Fanfic: Um amor irresistível {Terminada} | Tema: Christopher e Dulce María - Vondy

Bom dia!!!

Oh sim, sei que demorei a beça pra atualizar... mas aqui estamos.♡♡

Esse capítulo vai ser triste pra Dul e revelador pro Ucker, Roberta dando as caras novamente e Angelique atormentando o casal Chavirroni. Mas... foi necessário. 

Boa Leitura!!! 😍

– Querido diário... eu sei que faz tempo que não venho mais aqui escrever, mas muitas coisas aconteceram. Eu descobri que estou esperando um bebê, meu casamento tá começando a dar certo e tô me sentindo muito feliz e amada por meu marido, ele se tornou tudo para mim, só que...

[Suspiro]

– Hoje... agora pouco na verdade eu voltei a ver minha mãe, quer dizer a mulher que me trouxe ao mundo. No primeiro momento amei vê-la na minha frente e corri pra abraçá-la, mas aí quando a Blan começou a falar tudo fez sentido e me senti tão idiota, tão ridícula! Quem eu sempre chamei de pai não é nada meu, e um homem desconhecido quer que eu o reconheça! Isso não vai acontecer, apesar de tudo ainda sou uma Saviñón e não pretendo deixar de ser.

[Pausa e a voz tornando-se embargada]

– Eu queria tanto que Christopher estivesse aqui comigo, me consolando, dizendo que ama... mas ele não está. E talvez um eu te amo dirigido a mim nunca saia da sua boca.

[Fungou tentando segurar as lágrimas]

– É difícil acreditar em tudo isso que está me acontecendo, de repente minha mãe aparece e então seus atos são revelados. Ela quis que eu a entendesse, só que isso está muito longe de acontecer, chego a arriscar que nunca, nunca vou conseguir entender o que ela fez. Agora o que importa pra mim é meu casamento, meu bebê, minhas irmãs, a Bia e meu pai. Fernando Saviñón que apesar de saber de tudo cuidou de mim, me educou e me tratou como uma de suas filhas, mesmo não tendo seu sangue correndo em minhas veias...

Dulce continuou escrevendo, colocando sua raiva e frustração naquelas linhas de papel, talvez porque fosse a última vez que estaria fazendo aquilo, ou porque escrever sempre foi uma maneira sua de desabafar, de expressar e extravasar seus sentimentos...

– Eu compartilhei muitas coisas tristes e alegres. Minha primeira paixão, meu primeiro beijo, minha primeira vez...

[Ficou vermelha e acabou sorrindo]

– Foi intensa, linda e sensual. Eu já amava Christopher quando ele me fez sua. E senti-lo dentro de mim, me possuindo só fez com que esse sentimento crescesse mais e mais. Eu me derreto toda quando ele me olha com aquela olhar: Sei que está de calcinha fio dental e vou arrancá-la com os dentes! Ou simplesmente me puxa contra seu corpo e me beija loucamente. Meu marido é um homem tão lindo e quente, charmoso e incrivelmente sedutor, nada parecido com Rodrigo. Meu amor por ele supera o que um dia considerei grande o que senti por Rodrigo. Na verdade eu nunca o amei, posso ter me apaixonado, mas amor mesmo só se sente uma vez e o meu pertence ao homem que domina todas as minhas emoções, todos meus beijos e sensações...

[Suspiro profundo]

– Nessas últimas linhas querido diário, quero dizer que você foi meu companheiro durante muito tempo, foi onde registrei o que já me aconteceu e compartilhei sonhos... só que a partir de hoje isso vai mudar. Não quero ter folhas de papel pra dividir a vida quando tenho uma família a minha espera, meu filho, Christopher, eu, e as pessoas que me amam são minhas prioridades agora. Ainda mais por ter sido um presente daquela mulher que por ironia da vida, me carregou durante nove meses.

Dulce fechou o diário, foi até uma de suas gavetas e o deixou na última, bem lá no fundo de modo que se fosse procurar algum dia não seria fácil de encontrar. Voltou pra cama e enroscada numa camisa de Christopher fechou os olhos, desejando que aquele dia nunca tivesse acontecido, exceto a parte em que Ucker e ela tiveram uma ótima maneira de acordar.

No escritório Christopher e Aleff estavam tendo uma conversa bem calorosa. O cacheado tinha perdido o bom humor desde que saiu da cama com sua esposa, e escutando o que Aleff estava lhe dizendo o humor só fez piorar.

