Fanfic: *Impossível Resistir* AyD - Finalizada. | Tema: Portiñon

                        Dulce narrando

Depois que Any foi embora, eu fiquei no meu quarto, deitada, olhando o teto e acariciando minha pequena barriguinha. É tão louco imaginar que daqui a alguns meses, o bebê vai começar a crescer dentro de mim.

Que vou me sentir pesada e desfrutar da incrível sensação, de ter uma vida se mexendo. Perderei noites de sono, mas tudo vai valer a pena, quando eu escutar uma vozinha fofa me chamando de mami.

Fechei os olhos, e fiquei com um sorriso bobo estampado nos lábios, quando lembrei de Any fazendo carinho e distribuindo beijos na minha barriga. Estava tão bom, que acho que acabei dormindo.

Acordei com mamãe me chamando, abri os olhos e ela tinha em mãos uma bandeja, com tortilha de milho amassada e frita, com queijo no interior, acompanhadas por ovos mexidos e suco de laranja.

- Pensei que estivesse com fome. – disse ela ao pôr a bandeja em cima da cama.

- Hum... mamãe, parece está ótimo. – me sentei, fiz um coque alto e prendi meu cabelo com o mesmo.

- Tá tudo bem filha? Tem se sentido mal?

- Não mamis – neguei já devorando uma tortilha. - só estou sentindo agora uma enorme vontade de comer.

- É assim mesmo meu amor – acariciou minha bochecha - eu preferi não contar ao seu pai que estávamos no hospital, achei melhor assim – assenti enquanto comia. - quando vão contar da gravidez?

- Ainda não sei – tomei um pouco do suco. - mas prefiro que seja logo mamãe.

- Te aconselho esperar um pouquinho filha, só enquanto eu for preparando o terreno, pra saber qual será a reação dele.

- Tá bom – suspirei. - mas eu... eu... Ai que merda!!

Saí correndo da cama sentindo uma vontade enorme de vomitar, entrei no banheiro, e depois de levantar a tampa do sanitário coloquei tudo para fora.

Senti as mãos de mamãe segurarem meus cabelos, e continuei vomitando até começar a me sentir melhor... suspirei cansada e me sentei no chão do banheiro.

- Dul vou preparar um chá pra você. Não quer ir tomando um banho por enquanto?

- Tá... – respondi e antes de sair dali, mamãe deixou um beijo carinhoso em minha bochecha.

Depois do banho vesti um conjunto moletom nike azul bebê, coloquei meias pretas, toca sweg da mesma cor, calcei minhas pantufas brancas, com bolinhas rosas e fui me sentar na cama. O dia hoje amanheceu friozinho, fiquei mexendo as mãos enquanto esperava minha mãe.

Olhei a aliança e não pude evitar de sorrir boba beijando-a, ao lembrar do pedido fofo de namoro que minha namorada armou pra mim, minutos depois mamãe entrou com o chá, tomei um pouquinho e lhe entreguei a xícara de volta.

- Dul, a Taylor e a Demi estão aí em baixo. – franzi o cenho estranhando, não somos tão amigas assim, na verdade elas são mais apegadas a Any.

- Taylor e Demi mãe? Tem certeza? – ela assentiu.

- Por quê? Vocês não se falam?

- Sim nos falamos, só estranhei porque elas são mais amigas da Anahí. – disse me levantando.

- Ah filha, parecem ser boas meninas, e disseram estar preocupadas com você. Elas também estavam no hospital.

- Vou lá falar com elas.

- Vamos, vou aproveitar e servir alguns brawnies.

- Hum... mãe nem fala, chegou me dar água na boca agora! – falei passando a língua nos lábios.

- Tô vendo que vai ser igual a mim quando engravidei de você, eu não parava a boca um minuto se quer. – olhei minha mãe indignada.

- Está insinuando que vou ficar gorda? – fiz bico.

- Não senhorita bicudinha – apertou meu nariz. - é normal esse apetite todo meu amor. – sorri e por instinto acariciei minha barriga.

