Fanfic: *Impossível Resistir* AyD - Finalizada. | Tema: Portiñon

Boaaa noite! Me desculpem a demora e vamos atualizar. ❤❤

10:00AM 

Nem acreditei quando amanheceu no dia seguinte. Eu fui surpreendida com uma linda badeja de café da manhã. Além de receber muitos beijinhos. Nós duas comemos em meio a risos, Any estava tão linda, com um brilho especial nos olhos. Por um momento fiquei perdida encarando meu dedo anular esquerdo, admirando o lindo anel de noivado e a magnífica aliança de casamento, me lembrando que agora sou casada com o amor da minha vida.

– Eu te amo... — Ela sussurrou tendo nossas bocas grudadas colocando sua mão carregando a aliança por cima da minha esquerda.

– Amo muito você minha vida. — Respondi dando beijos curtos em seus lábios que logo virou um beijo intenso, cheio de segundas intenções e pegadas.

Acabou que fizemos amor de uma forma tão romântica que acredito ter me apaixonado um pouco mais, depois fomos tomar banho. Any quis me lavar e não reclamei, amo quando ela fica assim querendo cuidar de mim, me mimar.

Em seguida se lavou e logo estávamos fora do banheiro nos vestindo. Não sem antes ela babar um pouquinho na minha barriga, a cariciando e dizendo o quanto está ansiosa pra sentir nosso filho mexer. Eu sou suspeita pra dizer o quanto achei aquela cena linda e emocionante, meus olhos rapidamente ficaram marejados. Tratei de secá-los e deixei um largo sorriso escapar quando Anahí olhou-me.

– Vocês são minha vida.

Ela disse. Suspirei mal podendo acreditar na reviravolta que minha vida deu esse ano. Quem diria que a famosinha do colégio teria olhos pra mim? Quem diria que teríamos um rolo? Quem diria que eu perderia minha virgindade com ela? Que engravidaria, que teria que enfrentar tudo o que veio depois, e que estaria casada com a garota que roubou meu coração a anos atrás??

Pois é, o destino nos prega cada uma. Já beirava quase o meio dia, e eu só desejava que o tempo parece naquele momento.

– Hey baby, vamos voltar para o hotel que tenho outra surpresa pra você. — Any disse me despertando.

– Outra amor? — Fiz biquinho vendo ela assentir.

– Sim minha esposa. E bora logo antes que sua surpresa canse de esperar.

– Nenhuma dica?

– Nã... Nenhuma. — Revirei os olhos e ela sorriu. – Prometo que você vai amar.

Todo trajeto de volta ao hotel tentei de tudo pra que ela me falasse o que era, até paguei um boquete aproveitando que estávamos numa limusine, e que com a divisória o motorista não podia nos ver, mas nem isso fez minha mulher falar. Então desisti.

Quando finalmente chegamos subimos para a suíte que Any estava ficando desde que chegou aqui. Eu só não imaginava a linda surpresa que teria ao entrar ali.

Era tio Frank. Ele, seu marido e meu priminho que aparenta ter cinco anos de vida. Não lembro se tinha mais alguém ali, só sei que corri pra abraçá-los. Tio Frank dizendo o quanto sentiu minha falta todo esse tempo que estivemos afastados, que me ama muito, e que mesmo casada, com filho a caminho eu sempre serei sua menininha.

Não consegui conter as lágrimas e chorei. De alegria, de saudade, de alívio por vê-los. De amor.

Quando me soltei dele abracei seu marido que é um amor de pessoa, depois fui agarrar e encher de beijos o lindo garotinho de cachos loiros. Olhos intensamente verdes e covinhas fofas apontando nas bochechas quando sorriu pra mim.

Quanta fofura!

Pena que a visita deles não durou muito. Tinham coisas para serem resolvidas no país que estavam vivendo. Fiquei triste, mas prometi que tanto eu quanto Any e minha mãe vamos visitá-los.

A&D

3:00PM

– Mamãe o quê aconteceu? Porquê está tão pensativa? — Perguntei vendo-a olhar sempre para um ponto qualquer do quarto e soltar um ou outro suspiro.

Depois do almoço decidi começar a arrumar as malas pra irmos embora, e tô nessa arrumação até agora. Perdi as contas das vezes que parei pra comer uma ou outra fruta e usar o banheiro.

– São só... Pensamentos querida. Ando com a cabeça cheia. — Me ofereceu um pequeno sorriso.

– Tem haver com o papai não é? — Parei de arrumar as malas e fui sentar ao seu lado.

