Fanfics Brasil - Medindo os limites da minha paciência, da minha esperança e da minha capacidade de articular planos O safado do 105 (ADAPTADA)

Fanfic: O safado do 105 (ADAPTADA) | Tema: Rebelde


Capítulo: Medindo os limites da minha paciência, da minha esperança e da minha capacidade de articular planos

1438 visualizações Denunciar


Acho que o Calvin não acreditou muito quando adentrei o quintal do Sr. Klein pai, desfilando o
meu biquíni branco e a minha canga da bandeira do Brasil. Estava prontíssima: tinha a pele protegida pelo protetor solar que coloquei em casa mesmo, uma garrafa térmica com caipirinha pronta (bem geladinha) e o ânimo renovado. Acordei realmente disposta naquela manhã.



O safado sorriu com ar de surpresa durante todo o meu trajeto até a mesa, que já exibia carnes
temperadas, prontas para ir à churrasqueira, e verduras recém-cortadas. Peguei dois copos, sem nada falar, e nos servi da caipirinha do mesmo modo como ele havia feito na noite anterior. Fizemos um pequeno brinde, e só então reparei que o Calvin estava trajando um avental branco de cozinheiro por cima da velha sunga vermelha. Sinceramente, vê-lo daquele jeito me fez entregá-lo mentalmente o prêmio de homem mais sexy do ano. E a coisa só fazia ficar ainda mais louca por causa das manchas de carvão em seus braços. Não estou brincando, seus músculos definidos ficaram ainda mais excitantes. Acho que eu tenho problemas com homens melados.



– Pensei que não viria... – falou depois de alguns goles enormes e de passar as costas das mãos pelos lábios sorridentes.



– Por que eu não viria? – Fui desamarrando o nó da minha canga sob seu olhar curioso. Fingi que estava pouco me lixando.



– Sei lá, você está triste. Sei que se esforça para estar aqui...



Coloquei a canga em cima dos bancos (sentindo-me ótima por ter conseguido sua total atenção para o meu corpo) e parei para lhe oferecer um sorriso amigável.



– “Um amigo me chamou para cuidar da dor dele, guardei a minha no bolso. E fui...” – citei com
ar divertido.



– Você é impressionante, vizinha.



– Obrigada, você também é. – Pisquei um olho só para provocar. Calvin prendeu os lábios,
novamente analisando a minha pele exposta. – Por falar nisso, qual é o cardápio de hoje?
Nem consegui conter o tamanho da minha fome (cabiam dois planetas terra dentro dela), as
minhas tripas estavam fazendo um barulho esquisito desde que acordei. Ouvi seu riso animado. Era o que sempre soltava quando falávamos sobre comida, cozinha e afins.



– Fiz aquela farofa que você gostou!



– Oba! – Ergui os braços. Procurei a bendita farofa pela mesa e a encontrei dentro de uma
vasilha. – E os tomates?



– Aqui! – Calvin riu e me ofereceu uma pequena travessa de vidro. Peguei um tomate com a mão mesmo e o levei até a minha boca.



Como previsto, estava bem temperado; o troço derretia na boca e explodia de um jeito viciante.
Sério, até os tomates do vizinho eram suculentos. Estavam sempre bem madurinhos, vermelhinhos e saborosos. Eu nunca conseguia comprar frutas e verduras de qualidade, é um saco fazer feira sem entender muito do assunto.



– Delícia! – exclamei, percebendo que o cretino acompanhava os movimentos da minha boca.



– Isso é porque ficou faltando um tempero especial neles. – Ergueu uma sobrancelha.



– Mesmo? Qual? – perguntei na maior inocência.



– A minha saliva.



Eita, p/au! Fiz cara de bocó enquanto ouvia seu risinho safado perturbar o meu juízo. Peguei um pano de prato, que estava em cima da mesa, e o joguei na cara dele. Calvin gargalhou alto, sacudindo o pano de volta. Dei língua. Ele num instante parou de rir.



– Ainda bem que você não cuspiu nos tomates. Eca!



– Oh, não, não... A minha saliva precisa se unir ao tomate enquanto ele estiver na sua boca. –
Gesticulou como um profissional dando aula de gastronomia. – É assim, e somente assim, que
funciona.



