Fanfics Brasil - É no mínimo triste aceitar que um erro previsível tenha sido cometido no intuito de evitá-lo O safado do 105 (ADAPTADA)

Fanfic: O safado do 105 (ADAPTADA) | Tema: Rebelde


Capítulo: É no mínimo triste aceitar que um erro previsível tenha sido cometido no intuito de evitá-lo

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– Vamos tomar um pouco de vinho? – sugeri baixinho. Não tínhamos conseguido sair do lugar;
nossos beijos trocados eram bons demais para serem ignorados.



– Preciso me lavar antes, está bem?



Olhamos juntos para o que havia entre suas pernas. Aquilo ali estava uma meleca. Eu tinha uma mão suja também, por isso fui me levantando devagar, apoiando-me com a outra.



– Fica a vontade, Calvin.



O maldito sorriu e foi se levantando do tapete também. Peguei o vinho, percebendo que ainda
estava frio – Calvin provavelmente tinha o retirado do congelador antes de vir –, e fui à cozinha. Lavei minhas mãos e a boca por lá mesmo. Peguei duas taças e enchi o balde de gelo, socando a garrafa dentro dele.



Calvin apareceu na cozinha quando eu estava tentando abrir o vinho com o saca-rolha. Desfilou seu corpo nu (nem tanto, se a gente contar com a corrente de prata) delicioso até chegar bem perto. Eu estava tão embriagada (e nem tinha bebido ainda) pelo seu perfume, que só notei que esteve ausente quando o senti em cheio novamente.



– Permita-me, vizinha linda...



Entreguei-o a garrafa, e ele a abriu em menos de um minuto. Sacanagem! Serviu-nos nas taças com aquele charme todo de cozinheiro experiente, depois me ofereceu uma delas. Fizemos um pequeno e silencioso brinde antes de darmos o primeiro gole.
Seus olhos não largaram os meus, de tal forma que comecei a me sentir intimidada. Calvin deve ter percebido a minha total vergonha, pois sorriu e largou a taça em cima da mesa da cozinha. Pegou a minha sem pedir licença e fez o mesmo. Mariah Carey gemia que daria qualquer coisa pelo amor de alguém naquela noite.



Não soube onde colocar as mãos até que sua altura se colocou bem na minha frente, e me vi as apoiando em seus ombros largos, masculinos. As mãos dele circularam a minha cintura. O meu robe ainda estava aberto, exibindo o conjunto azul-marinho.
Olhando-o de perto, percebi marcas de batom pink em seu rosto e na altura do peitoral. No
início, achei que estivesse machucado, mas era só o batom mesmo. Sorri.



– Nunca te disse o quanto te acho linda, Dulce. Devo pedir desculpas por isso. – Colocou mais
força em seu toque. – Cometi um pecado enorme, e só me dei conta quando você abriu aquela porta. Fiquei mais envergonhada ainda. Veja bem, muitos homens já exaltaram a minha beleza (que considero simples, conquistada apenas na fase adulta, já que fui uma adolescente muito magra e cheia de espinhas), mas nenhum deles me fez ficar tão sem reação diante do elogio. Não era por falta de costume ou autoestima, era alguma coisa em seus olhos que me fazia ser uma Dulce diferente.



– Eu também te acho lindo, e nunca te falei. – Calvin sorriu amplamente. – Mas você não precisa que eu diga o que já sabe, não é?



– Qualquer elogio saindo de sua boca é uma honra, vizinha. Mas me dê licença, quem está
elogiando sou eu, e não terminei. – Riu de leve. Acompanhei-o.
Suas mãos subiram pelos meus seios e pararam no pescoço, apoiando a base do meu rosto.
Depois, uma delas alisou as mechas dos meus cabelos que estavam para frente. Seu olhar era de verdadeiro vislumbre e... Puta merda, ele estava me estragando para vida toda.