– Toda essa situação tenho somente que agradecer a ele. Sabe bebê, nunca imaginei que Fernando chegaria a tanto, ele mostrava-se irredutível só que não imaginei que pudesse fazer o que fez. — Suspirou. – Quer saber vamos parar de falar sobre coisas que nos trás tristeza. Tudo bem entre você e Anahí?

– Tudo ótimo mamãe. — Sorrio abraçando-a de lado. – Parece um sonho, eu tô realmente casada com o amor da minha vida. — Pude senti-la acariciar minha mão esquerda e logo mais deixou um beijinho ali.

– Não posso acreditar que meu bebê cresceu, casou e que está esperando meu primeiro neto. Meu primeiro netinho Dul, me sinto ansiosa. — Ela acariciou minhas costas e deixou um beijo em meu cabelo. – Onde está Anahí?

– Disse que precisava comprar umas coisas, aproveitei e pedi que ela trouxesse pudim de amora. — Só de imaginar lambi os beiços.

– Pudim de amora? Uh só espero que ela consiga encontrar.

– Eu também... — Suspirei afagando minha barriguinha. – Tô com muito desejo.

– Filha... — Pediu mamãe mudando o tom de voz. – Sabe, eu preciso contar uma coisa.

– O que é? — Olhei-a curiosa.

– Vamos esperar Anahí voltar, assim falo uma vez só pra vocês duas.

– Opa! Será que escutei meu nome aí? — Disse minha esposa entrando no quarto carregada de sacolas. Atraindo nossa atenção. – Nossa! Pensei que nunca fosse chegar! — Deixou as coisas no chão e se jogou na cama.

– Amor você ficou a última meia hora comprando? E o quê são tudo isso? — Perguntei já fuçando uma sacola.

– Apenas algumas coisinhas pro nosso filhão vida. — Deu de ombros.

Só em uma sacola tem mais de dez bonézinhos, e não é daqueles de pano apropriado para bebês não. São bonés estilo boyzinho. Vê se eu aguento com isso?! Além de ter vários tipos de camisetas, regatinhas, calças minúsculas jeans Skinny. Skinny gente! Cês tem ideia disso?? Porque nem eu tô acreditando.

Sapatinhos gente, cada sapatinho estiloso tão lindinho. Além de ter minis jaquetinhas, cuequinhas e até cinto.

Encarei Anahí que tinha cruzado os braços atrás da cabeça de olhos fechados.

– Any eu nem tenho três meses de gestação, nosso bebê é bem pequenininho e você já me vem com tudo isso? Está se lembrando que por muito tempo Louis vai usar roupinhas de recém-nascidos? Você fez compra como se nosso filho já tivesse dois anos. — Ela sorriu quando seus lindos olhos azuis encontraram os meus.

– Baby eu sei, mas não consegui me segurar quando vi as roupinhas. E p/orra a vendedora me deu tanto mole que só faltou tirar a calcinha! — Disse de um jeito que fez ferver tudo em mim.

– Como é que é?? — Dei dois tapas estralados na barriga dela que levantou rápido se escondendo atrás de mamãe.

– Dul! Sem agressão amor por favor... — Anahí pedia tentando segurar o riso. Aquilo estava verdadeiramente me irritando.

– Meninas parem com isso.

– É a Anahí mãe. Tá vendo como ela gosta quando acontece isso! Essa sem vergonha adora ver as p/utinhas aí se jogando em cima dela. Praticamente arreganhando as pernas! — Minha vontade era ir pra cima da Anahí e enche-la de tapas.

– Dul calma filha.

– Mô é brincadeira poxa! Se tinha alguma mulher de olho em mim eu não sei, fui lá comprar umas coisas pro nosso filho, e além do mais a única que me interessa é ruiva, tem os olhos mais lindos que já vi, tá gerando o fruto do nosso amor é minha esposa. — Sorriu daquele jeito que me amolece. Any chegou mais perto selando nossos lábios, depois suas mãos desceram pra minha barriga. O lugar que mais adora acariciar depois que soube da existência de nosso filho.

– É bom mesmo. — Fiz cara de brava e senti seus lábios sobre os meus novamente. – Porque você vai acabar ficando sem p/au.

– Hum rum... E quem vai satisfazer sua vontade de fazer amor se eu ficar sem meu amigão? E por falar em vontade tá aqui seu pudim de amora amor. — Disse ela me entregando uma grande e saborosa fatia do doce, só de ver ainda na embalagem eu já imaginava que era bom. Mesmo assim não deixei de encarar Anahí querendo matá-la por falar daquela maneira na frente de mamãe, tadinha ela ficou tão vermelha que não sabia onde enfiar a cara.