– Sei. Tá certo!



Tentei parecer tranquila e divertida, mas a verdade era que o meu coração estava quase saindo pela minha boca. Não é fácil resistir àquele homem. Às vezes (quase sempre) o que eu queria era jogar tudo para o alto e pular em seus braços sem pensar em nada. Ficaria com ele até que cedesse ou recuasse de vez.



Não era uma ideia ruim, só era uma ideia muito covarde.



Calvin sentiu que a graça foi embora depois que não consegui mais rir da situação. Peguei outro tomate e o devorei, e ele tomou mais da caipirinha, porém mantendo olhos felinos apontados para a minha direção.



– Sua caipirinha é inesquecível, vizinha. Sou viciado nela.



Seus olhos me deram a certeza de que o cafajeste não estava falando da caipirinha coisa
nenhuma.



– Sou viciada na sua carne, na farofa, nos tomates e em tudo o que você fa... cozinha. Mas vamos ao que interessa: você está bem?



Calvin balançou a cabeça positivamente.



– Eu estava pensando naquilo que me disse.



– Sobre o quê? – Ai, meu Deus. Não estava a fim de entrar em assuntos complicados. Só queria comer, beber e pegar um bronze. Era domingo, afinal. Não podia ter uma trégua?



– Sobre os sábados com a sua família. Sabe, eu... posso trocar o sábado pelo domingo e ganhar uma folga. Pode ser no sábado que vem, sei lá...



Encarei-o, estupefata. Não dava para acreditar, na moral. Calvin queria usar a sua única folga na semana para ficar comigo e com a minha família doida? Ele só podia estar zoando com a minha cara.



– É sério?



O coitado coçou a cabeça de um jeito meio desconcertado. Nem parecia a mesma pessoa de um minuto atrás; aquele cara tímido na minha frente era o garoto órfão e sensível, que sente falta de seus pais e de ter uma família comum.



– Se... Se você não se importar...



– E o churrasco do domingo, Calvin? Vai quebrar a tradição?



Ele deu de ombros. Desviou o rosto para refletir um pouco. Ficou admirando o além por alguns
instantes.



– Quem se importa? É tolice.



– Não é tolice coisa nenhuma. Você sabe que não é.



– De que adianta, Dulce? Nada vai fazer mudar o que aconteceu. – Calvin depositou o copo na
mesa com força exagerada. Dei um pulinho de susto, mas me recompus. Ele começou a afiar uma faca gigantesca, chocando-a contra uma pedra.



Levantei-me do banco e me aproximei com cautela. Calvin largou a faca e pegou a tampa de
uma vasilha. Começou a abanar a brasa que se formava dentro da churrasqueira. Parei perto o
suficiente para fazê-lo desistir de tentar se esquivar do assunto.



– É importante. Sei que é. Estou aqui por causa da importância desta tradição. Não quero que
passe por isso sozinho.



– Estive sozinho durante tanto tempo, por que acha que vai doer menos agora?



– Não está doendo menos? Nem um pouquinho? – A minha pergunta foi feita com mais
dramaticidade do que pretendia. – Porque se não estiver, então estou sendo inútil. Ou melhor, estou sendo um estorvo, já que só faço comer.



Calvin não me olhou. Não sei o que se passava na sua cabecinha oca e teimosa.



– Dulce... Claro que você não está sendo um estorvo. Esqueça isso, eu gosto de tê-la aqui. –
Desfez o nó do avental e o retirou, exibindo toda a sua protuberância corporal. – É só que... Sempre penso no que você me fala. Não sei o que há com a sua boca, mas levo em consideração cada sílaba que sai dela. – Finalmente me encarou, e o mundo virou de cabeça para baixo no mesmo instante. Ou foi meu cérebro que deu cambalhota? – Eu não sei o que é ter uma família há muitos anos. Às vezes acho que nunca soube. Meu pai era muito bom para mim, sempre tive tudo o que quis... Mas ele nunca foi muito presente. Exceto aos domingos, como já te disse.



Aquiesci lentamente. Além do cérebro fora de órbita, aquele velho nó foi plantado na minha
garganta. Precisei juntar toda a minha coragem para não cair no choro e fazer drama mexicano.



– Vou avisar aos meus pais que você estará lá no sábado.