– Você é mais do que linda. Por algum motivo que desconheço, a vida achou que eu merecia
conhecer o que há por dentro e por fora dessa mulher incrível que você é. Estou muito feliz por ter te conhecido, e mais ainda por poder te chamar de amiga. Depois desta noite, claro. – Revirou os olhos. De repente, senti-me frustrada. Não gostei da palavra amiga saindo de sua boca. Calvin e amizade me pareceram opostos que, definitivamente, não se atraem. – Não costumo prometer nada a ninguém, mas eu prometo, Dulce, que vou ser um bom amigo para você.



Ele sorriu, mas eu não o acompanhei. A frustração me atingiu a tal ponto que me afastei um
pouco para pegar a minha taça. Calvin voltou a me tocar, desta vez lateralmente. Suas mãos
escorreram pelos meus ombros, fazendo o robe descer até parar na metade dos meus braços arqueados.



Tomei um gole enorme do vinho, e ele se curvou para beijar o topo da minha coluna.
Suspirei de decepção e desejo, tudo ao mesmo tempo. Calvin continuou me beijando a pele, até que percebeu o meu silêncio esquisito. Já eu, só conseguia me perguntar em que planeta encontraria outro homem como ele para chamar de meu.



– O que houve, vizinha?



– Preciso te mostrar uma coisa – falei, meio sem pensar. Só queria esquecer e parar de temer os rumos torturantes seguidos pela minha consciência (que naquela altura me parecia uma inconsciência, pois não dava para acreditar que estava sóbria ao imaginar tanta baboseira). – Vem comigo.



Tomamos o restante do conteúdo das nossas taças antes de seguirmos para o meu quarto. Calvin veio logo atrás, grudando seu corpo em mim, mas percebi que estacou quando liguei as luzes e entramos. Seu olhar parou exatamente no que eu queria lhe mostrar: a parede da Clarice Lispector.



– O que achou? – Apontei para ela, percebendo que a confusão de frases até que estava
organizada. A minha letra sempre foi redondinha, o que facilitava bastante. Também tentei abafar o azul predominante com um pouco de preto, vermelho e verde (únicas cores que encontrei na papelaria ao lado da empresa onde trabalho).



Calvin nada respondeu. Passou por mim e atravessou o quarto como se seu corpo tivesse se
transformado em um ímã que o atraía na direção da parede. Sorri um pouco ao conferir sua bunda linda exposta. Ele não parecia nem um pouco envergonhado pela nudez.



Percebi suas mãos acompanhando a minha letra. Vasculhou tudo. Acredito que leu todas as
frases escritas, alisando a parede e refletindo. Quero dizer, ele pareceu ter entrado em um estado dereflexão profunda.



Sentei-me na cama, aguardando suas reações. Demoraram uns dois minutos, mas vieram. Calvin se virou para me olhar, e logo seus olhos analisaram o meu corpo. Prendeu os lábios.



– Você quer me matar – rosnou como se sentisse verdadeira dor. – Dulce... – Deu dois passos e me empurrou contra a cama, envolvendo seus braços e pernas em mim de um jeito louco. – Isso... Argh!



Acho que a sua incapacidade de falar o irritou. Foi melhor para mim, por incrível que pareça.
Calvin começou a me beijar com selvageria. As mãos decididas tiraram o meu robe e arrancaram o meu sutiã em dois tempos (para mim, pareceu apenas um). Uma boca nervosa tomou os meus seios apressadamente, e a chama que já estava acesa dentro de mim virou incêndio.



– Gostosa... gostosa... – murmurou repetidas vezes, puxando meus cabelos, explorando-me,
beijando-me em tantos lugares que, antes mesmo de alcançar a minha boca de novo, já me encontrava sem fôlego.



Seus quadris pressionados entre as minhas pernas me impediam de fechá-las. E as coisas
pioraram quando uma mão tomou a minha calcinha para si. Senti dedos experientes estimularem o meu c/litóris com rapidez (loucos de pressa), e meus gemidos, outrora discretos, se tornaram quase gritos.