E este tem nome e sobrenome: Roberta Pardo.

– Eu devia ter ido conferir pessoalmente. Como pude ser tão estúpido? — Coçou a nuca nervoso.

– Senhor eu não sei como ela conseguiu nos enganar, a senhorita Pardo mandou outra pessoa em seu lugar, mas quando fiz uma visita sem ser notado em sua casa, soube que ela está morando em Niterói.

– Roberta quer mesmo acabar com a minha vida! Mas desta vez vai ser diferente, ela não vai conseguir me tirar a Dulce. Nem que pra isso eu mesmo tenha que enfia-la em um avião, ou quem sabe coisa pior.

Alisou o queixo.

– Não é só isso senhor... ela foi várias vezes na empresa essa semana querendo falar com o senhor, e já deixou claro que se não atendê-la sua próxima visita será aqui.

– Se Roberta por os pés aqui novamente eu garanto que a recepção não será nada agradável.

– Ela deixou claro que o assunto é muito importante.

– Ligue para Luana e peça que cuide desse assunto, que consiga uma ordem judicial pra impedir Roberta de se aproximar de mim e da minha esposa, ou o que for. Mas que mantenha essa mulher a distância.

Virou-se para sair.

– Isso será impossível senhor.

– Como? — O cacheado o encarou com olhos em chamas.

– A senhorita Pardo quase gritou pra empresa inteira que teve um filho, que aparentemente tem cinco anos agora, e que o garoto é um legítimo Von Uckermann.

Christopher paralisou olhando Aleff como se uma terceira cabeça tivesse surgido nele. Suas sobrancelhas rapidamente se uniram e seus pensamentos estavam como uma montanha russa.

Ele quis tanto um filho feito com amor com Roberta naquela época, que pensar na possiblidade de ter engravidado Dulce por uma cláusula contratual, lhe embrulha o estômago e o torna um homem sem escrúpulos.

– Isso não é verdade! Por que ela esperaria todo esse tempo pra me contar??

– Não sei senhor, mas se não falar com ela calmamente essa mulher vai armar um escândalo.

– Eu vou falar com aquela maldita! E é bom que essa história seja mentira! — Enfiou uma mão no bolso do jeans, enquanto a outra ocupou-se com o celular.

Christopher falou algumas palavras com Geoff, seu outro segurança e depois de confirmar o que havia pedido a ele, encerrou a ligação e encarou Aleff.

– Fique aqui na casa. Mantenha minha esposa segura, e evite a todo custo se a louca da Roberta tentar falar com ela. Preciso ir agora.

– Sim senhor. — Aleff assentiu e Christopher foi a passos largos até seu carro.

♡…♡

Numa lanchonete próximo da empresa Maite e Christian estavam tendo uma conversa animada sobre o casamento. Ela disse sobre a oferta de Dulce, a qual foi praticamente obrigada a aceitar. Contou que já escolheu o vestido e que em pouco menos de três dias sua tia chega.

– Comentei com minha mãe sobre o casamento e ela amou a notícia meu amor. Tá animada e ofereceu ajuda. — Christian bebericou seu cappuccino e May mordeu o interior da bochecha nervosa.

A verdade é que ela está ainda mais com receio de conhecer a sogra do que antes, a confusão que teve com Liam deixou Maite insegura, e com muito medo que isso afete na relação mãe e filho da Sra. Chávez e seu futuro marido.

– O quê houve amor? — Christian segurou uma das mãos dela carinhosamente.

– Talvez sua mãe não esteja mais disposta a me conhecer depois do que aconteceu com seu irmão, eu entendo Fercho. As mães sempre defendem os filhos, já sinto isso por nosso bebê. — Pousou uma mão sobre a barriga.

– Meu amor, mamãe conhece muito bem Liam, ela sabe o que ele aprontou na época que eu estava com a Perrie. E naquele mesmo dia da confusão eu contei tudo a ela, mamãe disse que deixaria ele muito tempo sem dinheiro, Liam é uma desocupado de uma figa! E ama gastar dinheiro, mas por enquanto essa farra acabou!

– Que bom Fercho — May suspirou aliviada. – Me sinto bem melhor depois de escutar isso, não queria ser mais um dos motivos de discórdia entre seu irmão e você.