Ao chegar lá embaixo as meninas me olharam e sorriram em seguida, fiz o mesmo.

- Bom, vou na cozinha trazer um lanchinho pra vocês.

- Ah não precisa se incomodar senhora. – disse Demi.

- Não é incômodo nenhum querida – minha mãe sorriu meiga - e tire o senhora, só Blanca por favor. – Demi assentiu.

- Oi Dul. – disse Taylor me cumprimentando, em seguida Demi fez o mesmo.

- Viemos saber como você está?

- Tô bem Demi, apesar dos enjôos eu tô bem. Mas sentem-se por favor. – apontei o sofá.

- Nós não vamos demorar, só ficamos preocupadas. – disse Taylor.

- Obrigada meninas. – digo sincera.

- Você falou com a Any? – perguntou Demi.

- Ela dormiu aqui – falei sussurrado. - mas foi embora logo cedo.

- E seu pai? – quis saber Taylor sussurrando também. Demi nos olhava intrigada.

- Acho que tá no quarto, provavelmente dormindo. – respondi da mesma maneira.

- Quando vão contar da... – Taylor disse no mesmo tom apontando pra minha barriga.

- O mais rápido possível.

- Posso saber por que estão sussurrando? – quis saber Demi falando baixinho.

- Amor, o pai da Dul ainda não sabe, ele está em casa. O quê tá fazendo que não prestou atenção, quando ela disse que talvez ele esteja no quarto?

- Desejando entrar no meio das pernas da minha namorada. – disse baixo, mas eu escutei e reprimi um sorriso.

- O quê? – Taylor a olhou, ao que parece sem entender.

- Amor por que você veio com essa saia? Já te falei que ela é a...

- Não venha me dizer que é a saia da perdição porque não é. – disse Taylor um pouco irritada.

- Mas...

- Sem mas! E tira essa mão boba da minha coxa! – deu um tapinha e Demi fez uma cara fofa de ofendida.

- Maltrata mesmo Taylor, faz isso só porque te amo.

- Oh meu Deus! Como é dramática essa minha namorada dengosa. – disse Taylor dando um selinho nela.

- Sou mesmo e tô precisando de carinho. – puxou Tay pro seu colo e logo deram início a um beijo bem quente por sinal.

Eu fiquei sem graça e já ia me levantar, quando mamãe vem da cozinha trazendo os brawnies, e acho que café.

- Aqui meninas! Espero que gostem! – disse ela sem perceber a pegação das duas.

Assim que percebeu ficou tão sem graça quanto eu tinha ficado.

- Ãnh-hãn. – mamãe pigarreou, Demi e Taylor separaram os lábios vermelhos, pelo beijo apaixonadíssimo que deram.

- Ai desculpa. – pediu Tay com vergonha.

- Não foi nada querida, já tive a idade de vocês, e acreditem também cometi mil loucuras.

- Mamãe! – olhei pra ela com um riso divertido nos lábios.

- O quê filha? Nós que estamos chegando na idade, já fomos jovens e já aprontamos bastante – deixou a bandeja sobre a mesinha de centro. – bom apetite, vou na casa da Ruth (uma vizinha) e já venho.

- Ok. – respondi vendo-a sair.

- Adorei a sua mãe. – disse Demi gostando do que mamãe tinha falado, e logo recebeu um tapa da namorada.

- Sei bem porque. Você anda bem safadinha hein amor. – disse Taylor.

- Sim, completamente safada por você. – respondeu Demi beijando o pescoço dela.

Foi divertido ficar algumas horinhas ali conversando com elas, eu não tinha falado com Mani, May ou Eiza hoje ainda. Chris não vi mais desde o episódio do hospital, eu sei que ele ficou irritado, mas não precisava ter quase engarguelado a Any.

Ajeitei algumas coisas que estavam desarrumadas na cozinha, pra ajudar minha mãe e voltei para meu quarto. Assim que deito na cama escuto meu celular tocar.

