Fanfic: *Impossível Resistir* AyD - Finalizada. | Tema: Portiñon

- Ué filha, o quê houve? Você não ia voltar só mais tarde? - Blanca a olhou do sofá onde estava deitada.

- Pois é, eu comecei a sentir uma dorzinha chata de cabeça, não estava passando com nenhum remédio, então liguei para o Chris ir me buscar.

- Ainda tá doendo? - foi até a filha e lhe beijou os cabelos.

- Não... já passou. Cadê o papai?

- Trabalhando meu amor. Você tá com fome? No forno tem lasanha.

- Não, tô bem, só quero deitar um pouco.

- Então vai querida, mas qualquer coisa e se quiser conversar me chama tá?

- Tá bem mamãe.

Riu pequeno e subiu para o quarto. Assim que entrou Dul deixou a mochila no chão e deitou na cama, suspirou olhando o teto, foi sentindo os olhos arderem. Balançou a cabeça para espantar o choro, chega né! Ela não tem culpa se Anahí é uma completa idiota. Suspirou fechando os olhos, mas foi ouvindo o barulhinho do celular tocar, não ia atender porque pensou que fosse Any, mas desistiu quando viu na tela "May".

- Oi...

- Dul tá podendo falar? Me conta como foi? Fala-me tudo e não esconda-me nada please! - não estava afim de falar sobre o assunto, só que além de prima Maite é como uma irmã, então Dulce resolveu que diria sim.

- Aconteceu May, eu perdi minha virgindade com ela. - mordeu a boca.

- Aaaaaahh!! Hahaha! E aí gostou? Foi do jeito que eu disse que ela faria não foi?

- É foi sim, as vezes acho que você é uma bruxa sabia?

- Hum... seria interessante, acho que em nenhum conto de fadas deve ter existido uma bruxa tão gostosa quanto a mim. - Dul revirou os olhos.

- Você realmente não tem jeito May, eu amei sim, nós fizemos três vezes, a última foi sem preservativo.

- Ficou maluca Dul?? Sem preservativo?? - quase gritou do outro lado da linha.

- Shiii... calma sua doida, Anahí me deu um compromido e tudo ficou bem.

- Que comprimido?

- A pílula do dia seguinte. Ela disse que é muito eficaz. Isso é sério não é? - perguntou um pouco aflita.

- Não, é, é sim, ela tem razão. Não precisa se preocupar, mas é mais seguro o preservativo, principalmente para evitar doenças sexualmente transmissíveis.

- Mas a Anahí não é doente.

- Tá que seja, mas é preferível evitar ok? - Dul suspirou concordando. - onde você tá agora? Com ela?

- Não, tô em casa, cheguei agora pouco. Anahí estragou tudo quando a ouvi marcando de comer a safada da Angelique hoje mais tarde.

- Cachorraaaa!!! Dul você precisa mostrar pra ela quem manda. Por que não me escuta e muda logo esse visu?

- Uma porque não quero e outra porque não vou pedir dinheiro ao papai pra coisas fúteis.

- Não são coisas fúteis e sim cuidado com o corpo, é bem diferente. Olha se quiser posso te dar o dinheiro e você... - Dul a interrompeu.

- Não May, brigada. Não posso aceitar.

- Então que seja emprestado, eu te empresto e não precisa ter pressa para me pagar ok? - Dul com muito custo acabou aceitando. - quando quiser é só me falar. E não me venha com essa de: Ai tô sem graça, porque eu vou dá na sua cara hein.

- Tá Maite, já sei. Vamos mudar de assunto vai. E você? Como está?

- Melhor impossível, Eugênio e eu já escolhemos o apê e adivinha, fica pertinho da sua casa. Não é o máximo? - riu animada.

- Ah é. Oh. - Dul sabia que com ela por perto não teria escapatória.

- Nossa falando assim até parece que não gostou. - disse ao notar o desanimo na voz da prima.

- Que isso, claro que gostei, eu é que estou chata hoje.

- Sei... aaiii amor! - gritou e sorriu logo depois.

- Que foi?

- O Euge que chegou aqui agora, me agarrando. Fala oi pra Dul amor.

- Oi Dulce, sua prima fala tanto de você que quero logo te conhecer.

- Oi Eugênio - riu. - tomara que sejam só coisas boas.

- Claro que é minha querida - May voltou a falar. - como eu já tinha dito cuidado para não se apaixonar, o Euge tem os olhos mais lindos que eu já vi.

- Não corro esse perigo, sério, até porque sou completamente apaixonada por outro par de olhos azuis. - a conversa ainda durou longos minutos e até fez Dul esquecer um pouco do que houve.

                                    (...)

- Como foi a viagem filha? - quis saber Fernando enquanto jantavam.

 - Legal. - deu um pequeno sorriso olhando a comida que mal foi tocada.