Calvin não parou por nada. Continuou me beijando, um pouco inclinado para me fazer pirar
diante de seu toque. Estava disposto a ir até o fim; a constância de seus movimentos, misturados com a precisão e velocidade ideal, me fez g/ozar ruidosamente. Soltei espasmos loucos que me levaram à Nárnia sem precisar de um armário.



Ele continuou me estimulando, mesmo meu corpo implorando para que parasse. Pensei em pedir socorro, mas a ideia soou muito ridícula, por isso apenas gritei coisas ininteligíveis. O maldito não ligou para o meu desespero; ignorou as minhas pernas querendo fechar e as minhas unhas fincadas em sua pele, provocando-lhe dor como forma de ameaça para que me largasse. Calvin não quis saber.



Seu corpo se inclinou um pouco mais para o lado. A boca continuou na minha, e só a largou
quando decidiu descer para os meus seios. Tentei encontrar ar, mas foi difícil mesmo com seu
afastamento. Calvin não desistiu até me ouvir g/ozando de novo, intensamente. Mais uma vez,
surpreendi-me com o curto espaço de tempo entre os meus orgasmos.



O segundo foi ainda mais louco. Meu corpo o expulsou com desespero, e finalmente aquele
homem mostrou um pouco de piedade. De novo, Calvin me deixou absolutamente morta já no início. E ele sequer tinha tirado a minha calcinha. É fogo!



– Seus gemidos são como música para os meus ouvidos, Raissa – falou seriamente, encarando me com olhos desejosos. – Perco o controle... Saio de mim.



Se ele perdia o controle, eu perdia toda a minha identidade (CPF, certidão de nascimento e
habilitação também, porque, sério, não me sobrava nem um nome). A minha melhor opção era tentar retomar o controle da situação. Se eu desistisse e me entregasse como das outras vezes, sabia que me sentiria perdida o tempo todo. Não que fosse algo ruim, mas aquela noite precisava ser diferente. Eu estava disposta a fazer a diferença.



Foi por isso que o empurrei contra a minha cama. Surpreso, Calvin caiu meio sem jeito e soltou
um rosnadinho quando me viu em cima do seu corpo novamente. Percebi que o seu p;ênis já tinha voltado a ficar duro (esse safado é um incansável mesmo...), e comecei a esfregar a minha calcinha nele. A atitude me fez ter certeza de onde eu queria g/ozar. Acho que também estava me tornando uma pessoa incansável.



Inclinei-me para lhe sussurrar no ouvido:



– Seus dedos são extraordinários, Calvin, mas eu te quero em mim, agora.



Ouvi seu riso e fui conferi-lo. Sorria com o modo safado bem ativado. Sorri também, e me
ajoelhei na cama. Fui retirando a minha calcinha lentamente, observando seu p/au grande ficar ainda maior diante da exposição.



Lembrei-me da nossa proteção, por isso caminhei até o meu armário para buscar alguns
preservativos. Joguei-os na cama, sob o olhar divertido do Calvin, ficando com apenas um.



– Mulher prevenida... – brincou, e sorri como resposta.



Realmente, mantenho-me prevenida desde que iniciei a minha vida sexual. Meus pais sempre
foram neuróticos com a ideia de ter filhas mulheres; soltavam tantas recomendações e alertas que o meu maior medo era decepcioná-los com uma gravidez indesejada (acho que a Sara não teve o mesmo medo que eu).



– Sempre. – Rasguei a embalagem do preservativo e me ajoelhei na cama. Estimulei o Calvin
com as mãos durante algum tempo antes de vesti-lo.
Tinha noção de seu olhar observando meus movimentos, mas só o olhei quando montei
novamente em seu corpo. Estava sorridente, e tinha depositado as mãos por trás da cabeça, deixando claro que não interferiria. Adorei!



Minha empolgação foi tanta que fiz nossos sexos se encontrarem. Ainda o aticei um pouquinho
antes de, ajudando com uma mão, fazê-lo me penetrar profundamente. Vi seu sorriso se transformar em uma careta desejosa, e sua língua umedecer os lábios. Depois, simplesmente fechei os meus olhos, concentrando-me nas sensações.



