Fanfic: *Impossível Resistir* AyD - Finalizada. | Tema: Portiñon

Quando acordei ainda muito sonolenta, estiquei o pescoço sobre o criado mudo e o horário me fez saltar um pouco sobre o colchão, cheguei aqui na parte da manhã e já são quase sete da noite. Como pude dormir tanto? Meu estômago fez um som estranho e então me dei conta de que estou pra morrer de fome.

Minha mão direita correu  para afagar minha pequena barriguinha, enquanto descansei os olhos sobre ela também. 

– Oi baby boy, sentindo fome aí dentro hum? Mami vai alimentar você amor...

Ao colocar meus pés para fora da cama mamãe fechou a porta e virou-se pra mim, com um grande e indiscreto sorriso nos lábios. Me perguntei o quê teria acontecido pra ela estar tão feliz assim?

– Você acordou bebê! — Ela beijou minha testa e eu assenti.

– Sim, Louis e eu estamos com fome.

– Oh sim! Você devia estar muito cansada amor, dormiu muitas horas. E essas olheiras? São de preocupação? — Seu sorriso sumiu e suas sobrancelhas rapidamente se uniram.

– Sim... — Suspirei. – Tô meio que preocupada com o papai. 

Falei encolhendo os ombros sem saber qual seria a reação dela, mamãe também suspirou.

– Dul seu pai está bem encrencado, não sei o que poderá ajudá-lo. Ele procurou pelo que está tendo agora, colocou sua vida em risco, a vida do bebê também. Filha aquela clínica não tinha nenhuma estrutura pra realizar abortos, na certa usariam algum método que te prejudicaria muito depois, talvez você nem pudesse ter mais filhos.

Eu arregalei os olhos, engoli em seco e acho que fiquei pálida de repente. Pensar que podia perder o Louis já é horrível, e pensar que eu nunca mais poderia ser mãe machucou meu coração. Eu nunca perdoaria meu pai, afinal ele não merece a minha compaixão.

– O delegado veio conversar comigo, me avisou que em hipótese alguma ele poderá sair por fiança, o caso é grave.

– É, eu sei. — Meus ombros caíram em derrota.

– Seu tio Frank ligou preocupado, apesar de tudo ele se preocupa com o irmão e quer pagar um advogado.

– Oh. — Olhei-a surpresa.

– Sim meu amor, eu também fiquei dessa maneira, Frank parece não lembrar as coisas horríveis que escutou do Fernando. O marido dele é produtor musical e tem uma gravadora, eles mantém uma condição ótima de vida... Seu tio vai estar aqui em dois dias, junto com o companheiro e o filhinho deles, diz que está morrendo de saudade e quer conhecer sua namorada, ainda não contei sobre o bebê, mas tenho certeza que Frank irá pirar do jeito que adora crianças. 

Sorrio afirmando com a lembrança do meu tio me bajulando e brincando comigo de bonecas, ele sempre adorou fazer isso, e eu simplesmente o queria sempre perto de mim, no entanto, papai o afastou de nós por puro preconceito.

E como aquela frase tão clichê o mundo gira mesmo, tanto que coisas inesperadas podem acontecer. Ele expulsou o irmão da própria vida por não aceitá-lo da maneira que é, por não enxergar que existe amor entre pessoas do mesmo sexo, porque por mais que seja considerado pecado perante muitos, o amor é um sentimento tão puro, tão lindo que independente de quem esteja ao seu lado você não está cometendo crime algum, o único crime seria reprimir seus sentimentos, esconder o que realmente é e viver de acordo com que todos consideram certo.

Meu tio Frank tem um grande coração, apesar de tudo ainda quer estender a mão pro meu pai, quer ajudá-lo mesmo que tenha recebido apenas patadas.

Eu o admiro por isso. Admiro o homem incrível que é o irmão amoroso apesar de tudo, e o tio sem igual. Quero muito voltar a vê-lo, abraçá-lo e dizer o quanto amo ele.

– Mas mudando de assunto — mamãe disse me tirando dos devaneios de pensamentos. – Preciso te levar em um lugar.