- Alô?

- Dul? Dulce o quê houve? Passou mal outra vez? Trombei com Christopher na rua, nossa ele estava muito zangado. – tirei o celular do ouvido pra ver quem era, atendi sem olhar pensando que fosse a Any.

- Oi May, é pois é, passei mal na boate fomos parar no hospital, e lá Any soube da minha gravidez. Depois o Chris apareceu, quase bateu na Any, mas ficou tudo bem.

- Como a loirinha reagiu?

- Bom no começo ela chegou a pensar que eu estava escondendo, mas esclareci que não, que só me dei conta da possível gravidez, quando mamãe perguntou se estávamos nos prevenindo.

- Tá e depois?

- Depois ela amou, e disse que vamos enfrentar isso juntas.

- Que bom Dul – suspirou. - porque se ela não assumisse esse pinguinho de gente, que está crescendo dentro de você, eu faria ela assumir a força.

- Não duvido disso. – falei divertida.

- Hey! Eu estou falando sério ok?

- E eu acredito.

- Hum, sua sorte é que o Euge acabou de chegar, e nós combinamos de sair pra jantar.

- Então bom apetite.

- Obrigada. Sei que vai sentir como louca a minha falta, mas meu amor precisa de um pouco de atenção. – disse May fazendo charme.

- Se acha pouco você hein.

- Isso tudo é amor? – sorriu alto. – ok, mais tarde nos falamos. Beijos e beijos pra esse pinguinho de gente também.

- Tudo bem, tchau Maite. – falei acariciando minha barriga. Nem cinco minutos depois, o celular tocou novamente.

- Princesa? Tá tudo bem meu amor? – abri um largo sorriso ao escutar a voz dela.

- Melhor impossível depois de escutar essa voz linda – suspirei - já tô com saudade. – escutei ela sorri.

- Como você está? E nosso filho?

- Estamos bem, senti um pouco de enjôo, mas tô bem.

- Não vejo a hora de contar a verdade, pra você vir logo morar comigo.

- Amor eu não quero te pressionar a nada, podemos contar quando estiver realmente pronta.

- Você não me pressiona, eu quero que contemos logo pra podermos ficar juntos, eu te amo e quero viver com você e nosso filho. O quê acha de contarmos logo nessa semana?

- Tá eu vou falar com a minha mãe, ela tinha pedido pra gente esperar um pouco, que ia ir preparando o terreno, mas eu acho que não vai adiantar. Meu pai vai reagir mal de qualquer maneira, alguma coisa me diz isso.

- Sinceramente Dul, eu não quero esperar. Queria muito estar com você agora...

- Eu também queria – mordi o lábio. - mas infelizmente não dá.

- Eu sei... vou esperar ansiosa por amanhã, tô louca pra te beijar...

- Não fala isso porque vou acabar ficando com desejo de você. – escutei sua risada e eu sabia que estava rindo de canto.

- Vou tá te esperando amanhã na sala de doações, agora quero que descanse. Boa noite minha garota.

- Boa noite amor... – mandei beijos pra ela antes de desligar.

*** Dia seguinte acordei animada, hoje vou ver a Any. Tomei banho rapidinho, escovei os dentes, e fui me trocar, penteei meu cabelo e preferi prendê-lo no alto, ajeitei meu material, peguei o celular e desci pra ir até a cozinha.

- Bom dia mãe. – dei um beijo na bochecha dela.

- Bom dia pai. – fiz o mesmo e ele permaneceu com a expressão séria.

- Bom dia meu amor. – disse mamãe.

- Espero que hoje seja um bom dia mesmo! – resmungou meu pai.

Chris ficou calado então resolvi não puxar assunto. Depois que terminei de comer, me despedi deles e saí de casa rumo ao ponto de ônibus.

- Hey pequena! – segurou meu braço. - vamos comigo, eu te levo.