Calvin sorriu um pouco, e percebi seus olhos brilhantes, meio marejados.



– Será que vão se importar?



– Claro que não. Eles são loucos, mas amam receber visitas. Só espero que não se importe com a vergonha que certamente irão nos fazer passar.



– Você se importa?



– Nem um pouquinho. – Sorri de volta para ele. Os olhos já tinham se recuperado da emoção.
Não me pergunte como o maldito consegue não chorar, mesmo estando morrendo de vontade.
Creio que encerramos o assunto por ali mesmo, pois o Calvin pegou um garfo tamanho família e começou a preencher a grelha com fatias fartas de carne vermelha. Voltei a me sentar à mesa, porém me mantive mais perto dele. Tentei ajudar como eu podia, mas percebi que sou mais útil ficando quieta (só comendo).



Além da carne esplêndida, Calvin ainda preparou pão de alho e assou cebola e batatas na brasa. Você não faz ideia de como tudo ficou bom. Comi como uma condenada, e nem o fato de eu ter me afastado para tomar sol foi um empecilho para a comilança. Tudo porque Calvin me servia igual a uma rainha enquanto eu estava deitada sobre a canga, que por sua vez jazia aberta na grama.



Em uma das vezes que se aproximou, empunhando uma bandeja cheia de pedacinhos de picanha recém-retirados da churrasqueira, acocorou-se diante de mim e falou:



– Que fique claro, Dulce, sua presença faz doer menos. Você é tudo, menos inútil na minha
vida.



Confesso que fiquei me achando. Nem consegui responder algo à altura; também, Calvin não me deu oportunidade, foi logo se afastando. Viu? Eu tinha certeza absoluta de que éramos o melhor um para o outro, suas palavras apenas foram mais uma prova concreta. Só me restava fazê-lo entender que, juntos, seríamos completos. Teríamos nossos quebra-cabeças bem encaixadinhos.



Depois disso, conversamos pouco. Ouvimos várias músicas, no entanto. Calvin começou a se
revezar entre me servir e cuidar das plantas. Inicialmente, nem me ofereci para ajudar, pois a tesoura que ele usava era enorme, e eu provavelmente decapitaria alguém se a manejasse.



Mais tarde, quando percebi a presença do regador, perguntei-lhe se eu podia regar as plantas.
Parecendo admirado, Calvin o encheu de água com a mangueira e me permitiu ajudá-lo. Foi
legalzinho, confesso.



Nunca havia regado uma mudinha sequer antes, mas gostei do pequeno contato com a natureza. Reparei que o Calvin me observava de soslaio, e não soube dizer se estava me paquerando ou mpercebendo a minha falta de jeito em “manejar o regador”.



Bom, eu tinha menos experiência com aquele. Mesmo assim, Calvin não reclamou ou emitiu
qualquer opinião. Reguei cada vaso com paciência, descobrindo o porquê de ele gostar tanto de fazer maquilo. Era relaxante.



– Dulce, saia do sol. Sua pele está ficando muito queimada – falou baixo quando veio arrumar o vaso ao lado do que eu estava regando.



– Estou usando protetor, não se preocupe. E você? – Observei-o. A pele morena estava do
mesmo jeito de sempre. Acho que ele se acostumou à exposição ao sol.



– Também. Relaxa.



– Se eu relaxar mais do que isso vou ter um orgasmo – murmurei sem querer, e ele se levantou
só para me olhar de perto. Sorriu com malícia, obviamente. – É bom fazer isso. Gostei!



O sorriso ficou ainda maior.



– Que bom, vizinha. Agora, temos uma atividade em comum. E nem é sexo!



Gargalhamos juntos, mas eu tinha ficado meio sem graça.



– Fazemos muitas coisas em comum! Este churrasco, por exemplo. – Apontei para a
churrasqueira no outro lado do jardim.



– Sim, mas estamos fazendo a mesma coisa agora. Concentrados unicamente nas plantas.



– Eu me concentro na sua comida... Mas é comendo, e não cozinhando! – Ri alto da minha
própria gula. Calvin ficou me olhando de um jeito esquisito.