– E não seria nunca. Eu e ele nunca fomos amigos, foi o próprio Liam que colocou essa distância. Sempre disse que eu era o preferido por ser alguns minutos mais velho, por ser mais responsável, por ter construído meu próprio patrimônio apesar de todo o dinheiro de nossa família. Ele que arrumava confusão, arrumava briga, e o irmão advogado é que tinha que livrar a cara dele.

– Sabe... — May inclinou-se para frente pra acariciar o rosto dele. – Tenho certeza que nosso filho vai sentir muito orgulho de você.

– Eu sinto o mesmo, porque a mulher que escolhi pra dividir a vida é incrível e muito especial.

Christian curvou o corpo para frente até tocar os lábios dela com os seus.

– Tô vendo que ainda vai ter casamento né?

A voz irritante de Angelique os interrompeu, Christian bufou e Maite revirou os olhos.

– Tá fazendo o quê aqui garota? — Christian disse cortante e muito sério.

Maite o olhou sem reação, nem quando Angelique a ofendeu na empresa Christian reagiu assim. Ele estranhou bastante, ali não tinha nem sombra do seu noivo de minutos atrás.

– Você costumava me chamar de gata lembra? Ou gostosa quando me pegava de jeito e me jogava na cama.

– Angelique tenho certeza que você deve ter algo mais interessante pra fazer. — May a encarou com o rosto vermelho.

A ousadia de Angelique acabou por despertar ainda mais seu ciúme. Christian já tinha citado o nome da ex na conversa dos dois, que Maite conseguiu disfarçar pra evitar desentendimentos sem importância, e agora mais essa. Ela começou a achar que talvez o histórico do noivo, fosse igual a de seu chefe. Um Dom Juan.

– Maite querida. Te incomoda se eu falar de coisas que me causam ótimas lembranças com seu noivo??

Sorriu sínica e ajeitou o decote de seu vestido pra que desse uma excelente e exagerada valorizada. Angelique foi demitida e está destilando veneno para todos os lados.

– Você tem mãos tão fortes Christian. E essa sua boca gostosa já me proporcionou muitos orgasmos maravilhosos.

May arregalou os olhos, em seguida pigarreou e deu uma grande golada em seu suco de maracujá com leite. Apertou o copo tão forte que pensou ser capaz de quebrá-lo, porém não sem antes atingir a loura oxigenada a sua frente, com o líquido que restasse.

– Pare com isso ou serei obrigado a fazê-la parar. — Ele alertou com voz firme e Angelique vacilou.

– O quê tem de mais compartilhar o que foi bom? — Recuou dois passos quando Christian se levantou. – Nós sabemos do que você gosta. Açoitar, torturas pequenas e prazerosas, e um sexo sem igual de me deixar de pernas bambas sem poder andar.

– Angelique não me faça lembrá-la que temos um acordo. E não seria nada bom se você quebrasse.

– Mas eu só... — ela piscou rapidamente. – Não pode levar essa coisa de casamento a sério, você nunca vai ficar satisfeito com ela!

– Cale a boca e suma daqui. Eu já tive muita paciência e não vou tolerar insultos contra a Maite!

– Fale sua songa monga! Diga alguma coisa! Você não pode prendê-lo porque está esperando um bastardo!

May sentiu muito por ter destruído boa parte de seu suco entre o rosto e o decote de Angelique. Era gostoso e estava matando seu desejo, mas a loura fez por merecer. Christian reprimiu um sorrido enquanto sua noiva secava as mãos no guardanapo.

– Droga! Olha a merda que você fez!! — Falou Angelique irritada e por ter escorrido o líquido para o chão, se desequilibrou e caiu sobre uma das mesas ali.

– Pensei que tinha aprendido com o tapa que já te dei! Não se refira a meu filho desse jeito. — Pegou a bolsa e quando sentiu a mão de Christian tocar a sua, Maite recusou o toque.

– Que houve? — Ele franziu o cenho.

– Isso é o que você tem que me explicar! E espero que me diga a história toda.

Passou por ele seguindo direção para o carro, Christian coçou a nuca e suspirou irritado. Teria que contar tudo pra ela, mas não sabia se Maite compreenderia, foi um momento digamos assim de “experimentar coisas” na sua vida. Pretendia deixar isso em segredo, então Angelique apareceu e escancarou as coisas.

– Você decidiu assim. Aguente as consequências. — Disse fuzilando a loura.

Enfiou as duas mãos nos bolsos da calça social e seguiu caminho até seu carro, onde encontraria sua amada irritada, ciumenta e querendo explicações.