Olhei-a com o cenho franzido sem entender.

– Me levar? Onde?

– É surpresa, na verdade a surpresa tem dedo da Anahí. 

– Hum... Sei. — Falei tentando esconder o quanto estou curiosa. — Ela tinha dito que iria me ligar. 

– Pois é bebê, ela ligou mesmo, só que pra mim. Mas antes vou pedir algo que você possa comer, enquanto isso vou tentar entrar em contato com o pai da Anahí, preciso de um advogado que trate do meu divórcio. 

Assenti sabendo que isso iria acontecer, não podendo deixar de me sentir culpada, as coisas desandaram porque assumi minha opção sexual e o namoro com a Any... Eu sempre admirei a forma carinhosa que meus pais se tratavam.

– Não se sinta culpada nunca Dul, o único responsável por tudo isso é o Fernando, ele estragou o casamento e a relação de pai e filha que vocês tinham. 

Ela pareceu adivinhar meus pensamentos e tentou me consolar, de certa forma funcionou, mas não tem como me livrar totalmente desse sentimento. 

– Tudo bem. — Suspirei vendo-a puxar o telefone do quarto pra fazer o pedido.

Autora narrando 

Depois de pedir a comida pra Dulce e Louis se alimentarem, Blanca dirigiu-se até a sacada do quarto com o aparelho celular no ouvido enquanto ouvia o tradicional barulhinho, esperando por Enrique atender. Já estava quase caindo na caixa postal quando uma voz grave e estranhamente conhecida por Blanca se fez presente.

– Portilla. — Ele soou tradicionalmente. 

– Ãnh... Não sei se a Anahí lhe falou, mas ela me deu seu número porque quero me divorciar do meu marido. Sou Blanca, mãe da Dulce namorada de sua filha.

Enrique parou tudo o que estava fazendo e arregalou os olhos. Coincidências não costumavam acontecer com ele, e a única mulher chamada Blanca que ele conheceu na vida, foi com quem se relacionou. Seria ela mesmo? A Blanca de tantos anos atrás? Seria possível?? Ele saiu de sua grande e confortável cadeira, deu a volta na mesma descansando uma mão em seu quadril, já que a outra estava ocupada com o celular.

Enrique pigarreou e antes que pudesse raciocinar as palavras já estavam escapando de seus lábios.

– Quanto tempo Sweet, tem ideia de como venho sentido sua falta?

Blanca congelou do outro lado da linha, sua respiração ofegou e o corpo todo tremeu. A única pessoa que lhe chamava assim foi um grande amor na adolescência, amor esse que ela nunca conseguiu esquecer. O Endel na verdade era Enrique Portilla pai de Anahí e sogro de sua filha. Ela sempre desejou voltar a encontrá-lo, sempre imaginou como teria sido a vida ao lado dele, no entanto, sem saber acabou achando o amor da sua vida.

Ela pode ter casado, se apaixonado por Fernando, ter ficado feliz e realizada com o nascimento de sua única filha, mas amor mesmo Blanca só conseguiu sentir uma vez na vida, só conseguiu sentir com Enrique, o qual lhe deu a experiência do primeiro beijo, quem foi seu primeiro homem, e quem deu a ela a primeira sensação de ter um bebê dentro de seu ventre. 

– V-você... Espera! Só pode ser brincadeira, não eu não tô mesmo passando por isso.

– Blanca por que não me disse que estava esperando um filho meu? Só fiquei sabendo um ano depois pela Sul, mas já era tarde você tinha sumido e não deixou nada com ela que dissesse onde poderia estar. Blanca por que fez isso? Por favor se tratava do nosso filho, ou filha...

Sussurrou sentindo um nó formar na garganta. A criança que fizeram já devia ser quase um adulto, e Enrique não estaria mais feliz sabendo que gerou uma vida com sua amada.

Blanca por outro lado sentia vontade de matar Sul Milane, sua melhor amiga de infância... Ela prometeu, e não devia ter quebrado a promessa de não falar da gravidez. Porque Blanca teve medo da reação de Enrique, já que ele afirmava que o mais importante era sua carreira, que nada poderia atrapalhar porque o mesmo queria torna-se um grande e reconhecido advogado.