Sua aproximação sempre fazia os meus batimentos cardíacos acelerarem, era incrível. O meu
corpo reagia diferente à sua presença; eu me sentia viva, pronta para encarar qualquer obstáculo. O fato de ele me fazer tão bem ainda me espantava.



Será que um dia me acostumaria com tanta sedução?



Sobrevivi a um domingo sem sequer encostar no Calvin. Fiquei meio irritada por ele não ter
tentado nada, perguntando-me sem parar se tinha feito algo errado. Temia ser colocada na friend zone e nunca mais ser tirada de lá. Seria lamentável. Se dependesse da minha sorte, era o que acabaria acontecendo.



Precisava investir mais pesado, atiçar, provocar até tirá-lo do sério e recuar na hora certa. A
minha primeira chance veio logo à noite, quando, depois de passar o fim da tarde lavando algumas roupas, finalmente fui tomar um banho.
Assim que desliguei o chuveiro e fui me enxugar com a toalha, percebi o quanto a minha pele
estava queimada pelo sol. Choraminguei por causa da ardência, praguejando por não ter ouvido o Calvin quando ele me alertou da exposição. Porcaria!



Vesti a parte de baixo de um baby doll, cobri meus seios com a toalha e liguei o ventilador do
meu quarto. Com os olhos lacrimejando, fiquei de costas para o vento, sentada na cama.



– Calvin! – gritei. Não ouvi nada, mas sabia que ele não tinha saído. Avisou que tiraria um
cochilo, pois estava cansado por causa da semana exaustiva. – Calvin!



Ouvi um arquejo exasperado. Ops. Acho que o acordei no susto.



– O que foi, Dulce? O que está acontecendo? – Coitadinho, gente! Ficou todo espantado.



– Desculpa! Não é nada demais, é só que... Minhas costas estão pegando fogo! Não consigo nem me mexer direito!



– Puts, eu te avisei pra sair do sol! – resmungou, evidentemente chateado, fazendo com que eu me sentisse ainda mais estúpida. – Fique onde está.



Obedeci. Fazer o quê? A sensação era de que a minha pele estava em carne viva. Claro que é
exagero, eu só tinha me queimado demais, e o máximo que poderia acontecer era começar a despelar daquele jeito horrível e nojento que sempre detestei.



Calvin apareceu três minutos depois. Abriu a minha porta sem bater e se colocou atrás de mim
em silêncio, depositando uma perna de cada lado do meu corpo. Não tive coragem sequer de me virar para olhá-lo, pois sua presença já atingia o limite da minha agonia interna.



Ouvi o ruído de algum creme saindo de seu tubo. Não fazia ideia do que era, e continuei calada, só preocupada em segurar a toalha sobre os meus seios. Um segundo depois, e mãos leves como plumas começaram a me tocar, espalhando um conteúdo confortavelmente gelado e refrescante na minha pele. Resmunguei um pouquinho.



– Merda, Dulce... Tenho boas e más notícias – ouvi seu murmúrio perfeito. Fechei os olhos com força. – Qual delas quer primeiro?



– Ai... A ruim. Depois me consolo com a boa.



Calvin riu de leve.



– A ruim é que você virou um napolitano. Sério, tem as cores vermelha, preta e branca aqui nas
suas costas.



Comecei a rir bastante, e ele me acompanhou. Soltei mais um resmungo por causa de um
movimento brusco que ele acabou fazendo. Senti mais creme sendo despejado logo em seguida, e a minha pele recebendo um alívio instantâneo muito bem-vindo.



– E a boa?



– Hum... A boa é que você pegou um bronze incrível. – Ai, Senhor. Eu conhecia aquele timbre.
Nem precisava encará-lo, sabia que estava todo desejoso. Mas era isso o que eu queria, certo? – O desenho do seu biquíni está perfeito...



Arfei involuntariamente. Senti um calor extremo na minha nuca, e só então me dei conta de sua
aproximação. Ele estava com o rosto bem ali, inalando o meu cheiro. As mãos desceram lentamente pelos meus braços.



– Calvin...



Não teve jeito. O safado não me ouviu, devia ter entrado em estado de transe. Senti suas mãos
alisarem os meus braços e tentarem cruzá-los por baixo até alcançar a toalha que me cobria. Foi tudo muito rápido, e, ao mesmo tempo, em câmera lenta. Calvin segurou as minhas mãos e as afastou devagar, com muita cautela, até fazer a toalha cair.