Assim que entrou no carro colocou o cinto de segurança e quando estava pronto para dar partida, sentiu a mão de May segurar a sua com um pouco mais de força.

– De quê acordo estavam falando Christian? O quê aconteceu pra que Angelique ficasse tão afim de você afinal?? Eu não entendo, ela se apaixonou por você?

– Primeiro nós vamos pra minha casa May. Você quase não comeu e no estado em que está precisa se alimentar direito.

– Eu sei que estou grávida obrigada. — Sorriu irônica.

– Também não precisa ficar esse clima estranho. — Ele suspirou.

– Clima estranho? Nunca vi você falando daquela maneira Christian. Tão sério, e tão longe do homem que conheço. Onde está seu bom humor de minutos atrás??

– Sumiu assim que vi Angelique na nossa frente. — Esfregou os olhos e após um leve carinho na mão dela levou-a até os lábios. – Eu só fiquei muito estressado. Vamos conversar e resolver nossos problemas em casa.

Maite assentiu, endireitou-se no banco e esperou que ele desse partida no carro, mas Christian puxou seu rosto contra o dele e beijou-a com vontade.

– Está bem melhor agora. — Disse ofegante arrastando com o veículo dali.

Maite respirou fundo algumas vezes tentando pegar fôlego, e sem tirar aquilo tudo da cabeça. Precisava de uma explicação. Já estava confirmado que a única ameaça era Perrie, caso resolvesse aparecer em algum momento, mas com essa história de “acordo” que envolvia Angelique, as coisas mudaram totalmente de rumo.

Christian observou ela comer atento, e quando se sentiu satisfeita May suspirou o olhando.

– Podemos começar a falar agora.

Ele pigarrou.

– Bom. Depois de ser deixado por Roberta anos atrás, Christopher começou a se envolver com muitas mulheres.

– Isso não é nenhuma novidade.

– Sim eu sei... o caso é que algumas delas pegava pesado, gostavam de um sexo mais selvagem, vamos dizer assim.

– E o que isso tem haver com Angelique? — Christian suspirou.

– Tudo. Eu entrei nessa também e pegava pesado sem pudor.

– Sem pudor como?

– May, existem mulheres que gostam de sentir dor. Tapas, puxões de cabelo até coisas mais intensas. Como serem amarradas e totalmente imobilizadas, deixando-as expostas e prontas para uma dose intensa e incansável de sexo.

Levantou, foi até uma das janelas em seu quarto e, rescontou-se.

– Nós precisávamos garantir que aquilo não sairia dali, onde nos encontrávamos. Se em algum momento vasasse seria um escândalo. Angelique se despôs a experimentar, então ela teve que assinar um termo que nunca diria isso a ninguém, ou sairia muito prejudicada.

– Isso é loucura! — Ela soltou o ar frustrada. – Você nunca me disse nada. E enquanto as vezes que fizemos sexo? Você realmente ficou satisfeito?

– May... — Christian caminhou até ela e lhe acariciou o rosto. – Você e eu fizemos amor, isso é totalmente diferente.

– Mas foi diferente quando saímos, você estava divertido e descontraído, nada a ver com aquela reação na lanchonete.

– Eu sei... — chegou perto dela e deixou um beijo no topo da cabeça. – Preferi parar primeiro, foi o que me satisfazia naquele momento. Já Christopher continuou, mas quando se comprometeu com a Dulce decidiu parar também.

– O quê pensa em fazer com a Angelique?

– Um favor pra todos que ela perturba, nada demais. — Deu com os ombros.

♡…♡

Já fazia um tempinho que Christopher estava na casa de Roberta, um lugar simples e visivelmente confortável, mas nada disso diminuía sua raiva e ansiedade ao mesmo tempo. Sua ideia era conversar primeiro e depois descobrir se o garoto é realmente seu filho. Tendo essa confirmação tomaria as medidas certas para mantê-lo bem.

Seus braços estavam cruzados deixando transparecer sua musculatura do peitoral, por um momento seus pensamentos foram parar em Dulce. Em como ela reagiria ao saber de tudo isso. E como seria ao constatar que a criança foi feita quando Christopher estava muito envolvido com outra.