Tê-lo completamente em mim chegava a ser covardia de tão bom que era. Minha v/agina estava muito lubrificada, portanto não senti dificuldade em recebê-lo. Seu pau firme encontrou algum ponto dentro de mim que me fez gemer alto após o primeiro retrocesso. Quando afundou de novo, atingiu novamente a raiz de toda a minha excitação, despertando a mulher decidida e louca que havia em algum lugar dentro de mim.



Apoiei os meus pés no colchão e me ergui, agachando-me sobre ele. Procurei por mais algum
apoio, encontrando-o em suas coxas malhadas. Meu corpo se projetou para trás, e só então reabri os olhos: Calvin acompanhava tudo, porém seus braços haviam se esticado para os lados, mantendo-se abertos para me receberem.



Continuei com o movimento, sentindo seu corpo tremer e soltar espasmos bem como o meu.
Calvin fechou os olhos e entreabriu os lábios, gemendo baixo. Aquilo só me incitou a ir mais rápido. A cada choque, sentia o meu corpo reagindo de um modo diferente. Era muito tesão. Fora do comum. Sério, nunca havia me sentido tão repleta. Nunca o movimento da entrega foi tão perfeito; era uma perfeição constante, que me empurrava para um orgasmo como um trator empurrando entulhos. Não tinha como recuar. Gemi muito, e alto.



A cama chacoalhava bastante, fazendo a parede da Clarice tremer. Passei a rebolar lentamente quando percebi o meu êxtase. Queria adiar o momento ao máximo. A sorte de toda mulher é conseguiratingir vários orgasmos durante uma relação, mas eu queria dar mais importância àquele. Seria um clímax vitorioso. O primeiro provocado e controlado unicamente por mim.



– Rebola essa b/oceta no meu p/au... – Calvin murmurou sofregamente. – Assim, gostosa... Assim você me mata.



Acelerei um pouco o movimento circular do meu quadril.



– Vou g/ozar gostoso nele! – avisei em meio a gemidos. – Seu p/au é uma delícia, Calvin.
Sempre fui meio envergonhada para falar durante uma transa, mas naquele instante não liguei.
Ele parecia tão à vontade que não fazer parte da putaria toda era uma grande besteira. Eu tinha mais era que entrar na onda.



– C/aralho, Dulce... – gemeu, e retomei o entra e sai na maior velocidade que pude. Calvin
ergueu os braços para me tocar, porém desistiu no último segundo.
Em vez disso, apoiou-se nos cotovelos, erguendo-se um pouco só para acompanhar melhor
nossos sexos se chocando. Sua impaciência se tornou evidente depois de alguns minutos; Calvin começou a chacoalhar o quadril com força, até me fazer parar de mexer.



Fechei os olhos e me curvei mais ainda para trás, gemendo alto por causa da delícia que era a
sua invasão. Ele não parou. Continuou se balançando, afundando dentro de mim, e me senti tão repleta que sabia que chegaria rápido.



– Vou g/ozar! – gritei alto, como se estivesse avisando que uma bomba iria explodir (no caso,
meu corpo era a bomba, e o dele, Hiroshima).



Senti o meu sexo vibrar de um jeito estranho, prevendo um orgasmo muito intenso. Abri os
olhos e o encarei ferozmente, recebendo seu olhar felino de volta. Meus sentidos se entregaram completamente a todas as emoções, e finalmente me deixei explodir sem nenhum freio.



Gritei alto, absorvendo as sensações maravilhosas. Sério, aquele orgasmo superou qualquer
outro. Um espasmo sinistro atravessou a minha alma e me fez retesar involuntariamente, fazendo nossos sexos se desencaixarem. Simplesmente pirei quando senti uma bela quantidade de um líquido transparente sair de mim e atingir o abdômen perfeito do Calvin.



