), ele poderia derrete esse gelo na Anahí .Queria que a Mai e o Mane ficasse juntos ... mas tem coisas que é pro nosso próprio bem . Mais tem coisas em nós não podemos mudar . Espero que ela encontre um pouco da doçura que foi deixada para traz e volte ser um terço do que era .... TALVEZ o Poncho possa a traze de volta ... Deixei um comentário lá no seu vídeo que está no youtube . Beijões,-e continue ,linda ....(Por isso que dizem &quot;Quando você lê um livro tem que está prepara para o que se pode acontecer &quot;o que é verdade . ) <3

  • clara_herrera Postado em 31/05/2016 - 16:44:00

    OMG ,que começo !Nossa ! Foi tantas coisas que aconteceu ... A minha vontade era de dar uns socos no Enrique pelo simples fato dele ter um pedaço de culpa de ser o que a Anahí é hoje : Fria . Uma atitude completamente não pensada ,calculista por algum que no fim nem teve valor o: cara acabou morrendo . O Rodrigo ... sem palavras , uma pessoa que só a usou ,a usou como um pedaço de carne . (chorei quando ela o viu com outra ) . Uma pessoa sem escrúpulo ,um ser considerado parente de um Monstro ! Odeio pois a uma grande parcela acaba sendo dele ,pois ele a fez perde o bebe o que era o seu grande sonho .Ela sempre foi muito ingênua sonhando em conhecer seu príncipe ,o que não é errado (pois eu mesmo acredito! ) . Mais ele foi o seu escape diante as situações em sua casa ,com seu pai a forma como ele a tratava . Ela queria pouca coisa :apenas carinho ,atenção ,um abraço quando chegasse em casa . Coisa simples ,que nós mesmo temos ... Maite sempre a apoiando :uma amizade linda -apesar...

  • clara_herrera Postado em 18/05/2016 - 17:07:00

    Como assim você tem essa Web ??? Leitora nova e que ,tenho certeza ,amará essa sua nova Web !!!!

  • mari_ponny Postado em 04/05/2016 - 23:02:04

    Maiteee melhooor pessoa !!!!! <3 Finalmenteee conseguiu tirar Anahí de casa!!! Ponchitooo vai chegaar!!!! <3 <3 CONTINUUUUA <3 <3 <3 <3

  • mari_ponny Postado em 28/04/2016 - 23:42:39

    Último comentário foi meu!! O nome nao apareceeu :/ :( por: mari_ponny

  • Postado em 28/04/2016 - 23:40:45

    Dioooosito!!! Como estou viva ainda??? Que capitulo cheioo de tirooos!!! Nem acredito q a Anny perdeu o baby :( Adiós Anny ingênua... Aiin to ansioosa pra conhecer a nova Anny.... :/ como o Rodrigo ainda teve a cara de pau de aparecer no hospital?? Aah faça-me o favor nee!! Manee deu tudo o que ele merecia!! Ninguém mandou machucar a Anny! Beem feito! :@ CONTINUUUUUUUA <3 <3 <3 <3 estouu cada diia mais apaixonada <3

  • franmarmentini♥ Postado em 27/04/2016 - 15:21:44

    CHEGUEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

  • mari_ponny Postado em 24/04/2016 - 23:17:15

    Anahí grávida... Mds ! Era oq faltava!! Mane com todos esses problemas.... Oq será q ele vai decidir? :/ affz.... O pai dele só sabe atrapalhar a vida deles.... CONTINUUUUUUUA <3 <3 <3 <3 <3 <3


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