Ele ainda não havia dito, mas está loucamente apaixonado pela ruiva de traços delicados e ao mesmo tempo marcantes. Amando-a de tal maneira que sente o peito doer só de imaginar ela descobrindo sobre a maldita cláusula. A maçaneta mexeu-se trazendo-o de volta a realidade, e quando a porta foi aberta Roberta não conseguiu esconder a satisfação por vê-lo ali.

– Se eu soubesse que isso atrairia sua atenção teria contado a muito mais tempo. — Jogou a bolsa em cima de uma cadeira de balanço, e quando quis se aproximar Christopher a parou com a mão.

– Quero saber se é verdade o que quase gritou na empresa, você teve mesmo um filho meu?

– Tive. — Sorriu, mas aquele ato não demonstrou sentimento algum. – Luke é muito parecido com você. Precisa conhecê-lo.

– Que garantias você me dar que ele não é filho do homem por quem me trocou?

– Não me importaria se fizesse um teste de DNA. — Mordeu o lábio querendo transformar aquilo numa coisa sensual.

– Esteja certa que vou mesmo fazer isso. — Sacou o celular e depois de trocar algumas palavras com Geoff desligou. – Faremos o teste na segunda, pela manhã. Passarei aqui, fique pronta.

– Não vai querer conhecer o Luke?

Aproximou-se sorrateiramente, suas mãos fazendo pressão nos ombros dele e seu rosto a milímetros de distância. Christopher teria gostado daquela aproximação quatro anos atrás quando seu corpo vibrava de excitação por ela, tudo incendiada e o restante resumia-se em horas de sexo extremamente prazeroso. Mas nesse momento não consegue sentir nada por Roberta, exceto raiva e desprezo.

Ele tencionou a mandíbula e Roberta arriscou ousar bem mais, passou os lábios pela pele do pescoço dele na intenção de fazê-lo reagir aos seus toques, o que foi em vão, Christopher não esboçou reação alguma seu corpo ficou tenso por completo, e o olhar duro e sem sentimentos que ele lançou para ela fez Roberta vacilar, mas apenas por alguns segundos. Logo ela estava descendo as mãos no corpo definido até atingir a braguilha da calça, seu próximo movimento foi cair de joelhos então o cacheado se afastou tirando as mãos dela bruscamente de si.

– O quê pensa que está fazendo?

– Você nunca dispensou um bom oral. A sua bonequinha de porcelana nem deve saber começar um.

Disse ela colocando de fora todas as suas artimanhas de sedução. Christopher a encarou friamente.

– Não toque nunca mais no nome da Dulce desta maneira. Eu não quero mais ter que alertá-la quanto a isso. Estamos entendidos?

Roberta engoliu a raiva que sentiu ao ouvir ele defender Dulce com muito custo, não suportava a ideia dele estar casado e demonstrando satisfação com a esposa. Um lugar que pertencia a ela, mas preferiu não contrariá-lo, por enquanto.

– Você não vivia aqui com sua mãe? — Ele olhou em volta prestando atenção nos mínimos detalhes.

Christopher sempre gostou de observar bem as coisas e foi fácil notar que ali vive mais de uma pessoa. O jeito que a casa é arrumada, o tipo de decoração não é uma coisa que Roberta optaria por livre e espontânea vontade. Os móveis, as cores das paredes, aquela mulher a sua frente sempre gostou de coisas boas e caras, logicamente ela não estava ali porque queria.

– Pois é.

– E onde ela está? — Olhou-a bem atento as suas expressões.

– Viajou. Mamãe insistiu que trocássemos de lugar, então não vi nada de mais. — Deu com os ombros.

– Não viu nada de mais? — Estreitou os olhos a censurando. – Fui mais que claro que queria você longe daqui.

– Sinto muito, mas não irei a lugar nenhum. Christopher nós temos um filho, ele precisa dos pais juntos.

– Concordo. Só que... — parou com uma mão na cintura e a outra sobre o queixo. – Se ele for mesmo meu assumirei meu papel de pai, mas mantendo distância de você. Eu estou casado agora e por nada nesse mundo desistirei da minha Dulce Maria.

– Sua Dulce Maria? Essa mulher é mais importante que o Luke? Eu não posso acreditar. Quando começou a ficar tão cretino??

Em passos longos ele estava perto dela, com a mão cobrindo com firmeza a boca de Roberta. Ela franziu o cenho e Christopher cresceu sobre a mulher a sua frente, agigantando-se por seu olhar de alerta e ameaçador.