Fiquei assustada, mas o êxtase prolongado ainda acontecia, fazendo-me expelir mais daquele
líquido. Calvin parou tudo para me observar, completamente estupefato. Minha respiração continuou ofegante enquanto eu tentava entender o que havia acabado de acontecer.



Para mim, ejaculação feminina só acontecia em filmes pornôs (até tentei achar uma câmera nas paredes do meu quarto, mas claro que não encontrei nada). Senti-me tão molenga e arrasada que tombei para o lado, absolutamente sem forças.



Calvin se sentou na cama e passou as mãos pelo corpo, espalhando o meu g/ozo ainda mais. Por fim, encarou-me. Balançou a cabeça, sem acreditar. A seriedade não deixou suas expressões nem mesmo quando me puxou para si, fazendo-me sentar ao seu redor. Deixei meu corpo abatido ser levado.



Seu rosto parou a centímetros do meu.



– Puta que p/ariu – falou pausadamente, muito sério. Shania Twain começou a cantar no som da sala; uma música romântica que me fez estremecer. – Dulce... Uau! – Arfou. Apertou meus cabelos e juntou nossos narizes. Começou a rir. – Não sei o que dizer... Isso foi...



Que ótimo! Ele não era o único a não encontrar palavras. Meu cérebro ainda tentava acreditar no ocorrido.


– Não diga nada. Só provei o quanto te desejo, Calvin... – falei por falar, talvez induzida pela
música.



Ele me olhou demoradamente, muito de perto. Era mágico observá-lo daquele modo. Suas
perfeições ficavam ainda mais evidentes.



– Tem certeza de que é isso o que quer? – perguntou.



Soltei um longo suspiro. Sabia do que estava falando, mas decidi fingir que não.



– O quê?



– Quer abrir mão de nós? Desse desejo? P/orra, Dulce, eu... – Segurou os meus cabelos com mais força. Riu de leve. Só tentava ignorar o seu p/au ainda duro roçando a minha pele. – Eu... – Calvin desviou o rosto, olhando para a parede da Clarice além de mim. – Talvez eu saiba o nome do que desejo agora.



Nem precisei olhar para trás; sabia qual frase o Calvin tinha lido. Pensei mil vezes antes de
responder qualquer coisa. Ele utilizou aquele tempo para me abraçar e beijar ferozmente, e eu me tornei a maldita marionete de novo. Estava ainda mais cansada, porém jamais ficaria pronta para parar. Pelo menos não enquanto ele fosse capaz de reacender a minha chama.



Livrei meus lábios dos dele quando tomei uma decisão. Nem me pergunte como consegui ser tão racional. Talvez tenha sido apenas o meu instinto de autopreservação.



– Tenho certeza, Calvin. Ainda busco o nome do que desejo, e não é deste modo que irei
encontrar. Só depois que falei me dei conta do quanto tinha sido grossa. Arrependi-me. Havia outras formas de dizer que transar com ele sem compromisso não me levaria adiante em nenhum âmbito da minha vida. Muito pelo contrário, continuar me envolvendo só traria dor e decepção, um retrocesso que não enchia a minha vista.



Calvin apenas aquiesceu, mostrando pura compreensão. Não pareceu chateado, mas já era tarde: eu já estava chateada comigo mesma.



– Talvez eu só esteja tentando me livrar de mais um adeus – ele disse, e sorriu. Sério, Calvin
devia parar de sorrir sem motivo. É desconcertante.



– Continuarei bem aqui... Não vou a lugar algum. Não é um adeus, é apenas um modo de...



– Eu sei – interrompeu-me. – Desculpa, Dulce, não quero perder tempo. Se essa noite é a última, então não quero desperdiçar nem um segundo. Meu p/au ainda quer a sua b/oceta... Agora, mais do que nunca.



Sorri. Arfei. Sorri de novo. Eram muitas emoções para serem carregadas por um só coração.


 



– Concordo...
Calvin me beijou docemente, abusando da experiência de seus lábios. Foi se levantando da
cama, e me levando junto. Não entendi o que queria. Achei que fôssemos voltar para sala, mas ele começou a, ainda me beijando, empurrar-me para trás. Segui aquele rumo, meio cambaleante.