Fez jus as suas palavras.

No entanto, Blanca era apenas uma adolescente que ficou grávida na terceira vez que fez amor, estava com medo e assustada, mas só tinha uma única certeza cuidaria do bebê, daria amor e faria de tudo pra mantê-lo saudável, era o que ela mais desejava. 

– Por quê... Por quê se apresentou pra mim com o nome errado? — Ela respirou fundo tentando manter a voz firme.

– Endel é meu segundo nome, mas normalmente me apresento somente como Enrique Portilla.

O silêncio a seguir foi torturante, cada um na sua linha de pensamento tendo as lembranças vindo com força.  

– E o nosso bebê? Tô louco pra conhecê-lo e... — Enrique travou, só então associando as coisas. – Espera, você disse que... Disse no início da ligação que é mãe da Dulce, sogra da minha filha. 

Ele soltou um suspiro e Blanca sabia que Enrique estava esfregando os dedos sobre as ruguinhas formadas na testa, quando ele ficava nervoso, com raiva ou assustado costumava fazer isso, era sim a vinte anos atrás e talvez não tenha perdido essa mania.

– Ai meu Deus!

– Endel... — Ela chamou soltando um suspiro também. 

– Deus! Por favor Sweet diga que não é possível, por favor... Nossas filhas estão grávidas, sendo assim isso seria incesto. 

– Endel calma por favor. 

– Blanca diga que estou enganado! Diga! — Ele já estava completamente desesperado.

– É claro que está, nosso filho ou filha deveria ter quase vinte anos agora, infelizmente quando cheguei na casa da tia Genna, no interior do México, acabei sofrendo aborto espontâneo. Perdi nosso bebê e chorei por dias, ele ou ela seria uma linda e eterna lembrança do que vivemos, só que não foi possível. Desculpe. Não pude segurar.  

O silêncio voltou novamente e minutos depois Blanca o escutou fungar.

– Eu teria simplesmente enlouquecido de felicidade se soubesse da gravidez, querida você foi meu grande amor. E não se culpe, infelizmente abortos acontecem.

– Eu senti sua falta. 

– Oh Blanca eu também, não imagina o quanto.

– Quando fiquei sabendo do seu casamento aquilo me destruiu, eu já estava noiva do Fernando, mas saber daquilo me desmontou. Eu sempre te amei Endel, sempre.

– Nada na minha vida teve mais importância do que os momentos que passei com você, apesar de tudo casado com Marichello, nossa relação nunca foi de amor. Eu tive um caso fora do casamento, uma paixão que me fez achar que fosse amor, mas não era. Você foi a única que amei. Blanca vamos conversar pessoalmente, eu preciso te ver.

– Não sei se é uma boa ideia, no momento só preciso me divorciar do meu marido, o que ele fez não tem perdão e nosso casamento não tem mais jeito.

– Tudo bem, mas preciso que venha ao meu escritório pra conversarmos sobre isso, o fato é que ainda estou fora do México e acho que chegarei daqui uma semana.

– Até lá eu entro em contato novamente. — Blanca estava soando indiferente e magoada, o que não passou despercebido.

– Não me trate assim querida, eu ainda amo você.

E com isso Blanca finalizou rapidamente a ligação, seu peito estava apertado e doendo... Assim como na cabeça as lembranças voltavam com força... Seus olhos rapidamente lacrimejaram, ela abraçou o próprio corpo tentando controlar as lágrimas, uma outra hora conversaria melhor com Dulce e Anahí, explicaria a situação e esperava muito que ambas entendessem. Porque isso aconteceu a alguns anos,  mas o sentimento continua intacto, o amor nunca morreu. 

**

– Mamãe por quê ainda estou vendada? — Dul perguntou pela terceira vez enquanto a mulher guiava seu corpo para algum lugar. 