– Bom, eu vou indo arrumar minhas coisas. — Minha mãe disse ao se levantar.

– Mais e aquilo que a senhora queria nos falar. — Depois de tirar da embalagem dei uma mordida gemendo em aprovação, deixei o doce no criado mudou olhando mamãe que hesitou e então relaxou os ombros voltando a sentar na cama onde eu e Any estávamos.

– Bom meninas... Anos atrás meses antes de conhecer o Fernando eu... Eu me apaixonei. Endel era um verdadeiro príncipe comigo e—

– Endel? — Disse Any interrompendo-a e franzindo a testa. – Esse é o segundo nome do meu pai.

– Sim querida eu sei. — Mamãe respondeu com um pouco de... Medo no olhar? Acho que sim, então suspirou voltando a falar. – Além de ser muito bonito. Foi com ele meu primeiro beijo, minha primeira vez. Nós falávamos em casamento, mas ele tinha um objetivo na vida que era torna-se um grande e reconhecido advogado.

– Espera aí dona Blanca, não me diga que... — Any parou de falar e eu a encarei não entendendo.

– Calma Anahí, me deixe terminar querida. Nós éramos jovens, e levados pela paixão eu acabei engravidando dele. Imaginem só uma adolescente grávida, se agora ainda é mal visto pela sociedade naquela época então... — Suspirou, eu mais que ninguém consigo entender minha mãe. Sou uma adolescente grávida também.

– Dona Blanca está me dizendo que engravidou desse Endel? — Any saiu da cama coçando a nuca inquieta. – P/orra! Meu pai pode ser o pai da Dul também?

– Quêêê? — Olhei de uma pra outra horrorizada, a única coisa que eu conseguia pensar era no Louis. No nosso filho. – Mamãe por favor... — Fui perceber que estava chorando quando senti uma lágrima rolar. – Por favor diga que não é verdade, eu não posso ser irmã do amor da minha vida.

Quatro letras nunca soaram tão ruim pra mim como pensar na possibilidade de ser irmã da Anahí. Isso só pode ser conspiração de quem deseja nossa infelicidade, o destino não pode ser tão cruel assim, não depois de tudo que passamos.

Eu estava soluçando enquanto chorava e sentir os braços da Any rodearem meu corpo, fez com que me desse mais vontade ainda de chorar.

– Baby por favor... Se acalma. O nosso filho amor. — Ela pedia tentando fazer meu choro parar, mas pude perceber como sua voz estava quebrada.

– Meninas — Mamãe fungou secando as próprias lágrimas. – Não é nada disso que estão pensando. Eu perdi o bebê que esperava do Endel, ele não soube naquela época que ia ser pai, eu escondi. Sempre escutei Endel dizer que queria ser um excelente advogado, não quis atrapalhar a vida dele e escondi que íamos ter um filho... Tínhamos combinado de ir embora juntos, no entanto, enquanto o esperava naquela estação fiquei pensando que acabaria estragando a vida dele, então decidi ir embora. Fui pra casa de uma tia no interior do México e ao chegar lá sofri um aborto espontâneo e perdi o bebê. Eu perdi nosso bebêzinho. — Tinha dor e mágoa nas palavras de mamãe. Eu a abracei chorando junto a ela, de alívio por não ser irmã da minha esposa e de solidariedade a sua dor.

– Sinto muito dona Blanca. — Disse Any.

– Tá tudo bem meninas, já passou. É só que lembrar disso ainda dói muito.

– Eu sei mãe. — Sequei suas lágrimas e ela sorriu pequeno. – Deve ser horrível perder um filho.

– Então a senhora e meu pai ainda... — Any deixou a frase vaga no ar e mamãe assentiu.

– Sim Anahí eu ainda amo seu pai e ele me confessou sentir o mesmo. Eu não sabia que Enrique e Endel eram as mesmas pessoas. Isso até ligar pra ele querendo tratar do meu divórcio e foi assim que nos reencontramos.

– Espero sinceramente que se acertem. — Disse Any abraçando-me por trás, depois de voltar pra cama. – Papai merece alguém melhor que Marichello.

Depois de saber daquela história nós entramos em outro assunto, esquecendo um pouco digamos assim o que estávamos falando antes, porque descobrir que sua mãe e o pai da sua esposa já foram um casal e ainda se amam, é um tanto estranho.