– Vou te fo/der nesta parede, Dulce... – Empurrou-me contra ela, imprensando-me com seu
corpo. Fiquei sem saída. Encurralada entre Clarice Lispector e Calvin Klein.



Suas mãos obrigaram as minhas pernas a se erguerem. Pendurei-me em seu corpo, fechei os
olhos e esperei. A parede fria provocou arrepios na minha pele e, combinando com o corpo quente daquele homem, foi um verdadeiro choque térmico.



Calvin me penetrou com força, provocando-me um gemido profundo. Meu corpo cansado cedeu à sua invasão. Entreguei-me plenamente, joguei toda a responsabilidade em suas mãos. Ou melhor, nos seus braços, que apoiaram as minhas pernas e as mantiveram no lugar sem parecer fazer esforço.



Ocupei o lugar da cama; em vez dela, foi o meu corpo que se chocou contra a parede, embora
com bem menos violência. Calvin ofegava, rosnada e gemia; seus músculos trabalharam até lhe fazer suar bastante. Amei de verdade acompanhar o seu corpo esquentando e as gotas de suor de prazer surgindo do nada.



Sentia muito prazer, porém a exaustão não me permitiu chegar a um orgasmo. Fiquei
preocupada apenas em observá-lo, senti-lo, acompanhá-lo. Ver o Calvin tão disposto e ativo era estupendo. Uma grande parte de mim se deu conta de que jamais esqueceria aquela noite. Não importa o que acontecesse, seria impossível arrancar do meu peito os vestígios da nossa entrega.



Depois de longos minutos, Calvin me pôs de volta no chão. Pensei que me daria algum tipo de
trégua, mas é claro que eu não podia esperar por algo assim vindo dele. Estava quase erguendo uma bandeira branca quando tive o meu corpo girado em cento e oitenta graus.


Meus seios se encostaram à parede, e um pênis duro voltou a me penetrar.
Meus cabelos foram puxados para trás até me fazer apoiar em um peitoral definido. Espalmei a
parede com as duas mãos, e as dele envolveram as minhas com suavidade. Calvin diminuiu o ritmo. Minha coluna se grudou ao seu corpo grande, e me vi lendo a frase que tinha ficado longe do meu campo de visão minutos antes.



“Estou melancólica porque estou feliz. Não é paradoxo. Depois do ato do amor não dá uma
certa melancolia? A da plenitude.” C.L.



Sequer havia entendido a frase quando a escrevi ali, mas a maldita acabou fazendo mais sentido do que eu gostaria. Sentia-me melancólica diante da felicidade limitada – porém tão plena quanto qualquer outra – que era ser dele durante o suspiro de uma noite.



Quase não acreditei quando ouvi sua voz doce sussurrar a mesma frase no meu ouvido. Meus
olhos se encheram de lágrimas involuntariamente, isso sem contar com os arrepios que atravessaram o meu corpo.



Calvin puxou a minha perna esquerda, erguendo-a lateralmente. Continuou em um ritmo calmo,
e senti frio quando nossos corpos precisaram se afastar um pouco. Ele logo tratou de aplacá-lo; uniunos novamente, colocando um braço por frente da minha perna erguida, a fim de me estimular.



Gemi, fechei os olhos, engoli o choro e tornei a apoiar a cabeça em seu peito. Era oficial: meu
desejo havia ultrapassado o cansaço físico. Fui reacendida. Estava pronta para explodir.
O safado voltou a acelerar o ritmo. Incansável. O cara era incrivelmente incansável. Comecei a
gozar em silêncio, sem provocar alardes. Foi uma explosão sutil, amena, porém devastou os meus sentidos do mesmo jeito. Calvin percebeu meu êxtase por causa do meu sexo querendo expulsá-lo, mas ao mesmo tempo implorando pela invasão.