Blanca conseguiu enrolar a filha, dizendo que a roupa que iria vestir nela foi um presente de Anahí, e que Dulce só poderia saber o que era quando chegassem no lugar da surpresa.

– Não se preocupe com isso meu amor,  será uma surpresa hum? Não se esqueça disso. 

– Sim e para onde estamos indo? 

– É um carro querida,  foi mandado pela Any ele vai te levar até sua namorada. 

– Hum... E tem mais alguém aqui? Tem um cheiro de perfume diferente no ar. 

– Oh sim meu bem! Keira está aqui, ela vai fazer sua segurança até o lugar. 

– Keira é segurança? Mas Any disse que- 

– Perdão em interrompê-la, faço a segurança desse hotel juntamente com meus outros companheiros desde sua abertura. – A voz grave um pouco afeminada soou ali. 

– Venha querida, deixe-me ajudá-la a subir. — Disse Blanca auxiliando a filha para dentro do carro. 

Dul não deixou com que sua pequena antipatia com Keira fizesse sua curiosidade ficar menor, depois de ser colocada nos bancos traseiros do carro, Blanca trocou algumas palavras com a segurança e o motorista... Pedindo que tomassem todo o cuidado com sua filha e o neto. Em seguida ambos seguiram para seus devidos lugares, com Keira no banco do passageiro, seus olhos atentos e a mão direita repousada sobre sua arma na cintura. 

**

As Fontes Mágicas em Montjuïc — Barcelona

É geralmente citada como o mais romântico espetáculo, um caminho seguro. Situada em frente ao grande palácio, uma ampla fonte circular é o local da deslumbrante apresentação usando água, luzes e música. A cada intervalo de quinze minutos, as fontes são iluminadas com cores e jatos de água parecem dançar a música que é tocada.

Dulce ainda estava de olhos vendados e perdeu isso logo na chegada, no entanto, ela teria tempo suficiente para disfrutar de tal paisagem... O carro começou a desacelerar e logo mais estacionou, Dulce estava pronta para arrancar a venda dos olhos, mas foi impedida a tempo por Keira.

– Ainda não senhorita.

– E por quê não? Já não chegamos onde devíamos estar?

– Sim, e a venda permanecerá cobrindo seus olhos, pelo menos até a segunda ordem. — Disse Keira seriamente. 

– Ok! — Dul bufou irritada cruzando os braços. 

Longos e torturantes vinte minutos passaram, isso porque Dulce não aguentava mais esperar. Sua impaciência estava enorme principalmente porque ainda estava vendada. Ela já se encontrava estressada sentada no pequeno e delicado banco de madeira, e só relaxava quando colocava a mão sobre a barriga enquanto conversava com Louis. Dizendo ao bebê como sentia-se frustrada e a culpa de tudo isso era da outra mãe dele. 

– Me difamando para nosso filho amor? Que coisa feia. — Disse Anahí ao se aproximar de onde a ruiva estava sentada, num falso tom de repreensão.

– Onde você estava metida todo esse tempo Portilla?? Que p/orra estava fazendo uh? Foi me trair né?!

Certamente se estivesse sem venda nos olhos já teria acertado muitos tapas na namorada. Pra fazê-la calar, sabendo do sorrisinho sínico tomando conta dos lábios finos e rosados... Mas ninguém precisa saber se de repente os planos mudassem, e Dul acabasse tirando o bendito sorriso com uma sequência grandiosa de beijos. 

Esse é e sempre será o dito cujo poder Puente Portilla, que Anahí exerce sobre ela. 

– Como sua mente é suja senhorita sou pequenina Saviñón – futura Portilla. 

Dulce bem que tentou ignorar a menção do sobrenome da outra no seu, mas o riso bobo e apaixonado já tinha se formado nos lábios dela, antes mesmo que pudesse protestar contra si mesma. 

– Engula suas piadinhas e tire a merda da venda dos meus olhos! Quero olhar pra sua cara de p/au!! 

– Primeiro pare de xingar. Você está grávida mocinha... — Disse a loira bicando os lábios da namorada, mesmo a contra gosto dela. – Segundo se não deixar eu te beijar corretamente vou fazer amor com você aqui mesmo e vendada. 