- Parece triste. Aconteceu alguma coisa?

- Não papai, tá tudo bem. - ele afirmou e voltou a dar atenção a comida.

- Ah Christopher esqueci de lhe dizer, seu pai ligou hoje.

- O quê ele queria?

- Saber como estão indo as coisas, você sabe como Vitório é.

- Oh se sei tia, gosta de controlar tudo a sua volta. - fala com raiva.

- Seu pai só é atencioso querido, não pense mal.

- Claro. - Ucker preferiu não retrucar, pois conhece bem o pai que tem.

                                   (...)

- Boa noite Tali. - disse Anahí assim que adentrou a casa.

- Boa noite querida. Como foi de viagem?

- Uma merda! Tô subindo, vou tomar banho e deitar. - virou-se para a escada.

- Um momento mocinha.

 Anahí virou e viu Marichello parada, braços cruzados abaixo dos seios, pé direito batendo no piso italiano fazendo o barulho ecoar pelo cômodo, a blusa social branca, blaser giz preto e saia da mesma cor que de longe nota-se que valeu uma fortuna, salto fechado francês, de uma griff que Any conhece bem, brincos e colar de ouro branco, além da aliança de casamento prata da Tiffany que reluzia o brilho na luz. A mulher trazia no rosto uma expressão nada boa.

- Quê?! - Anahí respondeu sem vontade.

- Você fala quê?? Quais foram as minhas exigências? Que estivesse aqui na hora da entrevista!

- Ah - colocou a mão sobre o queixo. - desculpe mamãe, acho que me esqueci. - disse em total tom de irônia e virou-se novamente.

- Não me dê as costas quando estou falando contigo Anahí Giovanna! Já esqueceu que sou sua mãe?! - Any voltou a encará-la.

- Quem esqueceu disso foi a senhora, Marichello! Que passa a maior parte do tempo viajando do que em casa com a ÚNICA filha que tem! Então não me venha exigir coisas que não tem direito! Já que não fica aqui a maior parte do tempo. Talifa é quem sempre foi como uma mãe para mim!! - mesmo sem querer seus olhos já estavam marejados.

- Como acha que materia a vida que tem se eu não passasse a maior parte do tempo fora? Resolvendo casos considerados impossíveis? Fala pra mim garota do nariz arrebitado - tocou o nariz de Any que virou o rosto. - e não se preocupe querida, Talifa ganha muito bem para cuidar de você e manter a ordem nessa casa, enquanto estamos fora!

- Tali ganha pra trabalhar aqui, mas para cuidar de mim eu sei que ela faz por amor, e não pelo dinheiro! - Marichello soltou uma alta gargalhada e Any mordeu a mandíbola com raiva.

- Deixe de tolice Anahí, empregados não amam os filhos de patrão, eles agradam, é diferente.

- A senhora é uma mulher despresível! Sem sentimentos e sem escrúpulos! Eu te odeio!! - Any disse visivelmente decepcionada e subiu para o quarto correndo.

- Também te amo querida! - gritou Marichello deslisando os dedos entre os cabelos extremamente sedosos.

- Anahí já chegou? - perguntou Enrique ao encontrar a esposa na sala.

- Foi para o quarto irritadinha.

- Vou falar com ela. - foi em direção a escada e sentiu a mão de Marichello lhe segurando.

- Depois, precisamos adiantar aquele caso agora lembra?

- Eu sei, mas isso pode esperar, quero falar com nossa filha.

- Enrique...

- Não Marichello! Se quiser espere se não pode começar a analisá-lo sozinha ok? - dito isso continuou a subir a escada.

- Ah! Ímbecil! - seguiu em passos largos até o escritório.

Enrique chegou próximo ao quarto da filha e pôde escutar o choro engasgado dela, ele sabe que Anahí não gosta de demonstrar fraquesa, mas pelo pouco que a conhece também sabe que quando isso acontece, é porque Any está muito triste. Deu duas batidas e ficou esperando alguma reação dela.

- Não quero falar com ninguém!! - gritou.

- Anahí, abra aqui, sou eu seu pai. - forçou a fechadura, mas percebeu a mesma trancada.

- Me deixa em paz!! - soluçou.

- Por favor, só quero falar com você.

Anahí pensou por um instante, sua relação com ele é um pouco melhor, comparada a Marichello. Lembra das poucas vezes que Enrique lia historinhas de conto de fadas, o que a deixava muito feliz, seus lindos olhinhos azuis brilhavam como duas estrelas e o sorriso simplesmente o mais sincero e inoscente que uma criança podia dar. Ela secou o rosto e foi destrancar a porta.

- Ana o quê foi?

Quando o escuta chamá-la assim Anahí se joga contra o peito do pai, desabando em um choro sofrido, tudo isso dói tanto, e tê-lo ali trouxe poucas das lembranças boas que ela havia deixado bem guardadas.