Expus-me. Soltei um arquejo de desejo e desespero, afinal, não era a minha pretensão ir tão
longe. Só queria atiçá-lo, mas o que ele fazia estava era me atiçando, deixando-me louca,
absolutamente propícia a uma recaída.
Não demorou muito; Calvin encontrou os meus seios. Massageou-os com desenvoltura, sempre com movimentos longos e vagarosos. Soltou inúmeros gemidinhos no meu pé do ouvido. Brincou com os meus bicos, e a minha calcinha vibrou de tanta excitação.



– Calvin...



– Dulce... Cala a boca... Não se negue.



Quem disse que eu queria me negar? Principalmente quando as mesmas mãos ternas foram
descendo pela minha barriga até parar em um ponto abaixo do meu umbigo. Apenas uma mão desceu mais, invadindo-me por dentro do short.



– Calvin... Não. Não faça isso. – Agora converta esta frase para a afirmativa e descubra o que eu mrealmente queria dizer.



– Shh... Só quero senti-la de novo. Juro... Não farei nada. – Um dedo afoito me tocou
perfeitamente, acendendo toda e qualquer chama que eu tentava a todo custo manter controlada. Virei incêndio de um segundo para o outro. – Gostosa... Que saudade... – Seu hálito se chocou contra os meus ombros doloridos. Senti uma dorzinha aguda prazerosa. Combinada com o que acontecia lá embaixo, só me servia de gasolina.



– Se você continuar, é porque mudou de ideia, Calvin – meu último resquício de juízo me fez
falar. Sabia que ele recuaria. E, se não recuasse, melhor ainda para mim; tudo estaria resolvido.



Como previsto, o canalha se afastou tão devagar quanto havia se aproximado. Gemeu de
frustração, depois bufou, meio irritado.



– Pegue este creme. – Ofereceu-me um tubo cor-de-rosa. Era uma espécie de loção pós-sol. Só consegui ver sua mão e o objeto, nada mais. Até porque nossa posição não permitia. – É seu. Use-o todos os dias, pela manhã e à noite. Vai evitar que despele.



– Muito obrigada, vizinho.



Senti seus lábios me beijando o pescoço. Curvei-me um pouco para o lado, abrindo passagem
involuntariamente.



– “Me provoque. Me desafie. Me tire do sério. Me tire do tédio. Vire meu mundo do avesso” –
sussurrou com a voz rouca de excitação. – Quero ler esta frase na sua parede amanhã.



Aquiesci com seriedade, ainda sem ter a capacidade de me virar. Na verdade, Calvin foi embora nsem que eu encontrasse essa tal capacidade. Passei tanto tempo olhando para a parede (depois de, claro, ter acrescentado a maldita frase), sentindo a pele queimada resfriando de alívio (principalmente por causa da ajuda do ventilador) que dormi em algum momento, meio desajeitadamente. Quero dizer, tombei para o lado e fiquei em uma posição que livrou as minhas costas do contato com o colchão.



Só me lembro que acordei quebrada (tipo, mesmo), e quase morro para colocar um sutiã. Não
podia trabalhar com os seios desprotegidos, por isso vesti uma blusa fininha e um casaco nada a ver por cima. Passei a semana inteira evitando dormir de costas (e me vestindo como uma mendiga). Era um saco ter que ficar de bruços o tempo todo, mas, na quarta-feira, já me sentia bem melhor. Quero dizer, relativamente, porque Calvin decidiu escolher aquela semana para exibir toda a sua promiscuidade (e para me evitar como se eu fosse doença contagiosa). Não teve um dia que não tenha levado uma vadia para sua casa, e na quinta-feira vi duas cadelas (reconheci apenas a Karen-quenga, não sabia quem era a outra sujeita) saindo de fininho logo de manhã cedo.



É mole? Não é, não.



Estava ficando cansativo demais esperar por uma mudança, mas um resquício de fé me fez
refletir que, talvez, somente talvez, o Calvin estivesse fazendo aquilo de propósito. Só para me
azucrinar o juízo e me fazer ceder depressa, com medo de perder a vez.