A ruiva suspirou mordendo o lábio e decidiu ficar parada, esperando o beijo da mulher que ama... E Anahí aproveitou para enfiar a língua na boca dela, iniciando um beijo molhado e um tanto barulhento... 

Keira que já se encontrava fora do carro, fazia a segurança com uma certa distância do casal, mas mantendo olhos atentos pra quaisquer imprevistos. Sentiu-se envergonha por escutar o barulho do beijo e alguns gemidos perdidos pelo meio... O motorista sorriu para ela sem graça, recebendo um aceno de cabeça observando como a mulher é bonita e se perguntando o que ela faz nessa profissão. 

– Vou comprar uma água, deseja alguma coisa? – Sua voz gentil soou confiável para ela. 

– Oh não, eu estou bem. 

– Ok então. — Ele saiu e Keira manteve-se em sua postura profissional, e seu rosto impassível, sem demonstrar expressão alguma. 

– Eu não fui te trair amor, nem nunca faria. Duvida que te amo? — Disse Anahí querendo convencê-la do óbvio, ambas estavam com as testas coladas e Dul suspirou... Já sem a venda, negando logo em seguida. 

– Claro que não duvido mesmo vida. Mas é que... Que pensar nessa possibilidade acaba comigo. 

– Então não pense Dul, pois eu nunca amor... Jamais seria capaz de trair você, tocar outros lábios, outro corpo que não seja o seu — acariciou-lhe as bochechas escutando o suspiro que a ruiva soltou. – Não funciono sem você. Eu te amo. 

Dulce segurou-se pra não desabar em lágrimas, por escutar tais palavras, e pelos hormônios da gravidez estar deixando suas emoções a flor da pele. Ela sorriu grandiosamente, olhos marejados e coração batendo num ritmo acelerado. 

– Também amo você, muito. O infinito e além! — Sorriu sapeca com a língua entre dentes e selou os lábios aos de Anahí. 

– Eu amo Toy Story, mas não menos que vocês. 

Deixou beijinho de esquimó na namorada sentindo-se leve e amada ao lado da pequena mulher. 

– Por que está vestida de smoking feminino com essa gravata borboleta? — Dulce franziu o cenho encarando-a. Anahí olhou pra si mesma e com um sorriso cheio de expectativa apontou com a cabeça pra ruiva.  

– O quê? — Dulce ficou sem entender até se olhar, e se surpreendeu ao ver o que estava em seu corpo. Um belíssimo vestido branco de cetim, ele prende no pescoço e nas costas com zíper que chega até o começo da b/unda, é justo nos seios, na cintura e tem a saia rodada ficando dois dedos acima do joelho... Além de estar com uma linda sapatilha também branca com detalhes de renda, cachos destacando as madeixas ruivas, maquiagem suave, brincos de ouro branco assim como a pulseira no braço direito, e um magnífico anel de noivado no dedo anular esquerdo... Com o seu lindo Rubi demostrando toda beleza. 

Que ela não sabe quando que a joia foi parar ali. 

– Essa carinha de surpresa quer dizer que você gostou? — Anahí puxou o rosto dela de encontro ao seu e notou uma lágrima rolar pela bochecha de Dulce. 

– Any... Amor, não me diz que... Que nós vamos... — O soluço que escapou da garganta a impediu de continuar, mas o acenar de cabeça da loira fez Dulce voltar a derramar lágrimas grossas. 

– Sim anjo. — Anahí afastou-se o suficiente pra que conseguisse ajoelhar. – Se você aceitar e me quiser pra eternidade do seu lado... É exatamente isso mesmo. Case-se comigo minha garota? 

Longos cinco minutos se passaram com Dulce olhando-a surpresa e sem palavras, Anahí já começou a pensar que foi precipita e que talvez ganhasse um ‘não’ por sua namorada achar muito cedo. Estava se preparando pra levantar quando sentiu Dulce segurar suas mãos e beijar ambas, logo depois deixar escapar um ‘claro que aceito’ sussurrado. 