- Olha Chris eu não quero incomodar, e sei também que você tá chateado com essa história da minha gravidez, mas aconteceu a responsabilidade não é só da Any. Eu devia ter me cuidado, e não cuidei. – falei tudo e fiquei esperando sua reação.

Ele me puxou pra um abraço e assim que me solta, me deu um beijo na bochecha.

- Desculpa, eu estava de cabeça quente, ainda não confio plenamente nela, mas você confia e agora as duas vão ter um filho. Já entendi que exagerei, até levei esporro da Eiza.

- Esporro? – franzi o cenho. - mas por quê?

- Porque eu fiquei o sábado todo com ela, até de madrugada já que os pais dela não estavam em casa, mas depois que a tia Blanca ligou, não consegui prestar atenção em mais nada, eu precisava ir até o hospital e saber de você – suspirou - mas Eiza não gostou, começou a reclamar que eu vivo falando de você, que tudo é você, que você sempre vai estar entre nós dois. – confesso que arregalei os olhos, não esperava essa reação da minha amiga.

- Nossa! Mas eu acho que compreendo ela, a Eiza tá se envolvendo bastante, ela gosta de você Chris. Quando veio me perguntar sobre o “casamento”, eu disse pra ela que nunca casaria contigo, nem sobre tortura, mas vi dúvida em seu olhar. A Eiza tem ciúme do jeito carinhoso que nos tratamos, talvez devêssemos ficar um pouco afastados.

- Não pequena, de jeito nenhum. Eiza precisa entender que entre nós dois nunca vai existir nada, te trato com carinho porque é como uma irmã mais nova, gosto e tenho necessidade de te proteger. Eu te amo pequena. – disse me abraçando outra vez, apertei o abraço e suspirei. Ele me passa tanta segurança.

- Ah que lindo! – me afastei rápido e lá estava Eiza nos olhando.

- Amiga olha, não quero que pense coisa errada, eu só estava abraçada a ele e...

- Dulce eu achei que você fosse realmente minha amiga! – me interrompeu irritada.

- Mas eu sou...

- É? Dessa maneira?

- Eiza não houve nada aqui, já te falei que a Dul é como uma irmã pra mim, não precisa de tudo isso!

- Aí é que está o problema, ela é como se fosse uma irmã, mas não é! A Dulce não é sua irmã Christopher!!

- Gente por favor não precisa de tudo isso. Tá havendo algum mal entendido, eu não quero atrapalhar a vida de ninguém, acho que é melhor ficarmos afastados Chris. – falei e ele negou rapidamente.

- Não Dulce. Se a Eiza não entende o que eu sinto por você, não sei porque ainda estamos juntos. – mordeu a mandíbula e eu sei que ele está com raiva.

- Chris por favor... eu não quero estragar nada entre vocês, desculpa. – aproveitei que o ônibus estava vindo e fui correndo até o ponto, dei sinal e consegui pegá-lo.

                         Autora narrando

Eiza cruzou os braços irritada, ao contrário de Christopher que estava sem paciência, com essa implicância dela agora.

- Tá mesmo terminando tudo comigo?

- Acha que vale a pena ficar com uma pessoa, que não confia no que você diz?

- Não é tão fácil quanto quer fazer parecer Ucker, não gosto da maneira que olha pra ela. – Christopher suspirou coçando a nuca.

- O que eu sinto pela Dulce, é completamente diferente do que sinto por você. Se não for capaz de entender isso, não faz sentido estarmos juntos. – disse e deu as costas, foi em passos largos até a Santa Fé, e saiu arrastando com tudo.

- Como? Se ela tá tão bonita agora – mordeu o lábio. - ai meu Deus. O quê eu faço?

*** Assim que chegou no colégio, Dul foi logo até a sala de doações. Entrou rápido e trancou a porta, quando se virou ela abriu um enorme sorriso, e tratou de enganchar no colo de Anahí.

- Bom dia minha garota... – disse a loira roçando a boca nos lábios da namorada.

- Bom dia amor da minha vida... – respondeu Dul fechando os olhos e puxando um pouco os cabelos dela.