Estranho, mas não estranho ruim. Apenas estranho de oh meu sogro é meu futuro padrasto. Tipo assim bem estranho mesmo.

A&D

Algumas horas mais tarde estávamos voltando ao México, eu, Any, mamãe, Chris e Eiza. Não sei como, mas quando acordei no dia seguinte estava deitada na espaçosa cama da Anahí no apartamento dela. O qual posso dizer que acomodaria sem problemas uma família de quatro pessoas.

– Acordou amor. — Any sorriu amorosa selando nossos lábios.

– Oi vida... – Bocejei coçando os olhos e pude escutar a risada abafada da Any, por estar com o rosto enfiado em meu pescoço.

– Como minha garota acorda manhosa meu Deus. — Seus beijos desceram e tive que me segurar quando os lábios dela passaram por meus seios, esses que rapidamente ficaram eriçados. E tão logo tomaram caminho pra onde eu sabia que ela iria ir. Minha barriga. – Bom dia filho. Mamãe te ama campeão.

Any deixou beijos ali, levantou minha blusinha de dormir e voltar a beijar, sussurrando que está ansiosa por vê-lo.

– Amor cadê minha mãe? — Perguntei enquanto acariciava seu cabelo.

– Tá instalada no quarto no final do corredor baby, ela vai ficar aqui com a gente.

– Obrigada amor, não sabe o quanto me sinto grata por isso. — Anahí ergueu o corpo se afastando o suficiente pra conseguir me olhar nos olhos.

– Não tem nada que agradecer baby, nós somos casadas. O que é meu é seu e sua mãe também é minha família.

Suspirei mordendo o lábio inferior.

– Somos casadas.

– Sim senhora Portilla — Anahí sorriu, segurou minhas mãos deixando beijos nelas em seguida. – Casadíssimas e grávidas.

A&D

Três dias depois de termos voltado para o México retomei a rotina de ir para o colégio. Mani, Taylor, Ana Brenda e Maite ficaram malucas e eufóricas pra que eu contasse em riqueza de detalhes como tudo tinha sido, apesar de terem recebido o vídeo. Áaron e Demi nos parabenizaram, enquanto Dinah enchia o saco da Any querendo saber o que rolou na nossa lua-de-mel, Dinah sendo Dinah.

Voltando ao colégio fui o comentário de todos e tendo que escutar certas coisas que me irritaram, mas eu não posso desistir faltando tão pouco pra acabar. Já que só entrarei na faculdade depois que o Louis nascer, e não tiver mais mamando.

Ao menos aquela insuportável da Angelique foi embora do colégio, e a tira colo levou Zac Efron com ela. 

No caminho de volta para o nosso apartamento. Uh é tão estranho dizer isso, mas Any vive me falando que o que é dela é meu assim como tudo o que tem é do Louis. Enfim, quando chegamos ao apartamento fomos surpreendidas por seu Enrique, o qual retornou ao México fazia pouco mais de duas semanas, e pelo que soube por mamãe eles ainda não haviam conversado nada pessoalmente.

Meu sogro estava parado em frente ao prédio do apartamento acompanhado de uma mulher, muito bonita e muito bem vestida. Não sei porque por um momento ela me lembrou a Any.

– Como vai filha? — Ele disse simpático cumprimentando minha mulher. – E você Dul como tem passado? Meu neto tá dando muito trabalho? — Sorriu e não pude evitar a vontade de abraçá-lo. Foi como se de alguma maneira eu tivesse encontrado nele um segundo pai. Talvez seja por nos aceitar ou aceitar nosso filho, mas seu Enrique é um homem admirável.

– Bem obrigada. — Sorrio e meus olhos caem na mulher que nos olha curiosa.

– Bom essa é Jennifer Aniston uma pessoa que fez parte do meu passado. E nós precisamos falar de um assunto muito sério com você Anahí.

– Qual é pai? Eu não fiz nada, o senhor sabe que nunca mais aprontei, ainda mais agora que vou ser mãe.

– Não é nada disso filha, nas o assunto envolve você sim.

– Ok, vamos entrar então. — Any disse e seguimos caminho pra dentro do prédio, e direção ao elevador até o sexto andar.

Alguns minutos depois já estávamos adentrando o apê, Any ofereceu o sofá para meu sogro e a mulher e sentou também, eu me preparava pra ir para o quarto, querendo dar privacidade aos três, porém Anahí não deixou puxando-me para seu colo. Corei pelo ato dela por não estarmos sozinhas.