Se fosse isso, estava funcionando. Eu acho. Quero dizer, talvez funcionasse quando o meu ódio mortal fosse embora. Porque, com sinceridade, quando o cara que você faz de tudo para conquistar vai procurar consolo no corpo de outra qualquer, é no mínimo deprimente.
Sei lá, é difícil compreender a mente de um safado. Os miolos dele funcionam completamente
diferentes dos de um cara comum, quem dirá dos meus?



O tico e o teco que habitavam o meu cérebro brigaram um com o outro o tempo todo, e a minha
semana se resumiu a uma espera irritante. Sabia que o Calvin iria comigo para a casa dos meus pais, e só me restava desejar que o sábado chegasse logo para que eu pudesse tentar compreender o que tinha sido aquela doideira cretina durante a semana.



A minha vontade de arranjar um batedor de parede particular (porque se eu fosse ficar com outro alguém, seria apenas com esse intuito) só fazia aumentar. Calvin estava merecendo um tratamento de choque. Mancomunei a ideia durante tanto tempo que ela começava a não ser mais tão absurda. E, claro, só ficava mais nervosa com a minha característica vilã de planejar uma conquista.



Afinal, até onde eu iria por ele?



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): luvondul

Este autor(a) escreve mais 2 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

O Sr. Klein já me aguardava na varanda. Eram oito horas da manhã de um sábado, e eleprovavelmente tinha dormido tarde por causa da visitinha que recebeu em sua casa na noite anterior. Dormi no tapete, claro, e acordei cedo porque era o que me restava.As reflexões que me acometeram foram variadas. Terminei a noite compreendendo que era,antes de tu ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 41



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • aucker Postado em 17/12/2020 - 23:29:30

    Como essa fic pode ter poucos comentários gente? Sério msm amei a história

  • dudinhah Postado em 16/11/2018 - 01:59:46

    Essa é a única web ,que eu li que não tem os outros rbds

  • manu_morais Postado em 28/12/2016 - 20:27:20

    https://m.fanfics.com.br/fanfic/55689/never-gonna-be-alone-vondy estou começando a escrever essa fanfic passem-lá

  • manu_morais Postado em 28/12/2016 - 20:25:24

    Simplesmente perfeita essa fanfic, amei d+ a história

  • stellabarcelos Postado em 06/04/2016 - 14:13:33

    Amei amei amei amei! Uma das histórias Hot mais incríveis que eu já li! Nunca ia esperar por isso

  • luvondul Postado em 24/03/2016 - 21:42:19

    Christopher Uckermann é um renomado advogado criminalista apaixonado pelo que faz. Além do sucesso inquestionável na carreira jurídica, também usufrui do impacto devastador que provoca nas mulheres a sua volta. E com a sua nova estagiária Dulce Maria não seria diferente. Recém-chegada de uma temporada fora do país, quando acompanhou o então namorado e cantor pop Dereck Mayer em turnê pelo mundo, a estudante de Direito está determinada a cumprir as horas de estágio para finalmente ganhar o diploma, nem que para isso tenha de resistir aos hipnotizantes olhos azuis do dr. Uckermann. Assim como o seu chefe, a jovem leva uma vida descompromissada, curtindo o sexo oposto sem romantismo ou grandes demonstrações de afeto. Passem lá na minha nova fic meninas ;) http://fanfics.com.br/?q=capitulo&fanfic=53091&capitulo=1

  • hanna_ Postado em 22/03/2016 - 15:46:44

    Foi tudo muito lindo ao modo safado dele mas foi hahahah...fiquei muito feluz de acompanhar essa fic. Cada frase da Clarice q tbm falou com nós leitoras. Ansiosa para sua próxima adaptação. Obrigada vc, bjôooo ;)

  • danihponnyvondyrbd Postado em 20/03/2016 - 21:13:55

    O comentário abaixo e meu

  • Postado em 20/03/2016 - 21:11:41

    N acredito q é o ultimo (to chorando um balde de água) n pode acaber é muito boa por favor não faça isso comigo o meu coração não aguenta. Postao próximo capítulo :-):-):-)

  • hanna_ Postado em 20/03/2016 - 01:06:00

    Q lindos! Ah eu amei a Clarice e o Ck tbm <3 ...Tá acabando :(


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.




Nossas redes sociais