De repente, ele rosnou e me empurrou contra a parede totalmente. Meu rosto colou na frase lida, e Calvin parou qualquer movimento, mantendo-se dentro de mim. Seu corpo trêmulo indicou que estava em pleno clímax.



– “Milhares de pessoas não têm coragem de pelo menos prolongar-se um pouco mais nessa coisa desconhecida que é sentir-se feliz” – falou aos murmúrios, depois que seu corpo parou de soltar espasmos contra o meu.



Continuamos na mesma posição.



– Talvez eu seja apenas isso: uma covarde – respondi, resfolegante.



– Então somos dois, Dulce. – Ele nos desencaixou devagar. Distanciou-se muito depressa. Ainda fiquei colada à parede por alguns instantes, esperando pelo seu retorno. Não veio.
Nem sei como continuei de pé. Só sei que observei o Calvin retirar o preservativo recheado com o seu sêmen. Saiu do quarto sem olhar para trás. Aquele distanciamento repentino me incomodou muito.



Acabei voltando para a cozinha. O gelo do vinho estava quase todo derretido, mas o conteúdo da garrafa se manteve gelado. Enchi a minha taça quase até a borda, e virei tudo em poucos goles. O vinho era bom e suave, facilitando o meu ato desesperado.



Ouvi a porta da frente abrindo e fechando com violência. Tomei um susto. Na moral... Ninguém
faz ideia de como o meu coração ficou com aquela atitude dele. Ser abandonada durante aquela noite não estava em meus planos. Aliás, eu precisava redefinir melhor os meus planos, já que dar com certeza não era o único.



Senti vontade de cair no choro, mas me segurei. Mantive-me firme naquele estado de quase
desespero; em que apenas há soluços, mas não há lágrimas. A destruição prevista pela minha razão aconteceu mais cedo. E eu nem sabia por que. Também, não me interessava. Não tentaria compreender o Calvin. Seu abandono me provocou unicamente a tristeza, e quando ela se apossa de um corpo inerte, não há lugar para mais nada.



– Ei, vizinha... Está com fome? – Pulei de susto ao ouvi-lo na cozinha. Levei uma mão à boca e
abri bem os olhos para vê-lo, novamente com a cueca, segurando uma travessa de vidro. – Ainda tem aquele baião de dois. É só esquentar. Aceita?



Calvin foi até o meu fogão e abriu a portinha do forno antes mesmo da minha resposta. Fiquei
incapacitada de falar. Diante do meu silêncio – e depois de acender o forno e introduzir a travessa lá dentro –, ele finalmente me olhou. Franziu a testa.



– Por que está chorando? – Correu até mim com ar preocupado. Alisou os meus cabelos e
arrancou alguma coisa de lá. Só depois percebi que era a rosa, ela havia se enganchado e se espatifado todinha. – Dulce, eu te machuquei?



Balancei a cabeça.



– Achei que tivesse... ido embora – choraminguei.



Claro que me julguei uma patética. Calvin enxugou as lágrimas que caíram sem querer.



– Não... Não, não. Minha covardia não chega a tanto.



Sorri, mas continuei chorando.



– Desculpa, eu... Acho que estou sensível demais. Coisa de mulher. – Certamente eram aquelas músicas. O som ainda trabalhava, e desta vez Roxette se lamentava por estar perdendo seu tempo.



– Não. – Calvin foi taxativo. Desviou os olhos quando o encarei. – Posso te pedir mais uma
coisa, Dulce? Com sinceridade?



Suspirei. Não conseguiria atender a mais nenhum pedido daquele homem.



– Claro... – Alguém precisava dizer aquilo à minha boca enorme.



Calvin se afastou um pouco.



– Não caia no erro de se apaixonar por mim. Por favor.



Arquejei. Meu estômago parou nos meus pés, o coração foi para a bunda (só me restava defecálo mesmo) e o cérebro ficou preso em algum ponto do meu sovaco.



– Eu... Você... Eu não...


Affe.



– Prometa, Dulce. – Calvin estava muito sério mesmo.