– Aonde ia baby? — Sussurrou beijando meu pescoço.

– Pro quarto amor, não quero parecer enxerida. Vocês precisam de privacidade.

– Nada disso. Quero que você fique aqui.

– Tudo bem. — Assinto sentindo suas mãos irem parar na minha barriga.

Levou um tempinho até meu sogro começar a falar, disse da época que conheceu minha mãe até chegar em dona Marichello. Passou a contar como foi a vida deles, da gravidez, da maneira que Marichello agia, de quando conheceu Jennifer e passou a se envolver com ela.

Então comecei a sentir Any tensa e suas mãos que estavam em minha barriga, agora tinham perdido a força e escorregado para baixo. Assim que Jennifer passou a dar continuidade a história, mas foi interrompida por Any quando de repente levantou.

– Espera! O quê essa mulher tá me dizendo pai?! Marichello não é minha mãe é isso? Por que me esconderam e quem é minha verdadeira mãe?! — Any tinha o rosto vermelho e eu sabia que estava muito p/uta.

– Ana se você se acalmar nós podemos explicar tudo.

– Ok! — Any cruzou os braços. – Sou toda ouvidos.

– Quando descobri que estava grávida foi o dia mais feliz da minha vida, eu sabia que uma vidinha crescendo dentro de mim seria tudo o que eu teria, o fruto do amor que senti por Enrique. Eu queria tanto o meu bebê Anahí mais tanto... — O sorriso que ela tinha nos lábios murchou. – Só que infelizmente fui obrigada a conviver com a ausência do meu filho, e com a dor que tomou conta de mim.

– Se vocês não sabem quem é minha verdadeira mãe, porque eu tenho que ficar aqui e escutar essa história? Olha dona Aniston — Any descruzou os braços e já não parecia tão irritada assim. – Sinto muito, sinto muito mesmo. Eu e minha mulher passamos por uma situação horrível que colocou a vida do nosso filho em risco, mas graças a Deus tudo saiu bem e o culpado está pagando por isso. — Tinha ódio em suas palavras.

– Ana querida, deixe a Jennifer terminar sim?

– O quê mais precisa ser dito pai? Queria poder ajudá-la, sei lá, contribuir na procura do seu filho, mas sinto muito não posso fazer nada.

– Sim Anahí, você pode. — Jennifer disse aproximando-se da minha esposa e tocando-lhe o rosto, Any enrugou a testa estranhando eu também estranhei e muito, porém não se afastou.

– Como?

– Eu acreditei desde quando o tinha na barriga que meu bebê fosse um menino, no entanto, depois de anos procurando apenas agora 18 anos depois fui capaz de conseguir encontrar a vidinha que gerei.

– O quê está me dizendo dona Aniston? Seu bebê é uma menina então?

– Meu bebê Anahí nasceu uma criança intersexual. — Cobri a boca com as mãos não acreditando naquilo, olhei minha mulher e ela estava paralisada, acho eu que também sem acreditar. Não consegui tomar outra atitude que não fosse abraçá-la. Demorou alguns segundos até Any retribuir enfiando o rosto na curva do meu pescoço, enquanto eu já podia sentir suas lágrimas.

– Você é o meu bebê que eu procurei durante esses anos Anahí. — Jennifer continuava falando, sua voz carregada de tristeza. – Quando dei a luz Marichello parecia ter tudo arquitetado e roubou você de mim, ela queria me ver sofrer, causar dor por ter perdido o bebê que esperava e por ter me envolvido com o marido dela. Eu sofri anos procurando por você, e só agora com a ajuda de um excelente detetive consegui êxito, ele encontrou a enfermeira que ajudou nessa crueldade, tem pessoas que fazem tudo por dinheiro com Kendall não foi diferente. — Jennifer secou uma lágrima e acariciou o cabelo da Any que me apertou mais forte. – Minha filha... Eu amo tanto você meu amor, queria ter feito parte da sua vida desde sempre, tantos anos perdidos. Agora te encontrei e tive a linda surpresa de saber que serei vovó, mal posso acreditar.

Ela deixou escapar um sorriso em meio ao choro e aquilo aqueceu meu coração. Agora mais do que nunca entendo a Jennifer, nem em sonhos me imagino longe do meu bebê. Louis é minha vida.