– Muito cuidado aí. Ou esquecerei totalmente que você possa ser a mãe de um filho meu, escolha bem suas palavras Roberta. A Dulce despertou em mim o que há de mais bonito e intenso, quero lembrá-la que nada nesse mundo vai me fazer deixar ela.

Ele se afastou e com um olhar firme e de reprimenda, enfiou as duas mãos em ambos os bolsos.

– Enquanto a ser um cretino, fique sabendo que só você tem esse privilégio. Por que esperou todo esse tempo pra me contar?

– Minha mãe... — ela pigarreou, o desejo por ele estava a flor da pele. – Você era um herdeiro com bastante grana na época, ela ficou com medo que não fosse assumir a gravidez. Então me convenceu a não contar nada. Tive o Luke e depois fui pra França com Xavier.

– Tá me dizendo que abandonou um bebê pra esbanjar o dinheiro daquele imbecil??

– Não abandonei, minha mãe cuidou dele oras. O quê queria que eu fizesse? Era muito jovem e queria curtir a vida.

– Pode apostar que vai curti-la muito mais ainda. Se essa história se confirmar verdadeira vou pegar a guarda do Luke.

– O quê? – Pôs ambas as mãos em cada lado da cintura. — E enquanto a mim? Vou ser jogada pra escanteio?

– Você mesma fez isso há muito tempo, não venha querer reclamar nada agora.

Deu as costas e foi caminhando com toda a sua glória na direção da saída. Roberta revirou os olhos. Não é possível que ele seja tão imune a ela dessa maneira. A relação dos dois era tão louca, tão cheia de paixão. Como Christopher pode ter apagado tudo assim tão rápido??

Roberta correu alguns passos e o agarrou por trás, os lábios colados a nuca do cacheado e suas mãos rapidamente foram parar em cima do membro dele, sobre a calça jeans. Anos atrás Christopher já teria soltado algum ruído de satisfação, mas ele ficou impassível ao toque dela.

– Não sente nada quando pego seu p. au dessa maneira?

– O quê eu devia sentir? — Disse com irritação na voz saindo do toque dela. – Você não causa mais nada em mim. Já devia ter percebido isso.

E com essas palavras o cacheado foi embora deixando uma Roberta muito, muito irritada mesmo. Ser rejeitada duas vezes, saber que ele preferi o garoto que ela não suporta a si mesma, está sendo um fardo grande demais pra ser carregado.

– Nem todas as ameaças do mundo vai me fazer desistir de acabar com essa sua mulherzinha Christopher! Vocês não perdem por esperar. — Cerrou os punhos com força.

Já passavam das seis da tarde quando Christopher chegou em casa, ele cumprimentou Carmen, Anahí, Maite e Blanca que estavam na sala conversando, com um certo ar de animação e desanimo ao mesmo tempo, certamente estavam resolvendo coisas do casamento de Maite com seu amigo, mas foi uma certa menininha que lhe arrancou um sorriso bonito e cheio de afeto. Ele se abaixou e beijou a testa dela, Beatriz sorriu toda envergonhada e foi correndo até Blanca.

– Deseja comer alguma coisa menino?

– Só uma bebida Carmen. Pode levar ao meu quarto por favor?

– Claro. — Ela assentiu.

– Onde está a Dulce?

– No quarto, ela não quis descer por nada e recusou o lanchinho que preparei, mas a menina não pode ficar sem comer. — Os dois se entenderam apenas pelo olhar e o cacheado deixou escapar um suspiro.

– Traga que eu levarei pra ela. — A mulher foi buscar a bandeja e minutos depois ele estava subindo rumo ao quarto.

A porta estava encostada, mas mesmo antes de entrar ali ele já tinha escutado os soluços dela. Christopher pôs a bandeja sobre o criado mudo foi rapidamente até o banheiro lavar as mãos, arrancou os sapatos e deitou ao lado da esposa envolvendo a cintura dela possessivamente, seu nariz abriu caminho entre as mechas vermelhas, aspirando com satisfação o cheiro envolvente e inebriante da pequena mulher deitada na cama.

– Babe... — ela fungou.

– Que houve pequena? Por que está chorando?

– Aquela mulher que estava aqui mais cedo... ela... ela é minha mãe Christopher. Uma mulher que traiu seu marido, engravidou do amante e depois de ser expulsa de casa casou-se com ele! Estou me sentindo tão idiota! — Soluçou e ele a apertou mais. – Tão traída e fora da família que sempre imaginei ser minha. Sou fruto de uma traição!