Tentei restabelecer a ordem e o progresso dentro do meu próprio corpo. Aquele filho de uma
p/uta ia engolir de volta cada palavra de distanciamento que já me proferiu.



– Não sou uma criança. Sei muito bem onde os meus sentimentos devem ficar. Não amo, e nem odeio, com facilidade.



Ele sorriu. Fala sério.



– Sua maturidade me espanta. – Pegou a garrafa de vinho e encheu as nossas taças. – Estou aqui. Só irei embora ao amanhecer. Sente-se melhor?



Não.



– Sim. – Entregou-me a minha taça.



Um segundo brinde aconteceu.



– À nossa amizade... e à nossa última noite.



Argh. Ele sorriu de novo. Porcaria de vida!



– Às promessas, que serão cumpridas – respondi com ar de desdém.



E é claro que me lembrei de que não havia prometido o que o Calvin me pediu. Ainda bem, pois
do contrário não proporia aquele brinde. Precisava encarar a realidade de frente. Nem o meu cérebro e nem o meu coração conseguiam negar o que tanto desejava que fosse mentira. A minha burrice estava evidente, mas a minha vontade de revidar era maior ainda.
Nesta profunda agonia, apenas a Clarice podia me entender:



“Passei a vida tentando corrigir os erros que cometi na minha ânsia de acertar



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Autor(a): luvondul

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 41



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  • aucker Postado em 17/12/2020 - 23:29:30

    Como essa fic pode ter poucos comentários gente? Sério msm amei a história

  • dudinhah Postado em 16/11/2018 - 01:59:46

    Essa é a única web ,que eu li que não tem os outros rbds

  • manu_morais Postado em 28/12/2016 - 20:27:20

    https://m.fanfics.com.br/fanfic/55689/never-gonna-be-alone-vondy estou começando a escrever essa fanfic passem-lá

  • manu_morais Postado em 28/12/2016 - 20:25:24

    Simplesmente perfeita essa fanfic, amei d+ a história

  • stellabarcelos Postado em 06/04/2016 - 14:13:33

    Amei amei amei amei! Uma das histórias Hot mais incríveis que eu já li! Nunca ia esperar por isso

  • luvondul Postado em 24/03/2016 - 21:42:19

    Christopher Uckermann é um renomado advogado criminalista apaixonado pelo que faz. Além do sucesso inquestionável na carreira jurídica, também usufrui do impacto devastador que provoca nas mulheres a sua volta. E com a sua nova estagiária Dulce Maria não seria diferente. Recém-chegada de uma temporada fora do país, quando acompanhou o então namorado e cantor pop Dereck Mayer em turnê pelo mundo, a estudante de Direito está determinada a cumprir as horas de estágio para finalmente ganhar o diploma, nem que para isso tenha de resistir aos hipnotizantes olhos azuis do dr. Uckermann. Assim como o seu chefe, a jovem leva uma vida descompromissada, curtindo o sexo oposto sem romantismo ou grandes demonstrações de afeto. Passem lá na minha nova fic meninas ;) http://fanfics.com.br/?q=capitulo&fanfic=53091&capitulo=1

  • hanna_ Postado em 22/03/2016 - 15:46:44

    Foi tudo muito lindo ao modo safado dele mas foi hahahah...fiquei muito feluz de acompanhar essa fic. Cada frase da Clarice q tbm falou com nós leitoras. Ansiosa para sua próxima adaptação. Obrigada vc, bjôooo ;)

  • danihponnyvondyrbd Postado em 20/03/2016 - 21:13:55

    O comentário abaixo e meu

  • Postado em 20/03/2016 - 21:11:41

    N acredito q é o ultimo (to chorando um balde de água) n pode acaber é muito boa por favor não faça isso comigo o meu coração não aguenta. Postao próximo capítulo :-):-):-)

  • hanna_ Postado em 20/03/2016 - 01:06:00

    Q lindos! Ah eu amei a Clarice e o Ck tbm <3 ...Tá acabando :(


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