– Sei que não vai ser fácil me aceitar e nem me ver como mãe, mas eu ficaria imensamente feliz Anahí se você conversasse comigo. Tenho tanto pra te falar meu amor. Eu quero... Sei lá, poder ser sua amiga. Entendo que apesar de tudo você ainda veja Marichello como sua mãe, afinal de contas ela te criou junto ao Enrique. Não esqueça, não esqueça nunca que eu te amo meu bebê.

Então Jennifer se afastou e depois de me oferecer um pequeno sorriso foi caminhando em direção a porta. Pronta para ir embora. É nesse momento que dona Marichello chega e paralisa ao ver Jennifer ali.

– Como ousa aparecer na minha frente outra vez depois de todos esses anos?!

– Como você ousou roubar minha filha!! — Jennifer não esperou mais nada acertou um tremendo tapa na cara da minha “sogra”.

– V/agabunda!! — Marichello gritou pronta pra revidar, mas Any que em fração de segundos se soltou de mim não deixou. Ela estava segurando a mão da mulher que acreditou desde pequena ser sua mãe com raiva e decepção.

– Não vai bater nela Marichello!

– E o quê pensa em fazer garota insolente?! Me bater? Eu que criei você como uma filha, te dei tudo que sempre quis, roupas caras, sapatos, carro, viagens, colégios particulares, você viveu como uma princesa Anahí. Do quê está reclamando agora??

– Da única coisa que você que é seca por dentro não foi capaz de me dar. Amor Marichello! Será que consegue imaginar o que é isso?! Amor c/aralho! Você nunca foi capaz de demonstrar o mínimo que fosse, nem pra imaginar que no meu lugar era o bebê que você perdeu. — Any tinha o rosto todo vermelho, e eu sabia que ela estava uma bagunça completa.

– Nunca! Meu bebê não era isso que você é. Tenho certeza que ele seria saudável e lindo. — Por mais fria que fosse até Marichello estava chorando. – Não venha reclamar falta de amor apenas de mim, seu papaizinho querido não é flor que se cheire não. Enrique foi negligente com a filhinha dele por muito tempo.

Jennifer encarou seu Enrique de olhos arregalados. Talvez porque não soubesse dessa importante informação.

– Como é que é?? Por quê fez isso Enrique??

– Me perdoe Jennifer, vou me arrepender a vida toda por isso. Me deixei levar pela influência que Marichello tinha sobre mim, eu não entendia porque ela sempre preferia trabalhar fora do México, mas agora tudo faz sentido. Era pra me manter longe da filha que tive com outra mulher.

– Era mesmo, ao menos tive o prazer de saber que você estava sofrendo Jennifer. Roubei seu bebê porque não suportaria pensar que carregaria em seus braços o filho do Enrique que eu não consegui carregar.

– Você é desprezível Marichello. Sinto em te informar que consegui reunir todas as provas necessárias. E você tem pouquíssimos dias de liberdade, vai pagar por ter roubado minha filha na cadeia!! Pelo resto da sua vida!!

Não consegui decifrar a expressão de Marichello, ela se soltou de Any e caminhou até estar frente a frente com meu sogro. Eu estava parada ao lado dele e só de sentir a presença dela me causou arrepios.

– Você deve estar feliz por isso não é?! — Gritou esmurrando o peitoral do marido. – Vocês todos! Eu odeio cada um de vocês e sinto por você e sua esposinha Anahí! — Olhei dona Marichello sem entender percebendo a mesma confusão nos olhos da Any.

– Do quê está falando? — Any perguntou.

– Disso aqui!! — Tudo parecia ter acontecido em câmera lenta, eu senti que alguma coisa iria acontecer e tentei sair, mas acabei sendo puxada por trás pela dona Marichello e fui arremessada sobre a mesa de centro que é feita de vidro.

Escutei os gritos da Any, meu sogro brigando com a mulher e Jennifer com a voz desesperada chamando uma ambulância. A dor era quase insuportável e eu podia sentir o vidro cravado na carne da minha barriga. Eu não sabia se chorava ou gritava, estava difícil aguentar.

– Dul! Dul amor por favor fica acordada! Fica acordada minha vida. — Any estava chorando. Ela ergueu meu corpo apoiando-me no seu.

– L-louis... Any o Louis... — Eu pedia chorando e tendo certeza que estava tendo sangramento.

– Fica calma Dul... Vai ficar tudo bem.

– Não é justo A-any... E-ele não tem culpa. Não posso perder nosso filho. — As minhas lágrimas se misturaram com as dela quando encostou seus lábios nos meus. A única coisa que eu pedia a Deus era que não tirasse Louis de nós.