– Calma meu anjo, não tem que se sentir assim você não teve culpa. — Beijou os cabelos dela.

– Babe... — Dulce virou o corpo pra olhá-lo. – Queria tanto que estivesse aqui, senti muito a sua falta.

– Desculpe pequena, tive muitas coisas importantes e estressantes pra resolver hoje. — Soltou um suspiro. — Mas por que não me ligou?

– Não quis te atrapalhar amor. — Dulce aninhou-se ao corpo dele com o rosto enterrado no pescoço do marido.

– Você nunca me atrapalharia. Minha prioridade é você, sempre. — Acariciou o rosto dela. – E suas irmãs como reagiram?

– Annie ficou mal como eu, mas a Blan está muito magoada e com raiva, ela disse muitas coisas. Queria que minha mãe fosse diferente, que se importasse verdadeiramente conosco, em um momento ela estava carinhosa, mas não sei, algo em seu olhar me assustou me deixou enjoada. — Agarrou firme a barra da camisa dele.

– Shh... calma anjo, calma. Queria muito ser capaz de tirar os sentimentos que estão te incomodando. — Sussurrou.

– Só me abraça meu amor. Eu te amo tanto Christopher, me abraça por favor.

– Tudo o quê você quiser pequena. Trouxe a bandeja com o lanche que Carmen tinha te oferecido, você precisa comer.

– Não quero babe, não sinto vontade de comer nada.

Ele inspirou profundamente puxando-a para si, Dulce estava se sentindo segura e muito protegida nos braços do marido, mas foi o que ela viu que fez com que se afastasse bruscamente dele. Christopher olhou sua esposa sem entender o por que daquela reação, Dulce saiu da cama cobrindo a boca com as mãos Já sentindo mais lágrimas descerem.

– Não acredito Christopher. — Sussurrou com a voz baixa.

– Não acredita em quê? Do que tá falando Dulce?

– Com qual delas você esteve hoje? Belinda ou Roberta?.— Rangeu os dentes.

Ela descartou a possibilidade de Natália, por está presa e impossibilitada de sair, mesmo se quisesse.

– Dulce... — disse num tom de repreensão.

– Dulce uma merda! Você não tem ideia do que tô passando, invés de me apoiar foi comer uma das suas amantes!!

– Nunca ouvi tanta besteira em toda minha vida. Eu não desejo mais ninguém além de você. — Saiu da cama, mas Dul o parou com a mão antes que se aproximasse.

– Essa marca de batom no colarinho da sua camisa é o quê? — Christopher observou-se no espelho e viu duas marcas que Roberta só podia ter deixado de propósito.

– C. aralho.

– Christopher eu não vou suportar isso, se é pra ser assim prefiro acabar com tudo! — Engoliu a vontade de chorar dando lugar a sua raiva.

– Dulce... — puxou-a para si mesmo ela lutando contra, mesmo se debatendo. – Você não vai embora da minha vida nunca me entendeu bem?

– Não quero saber desse seu papinho possessivo seu mentiroso de uma... — Christopher calou-a com um beijo de tirar o fôlego.

Dulce se debateu tentando a todo custo se livrar dele, mas o cacheado estava em vantagem, é maior e mais forte conseguiu facilmente imobiliza-la. Então ela mordeu os lábios dele e mesmo tendo rugido de dor, Christopher não parou de beijá-la e forçar a língua dentro da boca de Dulce. Ela voltou a lutar contra, mas todo seu esforço foi em vão.

– Me solta Christopher... — rosnou abafada por estarem com as bocas coladas.

– Você é minha. — Deu impulso erguendo o corpo dela do chão.

Dulce achou melhor entrelaçar as pernas na cintura dele pra manter um equilíbrio seguro. Christopher a prendeu contra uma das paredes, sussurrando, beijando o pescoço e se esfregando nela.

– Não. Pare já com isso! Não vamos mesmo fazer amor! — O empurrou pra evitar que continuasse beijando sua pele.

– Não duvide da minha fidelidade. Eu detesto isso. — Grudou a testa na dela.

– Me solta agora! Não quero mais suas mãos em mim! Você não merece — encostou a cabeça na parede fechando os olhos, sentindo lágrimas descerem. – Não merece a mim e muito menos nosso bebê...

– O quê...? — Ele paralisou e Dulce imediatamente arregalou os olhos.