A partir dali Anahí levantou e puxou a ruiva para um abraço, permitindo que a noiva suspirasse de satisfação em seus braços fechando os olhos, enquanto a música que sempre marcou o casal era tocada, e uma pequena movimentação se formava. Quando Dul respirou fundo e abriu os olhos foi surpreendida por sua mãe, Christopher, Eiza, Vitório e o juiz de paz. 

– Isso quer dizer que... — Suas duas mãos foram cobrir a boca sentindo os olhos encherem novamente. 

– Sim minha vida, quer dizer que vamos casar agora mesmo. Assim se seu pai tentar outra vez não vai conseguir nos separar, eu sou maior de idade e dona Blanca permitiu e vai assinar como sua responsável legal. 

– Mamãe a senhora sabia? — Disse a ruiva manhosa tentando expulsar a vontade de chorar. 

– Só fiquei sabendo hoje bebê, foi uma surpresa em tanto hein. Vocês merecem! — Blanca sorriu emocionada mandando beijos pra filha que não demorou a estar no calor quente e aconchegante dos braços de mãe. 

– Chris e Eiza foram cúmplices não foram? — Quis saber divertida estreitando os olhos. 

– Bom amiga... Pra quê dizer que não se é sim. — Sorriu González encolhendo os ombros. 

– Você amou pequena que eu sei... E olha me custou acreditar que a Portilla te amava mesmo, quando aconteceu percebi o quanto mereciam toda a felicidade do mundo. Anahí pediu nossa ajuda nessa importante surpresa e nós ajudamos, cê sabe eu te amo e sua felicidade é a minha também. — Piscou Christopher recebendo o abraço carinhoso da prima, em seguida foi a vez de Eiza. 

**

– Se estão de comum acordo com o poder imposto a mim, eu as declaro casadas. Podem se beijar. — Anunciou o juiz de paz e Anahí não esperou nem mais um minuto para tomar sua agora esposa nos braços, e beijá-la. 

Foi um beijo romântico, intenso e repleto de sentimentos... Alívio, muito alívio por poderem estar por fim unidas, no amor, no papel e para a eternidade. Christopher e Eiza gravaram tudo a fim de mostrarem aos demais quando retornassem ao México. Blanca sentia-se muito emocionada e feliz ao mesmo tempo. Casar a filha sempre foi seu sonho, e pôde realizá-lo... Vitório estava tentando consolar a mulher lhe oferecendo um lenço para conter as lágrimas. 

– Muito obrigada, e obrigada por nos ajudar. 

– Não agradeça Blanca. Eu teria ajudado Fernando a fazer uma coisa horrível mesmo sem saber. Me desculpe mais uma vez.

– Deixe para lá Vitório, o importante é que tanto minha filha quanto meu neto estão bem, em perfeitas condições. 

A alegria contagiou o casal Portiñón e os poucos que estavam a sua volta, embalados pela lindíssima vista das Fontes Mágicas eles dançavam, riam e se beijavam... Exceto Blanca e Vitório, claro. A mulher mais velha imaginou Enrique ali, ambos se abraçando, se beijando e declarando o amor um pelo o outro. 

Enquanto estava em meio a pensamentos se perdeu na cena fofa que desenrolava a sua frente, Dulce deixava lágrimas caírem vendo Anahí ajoelhada a sua frente, conversando com o filho e jurando os amar para todo o sempre. 

Blanca suspirou feliz agradecendo por Fernando ainda estar preso, e que por mais que Frank tenha tentado não conseguiu ajudar o irmão e tirá-lo da cadeia, pelo simples fato de Fernando não ter se controlado controlado e voado para cima do irmão, gritando, xingando, dizendo que ia matá-lo por ser gay e conviver com um homem. Diante disso ele piorou sua situação e por melhor que for o advogado será difícil conseguir responder o processo em liberdade. 

***Boa noite** 

Candy1896: Continuando. 

Nix: Sim, com certeza 

Espero q tenham gostado do capítulo. E tô com uma fic nova Complicado Amor.