Merda! Não acredito que deixei escapar!

– Christopher esquece o que eu falei, esquece eu... — ele agarrou o rosto dela nas mãos e Dul apertou os punhos dele fortemente.

O rosto da ruiva já estava banhado em lágrimas e podia sentir outras mais descerem.

– Um bebê? — Deixou um beijo no topo da cabeça dela e a abraçou.

Dulce permitiu que suas pernas perdessem forças e os pés tocaram o chão, o cacheado puxou-a para mais perto de seu corpo apertando o quanto pôde contra si. Ele estava se odiando e xingando internamente.

Então ela está mesmo grávida! Meu Deus. Como vai ser quando descobrir sobre a cláusula?

– Quando você soube?

– A pouco tempo. — Fungou se afastando.

– E não pretendia me contar? — Dulce suspirou pesadamente e deu com os ombros.

– Que diferença isso vai fazer? Você não está dando a mínima pra esse casamento, já comprovei isso.

– Dulce...

– Eu perguntei qual das duas Christopher? Belinda ou Roberta?

Ele coçou a nuca e tencionou a mandíbula.

– Roberta.

Ela levou alguns segundos para assimilar bem aquela resposta. Foi como um tremendo tapa na cara. Dulce voltou a apertar os olhos e Christopher viu a dor e a decepção estampadas na expressão de sua esposa.

– Sai daqui Christopher.

– Dul não é nada disso. Eu só fui...

– Sai daqui. – Abriu os olhos e apontou o dedo na direção da porta.

– Ela não quer dizer nada. Você precisa acreditar em mim.

– Sai ou eu vou sair. E se isso acontecer você nunca mais verá a mim e nosso filho.

Ele suspirou raivosamente apertando o punho e começou a sair do quarto, mas quando chegou um passo a fora parou sem se virar.

– Ela teve um filho Dulce, que deve ter por volta de cinco anos. O garoto pode ser meu, nós vamos descobrir na segunda.

– Bom pra você, seu filho e sua mulher. — Disse firme não deixando o choro ser denunciado nas palavras.

– Está confundindo as coisas Dulce Maria. Só descobrir a verdade me importa nesse momento.

– E pra mim o importante é que você vá pro inferno!! — Bateu a porta trancando-a em seguida e caiu no choro.

Seu corpo escorregou para baixo até atingir o chão. Os ombros tremendo violentamente, lábios acompanhando o mesmo movimento e os olhos vermelhos. Dulce agarrou a própria blusa quase rasgando-a do corpo. Como poderia competir com Roberta e um filho agora? Ele foi perdidamente apaixonado por ela. Não tinha como competir.

P. O. V Dulce

Eu achei que já estava ruim saber que fui concebida de uma traição, ter uma mãe que não me deu a mínima todo esse tempo e ainda por cima só agora ela resolve voltar. Fiquei tão feliz mal acreditando que ela estava mesmo na minha frente, mas então tudo mudou como uma montanha russa sem freios... além de estar mal e me sentindo um peixe fora d’água tenho que escutar que meu marido estava com sua ex, ela teve um filho que logicamente diria que era dele.

Eu me tornei pequena e sem espaço na vida de Christopher, tanto a mim como nosso bebê. Ele amou ela e agora com esse vínculo tão forte os unindo tudo ficará a favor dessa relação... eu devia ter escutado minha consciência e não ter me entregado ao sentimento que crescia sem freios dentro de mim, entretanto, quando existe amor envolvido a última coisa a ser pensada é nas consequências.

Ainda sim mais que me sentir ameaçada por essa mulher, foi descobrir que eles tinham se visto sem que eu soubesse de nada. Christopher simplesmente foi sem se importar o quanto isso me faria sofrer... eu ainda chorei um pouco mais até o cansaço bater com força e a fome reclamar em meu estômago, pus minha mão sobre ali e esfreguei carinhosamente.

– Desculpa meu amor, mamãe promete que vai comer e cuidar melhor de mim pra que você fique bem também tá? Não posso me dar o luxo de sofrer com o estômago vazio bebê, você é muito importante e precioso pra mim... muito precioso...

Um suspiro escapou de meus lábios então decidi logo levantar, antes que mais lágrimas molhassem meu rosto. Eu serei forte o suficiente por nós dois, mas não sei se serei pra ver Christopher e Roberta juntos como se fossem um casal.

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Muy besitoooossss! 😙😙